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Day with May
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In the silence of my thoughts
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daywithmay · 9 months ago
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25 de setembro de 2024
Recentemente, me peguei refletindo sobre uma luta interna que carrego comigo há anos. É algo que me consome, e não sei como contornar isso.
Os sentimentos humanos são complexos e, muitas vezes, complicados. Sentimos raiva, fome, ansiedade, inveja e medo. Algumas dessas emoções conseguimos controlar de certa forma, mas e quando uma situação está fora do nosso alcance? Como, por exemplo, os sentimentos que alguém tem por nós.
Sinto um medo constante e ansiedade sobre a possibilidade de que os sentimentos de alguém por mim tenham mudado, e percebo que não posso fazer nada a respeito, já que não consigo controlar o que os outros sentem — muitas vezes, mal consigo controlar meus próprios sentimentos.
Vivemos em um estilo de vida que nos induz à ansiedade, ao medo e a diversos distúrbios mentais. Não é incomum ouvir pessoas mais velhas afirmando que "na minha época não havia tanta gente com depressão", frequentemente com o intuito de minimizar a situação. Mas a verdade é que, talvez, na época delas a vida fosse diferente. Os avanços nos estudos e na ciência nos permitem cuidar melhor da saúde mental e identificar questões que antes eram tratadas como uma simples tristeza passageira ou histeria.
É doloroso estar na mente de alguém que enfrenta problemas de saúde mental, muitas vezes sem que tenhamos culpa disso, e também ser ter recursos pra tratar isso. Queria não sentir nada as vezes, descansar do pensar e do sentir. É extremamente triste querer viver uma vida "normal" e aproveitar os momentos sem nos preocupar com mil coisas, ou até mesmo com situações que nem aconteceram. A simples ideia de que essas coisas possam ocorrer já é o suficiente para aterrorizar a mente de quem sofre de ansiedade, provocando até mesmo insônia e falta de ar.
Sem contar o fato de se sentir um fardo na vida das pessoas, por achar que não tem o direito de desabafar sobre seus sentimentos, temendo que isso possa cansar os outros. Sentir-se incapaz de ser amado por causa das próprias questões mentais, o que gera a impressão de que ninguém pode realmente te amar de verdade, especialmente quando sua mente é uma bagunça. Afinal, quem iria querer alguém complicado na vida?
Acredito que esses pensamentos são comuns entre pessoas que enfrentam essas questões. Talvez estejam ligados ao medo do abandono e à dor de perder quem se ama por causa de um passo em falso. E, por fim, há o receio de ser "demais" para o parceiro ou amigos, o que pode resultar mais uma vez na solidão. Não é à toa que muitos optam por não iniciar relacionamentos, sejam eles românticos ou de amizade. Mas sabemos que se isolar do mundo não ajuda em nada, então nisso há a dualidade entre: ficarei sempre sozinho para evitar dor mas com isso ficarei mais deprimida ou me permito viver e sentir as coisas e lido com possíveis momentos ruins?
Provavelmente a coisa mais valiosa para alguém com tais questões é finalmente encontrar alguém que te aceite como é e saiba te apoiar em momentos sombrios.
Ultimamente, tenho enfrentado pensamentos recorrentes sobre suicídio. Não que eu esteja profundamente triste ou deprimida no momento, mas, às vezes, desejo ter coragem para acabar com tudo enquanto as coisas estão relativamente bem e felizes, para evitar passar por momentos difíceis novamente, situações que talvez nem aconteçam. Quando você ouve constantemente que "isso é uma fase", mas percebe que essa fase vem durando a vida inteira, começa a se questionar se realmente vale a pena esperar pela melhora, especialmente quando essa esperança se estende por anos. Refletir sobre isso é desolador; ninguém deveria ter que pensar que é melhor acabar com a própria vida do que enfrentar dificuldades.
Dói bastante, e espero, um dia, conseguir superar essas questões.
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daywithmay · 1 year ago
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2 de julho de 2024
A sociedade moderna e o mundo atual são extremamente frustrantes quando o assunto é saúde física, saúde mental e foco.
Se pararmos para pensar, o mundo inteiro está operando de uma forma que nos torna cada vez mais dependentes e reféns de telas e da busca por dopamina instantânea. Por exemplo, plataformas como TikTok e Reels oferecem estímulos sonoros e visuais intensos, um após o outro, sobre temas completamente diversos. Nós pulamos de um vídeo para outro até encontrarmos um que finalmente capte nossa atenção, e isso vai minando gradualmente nossa capacidade de concentração ao longo do tempo, sem que percebamos.
Há dois anos, eu costumava assistir a todos os vídeos do início ao fim, mas agora mal consigo suportar cinco minutos completos de um vídeo sem sentir tédio. Não consigo mais simplesmente parar e assistir a um vídeo no YouTube sem fazer outra coisa. Assistir a filmes se tornou cansativo porque eles são longos demais em comparação com vídeos curtos.
Assistir filmes e séries era uma das minhas coisas favoritas, e agora simplesmente não consigo me concentrar a menos que esteja fazendo outra coisa ao mesmo tempo. Percebo que isso tem se tornado cada vez mais comum, especialmente entre os jovens que cresceram com telas e internet da forma que é atualmente.
Meu foco está horrível hoje em dia; não consigo mais me dedicar à leitura de um livro. Antes, quando não usava o celular e as redes sociais da forma como uso agora, eu lia um livro grande em apenas um dia, sem dificuldade, e assistia a vídeos sem fazer mais nada além disso.
O ponto de tudo isso é que, além de prejudicar nossa saúde e bem-estar mental, estamos nos tornando cada vez mais dependentes dessas mídias, o que também está afetando nossos relacionamentos pessoais (há pessoas que não conseguem nem ter uma conversa difícil ou expressar sentimentos verbalmente, apenas por mensagens). Além disso, tudo isso está afetando minha criatividade e meu foco para fazer coisas como desenhar, o que é péssimo já que o desenho é minha fonte de renda e, se não produzo, não ganho.
Às vezes, sento para desenhar e passo mais de três horas sem conseguir fazer nada porque não consigo me concentrar ou fazer algo de qualidade que seja do meu agrado.
Em conclusão, sinto-me desanimada e frustrada com a forma como as coisas são e com as pessoas ao meu redor, porque, mesmo querendo reduzir meu tempo de tela, aproveitar mais as coisas do mundo real e melhorar minha saúde e desempenho, não consigo realizar de fato essa vontade, já que todos ao meu redor estão sempre no celular e não há incentivo para viver de forma mais saudável sem as mídias sociais na minha vida.
Isso também me preocupa em relação a pessoa que planejo ter um futuro junto, pois além de me preocupar com sua saúde, gostaria de ter um parceiro que me ajudasse nesse objetivo e, se possível, me acompanhasse nisso. Obviamente não estou sugerindo que as pessoas joguem seus celulares fora ou delete todas as redes sociais, mas sim que use da tecnologia que temos hoje com mais discernimento e busque novos hobbies para desfrutar, em vez de desbloquear o celular a todo momento para verificar algo que nem sequer sabe o que é, apenas para abrir um aplicativo sem motivos e fechar logo em seguida.
Também tenho receio de falar sobre essas coisas com pessoas que me importo para não parecer que estou impondo ou ditando regras de estilo de vida para elas.
Viver em um mundo tão tecnológico às vezes é tão frustrante que tenho vontade de me isolar em uma casa no meio de uma floresta e criar minhas próprias regras. Talvez assim eu tenha uma vida e uma mente mais saudável.
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