aparições instantes encantados que se revelam em lugares variados e sem prévia programação; o ativamento de uma performance perecível pode se utilizar da fotografia, a máquina como fuga, fuga como memórias, um hackeamento das estruturas para perdurar a aparição em instantes captados. não é possível controlar, mas pode-se antecipar certas nuances do que virá-será.
minha cabeça está nos pluri(uni)versos atemporais, penso o futuro com o que o presente é: silênci-apagamentos e o direito e avesso das configurações binárias.
descobri que meus silêncios vem da ausência da fonética, que não podia existir. já era corrompido pelo espírito do nãosou, como monstro, que me assumiram, fui tornado em privações. o que conseguiriam conter? o que contiveram?
a coreografia instável do poder e os cenários catastróficos sempre se revelaram como morte de tudo o que vive.
é de alguma maneira reconfortante pensar que o fim sempre esteve dado, o fim dessa coreografia confinada, o fim desse mundo.
eu ainda invento a língua da minha travessia trinta anos depois, parto da morte e só a partir dela sou o nãofim vivo, a transmutação.
tudo que é vivo muda continuadamente. e eu só pude entender isso sendo apagado ontocarnalmente, sendo o não-humano e veja, o não humano está em todes que não são cisgêneros e brancos.
o que sobra? a repulsa, o medo, a interação borrada, a incapacidade, a culpa e todos os métodos colonizatórios, de subjugar nossas infinidades e exterminar tudo que vive. apesar do presente colapsado e de não podermos transcender o tempo da miséria e da crueldade, o futuro está para ser moldado, diz J. Mombaça.“
"a água e a terra são elementos cósmicos que reposiciona o moverse, a morte e o nãofim. e isso não é uma especulação ontológica, mas uma práxis do meu breve conhecimento sobre decomposição onde relembro outra epistemobiologica mente.
a metodologia do nãofim é que de todas as formas nós nos reincorporamos nas matérias universais. seja cinza, seja tripas carcomidas, seja os microrganismos, o cálcio na raiz alimentada, seja na composições dos rios voadores ou como poeiras estelares e alimento de peixes-lipoaspiradores. húmus. superfície de inscrição infinita!
como desaprender as formas coloniais dos gestos, do somos? como desaprender as formas coloniais dos gestos, do somos?
porque gesto informa corpo, que informa fonética, que informa mundo- não na ordem, mas na desordem. no universo nós somos forjados no caos.
no atualizar da captura do cistema nos movemos entre tecidos e a tecimemória existe enquanto não há morte carnal.o que tecimemória e teciesquecimento te contam e que pode ser transposto para o reposicionar das matériasformas, deslocar os traumas e descolonizar fôrmas (contexto)?
do lugar da onde eu vim.
corpo se expande
em ritmos do sol.
o tempo é corpo perecível,
transform ação.
perfeição desordem
mu dança.
movendo incertezas, deslocando abismos
a tradição é coreografia cotidiana.
-
paz à um corpo atormentado.
não passa nada.
a incerteza a desordem o provisório.
as memórias do medo me lembram
de que ele é motor que me obriga agir.
eu não choro mais.”
“aprender a desesperar é a condição da esperança, e esgotar tudo que existe é a condição de abertura dos portões do impossível”. (Jota Mombaça em Lauren Olamina e eu nos portões do fim do mundo)*
minha cabeça está nos pluri(uni)versos atemporais, penso o futuro com o que o presente é: silênci-apagamentos e o direito e avesso das configurações binárias.
descobri que meus silêncios vem da ausência da fonética, que não podia existir. já era corrompido pelo espírito do nãosou, como monstro, que me assumiram, fui tornado em privações. o que conseguiriam conter? o que contiveram?
a coreografia instável do poder e os cenários catastróficos sempre se revelaram como morte de tudo o que vive.
é de alguma maneira reconfortante pensar que o fim sempre esteve dado, o fim dessa coreografia confinada, o fim desse mundo.
eu ainda invento a língua da minha travessia trinta anos depois, parto da morte e só a partir dela sou o nãofim vivo, a transmutação.
tudo que é vivo muda continuadamente. e eu só pude entender isso sendo apagado ontocarnalmente, sendo o não-humano e veja, o não humano está em todes que não são cisgêneros e brancos.
o que sobra? a repulsa, o medo, a interação borrada, a incapacidade, a culpa e todos os métodos colonizatórios, de subjugar nossas infinidades e exterminar tudo que vive. apesar do presente colapsado e de não podermos transcender o tempo da miséria e da crueldade, o futuro está para ser moldado, diz J. Mombaça."
"a água e a terra são elementos cósmicos que reposiciona o moverse, a morte e o nãofim. e isso não é uma especulação ontológica, mas uma práxis do meu breve conhecimento sobre decomposição onde relembro outra epistemobiologica mente.
a metodologia do nãofim é que de todas as formas nós nos reincorporamos nas matérias universais. seja cinza, seja tripas carcomidas, seja os microrganismos, o cálcio na raiz alimentada, seja na composições dos rios voadores ou como poeiras estelares e alimento de peixes-lipoaspiradores. húmus. superfície de inscrição infinita!
como desaprender as formas coloniais dos gestos, do somos? como desaprender as formas coloniais dos gestos, do somos?
porque gesto informa corpo, que informa fonética, que informa mundo- não na ordem, mas na desordem. no universo nós somos forjados no caos.
no atualizar da captura do cistema nos movemos entre tecidos e a tecimemória existe enquanto não há morte carnal.o que tecimemória e teciesquecimento te contam e que pode ser transposto para o reposicionar das matériasformas, deslocar os traumas e descolonizar fôrmas (contexto)?
do lugar da onde eu vim.
corpo se expande
em ritmos do sol.
o tempo é corpo perecível,
transform ação.
perfeição desordem
mu dança.
movendo incertezas, deslocando abismos
a tradição é coreografia cotidiana.
-
paz à um corpo atormentado.
não passa nada.
a incerteza a desordem o provisório.
as memórias do medo me lembram
de que ele é motor que me obriga agir.
eu não choro mais."
“aprender a desesperar é a condição da esperança, e esgotar tudo que existe é a condição de abertura dos portões do impossível”. (Jota Mombaça em Lauren Olamina e eu nos portões do fim do mundo)*
eu comecei desde sempre sempre esse processo que chamam de transição é uma vida não se identificando com o padrão, com o que é ensinado
mas a vida é a imutabilidade das transições
a vida é transição tem começo mas não tem chegada, assim como a vida-morte
eu me ouço, ouço minha ancestralidade, sou sujeito que percebe olho ao redor, vejo o que estamos a construir
nossas linguagens são ações e tudo é linguagem
entendo que para eu viver e continuar criando mundos possíveis preciso dessa cirurgia
vejo sinto desejo estou habito outras maneiras de existir
vejo um horizonte sem olhos, onde os sentidos galopam, sem os enunciados, sem as regras, nomes para tudo aquilo que transmuta escapa foge da norma imposta
do lugar da onde eu vim.
corpo que se expande
em ritmos do universo
o tempo é corpo
perecível
perfeição não técnica
movendo incertezas
a tradição é
coreografia
cotidiana
paz à um corpo
atormentado
2020
acrílica, cabelo de milho/palha, cipó de jibóia, cerâmica, cocô s/ madeira
eu penso células como raízes, mas há diferenças fundamentais entre mundo animal e o vegetal.
quase todo reino animal, fisica-materialmente se for dividido, ele se destrói.
ontologicamente significaria que nossa divisão nos exclui, logo nos mata- biopoliticamente, uma necropolítica.
pensando no reino vegetal biológica, ontológica e etimológicamente se dividir é se multiplicar em várias outras formas e composições.
tudo se decompõe e viram outras células. outros seres, compostos de muitos restos.
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tudo isso pra pensar na sociedade, no esquema "humano do tem que ser". diferenças estruturantes se compõem, dividem e matam. a norma mata tudo que nasceu e viveu na liberdade dos seus gestos, na liberdade de se compor de inúmeras formas, na liberdade de decompor-se. enquanto uma pessoa dissidente, o cosmo me atrai mais do que aqui, porque aqui vocês matam "tudo que ri, tudo que goza, tudo que dança, tudo que luta. quer matar a gente...", como diz "oriki de de shiva" de tatiana nascimento
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desaprender as formas moderno-coloniais.
des organizar as matérias-formas.
"libertar a forma...contra a destruição muscular e existencial"
(práticas desobedientes)
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vejo as dores e me livro delas nesse emaranhado de fogo
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2021
vídeo-instalação "caminho de volta".
durante os dias que mantive a instalação, observei a interação entre sol, óleo, água e urucum