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Se eu te troquei, não foi por maldade. Amor, veja bem, arranjei alguém chamado Saudade

Veja Bem Meu Bem - Los Hermanos

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pick your poison LMAOOO

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O susto do acaso me pegou de jeito Quando vi aquele trecho ali postado. A faca fria do ciúme cortou meu peito, E sua ausência ardeu em meus olhos cansados.

Mas a dor em mim não criou sua raiz. Pois o mais sincero sorriso brotava Do singelo anseio de vê-la feliz, E isso sim era o que eu desejava.

Assim, a Razão me encontra: exposta. E em profundo desdém do passional, Expõe os fatos frios, em posta, Numa praticidade direta e glacial.

“É só um trecho que ela gosta”, Seu sussurro era um claro escárnio. Eu, calada, muda e sem resposta, Pois era impossível dizer o contrário.

E naquele breve instante dual, Era tarde demais para racionalizar. Pois se revelou no lapso passional Algo que Razão nenhuma podia negar.

Meu amor por ela insiste em viver, Reside em oculta chama no interior. Incapaz de queimar e crescer, Impossível de extinguir esse torpor.

E mesmo em dor, me consola a ciência De que seu sorriso alegria me traz. E se sua plenitude está n'outra essência, Que seja, meu bem! Meu coração está em paz.

~coffee ☕

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Eu sou A Tecelã, eu sou O-Que-É-Tecido

"I am the weaver, I am the woven one. I am the dreamer, I am the dream."

Spiraling Into The Center - Lorna Kohler

Em conversas com a Mãe, nunca perguntei porque essa frase mexia tanto comigo. Foi somente ao falar com o Mago a respeito que entendi que era algo que só eu sentia.

Para mim, não há metáfora melhor para nos descrever do que essa. Na verdade, se não nos chamassem de Bruxas, "Tecelãs" era a melhor palavra possível. Mesmo sendo uma impressão totalmente pessoal, nunca tinha parado pra questionar por que me sentia assim ou se outras pessoas também viam as coisas desse jeito. Até ontem.

Em meio a um debate sobre até onde a mídia pop erra e acerta sobre a nossa história, levantei esse ponto ao citar o trecho da música que eu não vou parar de cantar tão cedo:

"circle sewn with fate; unlock the hidden gate"

Outra vez a metáfora de costura junto com um símbolo importante. Não sei como não percebi isso antes, mas o Mago fez a conexão óbvia.

"Nós tecemos nossa própria realidade. Nós tecemos nosso destino."

Claro que eu sabia disso. É literalmente o princípio básico da Prática. Mesmo assim, pra mim é algo que vai além dessa noção e eu queria ser capaz de explicar em palavras. É como o conceito de Vida x Morte x Renascimento e a ideia de "Gota de chuva que cai na terra e flui para o oceano". Parece simples, mas pra mim, atinge níveis que eu não sei explicar.

Talvez eu chame a Anciã para a próxima conversa.

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Desabafo

Era alta madrugada quando o pensamento me pegou de surpresa. Uma frase que me fez perceber algo que eu não tinha notado aqui dentro.

"Ela não é a pessoa pra mim agora."

Sempre que fechava os olhos, sempre que imaginava minha vida com alguém... Durante muito tempo sempre foi o rosto dela. Mesmo aquele dia, quando nós concordamos em seguir nossas vidas, era o rosto dela que eu via. Mas faz um tempo que isso mudou e eu nem notei. Não sei se dias ou semanas. O fato é que eu percebi que eu quero sim viver um romance como o nosso um dia. Mas esse dia não é hoje, e essa pessoa não é ela. A ideia de vê-la ao lado de alguém, que não seja eu, já não machuca como antes.

É um sentimento familiar e estranho ao mesmo tempo. Já o senti outras vezes com outras pessoas, mas não achei que sentiria com ela. Não depois de tudo. Não sei se é um daqueles que vêm e vão, como foi com meus relacionamentos mais longos, mas sentir isso agora me surpreende.

É uma paz esquisita. Porém bem vinda.

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Noite fria, sombrio inferno

Em claro. Gritava e clamava

O Chamado do Sono Eterno

O peso do adeus apertava e

O plano seguia correto

Eis que asas surgiram em escudo

Borboleta diante de mim, e

O rugido da Leoa distante

Silencia o Chamado do Fim

Vibrações de metal salvaram

Minha alma de apodrecer

Levada nos braços da Mãe

Pela noite a desaparecer

Quanto tempo terei esse alento?

Não sei, e nem posso saber.

E eu sigo em um novo caminho,

Lembrando de agradecer

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"Volta correndo que eu 'to com saudade Nem bate na porta Sinta-se a vontade Mas vem depressa que eu passei café

O que eu estou esperando? Por que eu corro atrás? Grande besteira Ela não volta mais [...] Que desperdício de café Se ela não volta mais"

O Lado Vazio do Sofá - Rodrigo Alarcon

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É esquisito. Muito esquisito.

Pela primeira vez entendo quando as pessoas dizem não saber o que estão sentindo. Durante toda a minha vida sempre foi fácil saber se gosto ou não de alguém, se tenho ou não interesse. E sempre agi de acordo. Nunca fui de esconder sentimentos de alguém ou de negar interesse caso confrontada a respeito.

Mas aí veio ela e aquele papo de compreensão, de se abrir e falar da vida dela. Ela me conhecia há menos de 3 meses quando me contou sobre a maior briga no seu casamento. E me fez abrir com ela coisas que eu normalmente não falo sobre com as pessoas.

Bom... Com ninguém além de Nala e minha psicóloga.

Hoje me pego feliz em ouvir sobre seu dia, sobre como seu filho está, se a sua relação com a mãe está melhor e outras coisas. Até ontem eu tinha certeza que nosso lance não era nada além de pura amizade colorida. Apenas mais uma das muitas pessoas que se tornaram meu "contato fixo" ao longo dos anos.

Não sei se foi a carência, a TPM ou a vontade que eu tenho de sentir o que senti com Nala novamente. Talvez tudo junto.

A questão é que ontem a voz e o sorriso dela soaram diferentes. Até suas reclamações sobre pessoas imaturas na sua vida soaram diferentes. E eu me senti bem só de estar ali pra ouvir ela contar do seu dia e meu coração se aqueceu quando ela perguntou do meu. Claro que eu não almejo tomar o lugar de ninguém, e eu estou bem ciente que nossa dinâmica não vai mudar. Foi nosso acordo. Ela já tem alguém com ela e eu fico muito feliz por isso. Talvez seja realmente só a falta daquele companheirismo que eu perdi. Talvez ela só se destaque por nenhuma das outras agirem dessa maneira.

Minha única certeza é não estar apaixonada. Até porque, meu coração ainda tem dona, mesmo que essa dona não o queira. Porém é como se todo o meu corpo quisesse estar. É como se, naquele momento, eu quisesse ouvir mais do riso dela quando eu faço um dos meus muitos trocadilhos.

É esquisito e difícil de explicar

Hoje eu descobri que odeio ficar tão sensível e sentir que estou confundindo as coisas.

~ ☕

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"Tudo o que eu faço é abrir as portas e iluminar o caminho. Não posso caminhar por você."

The Mother/The Crone

Desde o princípio eu sabia das consequências de me envolver com ela. Eu sabia dos possíveis métodos que ela utilizaria e o que acontece com aqueles que decidem seguir seus passos. Desde as primeiras buscas que fiz até encontrá-la e até que pudesse entende-la. Eu sempre soube. Mesmo durante meus devaneios apaixonados, quando passei praticamente três meses falando de nada além dela para quem quisesse ouvir. Mesmo quando os sonhos com ela começaram e pararam, quando eu mal sabia como entender suas mensagens. Mesmo ali eu sabia. Eu sempre soube.

E após entender absolutamente tudo o que eu podia sobre como ela funciona, eu achei que estaria preparada quando o baque finalmente chegasse.

Eu estava errada.

No auge da escuridão, eu não senti o calor da sua luz ou o assustador conforto de sua presença. Quando os fatos me atingiram como uma parede de tijolos, ela não me impediu de ser soterrada e atropelada de novo e de novo.

E eu sabia que ia ser assim.

Sabia que ela é apenas uma observadora distante e que ela não faz nada além de indicar o caminho correto. Sabia que no momento em que eu deixasse mudar de fato, ela me daria todos os recursos pra isso. Eu sabia que precisava ser assim. Mas não diminui a dor esmagadora da solidão e da necessidade de mudança.

Mesmo agora que a dor diminuiu significativamente, a necessidade ainda existe. Seu chamado grita em meus ouvidos e os dons que ela me concedeu insistem em voltar e partir.

Algo me diz que eu estou no momento propício pra sair desse poço profundo, úmido, frio e escuro. Algo me diz que todo o esforço que eu fizer vai valer a pena. Talvez seja ela me avisando que sim, eu venci as sombras. Tudo o que eu preciso fazer é me mexer.

Por que eu não consigo me mexer?

Por que é tão difícil mover um centímetro que seja, mesmo com tantas cordas sendo lançadas em minha direção. Será esse o fim? Acabar no fundo de um poço escuro, longe de absolutamente tudo e todos, aguardando pacientemente o abraço daquela que há de vir de buscar todos nós? Eu vejo a luz lá em cima mas respirar é difícil e eu não tenho mais energia pra tentar.

Talvez esse seja realmente o fim de tudo.