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Parecia que angústia tinha tomado conta de mim. Não parecia tão importante se olhasse de fora, mas talvez, o acúmulo do mal-quereres meus com ele estava excedendo o limite. Sem perceber eu havia cortado nossa conexão de dados. E ele, brutalmente, sentenciou concomitante o nosso fim. Não sou do tipo que empurra com a barriga. Gosto de gente que mostra o que sente, reaja e de alguma forma deixe claro o que está acontecendo. As pessoas se escondem atrás de cascas impenetráveis, castelo altíssimo, desejam mais serem adoradas mas não permitem aproximações. Amor requer toque. E não necessariamente seja na alma. Amar requer toque na alma, no íntimo. Segurança. Estabilidade. Tem que ser o porto seguro. E pode significar diversas coisas para diferentes pessoas. Mas jamais amor deve ter desnível de doação. Quando se doa mais do que se recebe, logo se percebe que doou-se não somente seu tempo e seus sentimentos, mas parte do seu amor próprio, o que é bem difícil (mas não impossível) recuperar. Ninguém é obrigado a entender sinais. Sinais são abstratos e subjetivos, exigem interpretação que nem sempre se tem em função da diferença de conceitos. Deixe claro. Exponha. Diga se gostou e não gostou. Mostre felicidade, mostre tristeza, mostre raiva, mas mostre. Não seja orgulhoso. Fale. Ninguém tem obrigação de te entender.
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A gente se sente cheio e vazio ao mesmo tempo. E essa sensaçãoé horrível, sufocante, apavorante, desesperadora mesmo. As pessoas que eu deveria conseguir compartilhar isso não parecem se importar ou eu tenho tido essa impressão. Não quero me abrir pra alguém que vai chamar meus pensamentos/medos de besteira, pra quem vai chamar meus motivos de pequenos, pra quem vai querer ditar o que sinto/penso. Não quero meu coração, ou os cacos dele, quebrado novamente. Quero me revelar sem medo. Quero desabafar sem receios, sem saber o que vai acontecer. Quero um abraço no meio da noite, daqueles que sentem que tem algo incomoando e se importam. Não sou preguuiçosa por não conseguir fazer o que deve ser feito. É uma questão de areia movediça, quanto mais me mexo, pareço mais afundar mais no mesmo lugar. Dentro de mim alguém pede socorro, mas ninguém ouve. Está trancado nas entranhas mais secretas, com medo da solidão, e quando digo solidão não quero dizer com relação a uma segunda pessoa, um relacionamento amoroso, quero dizer solidão no sentido de não ter eu mesma mais para soscorrer. Medo de ser tarde demais para fazer algo ainda que eu saiba que não é. Ainda que eu saiba nunca é tarde demais para nada. Estou físicamente numa relação que não tenho certeza se quero ficar ou ir. Mas isso não basta. Eu quero estar inteira. Quero estar de corpo, alma, e coração completamente entregues. Eu tenho tido medo constante da decepção, mesmo sabendo que é com ela que aprendemos. Eu só quero sair desse labirinto onde entrei. Eu só quero ver a luz do dia aliviada. Eu só quero voltar a sentir vida. Do jeito que for. Vida.
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Pedir desculpas não muda o que aconteceu. E perdoar não evita que tudo possa acontecer de novo.
Desconhecido. (via esplandecer)
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Eu comecei a enumerar os motivos que me fazem querer ficar, mas eles foram menores que os que me fazem querer ir. Deveria ser fácil decidir porque eu deveria apenas pensar que se o lado ruim é maior, se os maus sentimentos passam com maior frequencia que a vontade de estar contigo, tem algo errado. E deve ser consertado. Se o que eu sinto vindo de ti é indiferença à minha presença, é desconfiança mesmo quando estamos juntos, não há porquê temer. Talvez seja medo de ficar só. Se bem que, ultimamente, estar contigo e estar só têm sido sinônimos. Eu não tenho vontade de contar sobre as coisas bobas que acontecem comigo, eu tenho percebido que tenho tentado me diminuir pra caber em ti, tenho percebido que temos propósitos de vida diferentes, que tu se contenta com isso e eu quero sempre mais. Nenhum está errado, mas deveriam entrar em acordo. Afinal, relação é a dois. Não a um ou três, quatro, cinco. Eu não consigo me sentir a vontade para te falar: eu estou muito mal, conversa comigo! porque eu sinto te atrapalhar. E eu sei que não estamos em um relacionamento oficial porque tu tens esperado o sim ou o não, eu sei que eu não defini nada. Mas eu precisava que entendesse que eu preciso desses gestos, dessas pequenas seguranças para seguir em frente. Já fui muito machucada por ti e tenho receio disso de novo. Eu tenho muito a perder? Até que não, mas não estou afim de sofrer por amor, porque amor não faz sofrer. Eu te amo sinceramente e eu quero que saiba que tudo o que e tenho feito foi pensando em nós. Eu queria montar uma vida contigo, chegar do trabalho e falar que a fulaninha encheu meu saco de novo e que ela só torra meu grão, eu queria me aconchegar em ti à noite, encostar meus pés gelados em ti porque eu estaria com frio. Mas eu queria. Não quero. Não mais. Eu consigo ver o jogo que tu está tramando e não é legal. Eu não vou me esforçar em abrir meu coração, me despir de todo o meu orgulho pra alguém que vai me dizer, no máximo do meu otimismo, "ah eu quero ficar contigo, mas é outra situação agora né". Sem o menor esboço de reação. Realmente, a situação é outra e, pelo visto, os participantes desse programa de televisão também mudaram. Eu sinto te informar, mas a vida é feita de escolhas. Eu sinto tanto em ter que dizer isso. Eu não gostaria de ser a responsável por dizer que não temos mais jeito. E confesso, de todo o coração, que me sentiria mais aliviada que tu dissesse. Eu não vou querer saber das tuas novas companheiras, eu sei que vai me machucar, porque eu me idealizei contigo e me frustrei pra caralho com a realidade. Eu não vou querer te ver quando vier pegar o teu filho. Viveremos como os últimos 18 meses foram: sem se ver, sem segundas ou milésimas chances, com nãos certeiros, com saudade do que podia ter sido. Mas, dessa vez, eu não vou vacilar. Se é pra ser feliz pela metade, fico sozinha que sou inteira. Eu vou sentir tua falta, mas eu sinto muito mais minha falta. Eu era feliz contigo antes, agora eu tento me convencer mal e porcamente disso, porque eu sei a verdade. Eu não estou sendo honesta comigo e, portanto, não há como ser contigo. Eu vou, em algum momento, me perguntar como teria sido minha vida contigo e vou pensar que talvez as coisas tivessem se ajustado, o sapato cedido e o café tivesse vindo com um bolo de cenoura. Vai chegar esse momento e eu não quero nem pensar no que vai acontecer, mas, dessa vez, só dessa vez, eu vou ser pessimista e vou imaginar uma vida terrível, daquelas que a gente não aguenta nem pensar. Eu joguei todas as minhas fichas e perdi. Então, é hora de deixar o jogo. Eu sinto muito, eu te amo pra valer, mas não foi dessa vez. Eu sinto muito, mas eu estou dando graças a Deus que não foi contigo. Porque te amo e não tenho a menor intenção de te odiar.
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Era hora de apelar. Apelar para qualquer que fosse o objeto, qualquer que fosse a alma. De preferência, apelar para a solução, apelar que ela viesse o mais rápido possível. Do jeito que fosse, ela seria aceita. Guardar seus apelos dentro de si é como comer, fatalmente, um hambúrguer e uma pizza todo e toda noite sem tomar providência nenhuma para gastar a energia adquirida. Você percebe a diferença que esses lanches fizeram depois de algum tempo, quando vai se pesar. Muitas vezes, seus exames darão informações absurdas sobre sua saúde e você vai se ver obrigado a iniciar uma dieta com muitas das fibras evitadas por culpa do hambúrguer e da pizza e exercícios físicos. A questão não é dar uma aula sobre como começar ser saudável, mesmo porque não sou doutora e mal sei sobre o assunto; a questão é que apelamos apenas quando nos vimos em circunstâncias que são becos sem saída. A alma não sufoca pelas coisas grandes, uma vez que, grandes, são em menor quantidade - grandes motivos são constituídos, basicamente, de um enorme problema -, ela sufoca pelas coisas banais. O cotidiano é tedioso, massante, dilacerante com o espírito. São as pequenas rãs que engolimos que não são digeridas, não as enguias ou tubarões. Cada pequena palavra mal proferida é guardada e deixada ao léu: "tudo bem, eu não me importo com isso", mas você se importa porque não quer se importar. As maiores violências são aquelas gentilezas não retribuídas, aquela expressão de "bom dia" dita com quatro pedras na mão, aquele mau-humor que você não tinha culpa, mas pagou. É isso que deixa as piores marcas, os hematomas mais doloridos. As grandes coisas também deixam, mas se concentre nas coisas que você gostaría de refutar e não o faz por respeito, por condescendência ou, até mesmo, por estar de saco cheio da mesma ladainha. E se você respondesse a cada alfinetada? Você seria grossa e mal-educada. Não é justo com você. Não somos sacos de pancadas gratuitos, não somos o penico das crianças endiabradas que não ganharam o doce preferido. Nós somos os boxeadores e as crianças também e como uma parte do todos, também merecemos um saco de pancada e um penico, contudo, não significa que tenham que ser pessoas.
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