conservação e recordação de estados de consciência passados e tudo quanto se ache associado aos mesmos
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incondenável
tudo oq eu queria era uma existência incondenável intocável impensável incontestável mas todos os trejeitos foram prejulgados categorizados, mortos e sepultados
frente fria infinita, sensação falsa e temporária de conforto que em seu turno de ação se demonstra ineficaz não existe conforto, não há paz. não adianta ter de acordar pra se sentir torto
quem te disse isso, não te ama. é sobre o abuso que é inerente à existência. pense naqueles que te falaram sobre damas.
uma tal vida fraca e obsoleta. tendenciosamente direcionadas à desistência. essas meias verdades se tornaram lazer.
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tentativas
tudo é efêmero, eu queria ser etéreo. cansei-me de recordar e fantasiar.
quero ser toda música tocada entre junho e julho. ser uma fala surpreendente feita dentro de sala de aula. ser as cores intocáveis do arco-íris. quero pensar de forma ramificada e comunicar-me pós-verbalmente.
infeliz é pensar que respostas existem. o mérito existe junto da noite ao dia e da melancolia.
eu sinto como se eu fosse essas músicas. acho que sou tudo isso de alguma forma.
recordei-me da tal hiperfixação que já escreveu sobre uma tal poetiza patética, afinal quem diabos se considera poeta no século XXI? apenas embarcações sem consciência interpretando o papel de ser o que dizem, eu acho.
não importa o horário desde que você se sinta à noite. desde que a chuva o contorne, dançando quase a cambalear. é nesse século que você se torna um pouco mais livre. toda a liberdade equivocadamente dada à você começa a criar uma forma reluzente. ao pisar na lama suja é refletida a alma cansada e alegre que você se tornou. o tempo fez esquecer. as atrizes e cicatrizes que já se apresentaram não se apresentarão mais.
esse pensamento sempre volta, uma corda em volta do pescoço, ou será que é um cordão? semântica não importa diante disso tudo.
seu chaveiro sempre vai girar em volta de seu dedo. seu moletom velho e surrado sempre vai te envolver como se não houvesse tempo. o cabelo perdido ao vento que te irrita de forma homogênea.
eu sinto tudo aquilo que me fez sentir.
a lágrima contínua e petrificada, usada como lente, logo ganha sua armação e se torna parte do olho. algo que saiu e fez seu próprio caminho de volta.
porque em 2007 você não pôde enquanto os outros podiam. porque em 2018 se despertou da forma mais revoltante possível. porque em 2021 você ouviu conselhos sobre o quanto você é único, enquanto pensava em se matar. porque hoje isso tudo se repete. porque de nada adiantou pensar em tudo isso, se isso tudo se tornou inexpressável por sua própria complexidade. foi criada muito mais que uma dimensão e seu tamanho se tornou imensurável e irrepresentável.
inmencionáveis tentativas de expressão foram criadas e sem forma foram assim como a água, evaporaram. documentar cada instância é a tentativa de uma foto em movimento, mas nem o ângulo favorece. então, talvez se tentarmos várias vezes? essa tentativa incoerente de representação é como a visão de um cego. e eu sou cego.
é a chuva, a bota de coraline e suas cartas feitas à mão e às pressas, o gorro que sempre cai e que foi emprestado mas nunca mais retornou, tela inicial ao ligar um playstation 2, a barata robótica importada da china e o cheiro de seu irmão.
é isso que faz valer a tentativa.
eu sinto o que me fez sentir.
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