heart so full, i know i'll break it if i fall and hit the pavement, i'm looking down, my head is racing, scared of all these dreams i'm chasing. i'm on the edge, like i said, i've never been better.
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lexiwilscn:
Tenso. Cada pedacinho de seu corpo parecia estar completamente tenso. Há pouco tempo estava sozinha - sem ver ou falar com ninguém há anos. De repente, estava com Robin, que apesar de ter um jeito diferente do seu, parecia alguém que ela poderia confiar a longo prazo - talvez já estivesse cedendo e confiando desde agora. Mas agora estava tendo que lidar com mais duas pessoas, mais dois homens. Depois de tudo que havia passado nos últimos anos de vida de seu grupo de aliados, não podia ser tão surpreendente assim que estivesse com medo, com receio e com dificuldade de falar, de se aproximar. Robin era a dona da casa, não havia mal nenhum em se afastar um pouco e esperar para se aproximar. Precisava tomar confiança aos poucos. Quando adentrou a sala, foi tão silenciosa quanto um felino, com os olhos atentos nos movimentos de um dos homens - o menor deles. Observou a forma como ele mexia em suas coisas, mapas. Não fazia ideia da última vez que vira um mapa ou qualquer coisa assim. Alexandra vinha vivendo na base da sobrevivência, sem qualquer mecanismos. Havia até mesmo demorado para descobrir sobre a Tower e também sobre onde estava exatamente. Foram anos e anos andando, e andando, sem muito rumo, sem muita certeza. Apenas esperava pela salvação: sabia que ela viria naquele ano, era a única certeza que tinha. Foi em um suspiro mais alto que achava ter sido notada, uma vez que o rosto masculino virou-se para si e automaticamente Lexi deu um passo para o lado, como se buscasse evitar os olhos.
Ouviu a aprensentação e respondeu-a mentalmente. Eu sou a Alexandra. Você sempre tem essa ruga na testa ou é porque você está concentrado? Você é tão inteligente quanto parece? Eu te desculpo, mas tem razão, nem todas as pessoas parecem ter sido mandadas por Deus. E nem todos os mandados por Deus são bons também. Mas você parece normal. Ficou em silêncio alguns segundos, porém, como se esperasse que ele lhe respondesse de volta. Mas esqueceu-se que, diferente do que é viver sozinha e conversar consigo mesma, ela não podia apenas falar e responder mentalmente, precisava dizer em voz alta. Precisasava interagir. Não podia simplesmente olhar e esperar que ele entedesse. Lexi ainda estava voltando a se acostumar com a própria voz, quando ela soou na sala de Robin. “Meu nome é Alexandra” ela analisou o rosto dele por alguns segundos “Você nos assustou. Não sei se pela forma bruta que chegou ou pelo cheiro.” ela era mais sincera do que devia e culpava isso pelos últimos anos sem conviver com nenhum humano. Engoliu em seco. “Você também está esperando o retorno D’ele?” perguntou, apontando pro céu. Queria dizer Jesus. Mas logo abaixou o rosto, não sabia se devia perguntar. E se ouvisse algo que não queria ouvir. “Você tem uma ruga.” ela tocou a própria testa, entre as sobrancelhas, sinalizando onde ele tinha.
“alexandra”, river repetiu mentalmente, como numa forma de gravar o nome e as feições de um rosto que parecia querer evitá-lo. a desconfiança e a resguarda pareciam gritar mais alto que a fragilidade quando a analisava, mas ainda era menos reativa do que robin, o que de certa forma deixava-o um pouco menos preocupado, embora igualmente cuidadoso. “bem, obrigado por nos receber também, alexandra.” afirmou com a cabeça apenas uma vez, em sinal de consideração. sabido que ela também era moradora da casa, agradecê-la por permitir sua estadia lá era o mínimo que deveria fazer. cautela. era necessário manter a distância respeitosa mesmo em suas palavras, para que fosse ela a responsável por aproximar-se, tanto física quanto socialmente. estudar as pessoas ajudava river a lidar com elas, principalmente nos momentos em que se sentia mais nervoso – ironicamente, na maior parte dos momentos em sua vida. não seria diferente com a mulher, independente de quanto tempo levaria pra ir embora dali. queria, pelo menos, não fazer inimigos por onde caminhasse. um riso baixo e surpreendentemente genuíno foi solto pelo corenswet ao que ouviu as palavras críticas da outra. se sentiria ofendido se não fosse verdade; não é todo dia que dois homens aparecem fugidos e sujos literalmente do meio do nada, já que a casa ficava afastada de muitos lugares atualmente civilizados ou repletos de drones. “eu imagino. foram pouco mais de seis horas correndo até um lugar seguro e um desvio que fomos obrigados a fazer na floresta, porque o acesso é um pouco mais difícil para os drones e, bem, outras pessoas mal intencionadas.” explicou, num pequeno sorriso fraco. “nossa condição realmente não teria como ser das melhores. ter encontrado vocês aqui foi a variável que tornou possível a nossa sobrevivência, de certa forma.” olhando brevemente para seus mapas novamente, checou mais uma vez se tudo estava em boas condições. a pergunta de alexandra fez com que river a encarasse mais uma vez. piscou duas vezes, apertando levemente os lábios ao buscar a forma mais delicada de dizer a ela que não acreditava em deus algum. inspirando discretamente, o moreno abriu a boca, em dois segundos pondo-se a responder. “eu não sou um homem de fé. na realidade, eu não... não acho que exista algo como Ele. acredito que existam outras formas de vida além do que já existe no planeta, assim como acredito na evolução delas, mas não em algo como alguma divindade.” explicou, da forma mais gentil que encontrara. do jeito que alexandra demonstrara ter fé e respeito pelo divino apenas agindo daquela forma, jamais argumentaria sobre a religião ter sido criada para ser uma forma de controle e doutrinação dos seres humanos como faria com qualquer outra pessoa mais impositiva na tower. a linguagem corporal dela também indicava que era um assunto delicado. “mas acredito que jesus cristo existiu, de fato, em determinado momento da história. e que, definitivamente, foi um bom homem e um bom exemplo da base do que um ser humano deveria ser.” comentou, pensando se sua opinião realmente faria diferença para a loira. seguir algumas diretrizes básicas dos ensinamentos de jesus para river era, no mínimo, básico para ser considerado um ser humano racional. “você pensa muito sobre isso? sobre a volta dele.” embora a crença tão contrária à sua, river ainda sentiu vontade de saber. dessa forma, talvez a entendesse melhor. ainda assim, o comentário que ela utilizara para mudar de assunto fizera com que o corenswet automaticamente levasse os dedos até a testa, de forma que também tocasse as linhas de expressão cedo formadas na tez clara, tomando consciência de que elas estavam ali e distraindo-se do cerne da conversa. river sorriu breve, ligeiramente divertido pela lembrança. “ah, acontece de elas aparecerem em alguns momentos. geralmente quando penso bastante, quando estou assustado, ou surpreso, ou... bem, só de levantar as sobrancelhas. à essa altura do campeonato, já estou acostumado com elas aparecendo o tempo inteiro aos vinte e sete. herança do meu pai. pelo visto ele me deixou algo assim além da preocupação.”
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river caminhava pelos corredores acinzentados como quem o faria de olhos fechados. não somente devido ao fato de viver ali desde o início da pandemia, mas também porque o corenswet tinha um ótimo senso de direção. bem, se não tivesse, provavelmente não seria bom em nada realmente, então fazia questão de manter-se atualizado e focado nos estudos aos quais tinha acesso; incluindo, claro, a planta da tower. ele mantinha os olhos ocupados enquanto buscava equívocos nas provas de seus alunos mais novos, na faixa dos oito aos doze anos. era engraçado como “crianças” e “river” eram substantivos quase irrelacionáveis antes de começar a dar aulas pra eles e, hoje, passar um tempo com o pequeno grupo de certa forma era um dos momentos que mais lhe traziam diversão durante o dia. havia acabado de soltar um riso baixo e soprado ao ler uma resposta criativa na seção de história quando seus reflexos captaram uma movimentação a frente. os cabelos claros e avermelhados de amelia – apesar de consideravelmente comum dentre as mulheres na tower – nunca passavam desapercebidos pelos olhos castanhos do jovem, muito embora ele não figurasse bem o porquê. ela já vivia lá há meses, ele mesmo havia apresentado toda a comunidade a ela, e mesmo assim, a ruiva ainda permanecia sendo um ponto de interrogação gritante o qual o corenswet jamais poderia ignorar – e, apesar de frequentemente river detestar perguntas sem respostas, ele fielmente mantinha as sobre ela em sua mente. amelia nunca parecia deixar ninguém se aproximar. river estava começando a pensar que talvez fosse esse o motivo de querê-lo tanto. “amelia?” o tom fingia a dúvida somente em prol da cordialidade. o olhar curioso do moreno a acompanhava, encarando-a assim que a teve totalmente de frente para si. deu um pequeno sorriso fechado com a saudação, acompanhado de um leve acenar, para então aproximar-se aos poucos. “bem, por algum motivo, mentiram pra você.” o rapaz arqueou uma sobrancelha, parcialmente considerando engraçado e parcialmente criando curiosidade sobre o benefício de darem uma informação falsa para a mulher. “eu nem o vi ainda. meu pai deve estar mais ocupado que eu essa manhã, ele deve estar cumprindo uma agenda de aula com os adolescentes.” river revisitava a própria memória, seu pai até mesmo havia acordado e saído mais cedo que ele. “eu fiquei encarregado das crianças hoje.” ilustrou o equívoco na informação que a mais baixa recebera ao brevemente levantar as provas na canhota, sorrindo meio sem jeito. com amelia era um pouco assim. às vezes, ele precisava procurar as palavras certas pra usar e não transformar o assunto em um limbo de afirmações as quais ela não tinha interesse. sentia-se consideravelmente incomodado com isso. queria conversar com ela. “mas e você? o que está fazendo nesse andar? aqui é onde geralmente ocorre as aulas dos pré-adolescentes e a recreação. bem, o que era pra ser a recreação. acho que eles devem estar meio cansados de criar e contar histórias comigo.”
♠ nobody is lost
Amelia odiava se perder, ainda mais dentro de um local em que vivia há mais de seis meses. Durante esse período, evitava ao máximo pedir ajuda dos antigos moradores e detestava se sentir dependente de outra pessoa para conseguir se locomover. No entanto, por mais que se esforçasse em decorar todos os caminhos, a Torre ainda carregava traços de um labirinto cínico, que enganava os viajantes justamente quando esses acreditavam tem entendido a lógica do espaço. “Fuck…”, soltou baixinho, ao virar à direita e perceber que era um corredor sem saída, com uma única porta ao fundo. Estava prestes a se virar e recomeçar sua tentativa de voltar à biblioteca quando viu River saindo justamente da porta na sua frente. Tentou virar no corredor o mais rápido possível para escapar dali antes que ele a visse. Não queria ter que admitir estar perdida, mas precisou parar quando ouviu o próprio nome. “Great”, disse em um murmúrio, fechando os olhos e respirando fundo antes de se virar para ele. “River!”, tentou colocar animação na voz, enquanto forçava um sorriso de simpatia, “que curioso te encontrar aqui. Tinham me dito que você tinha saído para fazer alguma coisa com seu pai”. @corcnswet
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afternoon, morrison, with @lexiwilscn;
river há pouco havia saído de um banho, o qual só não lavara seus pensamentos ralo abaixo. ainda não havia sinal nenhum de seu pai, mesmo que houvesse atravessado a floresta com malcolm, desesperadamente procurando alguma pista de seu paradeiro enquanto preocupavam-se em ficarem vivos. muito conversara com o professor sobre telluride. o jovem corenswet sempre deixara muito claro o seu intuito de algum dia chegar lá, e essa pequena obsessão após muito estudo lhe rendera frutos, os quais acabou compartilhando com michael semanas antes do ocorrido do dia anterior. logo, tinha esperança de que, de alguma forma, seu pai tivesse se lembrado da rota que passara meses ajustando no mapa com cada informação que chegava sobre as regiões atravessadas até a cidade, que virara um tabu para a população da tower. ele precisava estar indo lá.
ainda que preocupações assolassem sua cabeça, river ainda tinha que lidar com suas necessidades básicas, como comer e dormir – afinal, estava há quase vinte e oito horas sem dormir e correndo há quase seis horas com apenas o almoço do dia anterior no estômago. há pouco havia se alimentado com comida de verdade – graças à robin, a qual river nem sabia como realmente havia os recebido em sua casa depois da forma como se encontraram –, já ali percebendo a diferença da alimentação fracionada na tower. não fazia ideia de quanto tempo levara pra trazer uma folha de alface até a boca novamente. em meio aos próprios pensamentos, checava a própria mochila e seus mapas cheios de anotações, para revisar as rotas com mais calma. estava concentrado quando sentiu a presença de mais alguém na sala. pensou ser a dona da casa, mas surpreendeu-se ao virar e ver outra mulher ali, aparentemente receosa de se aproximar. não moveu-se muito, sentindo as orelhas esquentarem pelo leve desconforto e a falta de jeito com pessoas novas em sua frente. sentiu-se na escola novamente. ele ainda não havia conversado com ela, nem sabia quem ela era. devia falar algo, certo? não queria incomodá-la tampouco, mas ficar em silêncio parecia pior. “hm, oi. eu sou o river, o hóspede temporário da robin que veio com o gigante.” o moreno deu um sorriso ligeiro pela breve piada sem graça, enquanto ela parecia estudá-lo. ele apertou os lábios levemente um contra o outro, em um outro curvar, tentando parecer simpático e, quem sabe, deixá-la mais à vontade. “ oh, é, eu... peço desculpas por surpreender vocês desse jeito. quer dizer, deve ter sido um susto. pensei sobre isso depois que as coisas se acalmaram um pouco lá fora com ela. nem todo mundo que aparece aqui deve vir em paz. algumas pessoas podem ser... você sabe, ruins.”
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estavam buscando um abrigo provisório longe de denver já há algumas horas. apesar de claramente não estar curtindo muito a companhia do corenswet, eles tinham um plano, e malcolm parecia saber muitos caminhos para evitar chamar a atenção de drones, como se conhecesse as rotas que deveriam pegar pra não correrem o risco de serem atacados. tomando o caminho da reserva, como o jovem havia estudado, sairiam morrison, onde pensou que talvez pudessem conseguir ter uma pausa pra comer e descansar das cinco horas da tensa caminhada. só não esperavam que iriam encontrar gente viva dentro da estrutura que haviam acabado de encontrar. o moreno deu passos para trás, surpreendido pela forma com a qual a morena mirara diretamente em @malcolmdaviss. os olhos atentos nervosos pelo momento de desconforto e perigo trocavam de foco em segundos, hora fitando a figura feminina, hora voltando ao davis. não sabia se realmente devia falar algo, ou se deixava o mais alto resolver, encontrando-se em uma posição crítica. pelo amor de deus, já tinha a tower e os drones atrás deles, seria possível que fizessem mais inimigos? levantou as mãos. “calma! nós não-... nós não viemos saquear nada. a arma dele é só pra gente se defender. podemos todos abaixar as armas, não?” river pensou que ela já devia ter ouvido o mesmo papo dezenas de vezes por sua reação. mas tudo o que tinha para se defender e ficar longe de problemas eram suas palavras.
Antes de morrer, Carter deixara diversas armadilhas, câmeras e alarmes ao redor da propriedade, assegurando-se de que nenhum ser vivo se aproximaria sem o conhecimento de quem quer que estivesse na casa. Geralmente apenas animais passavam por lá, no entanto, naquela manhã, Robin foi surpreendida por dois homens bastante próximos do estábulo. Droga. Não estava mais sozinha, contudo, duvidava que Lexi conseguiria resistir a eles caso necessário. Robin pegou seu arco e aljava e saiu pela porta da frente, a fim de pegá-los por detrás. "Abaixem as armas ou nós atiramos!" anunciou, enquanto mirava sua flecha na cabeça do maior deles. Claro, uma mulher nunca deveria assumir que estava só diante de estranhos.
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THE TOWER, 2AM with @malcolmdaviss;
river nunca precisara pensar tanto e tão rápido na vida.
não só pensar, mas agir também. não podia ser. seu pai deveria ter um plano. ele precisava ter um plano. ele não se entregaria dessa forma apenas para salvar as outras pessoas. recusava-se a acreditar nisso. tendo lido o documento há poucas horas – imediatamente após o pedido de michael no momento em que fora levado em missão –, river fragmentava seu raciocínio em dezenas de processos. avisar os alunos que conseguisse. juntar as coisas importantes dentro do quarto. abastecer a mochila com mantimentos. ir à sala de armas. fugir da tower e recuperar seu pai a tempo de salvá-lo. mas pra onde exatamente haviam o levado? pra que parte da floresta as pessoas estavam sendo levadas? as perguntas invadiam sua mente a medida em que tentava racionalizar suas ações e responsabilidades. nem mesmo conseguiria avisar todo mundo – seu nome na lista para a próxima leva de convocados diminuía seu tempo drasticamente –, como daria conta de planejar uma fuga em massa? mal sabia se conseguiria salvar a si mesmo, ainda mais depois que descobrissem que o responsável por espalhar a informação dentro da colônia havia sido ele. enquanto seus passos inconscientemente tornavam-se mais rápidos na calada de noite, ele rumava para sua última parada do dia. só conseguira o cartão para abrir a sala de armas no último turno da noite porque o responsável era um aluno de seu pai, o qual saíra avisado de lá, liberando sua passagem. com pressa, o corenswet colocava na grande mochila e nos bolsos o que podia, confuso com as tantas armas disponíveis. ele nem mesmo sabia atirar. sentia suor escorrer por sua testa ao concentrar-se em tentar escolher os itens certos quando ouviu a porta. imediatamente virou-se, de forma instintiva, com uma faca de caça na mão, tremendo no aperto nervoso do jovem. estava fodido. era malcolm davis. river não fazia ideia se ele sabia do que estava acontecendo ou se estava no meio daquela loucura toda. agora nem mesmo sabia se sairia vivo dali. “pra trás! por favor. eu não quero machucar ninguém, malcolm, é sério. eu só quero sair. não posso ficar na tower. eu preciso achar meu pai.”
“eu juro que só vamos desaparecer. não vamos causar problemas. só me deixa passar dessa vez.”
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alerta de sobrevivente. avistamos RIVER MICHAEL EVANS CORENSWET subindo a colina em busca do olympus. pelo que sabemos até agora, possui 27 ANOS e veio de ENGLEWOOD/COLORADO. algumas fontes dizem que antes da pandemia era ESTUDANTE, mas agora é FUGITIVO. é incrível como se parece com DYLAN O’BRIEN.
com vinte e sete anos hoje, river nunca imaginou que sua vida adulta seria marcada pelo enclausuramento sufocante e ditatorial vivido dentro da tower.
nascido e crescido em uma pequena cidade, nunca vira muito futuro para si em englewood. não por achar que era melhor do que todos ao seu redor ou que a cidadela fosse realmente pequena demais para seus sonhos, mas sim porque nunca realmente encontrara um lugar para si ali. não na sua rua, ou sua vizinhança, ou sei bairro. não se encaixava lá porque não era interessante pra ninguém, e porque além das boas notas, em nada se destacava a não ser pelo fato de ser filho da conselheira discente de sua escola. sempre fora o tipo de adolescente que passava despercebido por onde andava, às vezes sendo até evitado pelos outros alunos, devido ao cargo da mãe. naturalmente quieto e observador desde pequeno, além dos pais como companhia tinha os livros e uma facilidade notável para análises e mapeamentos, o que rapidamente o fez criar uma paixão pelas humanas – especialmente geografia, geopolítica e história. infelizmente, não eram muitos os colegas que dividiam o mesmo interesse, principalmente no colegial, onde havia tanto para descobrirem sobre si mesmos e se experimentarem. mesmo não sendo ou se tornando um, river foi criado por adultos intelectuais, falando coisas de adultos intelectuais e convivendo com outros adultos intelectuais – fossem alunos universitários de seu pai, que também era professor na universidade de denver, ou amigos próximos da família envolvidos no meio.
mas estava bem com isso. ter poucos amigos. ele não precisava ter mais do que um ou dois desde que estes fosse moralmente aceitáveis e minimamente maduros pra não se deixarem levar por problemas e dramas adolescentes os quais jamais tivera paciência para se envolver. river sempre pensara mais no futuro do que no presente, coisa que o fez passar por um amadurecimento precoce que encurtou seus anos de experiência de vida na escola, esperando por um momento de libertação que, apesar de tão sonhado, nunca viria a ser realizado: viajar pelo mundo. aproveitava o próprio foco em seus objetivos para ter mais tempo pros trabalhos de meio período e funções que lhe ajudassem a juntar dinheiro, já que queria visitar um país atrás do outro. estava tão compenetrado na ideia que ignorou boa parte do crescimento e desenvolvimento natural de um ser humano sociável que convive com pessoas da própria idade, limitando-se a pequenos encontros com seu par de amigos da escola, e nunca realmente os acompanhando em festas, ou festivais, ou qualquer coisa que lhe tomasse seu precioso tempo e considerasse besteira. tal comportamento despertou um efeito colateral do crescimento acelerado, tornando river um rapaz consideravelmente prepotente e questionador, muito baseado em seus próprios conceitos de como as coisas erradas eram e do que as certas deveriam ser. ele estava virando a cópia de seu pai, embora este obviamente fosse muito mais sábio e experiente.
michael, por sua vez, apesar do orgulho de seu primeiro e único filho preocupava-se com o fato dele ser muito jovem para viver como um velho rabugento tal como ele próprio era. ele e river sempre foram extremamente apegados um ao outro. talvez pelo fato de que lenora houvesse lutado muito para ter seu único filho – tendo o garoto sido planejado desde os primórdios, mesmo com os problemas para engravidar –, o único sonho de michael era viver em paz com sua família até o momento que river pusesse os pés pra fora de casa para desbravar o mundo que tanto sonhava, o que, de fato, certamente consideraria um grande golpe em seu coração quando acontecesse. chegara a desejar que isso nunca acontecesse, então arrependeu-se muito quando tanto denver quanto englewood foram tomadas por drones. sentiu como se a prece houvesse sido ouvida de um jeito muito deturpado.
quinze de março. river estava na escola quando os primeiros drones arrebentaram e ultrapassaram os portões. em meio ao caos e ao horror dos ataques, várias vezes paralisara diante a morte e o despertar de tantos antes do corpo lembra-lo de que precisava correr pra longe também, enquanto ainda havia tempo de escapar sem grande estardalhaço, afinal, apesar do pouco talento para lutar, o instinto de sobrevivência em mostrou-se muito grande. a ligação da mãe avisando-o de que deveria correr para o pátio fora atendida em um momento de lucidez. o plano era saírem de lá dentro de um dos ônibus escolares, então lenora esperou o filho com o coração saindo pela boca em meio ao desespero silencioso dos adolescentes resgatados e escondidos dentro do transporte, para que não chamassem atenção. river finalmente alcançou as portas de saída para o pátio, mas não sozinho. em seu encalço, a morte corria muito mais do que as pernas do corenswet poderiam aguentar, e quando lenora percebeu que seu único filho não conseguiria sozinho, fez o que achou que uma mãe deveria fazer pelo ser vivo mais importante e amado em sua vida: trocou a dela pela dele. correndo em direção ao drone, passou por river como um raio, jogando-se em cima do corpo violento e ensanguentado para que seu filho embarcasse em segurança.
o choque, o sofrimento e o horror do adolescente foram estilhaçados pelas palavras firmes e doloridas da mãe, que desesperadamente o mandara partir e salvar as outras crianças enquanto ela pudesse segurar. river lembraria desse momento para sempre. como fora a ordem mais dolorosa que já seguira na vida. entrara em modo automático logo depois disso, tentando dirigir até o local mais seguro que imaginara: a universidade onde o pai trabalhava. apesar de denver não estar em condições tão melhores do que englewood, ele e os outros vinte alunos teriam mais segurança dentro do campus. quando chegaram lá e foram resgatados depois de passarem pelos portões, contar para michael sobre o ocorrido fora como reviver o momento mais uma vez. foi exatamente quando river percebeu que jamais se acostumaria com isso. o luto foi vivido em lugares diferentes, levando em consideração que ele e o pai passaram por muitos lugares antes de chegar na tower. michael recusou-se a ser separado do filho, mesmo quando tentaram enviá-lo para outra base militar no intuito de treiná-lo para combate, então alegou que precisava de river como professor assistente dentro da colônia.
foi assim que o jovem corenswet se enfiou cada vez mais dentro das páginas dos livros, acompanhando a escola que seu pai criou, desenvolveu e liderou durante os dez anos que permaneceram lá. foi o professor mais jovem dentre os nove que ali lecionaram, tornando-se uma figura popular entre os duzentos e cinquenta alunos de diferentes idades que ali aprendiam. nunca na vida pensou que isso aconteceria. nunca pensou que aconselharia pessoas com menos idade do que ele, e que as ensinaria a desenvolverem suas opiniões, sendo detentores e defensores do pensamento crítico, assim como ele tinha orgulho de ser. descobriu-se gostando muito disso, ainda mais quando o ocupava a ponto de fazê-lo esquecer da perda da mãe e de seus sonhos. entretanto, mais uma vez na vida, efeitos colaterais o arrebataram. quando alguns de seus alunos mais velhos começaram a perecer em missões das quais nunca participavam, tanto ele quanto o pai começaram a suspeitar de algo a mais do que o infortúnio do destino. michael decidira tomar providência dos questionamentos e investigar enquanto river incomodava as autoridades sobre a convocação de quem não tinha prática em campo para enfrentar drones, mas surpreendentemente fora intimado a participar de uma missão externa – algo extremamente raro para qualquer docente, ainda mais sendo uma espécie de diretor.
antes de ir, acompanhando de alguns agentes, pedira para que river recolhesse o material para a aula do dia posterior no quarto em que dividiam, o que fez com que o rapaz se apressasse para decodificar a mensagem, crente da existência de um problema. seu pai guardava os planejamentos na própria sala de aula, logo, não fazia sentido nenhum. as informações e as hipóteses contidas nos papéis o chocaram tanto que river demorou alguns segundos para sair correndo atrás da equipe que levara seu pai, percebendo que já era tarde demais. desesperado com o pedido feito na carta – que juntasse seus alunos para que fugissem antes de pararem na lista de abate da direção –, river fez o que pôde pra avisar a todos de forma discreta. até ver que seria o próximo a ser levado na lista. e, embora em nada lhe agradasse ter que pedir ajuda a malcolm davis, precisava achar seu pai e não tinha tempo pra ficar e descobrir o que aconteceria depois que lhe pegassem.
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