É daqui que eu saio. É através da arte, da poesia e da crônica que encontro as estrelas. E, ao fim, volto pra cá. Pra casa. IG/TT: marcusvf06
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Meu último adeus a você
Quando eu te conheci,
Acreditei que já não importava
O que o mundo viria a ser
Porque reduzi, o meu sentir,
A você.
Amava, respirava e vivia.
Você.
E por um tempo, isso bastou.
Nossos desejos em uma dança,
Nossa felicidade em sincronia.
Intensa, poderosa e arrebatadora.
Voavámos.
Porque não havia lei da natureza
Que me afastasse da natureza
Do meu desejo.
Até o dia em que o mundo
Passou a importar.
Pra nós dois.
E caí,
E te disse adeus.
Não pela última vez.
Achei que, se desesperadamente,
Agonizantemente,
Incessantemente,
Tentasse novamente te alcançar.
Voltaríamos juntos.
Não consegui.
E te vi, distante, a voar.
E eis que me resta viver.
E te disse adeus.
Adeus.
Não vou encontrar alguém
Com os teus lábios,
Com os teus toques,
Com o teu jeito.
Mas se há novamente mundo,
Há novamente outras vidas.
Adeus...
Marcus
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Ser uma pessoa que gosta do amor, mas que não tem muitas oportunidades para amar trouxe algumas experiências interessantes para mim. Comecei a prestar atenção no que os grandes autores e poetas diziam sobre o amor na expectativa de viver e saciar essa vontade. Mas eu não estarei satisfeito. Eu não sou um homem que se satisfaz.
Shakespeare, entretanto, foi o que mais chegou perto de preencher-me por completo. Tive uma epifania ao ler os seguintes versos:
"Duvida da luz dos astros,
De que o sol tenha calor,
Duvida até da verdade,
Mas confia em meu amor."
Foi ali que entendi o amor que eu gostaria de passar para quem estivesse do meu lado. E foi ali que questionei o amor que entreguei a outras pessoas. Entreguei o amor que eu podia, claro. Mas se eu quisesse mais, teria de dedicar mais.
Mas o sentimento da paixão é o meu maior desafio. Sou viciado no desejo, na intensidade do toque de dois corpos, no cheiro específico que só dois amantes produzem, no olhar de entrega e do pedido silencioso, no gozo dos apaixonados, na retórica dos namorados, no recitar do velho diálogo do Gênese.
E, se posso parodiar Shakespeare, lhes digo: esses prazeres intensos, têm finais intensos.
#naflordapele#pequenosescritores#projetonaflordapele#projetorevelações#projetoandares#projetosautorais#projetomardeescritos#projetonovosautores#projetoresconhecidos#projetofalandodoceu#janelasliterais#doceesther
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Madalena
Creio que ter conhecido Madalena numa noite como essa foi o motivo que me fez lembrar dela em todos os anos que seguiram.
Eu havia acabado de conseguir um emprego como professor de literatura. Estava encantado e anestesiado por finalmente poder falar de Balzac, Tolstoi, Dostoiévski. Mas eu queria mesmo era apresentar às almas que se recém descobrem almas, o nosso sangue: a América Latina. Falar de Machado, Mistral, Gabo, Jorge Amado.
Minha rotina era a mesma. Nunca fui um homem que gostasse de rotinas, mas aquela melancolia me trazia até certa paz. Dava minhas aulas e depois tomava chá enquanto lia um livro. Sem problema ou maiores perturbações. Até o dia em que decidi trocar o chá por conhaque com mel. A bebida em si não é o problema, mas os efeitos que ela causa em corações que sentem falta de um amor podem reverberar por mais tempo que a pior das ressacas. Mas eu era muito jovem e muito pobre para me dar ao luxo de não aproveitar uma noite de sexta-feira.
Amava vestir camisas floridas. Adorava que me dessem de presente. Adorava que elogiassem cada uma das camisas. E me perguntei por muitos anos se meu encanto por Madalena havia começado quando ela elogiou minha camisa. Mas… foi antes.
A primeira dose do conhaque com mel é sempre a mais difícil: é mais doce. E foi enquanto terminava de beber o primeiro gole que a vi: o vestido longo, com cor de esmeralda e sorriso largo. Me lembro do vermelho ao pensar nela. O vermelho do brinco de argola, o vermelho do batom e o vermelho da tiara. O tempo que levei para reunir esses poucos pensamentos foi o tempo que levei para beber mais alguns goles do conhaque.
Não me lembro dos versos que recitei para ela depois de perguntar seu nome. Madalena… era lindo. Era ela. Decidi convidá-la para terminar o conhaque comigo e por horas eu me encantei com seu sorriso. Era largo, intenso, mas com a pacificidade da onda alta que se quebra muito antes da costa. Fixar meu olhar em Madalena me dava a sensação de assinar minha demissão. Me perdia, me deixava desnorteado, mas me trazia a sensação de que há muito mais vida para viver.
Na porta daquela casa amarela, com terraço espaçoso e flores decorando o lugar, eu a beijei. E, com a intensidade de um casal de poetas desesperados pela paixão de suas vidas, subimos ao terraço. Madalena me mostrou as flores, o telescópio, o amor. Mas a memória que mais preservo daquela noite é justamente a que nunca aconteceu: a vida que imaginamos juntos.
Vivemos felizes por dezenove anos. E noutros cinco vivemos infelizes. Não realizamos uma fração daquilo que sonhamos naquele dia. Não tivemos filhos. Mas dançamos e vimos o mundo mudar enquanto mudávamos com ele. Mas a vida, em algum momento, brinca com o amor.
Não vi Madalena nunca mais após um verão. Lembro dela quanto vejo as nossas fotos em Lisboa. E, no fim, talvez seja isso que mais importe na vida: as memórias da paixão passada. Eu guardei a paixão que vivi em cada canto em que amei Madalena. Em algum momento, amor e paixão eram semelhantes. Em outro, eram diferentes. Mas no fim, éramos eu e Madalena
#projetorevelações#doceesther#janelasliterais#projetonovosautores#projetoandares#projetonaflordapele#projetosautorais#pequenosescritores#naflordapele
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Eu tinha 6 anos quando lidei com o "gostar" pela primeira vez.
Eu tinha 7 anos quando lidei com uma escolha importante pela primeira vez.
Eu tinha 8 anos quando lidei com o bullying pela primeira vez.
Eu tinha 10 anos quando lidei com o luto pela primeira vez.
Eu tinha 12 anos quando lidei com o amor pela primeira vez.
Eu tinha 1 5 anos quando lidei com a solidão pela primeira vez.
Eu tinha 16 anos quando lidei com o beijo de alguém pela primeira vez.
Eu tinha 16 anos quando lidei com um "eu te amo" pela primeira vez.
Eu tinha 16 anos quando lidei com alguém aceitando meu pedido de namoro pela primeira vez.
Eu tinha 17 anos quando lidei com um término pela primeira vez.
Aos 18 eu lidei com outro amor, beijos, "eu te amo", e pedido de namoro.
Eu tinha 18 anos quando lidei com o toque de outra pessoa em meu corpo.
Aos 21 eu lidei com outro término.
Pronto, você já me conhece muito bem. Você conhece algumas das minhas primeiras vezes. Algumas daquelas que contribuíram para que eu fosse quem eu sou. Aquelas que contribuíram para que meus sonhos fossem como são.
Hoje me peguei pensando na vida e me vi transportado aos 17 anos. Tantas primeiras vezes. Que saudade das primeiras vezes. Dos primeiros beijos. Dos primeiros toques. Dos primeiros "amores" e "amares". Algumas semanas atrás eu estava desesperado por sentir isso de novo pra me sentir vivo. Até perceber que a vontade é o que me faz estar, de fato, vivo. É não estar inerte. E, como romântico que sou, é pensar no amor que me faz viver. E você? Que falta as primeiras vezes te fazem?
#doceesther#janelasliterais#projetorevelações#projetonovosautores#projetoandares#projetonaflordapele#projetosautorais#pequenosescritores#naflordapele
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Eu sei, mas...
Tem sido difícil viver com esse aperto no coração todos os dias. Sentir isso em silêncio porque não quero parecer tão deselegante a ponto de encher a cabeça dos meus amigos e de uma amiga tão incrível quanto Rayanne, com essas coisas do meu coração. Eu sei que as coisas vão melhorar, mas dói tanto.
Dói porque não estou lidando meramente com problemas de baixa autoestima. Estou lidando com a saudade ter outra pessoa com quem dividir a alegria e o amor que tenho, acima de tudo, pela vida.
Eu amo viver. Amo meu espaço e amo minha própria companhia. Mas até a mais bonita das poesias parece não fazer sentido quando não há para quem dedicar. Quando não há alguém pra enviar uma mensagem cheia de carinho com um "ei, lembrei de você ouvindo essa música".
A maturidade me permitiu entender que também é muito importante dividir essas alegrias com meus amigos e amigas. E os amo por estarem comigo. Minha família também tá comigo. Eu sei disso, mas eu queria ir dormir sentindo o toque de alguém.
Tenho passado muito tempo no Instagram na tentativa desesperada de achar alguém que vibre na mesma sintonia que eu. Eu sei que tá errado, mas você sabe como tem sido difícil.
Eu olho pra aquelas pessoas e quero, sinceramente, falar com elas. Mas não dá. "Ela não tá interessada no seu papo". "Você é chato". "Você é feio". E aí só me resta a esperança de que isso vá embora um dia. Não vai.
Eu sei que acho muita gente linda. Mas a verdade é que eu só queria me sentir interessante o suficiente pra ser amado.
Amado...
Que palavra complicada. E por que essa sensação de saudade ao escrever?
Saudade de mim mesmo, provavelmente. Saudade de amar.
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Se o MC Marcinho me permite, quero falar de amor
Como todo jovem nascido entre o fim da década de 90 e o início dos anos 00, cresci com os versos de “Glamourosa” como parte da minha identificação cultural. No verso “Se quiser falar de amor, fale com Marcinho”, estamos diante de alguém que atingiu um abastado conhecimento sobre o que é esse sentimento, motivo de poesias há tantos anos. Mas talvez só a música do MC Marcinho e um ou outro escritor hispanohablante tenham alcançado, de fato, alguma revelação.
Veja bem, não estou falando aqui dos outros amores. De como amamos nossos pais ou amigos. Se o fizesse, teria introduzido esse texto com uma música do Renato Russo. Estou aqui falando sobre aquele amor avassalador, intenso, único. Que dura dias, semanas, anos ou uma vida, mas que nunca conseguiremos antever quando virá ou quando irá. É desse.
O eu lírico da música está embasbacado com o olhar de diamante de sua querida “glamourosa” (elogio esse que só um precursor do funk carioca nos anos 2000 como o MC Marcinho poderia conceber). A rainha do funk consegue envolver e fascinar. E não é essa a nossa busca no amor? Sermos envolvidos por algo que não entendemos nem compreendemos como aquilo pode ser real. Eu não sei você, mas gosto bastante de me sentir totalmente sem rumo, a adrenalina de um amor que você não sabe até quando irá se estender, mas sabe que vai aproveitar cada segundo.
O amor é esse sentimento que te faz perder o rumo, tal qual as pessoas ao verem a rainha do funk agitando o salão e requebrando até o chão. E se posso usar outra música aqui nesse texto, vemos em “Malandramente” (além do melhor uso de um advérbio de modo na língua portuguesa), um verso que simplifica com maestria o que todos queremos dizer pra quem tá na mesma onda: “Nós se vê por aí”.
Se o Tom Zé diz que o amor é um rock, tenho a ousadia de dizer que também é um funk e um forrózinho pra dançar agarrado. Não quero me estender mais do que isso por aqui. Nem sei se cheguei a algum ponto, pra falar a verdade. Meus dois centavos sobre o amor não são muita coisa além do desejo de senti-lo. Carência da quarentena ou coisa do tipo, mas a verdade é que gosto muito daquelas coisas que só o amor romântico provoca nos irreparáveis como eu e você. O amor é assim. Como diria o MC Marcinho, até quem não gostava, quando sentiu, não resistiu.
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