conquantos
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conquanto
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conj. 1. introduz uma oração subordinada que contém a afirmação de um fato contrário ao da afirmação contida na oração principal, mas que não é suficiente para anular este último; embora, se bem que, não obstante.
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conquantos · 9 months ago
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sexta feira 13
tem sangue pela casa nas paredes no ar pulsando
- literalmente
raspo com a unha a lembrança encarnada na parede branca de quando um dedo duro encontrou uma lâmina macia pelo jeito algumas gotas escaparam da bucha e ânsia de ascepsia
o cheiro férreo ocupa o espaço que umidade deixou me lembrando da inútil tentativa de ser ecologicamente correta a serra queima enquanto esfrego os absorventes de pano e a calcinha que não irão contribuir com a ruína do mundo só dá minha
e o pulso ainda pulsa mas custa acretidar que teve um tempo que achei que dava não tem dado ainda que os dados apontem o caminho a ser caminhado quebrei meu dedinho e não vou à lugar nenhum sem passo em falso faço então o que dá que é esfregar constante a parede o pano o sangue
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conquantos · 1 year ago
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manha
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conquantos · 1 year ago
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km 56
Me espera Que meu tempo vai à cascos carregado em pequenos bicos apoiado em pequenas patas.
Me espera Que as horas tem seus jarros, os minutos pequenos vidros e as razões tem tantas casas.
Mas, me espera Que meu desejo verte em água que abro espaço a fio de faca e chance é feito fumaça…
Me espera Me inspira Me falta
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conquantos · 1 year ago
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conquantos · 2 years ago
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junho
eu tenho uma tradição de chorar de trancinhas.
na terceira série eu cheguei linda na festinha da escola - tinha blush nos bochechas e lápis no olho. eu estava orgulhosa de estar tão arrumada. eu não gostava da minha turma, tinha mudado da manhã pra tarde e com esse pessoal novo tinha que pedir pra brincar, pedir pra lanchar junto, eu achava estranho… mas lá estava eu, fofa e com a coreografia ensaiada. numas tantas, saí pra passear pela escola, e sentei num dos meus lugares favoritos, um ponto específico de um morro, que tinha um toco de árvore confortável. a escola era grande e eu nem escutava mais a festa. quando voltei minha dança já tinha acontecido. eu fiquei desesperada, era uma aluna dedicada e artística e minha mãe, bom, minha mãe devia estar brava e decepcionada. ela estava. chorei muito e me senti culpada de estar no meu 'mundo da lua' e de ter feito besteira, ter esquecido da vida. acontece que essa culpa me acompanhou por muito, mas muito mais tempo do que devia. mas muito mesmo.
só recentemente eu entendi, e pedi desculpa pra essa euzinha caipira, por ter culpado ela por estar de boa, por ser tranquila e feliz e não querer dançar com a turma que não era muito legal.
e eu escrevo isso chorando. porque na minha rua está rolando uma festa junina comunitária, coisa linda. no meio de são paulo, uma festinha com mesa de quitutes partilhados, daquelas que cada um trouxe algo, tem barraquinha de pesca e fogueira. tem quentão pra geral também. quando mudamos pra essa rua, a promessa de festa junina tava lá, na figura de umas bandeirinhas meio desbotadas. mas o próximo junho foi de pandemia. e esse é meu último aqui. sexta-feira me mudo, pra outra cidade, outra organização de vida. mas é uma mudança agridoce. sozinha com meu quentão na rua, percebi o quanto queria fazer parte de uma comunidade assim, do quanto acho lindo essa vida cosmopolita e humana ao mesmo tempo. mas percebi também que, como minha turma do terceiro ano, eu talvez precisasse pedir pra lanchar junto. tentei puxar uns assuntos, mas só tive sucesso com as crianças. são paulo exacerba muito qualquer solidão. mesmo na festinha comunitária.
estou me mudando pra perto de amigos, de família, de rede de apoio. mas longe das possibilidades que surgem de repente, como aqui. que simbólica essa festa - o ideal da rua bacana, rua de bairro no meio do caos, diversa, cultural e a realidade aquecida ali do lado da fogueira, eu sozinha, achando tudo lindo e tocante e triste.
e aí eu choro de trancinhas de novo.
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conquantos · 2 years ago
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mauri
te ver de perto me lembrou do tudo que fui, sendo tanto, e do tão pouco que agora ando que danço que abraço que sou
teus braços se lembram lamento se eu não sei bem o que sobrou
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conquantos · 3 years ago
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nowadays, a bit less love, a lot more rage.
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conquantos · 3 years ago
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Antes de se ver o brilho sente-se o cheiro da brancura do piso Lustra móveis e limpeza Senta-se à mesa, tudo muito bem servido Fartura e bolo quente Tem gosto de sol no café com leite e na canoa de pão com manteiga Que carrega azia e acolhimento
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conquantos · 3 years ago
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ex
em cada canto há um pouco dela não que a conheça, mas a reconheço em cada ausência que teu olhar repara. ouço seu nome de índia escorrer tão doce dos teus lábios que me água a boca. tudo aqui foi feito a seu gosto, cada ângulo proposto, cada pedaço do que me aconchega. enquadrada na entrada tudo a aguarda. me ressinto, por vezes. noutras, na tua distância, me faz companhia. tanto aqui está que sinto como se eu pudesse confiar: talvez você me deixe ela nunca mais vai me deixar
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conquantos · 3 years ago
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conquantos · 4 years ago
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flor de mato me lembra bem aconchego dá quem tem
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conquantos · 4 years ago
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poema inacabado pré-sono n.3
como pode teu futuro passar assim perto tão grande, solene, sólido. e passar.
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conquantos · 4 years ago
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poema inacabado pré-sono n.2
que pena tanto ensaio e nenhum show o corpo de baile afiado a musica que começou mas você, você não quis dançar
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conquantos · 4 years ago
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poema inacabado pré-sono n.1
que pena era tanto amor que me escorria que nele se assomaram ilhas sem poder ser tua me fiz poesia bordei minhas dores brandei meus humores não me senti mais vazia
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conquantos · 4 years ago
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deveria
o universo não conspira o mundo gira, em versos, e de certo nem suspira nos tombos e tropeços de cada vida que habita a infinita possibilidade improvável da existência
esqueça essa ânsia
a vida não te deve nada você deve à você vida
                             n. s.
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conquantos · 5 years ago
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caso
não me nego, mas navego no rio que passa e passo incólume. eu acho. não me calo, e calejada verso sobre só o que peço, que é tudo ou nada? não me contento e tento, eu juro que tento, não amargar e por isso adoço, amoleço e ouço o que não devia escutar.
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conquantos · 6 years ago
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me deixa
nem tudo que se escreve é forte as vezes é só desalinho as vezes é seta no peito as vezes é barulhinho
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