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Cinco Minutos de Coragem
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cmdc-blog1 · 9 years ago
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Capítulo 1
Tenho parado e pensado muito no que fiz na minha vida nesses últimos anos. E cheguei a uma trágica conclusão de que nada mudou. Quer dizer, mudou em relação ao meu comportamento, ao meu trabalho, minha casa e todos os relacionamentos posteriores frustrados. Caso não tenha se encontrado no tempo ainda, já aviso de antemão, cinco anos haviam passado. Cinco anos de muitas conquistas recheadas de ironia e sarcasmo. A vida às vezes, insiste em seguir em frente com coisas que não possuem a menor possibilidade de darem certo.
Cá estou eu. Sentada com uma bolinha de pelos deitado aos meus pés implorando por carinho. Mais uma vez com o notebook fervendo sob a almofada que nem era tão nova assim. Aliás, nada que estava naquele apartamento era tão novo quanto parecia. Tinha que assumir, a situação dos “tapas e beijos” saiu do meu controle e hoje, só restou-me saudades dos calorosos beijos e das carícias durante as madrugadas frias.
Saudades dos tempos de café frio com pão do dia anterior. Dos gritos quando demorava demais no banho e coincidentemente, ficava atrasada. Principalmente da companhia, e isso era o que me fazia mais falta. Todos os momentos que conseguia, ia à varanda nas madrugadas e ficava imaginando o que poderia ser de nós dali em diante. Se eu pudesse fazer com que me ouvisse, eu sussurraria: “Me entende, por favor! Entende que não há nada que esteja ao meu alcance. Foi trágico. Foi terrível. E sabe o que restou? Restou o medo, os transtornos diários e a solidão. Na última vez que fui àquela sorveteria que íamos sempre, senti uma lágrima escorrendo por lembrar-se de tudo que já fomos. Por termos nos perdido. Chorei pelas melancolias, pelas guerras diárias e pelas comemorações que passaram em branco. Sufoquei os gritos pela renúncia e pela decisão solitária que foi tomada por nós. Engoli em seco, todos os momentos que aprisionei o amor dentro de mim, para que nada terminasse enquanto estivéssemos de cabeça quente. Enlouqueci pelos sonhos dissipados e claro, pela culpa que me detém.”
Por mais que a ideia da solidão fizesse com que minha alma apodrecesse todos os dias ao levantar, eu teria que mudar. Mudar por mim! Porque aquele desdém, aquela insegurança teriam que sumir na calmaria do furacão que eu estava passando. Aquele último desabafo na última noite em que dormi naquele apartamento, aquele último tiquetaquear do relógio da cozinha, fez com que eu percebesse que a culpa foi de tudo aquilo que colocamos em decisão do destino. Culpa nossa. Só que a partir daquele desabafo, a culpa já não seria mais minha. Não mais, até porque, eu merecia muito mais, diante daquela trágica notícia de anos atrás.
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cmdc-blog1 · 9 years ago
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“Sufoquei os gritos pela renúncia e pela decisão solitária que foi tomada por nós. Engoli em seco, todos os momentos que aprisionei o amor dentro de mim, para que nada terminasse enquanto estivéssemos de cabeça quente. Enlouqueci pelos sonhos dissipados e claro, pela culpa que me detém.” 
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cmdc-blog1 · 9 years ago
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Capítulo 43
“Mas, e sobre sua vida? Como que anda?” perguntei sem graça. “Então...”, ele respirou fundo outra vez. “Eu sou casado agora com uma garota que estudava na mesma escola que você...”, ele dizia cabisbaixo. “Espera... Quê?”, saiu um pouco mais alto que o necessário, incrédula. “Pois então, ela disse que você a chamava de sorridente, e nós vivemos num condomínio bem perto da sua antiga casa. Vim te dar somente as boas-vindas e desejar que o Brasil seja tão bom de volta para você, quanto foi para mim.” disse levantando da mesa em sinal de que já estava na hora de ir embora. Levantei junto e agarrei seu braço pedindo maiores explicações. “Eu estava brincando sobre o casamento. De fato, eu encontrei essa sua amiga e ficamos todos esses meses esperando você, inclusive meu coração. Talvez o calor brasileiro quebre um pouco da frieza que restou entre nós. Venha!”, e me estendeu a mão.
Fomos até meu apartamento e entre tapas e beijos, continuamos lá, até porque ele nunca ousou sair, nem de lá e nem das profundezas de minha alma.
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cmdc-blog1 · 9 years ago
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Capítulo 42
Desembarquei da forma mais rápida possível, até porque não tinha motivo para mais delongas. Até que avistei uma aparência familiar esperando alguém na saída da sala de desembarque. Quando olhei era Zack, o mesmo Zack que eu tinha deixado há meses atrás. Larguei as malas pelo caminho e corri em direção ao mesmo sorriso que me acolheu. A única coisa que pude entender foi: “Agora posso contar tudo.” falou isso pegando minhas malas e me levando para algum lugar.
Ele disse que iríamos conversar em um bar de um velho conhecido dele. Não tinha muitas escolhas, então assenti. O bar tinha aparência de um lugar dos anos de 1980, com uma música agradável de fundo. Sentamo-nos à mesa mais reservado do lugar. Fizemos nossos pedidos, pois eu estava louca de saudade da comida brasileira. Depois da rápida refeição, ele começou contando o porquê de seus sumiços. “Eu sumia, porque Alice acreditava que éramos casados. Ela tinha problemas psíquicos, da mesma maneira que ela disse que te salvou, ela dizia que havia me salvado dos pecados do mundo. Os tais criminosos que ela disse no bilhete que enviou para nós dois eram os caras de um hospital psiquiátrico de onde ela havia fugido há meses e só descobri quando recebi um e-mail da mãe dela implorando por ajuda. Ela tinha sérias dificuldades em acreditar na realidade que vivia, inclusive aceitar que meu coração tampouco seria dela.” Ele não me deu escolha, não tinha tempo para responder, portanto assenti novamente, bo-qui-a-ber-ta.
“Sobre o e-mail misterioso que você recebeu há um ano e meio atrás...” ele respirou fundo para continuar. “Foi tudo programado. Eu era detetive na época e seu pai estava procurando por notícias a seu respeito, ele queria satisfazer mais uma de suas vontades já que sempre foi a filha mais mimada, além da saudade imensa de passar horas e horas conversando com você pelo telefone. Devido a isso, me procurou. Ele queria fazer uma surpresa, porque via que você não era a mesma há tempos, e eu, como estava sem trabalho decidi ajudar. Até que recebi minha passagem de volta para os Estados Unidos e indiretamente conheci você no avião. Não foi nada planejado, eu juro!”, e quanto mais ênfase ele dava ao dizer que tudo era por conta do acaso, eu gargalhava apenas, ficando cada vez mais sem graça em perguntar sobre sua vida real.
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cmdc-blog1 · 9 years ago
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Capítulo 41
Entreguei o trabalho de conclusão de curso do aperfeiçoamento. Fui à formatura. Chorei mais outros litros. Deixei os presentes para última hora, como sempre. Imprimi minha passagem de volta para o Brasil. Fui às últimas baladas norte-americanas. Chorei outras vezes ao pensar que tudo havia acabado, chorei me despedindo dos meus amigos de turma, chorei pensando na sorridente e chorei de felicidade porque agora eu mesmo era uma pessoa muito melhor.
Fechei as malas. Telefonei confirmando o táxi que me levaria até o aeroporto. Chequei a documentação e caminhei ao lado das pessoas que se tornaram minha família durante um ano e meio. Chorei de novo, então.
Abracei todo mundo novamente. Coloquei as malas no porta-malas do táxi, o último táxi americano que eu iria entrar por um bom tempo. Avisei o destino para o motorista, e acenei em símbolo o meu caloroso adeus.
Fiz o check-in. Despachei as malas e esperei mais 45 minutos até embarcar.
Olhei para trás e vi tudo que eu havia comemorado ali. Aquela sala foi onde começou tudo, ainda no Brasil e, aqui em Nova York, tudo acaba. Respirei fundo mais de três vezes até conseguir mexer milimétricamente minhas pernas. Embarquei. Achei minha poltrona B35. O voo estava vazio, e com o efeito do calmante aparentemente não durou mais que oito horas. Meu coração ainda estalava nos ouvidos. “Home, sweet home.”, lamentei.  
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cmdc-blog1 · 10 years ago
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Capítulo 40
Meses depois, eu ainda sentia o suave toque dos seus dedos quentes em minha mão fria. Ansiava pelo toque em meu quadril, pela puxada febril. Como eu tinha saudade daquela respiração ofegante roçando em meu pescoço. Precisava sentir o seu coração pulsando ardentemente junto ao meu ouvido no momento em que lhe abracei pela última vez. Vinha dia após dia para casa pensando que eu ainda tinha mais nove meses pela frente.
Depois da saída de Zack do meu contexto cotidiano, aceitei que não tinha que ser. Exclui número de telefone, continuei apenas mantendo um contato indireto pelas redes sociais.
Concentrei o restante dos meus meses em conhecer tudo que faltava, incluindo Estátua da Liberdade, Torres Gêmeas e etc., e quase sempre sozinha.
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cmdc-blog1 · 10 years ago
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Capítulo 39
Não era possível que tudo estivesse acontecendo justamente agora. Afirmei com a cabeça e me despedi. Dessa vez não seria tão fácil, aliás, eu não cederia tão fácil. O restante do tempo nós não nos encontramos, apenas algumas mensagens de texto foram trocadas, até porque eu não queria que fosse tão doloroso como de fato estava sendo.
O dia do embarque chegou e meu coração martelava dentro do peito. Fui conduzida involuntariamente até o aeroporto. Encontrei com ele pela última vez. Beijei aqueles lábios pela última vez e tive que me conformar. Acompanhei-o em silêncio, sentindo até o último instante o estalar de seus dedos nervosos. Não sabia que era tão difícil dizer adeus. Adeus a todas as outras sensações que abdiquei ao ver você entrando naquela sala de embarque internacional, me “trocando” por programas sociais.  
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cmdc-blog1 · 10 years ago
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Capítulo 38
Eu tremia demais. Os controles dos meus membros corpóreos estavam fora de meu alcance. Procurei durante dias as câmeras escondidas, porque só assim para tudo fazer o menor sentido. Respirei fundo até checar três vezes se a porta estava realmente trancada. Respirei mais fundo ainda até adormecer.
Pesquisei o nome da Alice em todos os lugares possíveis e imagináveis da internet. Fui até a coordenação de intercâmbio. Pedi autorização e com uma responsável pela papelada dos alunos procurei por documentos, telefones, endereços de e-mail, e é como se ela não existisse. Perguntei sobre ela para os monitores, eles sabiam muito pouco sobre ela. Até que encontrei Zack na porta do meu dormitório. Ele abraçou-me com tanta força que ouvi meus ossos estalando. Conversamos. Tudo estava indo bem até ele tocar no assunto “Alice”. Pelo que ele disse, ela não era flor que se cheirasse. E que toda a situação criada pela minha nova e ex-companheira de quarto iria voltar aos trilhos no decorrer do restante das semanas, até ele avisar, ao se despedir, que sua passagem para o Brasil já estava marcada.
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cmdc-blog1 · 10 years ago
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Capítulo 37
Ouvi uma batida suave na porta. Na verdade duas. Dessa vez respirei fundo de verdade e abri a porta da maneira mais calma que eu encontrei. E a garota era... Era a garota que me viu beijando Zack na academia. Meu semblante desmontou. O dela idem. Ajudei com a mala e ela perguntou por que eu havia participado naquilo. Respondi que aquilo era de meses atrás e que não era confortável relembrar, ainda mais com a ilustre presença dela. Decidimos que deixaríamos aquilo enterrado, assim como esteve nos últimos meses, e que recomeçaríamos dali em diante.
Os dias voltaram a passar da maneira monótona de sempre. Alice me convidou para irmos à piscina aquecida depois das aulas. A temperatura já estava mais amena. Pensei que tudo estava bem entre nós, apenas engano meu.
Estávamos na piscina. Quietas. Até que eu virei de costas para prender o cabelo molhado e apenas sente um forte empurrão sob meus ombros. Ela não estava fazendo a mínima força e eu quase afogada ao som de “Blame”, sucesso local do Calvin Harris. Depois de segundos que pareceram milênios. Depois de a minha vida passar diante dos meus olhos, como um filme. E depois de falar mal dela via telepatia, eu voltei a respirar e a olhar ao redor. Só tinha eu ali!
Corri até o vestiário. Ninguém. Troquei de roupa, catei minhas coisas e fui resmungando até o quarto. Chegando lá... ninguém. Apenas um bilhete dizendo: “Só fiz isso porque o Zack te adora e não gostaria de um fim trágico, assim como o meu, envolvida com bandidos. Cuide-se, Alice.”.
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cmdc-blog1 · 10 years ago
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Capítulo 36
Havia seis meses que morava ali. Ninguém tentou sequer substituir a sorridente. Até eu perceber, num caloroso dia de Julho, uma carta debaixo da minha porta, bem cedo. Já estava acordada mesmo, não custava olhar o que dizia o papel. Por qualquer motivo minhas mãos já estavam frias e trêmulas. Era o aviso que minha nova companheira chegaria em 24 horas.
Respirei fundo. Respirei. RESPIREI NADA, como assim? Controla a droga do coração, criatura! Depois de longos dez minutos passados, consegui ler o nome da fulana: Alice.
As horas não passavam. O dia não foi produtivo. Eu só conseguia pensar que em menos de 24 horas eu iria reviver mais alguma história... era só disso que eu tinha total certeza.
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cmdc-blog1 · 10 years ago
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Capítulo 35
Poltrona B35. Vazia. Sem vizinho de poltronas. Poltrona B34, passagem comprada por quem? Zack. Passamos a viagem em silêncio, apenas nossos olhos conversavam. Ao desembarcar, andamos da mesma maneira do aeroporto. Impossível, porque até isso não havia mudado. Pedi no último segundo que ele se afastasse de mim por “n” motivos, e ele só assentiu, pegou sua bagagem e saiu andando rápido.
Será que eu estaria livre? Nunca quis tanto que desse e não desse certo uma coisa. Principalmente quando era ligado aos meus temerosos relacionamentos. Finalmente, teria sossego. Inclusive, não só eu, mas meu coração também. Finalmente e novamente.
Até porque três meses iriam passar sem que eu pudesse perceber.
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cmdc-blog1 · 10 years ago
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Capítulo 34
Caminhei o restante do percurso por sei lá mais quanto tempo, sem ter noção do que eu havia feito. “Droga!”, murmurei e chutei a primeira pedrinha que vi no meu caminho. Só me dei conta quando o porteiro do hotel pediu minha identificação. Entreguei e sorri amargamente. Esperei o elevador, olhei no espelho e meu batom vermelho estava todo borrado. Meu riso frouxo entrou em férias há uma hora. Ainda não acredito. Típico melodrama americano mesmo... ainda bem que quase deu tudo errado. Quase.
O restante da excursão passou despercebido. A cidade era mesmo maravilhosa, mas eu não deveria estar ali. Não tinha por que estar ali. Voltei o mais rápido possível para o hotel. Joguei tudo de qualquer jeito dentro da mala. Meu coração estalava nos meus ouvidos. Pendurei a bolsa no ombro e saí puxando a mala sem rumo. Mas antes, deixei um bilhete debaixo da porta do monitor. Acenei em sinal de adeus ao porteiro, o mesmo da noite anterior. Respirei fundo e procurei o primeiro táxi pronto para me levar até a rodoviária.
Esperei mais uma hora e meia até a saída do próximo ônibus e infelizmente alguém resolveu também que Washington não dava mais. Fingi que a situação anterior não havia acontecido. Fingi até que não o conhecia, mas foi impossível ao notar de soslaio que ele sorria quando olhava para mim. Ah, não! Isso de novo não. Borboletas se aquietem aí dentro do meu estômago. Joelhos, por favor, não fiquem bambos. Mãos, controlem a empolgação, inclusive o suor. Olhos, não brilhem. E lábios, não sorriam involuntariamente. Tudo nos conformes? Não, porque quando envolve alguém dessa forma, o controle é tudo o que mais faz falta.
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cmdc-blog1 · 10 years ago
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Capítulo 33
Era o Zack. Se eu, assim que percebi, peguei minhas coisas e fui embora? Com toda certeza não, até porque essa opção nem sequer passou pela minha alcoolizada mente. Já não tinha mais um pingo de vergonha na cara a essa altura do campeonato. Pendurei a bolsa no ombro e fui até a mesma do fulano, parecendo até uma desconhecida atirada. Assim que ele percebeu de fato quem era, fez cara de surpresa e levantou-se para puxar a cadeira pra mim. Além de cafajeste, ainda é cavalheiro? Então por que não ligou? Respira fundo, engole o questionamento e não perde o foco.
Ai, tá bom! Não perdi o foco até ele pegar na minha mão e me puxar... Me puxar para a pista de dança e depois para um lugar mais reservado, leia-se banheiro para deficientes. Juro que não ocorreu nada de indecente, eu estava sóbria, eu acho. Só uns beijos no estilo academia, no escuro.
Depois de toda essa situação bizarra, abri a porta. Passei na chapelaria, peguei meu casaco e continuei ouvindo passos atrás de mim. Ele achava que ia junto? Só podia ser brincadeira de mau gosto. “Ei... Vai me deixar sozinho aqui?” ele perguntou, como se não fosse óbvio. “Claro, do mesmo jeito que você me largou naquela maldita academia! Ah, cafajeste não tem espaço no meu mundo, então... Até mais.”, e sai andando da maneira mais descontraída que encontrei. Estava me sentindo nas passarelas do Victória’s Secret Fashion Show, mas na realidade eu estava andando toda largada e muito mais rápido que o considerado descontraído.
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cmdc-blog1 · 10 years ago
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Capítulo 32
Havia chegado ao hotel há poucas horas. Seis horas dentro de um ônibus, com uma parada na metade do trajeto. Estava exausta, mas não adiantaria nada ficar olhando para o teto tentando fazer com que minha frustração sumisse. Peguei o notebook dentro da bagagem de mão. Liguei-o. Pesquisei por “bares populares em Washington D.C.”.
É claro que eu fiquei pronta em quarenta minutos. É claro que passei quilos de base e corretivo para esconder as olheiras da minha frustração. E é claro que eu ainda esperava alguma coisa daquela noite. Improvável acontecer algum dos ideais que furtivamente imaginei, até porque eu era turista. Ou achava que era.
Cheguei ao tal bar. Deixei o casaco na chapelaria. Sentei em uma banqueta perto dos barmen. Solitária. Pedi um shot de tequila, sal e limão, por mais que eu odiasse aquela combinação ridícula. Entendi porque eu odiava aquilo... e quando virei para o lado esquerdo vi um rapaz me olhando atentamente. Ele nem piscava! E eu estava roxa de vergonha, sem sombra de dúvidas.
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cmdc-blog1 · 10 years ago
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Capítulo 31
A minha cara pasma demorou alguns dias para sumir totalmente. Até porque eu nem fiquei esperando a maldita da ligação. Imagina... Eu? Ligação? Claro que SIM! Passei três dias ouvindo o coração estalar no ouvido todas as vezes que o meu celular decidia avisar alguma nova mensagem. ERA MENSAGEM. Como eu sou idiota. Por que eu tinha caído nesse papinho ainda?
Superei, até porque eu estava de mãos atadas. Fingi que nada aconteceu. Decidi que iria a todos os pontos turísticos que eu havia visitado há anos. Voltei ao Metropolitan Museum. O silêncio que embalava as visitas era algo que me incomodava, mas tudo bem.
Num desses fins de semana, eu decidi que precisava conhecer outros lugares. Próxima parada: Washington D.C.
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cmdc-blog1 · 10 years ago
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Capítulo 30
O mês acabou e o que restava da minha felicidade desvairou-se. Acompanhei meu grupo favorito até o aeroporto e só restaram as doces lembranças do mês mais montanha russa da minha vida. Por enquanto ninguém tentou tomar o lugar da sorridente, mas a cada momento que passa, eu sinto que isso está com os dias contados.
Com toda solidão e a decepção, entrei em crise de novo. Evitei o horário de sempre da academia. Evitei tomar banho no banheiro feminino, por motivo de lotação, incluindo os banhos repentinos no vestiário masculino. Evitei até mesmo parar e pensar com calma em tudo isso.
Fazer tudo isso me fez bem até certo ponto. Meu desempenho em sala de aula só melhorou, o que me deu forças para continuar nessa loucura. Até que meu celular vibrou: ID desconhecido. Exatamente. Eu provavelmente fiz a mesma cara de interrogação que você está fazendo. Abri a mensagem de texto. Fiquei pasma, até porque não fazia O MENOR SENTIDO. Era do dito-cujo. “Desculpa pelo meu comportamento deplorável, quero te recompensar. Ligo mais tarde, ok?”. Esperei o horário de a aula acabar e finalmente tive meu momento, com razão, para o tão esperado surto. Primeiro: Como ele tinha meu número? Segundo: Como teve coragem? Terceiro: Prevejo mortes e, sem essa questão, para todos os efeitos, eu estava na TPM.
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cmdc-blog1 · 10 years ago
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Capítulo 29
Se você está cogitando minha dor de cotovelo, esquece, porque já passou. Ou eu acho que passou.
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