dearquerido
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Crônicas e textinhos e outras coisas
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dearquerido · 1 year ago
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dearquerido · 1 year ago
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Michael Evans Behling
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dearquerido · 1 year ago
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Hoje vi você de novo. No ponto de ônibus. Ou achei que tinha visto. Eu tenho feito coisas novas, e tenho olhado para o teto. Eu tenho tido passado no peito, eu tenho tido palavras nos olhos. Tenho olhado para a tela e passado o tempo na ponta dos dedos.
Eu tenho pensado em escrever pra você de novo agora que a dor começa a mudar de forma. Mudar de tamanho e de textura e cor. Eu olho como ela se mistura com a dor de outras coisas, uma amálgama que me dá vergonha, porque me lembro de quando ouvi o terapeuta me dizer que não precisava "deixar ir" o meu pai para deixar ir você.
A diferença é que a sua morte é em vida. Seu corpo está de pé em São Paulo sem abrigar mais a alma que eu conheci. Que pensei ter conhecido, que inventei e dei o seu nome e rosto.
Eu vi você de novo, hoje. Eu vi na tela. Dessa vez foi só na tela. Tenho a memória de te ver na tela, por detrás da minha pálpebra, por dentro do meu peito, na minha caixa de emails e no outdoor que vi na rua que costumava me levar até você.
Eu te via nos cachorros da rua e sentia uma dor no peito só de olhar para eles. Eu queria seus cães mortos sobre a casa de seus pais. Hoje eu olho para o que escrevi e penso em como uma camada tão grossa de raiva pode se instalar sobre um corpo de água com tanta saudade e dor e com tantos quilômetros de profundidade.
Eu tenho pensado em outras coisas. Tenho pensado sobre o mar. Tenho tido vontade de escrever e tenho pausado porque enquanto eu teclo eu fico com vontade de chorar e eu sinto as palavras saindo. Eu as sinto nos meus dedos e nos meus olhos e na minha garganta e na falta de vírgula que põe nos meus dedos a sensação da minha falta de ar.
Eu lembro de escrever pra você falando sobre como era estranho voltar a respirar.
Agora eu sei que não preciso das suas palavras, o seu abraço, me faltavam tanto. Tanto. Agora eu não lembro, agora eu quero acreditar que não importa. Eu tenho os meus pulmões pra respirar.
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dearquerido · 2 years ago
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Eu desejo que você sofra.
Eu quero ver o sangue dos seus cachorros tomando toda a extensão da casa dos seus pais.
Eu quero que as montanhas do chile engulam todas as pessoas que você ama.
Eu quero que você seja traído por tudo que você acredita.
Eu desejo que você sofra.
Eu desejo o choro subindo da sua garganta e te sufocando até a quase-morte. Eu te desejo uma mente cheia, desorganizada. Eu desejo que você ligue e ligue e ligue e não seja atendido.
Eu desejo que você sofra.
Que você sonhe e peça e em resposta tome dois tapas em cada lado da cara.
Eu desejo que você sofra mais do que todas as vítimas do holocausto. Vezes três.
Eu desejo que você sofra.
Sufoque.
Morra sem morrer.
Eu desejo que você seja ostomizado pelo coração.
Que seus olhos se apaguem.
Eu desejo que você sofra.
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dearquerido · 2 years ago
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Uma vez vi um post sobre a sindrome do pôr-do-sol, que acomete idosos em casas de repouso. O sol se põe e a pessoa sente vontade de ir pra casa. Sente o peito apertar e as mãos enrijecerem. Sente o o ar subir no tórax, sente a lua na garganta quando ela começa a subir no céu.
Na tela eu via uma senhora toda arrumada para ir à sua casa. Ouvia os ônibus passarem. Os olhos viam uns mil metros à frente, dentro daquela cozinha de três metros quadrados. Arrumava o cabelo, dizia à jovem com quem estava: "vamos que já tenho que ir". Segurava uma bolsa. Tinha sapatos que tac-tac-taqueavam.
'Mas a gente já tá em casa, vó.' a jovem lhe respondia.
Eu me lembro de ter chegado próximo aos meus pais, por volta dos seis anos de idade, para dizer "eu quero ir para casa". Lembro de meu pai me dizendo 'mas você já está aqui' e me lembro de voltar para o quarto. Era meio-do-dia, era um por-da-tarde no peito. Estava na alvorada da vida.
Eu tenho vinte e quatro anos.
Eu tenho a lua no peito.
No quarto, sentado, a tela à frente, eu quero ir pra casa. Eu quero ir para uma sensação que não sei se já tive. Apenas posso tentar me lembrar. Apenas posso tentar inventar o verbo que me ajude a falar do vislumbre disso que não se concretiza, me faz sentir o mundo e a lua e o mar no peito. Não solidifica, o líquido fica lá.
Eu tenho uma maré no peito. Eu tenho um post às pontas dos dedos. Eu tenho palavras nos olhos e tenho vento na garganta. Eu tenho um sol-que-se-pôs-e-não-sei-se-ou-quando-volta. Eu tenho hifens pra desenhar o ar que ruma gorja afora.
Eu tenho a memória na cabeça. De quando senti o mar no peito. da lua na garganta. da maré. de voltar. da vasão. de falar, escrever, ou sufocar.
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dearquerido · 2 years ago
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Sinto meu coração bater contra o peito. A cabeça aperta o maxilar sobre os cisos inferiores. Eu olho para a tela.
Eu estou preso.
Eu queria escrever pra você.
Depois de algum tempo eu comecei a perceber melhor quais eram as minhas vontades quando eu te procurava. E eu tinha o coração batendo. E eu tinha os pulmões ardendo. E eu tinha o calendário na cabeça. E eu tinha todas aquelas palavras. Eu tinha todas aquelas palavras.
Ouvi uma vez que escrever ajuda a dar vasão às palavras da cabeça. Eu me lembro que escrevia pra você. Talvez eu tenha escrito muito e as palavras te afogaram. Talvez quem tenha se afogado tenha sido eu. Eu olho para a minhas mãos.
Elas andam pelo teclado. Elas se movem até a minha cabeça. Elas tac-tac-tac-tac. Com elas eu vejo as letras. Eu vejo a tela, eu vejo o coração bater.
Eu queria manter toda essa coisa de escrever nesse diário toda vez que sentir vontade de escrever pra você. Eu quero me manter aqui porque se eu te enviar algo, você vai me responder como se nada tivesse acontecido. A sua casualidade me irrita.
Eu quero escrever porque o meu peito dói menos quando as mãos tac-tac-tac. Eu quero escrever porque em repetir em dizer e lembrar e escrever eu sinto que o peito não cessa de doer. Mas nos calos dos dedos das mãos eu me vejo e eu vejo o que fiz quando escrevi de você.
Acho que esse trecho é mais sobre mim(ns) do sobre você(s). Em repetir e olhar e sentir o meu peito subir e descer. A respiração à minha frente quando eu expiro tem vapor de palavras, são mais mins que vocês.
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dearquerido · 2 years ago
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Ontem eu pensei em uma coisa. Fiquei com vontade de te falar. Eu queria mandar em uma mensagem de texto, como essa. Mas eu preferi não enviar nada.
Eu estive no casamento de dois amigos do ensino médio, no último sábado. Eu imaginava você sentado ao meu lado naquele banco estreito da igreja. Imaginava você provavelmente desconfortável naquela roupa formal demais, que pega demais no pescoço.
E no domingo, eu pensei em você. Eu pensei no que eu faria caso você voltasse. Eu passei meses pensando em como dar uma resposta que te destruiria de uma vez. Eu pensei em como fazer você sentir a mesma coisa que eu. Dessa vez a mesma dor, não a mesma vontade de estar junto. Eu pensava em como fazer você ser o que envia o texto gigante, e em como eu seria a pessoa a não falar nada de volta.
Mas ontem, eu pensei diferente. Eu pensei no que realmente poderia acontecer caso você resolvesse aparecer, depois de eu ter decidido ir embora.
Eu honestamente não saberia descrever a sensação. Eu não sei se eu gostaria. Você apareceria na minha festa de 25 anos, na minha porta, na frente de todos os meus amigos. Eu te levaria pro jardim? Eu te beijaria na frente de todos eles? Eu te mandaria pro inferno e te falaria milhões de rispidezas na sua cara?
Na verdade, eu não sei. Eu não sei o que diria. Não sei se quero dizer algo a você. Não sei se reconheço você. Não sei se reconheço a mim.
Não sei se acredito em você. Não sei se acreditaria caso você aparecesse, não sei se diria eu sabia que você voltaria pra mim.
Isso é porque eu me lembro.
Eu me lembro da minha cadeira e eu me lembro da minha mesa e do meu computador com a câmera fechada enquanto o terapeuta me chamava repetidamente de volta pra fora da minha cabeça. Eu lembro que a golpeava.
“I knew him. I knew him. I knew him” eu falava, eu balbuciava. Eu golpeava a minha cabeça.
Eu me lembrava de seus finais de semana. Eu me lembrava de como ele brincava de esconde-esconde por detrás dessa tela.
Eu me lembro do terapeuta falando “você não precisa deixar seu pai ir para deixar ele”. Eu me lembro dele indo embora. Indo embora. Indo embora. Indo embora. Eu me lembro dele correndo feito água. Eu me lembro do cheiro e me lembro de perguntar e se fosse em outro momento? de outro jeito? e se fosse realmente o que eu achava que era? Eu me lembro de servir em você.
Eu penso em como reagir caso você retorne.
Mas eu não sei se acreditaria mais. Não sei o que diria. Não sei o que faria daqueles encontros clandestinos no banheiro do CEMUNI.
Não sei o que dizer. Não quero apelidos.
Não quero que me lembre da diferença de idade. Eu fiquei mais velho, os seus amantes, não. Não quero ouvir da língua que você aprendeu para ir à alemanha, não sei mais falar nela. Não sei dizer nada nela. Se me perguntar o que acho, o que tenho a dizer, eu vou dizer que não sei.
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dearquerido · 2 years ago
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Não é justo que essa palavra grande no meu peito seja toda pra você.
Ontem, ela escorreu. Eu ouço na minha cabeça, mas eu tenho ouvido mais pelo peito. Agora eu ouço pela mão, e ela faz tac-tac-tac. Já ouvi que palavra grande só ressoava na cabeça de quem conhece alguém que morreu.
Parece o caso não era o meu.
Eu suprimi o 'que' acima de propósito. É feio não tem muita função de estilo, mas a minha frase respira desse jeito. Não me corrija eu exijo. Não olhe para a virgula que não há tem propósito pra não haver. Não me peça explicação pra ela explique você.
A palavra não diminui quando eu faço o tec-tec-tec com ela. Ela amolece, dilui, flui entre o meu peito e os dedos e a tela. Tem o mesmo tamanho. Massa preta e cinza, grande demais pra falar e grande demais pra caber.
Não é possível que essa palavra grandona que não diminui seja por coisa que consigo fazer esquecer. Não é justo ser coisa só uma. Não faz sentido tanto quanto a inversão quantitativo-sujeito que eu acabo de fazer.
As palavras ficam emaranhadas assim mesmo, eu nem sei se dei o nome certo pras classes.
Muito honestamente, que se lasquem as classes. De palavra. classe não importa pra palavra grande. Agora Classe com Czão importa pra mim, importa pra palavra, pro texto que respira, importa pra você. Classe-casta-classe importa, importa tanto quanto caber e dizer e escorrer e crescer.
E a palavra que cresce essa massa grande e preta não me deixa espaço pra fazer o diafragma mexer enquanto os dedos tec-tec-tec na minha frente. Respirar não importa pra palavra grande. Desatinar importa pra palavra grande. Ela cresce. Cresce até saltar de dentro e me abraçar.
Palavra grande traduz sim. Não me pergunte do texto, ele quis que fosse assim. Meu texto respira torto, é certo que respire assim. A rima não é intencional. Foi o texto que quis assim.
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dearquerido · 2 years ago
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Yesterday I reminded myself of your face. You look happy on the screen.
I remember that once you told me I shouldn't send you memes or anything on your ig DMs, that you wouldn't really see it.
Now I notice that you're posting a bit more. You're tagged and you repost it. There are more pictures of your face in your profile, taken by someone else's lense.
I remember trying to take pictures of you and I remember the face you made. Of course that was a joke, I'm not stupid.
I'm not stupid.
I was there.
I remember.
I remember.
I remember.
Now my profile's blank.
I added a caption that jokingly says "laughing up at yall from hell".
I do feel like something died. I still don't know what it is.
They say sometimes it could take longer for one to grieve.
I know that what they say is true, but I wish it wasn't me.
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dearquerido · 2 years ago
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I noticed that this was the time of the year when I met you, some years ago. Maybe it started a bit later in the year, I can't really remember. I do remember how it felt when we first met in person.
I had a burnt-out, activated nervous system, you were in a blule t-shirt. It was nearly a year after we first exchanged texts online. I had what I couldn't call a beard, you had a full one. We had masks on, and we went walking around the mall. I had to go to work during that day, so it didn't really take so long until we needed to go back home.
I remember how you said I felt like home when you saw me.
I remember how I said you did too.
I remember the first sight I had of you, from a distance. How you moved your elbows when you walked. How your mask looked on your face. I remember how it felt to run my fingers through your hair. I remember texting you whilst I was just starting out at my first job.
It takes a lot in me not to start cursing you right now. But honestly I don't think theres a 'you' anymore, just as much as I'm no longer that lad you met some years ago. I remember texting you in the bus, while I was going back home. I remember calling you cause I didn't feel good at all a few months after.
I remember watching a film with you, and I remember being so bored.
I remember not caring about boredom, as long as it was with you.
I remember how I walked hand in hand with you in that shopping mall. I remember how I cried shortly after. I think a part of me already knew I'd grieve for a living person I'd feel I'd never known. Death could actually take many forms.
I remember you apologizing for not wanting to hold my hand while walking in your neighborhood. "People here are conservative. I'm sorry", you said.
I cannot really infer anything from that, but I know that I remember. I remember when you called me. You told me you weren't ready. I think at this point neither am I, neither are you, or him, or you father, or your dogs, or any of us all.
I remember the last time you saw me. I remember typing "I walked hand in hand with you". Because I did.
You didn't.
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dearquerido · 2 years ago
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dearquerido · 2 years ago
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dearquerido · 2 years ago
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NICHOLAS GALITZINE Behind the Blinds — Zeb Daemen (2023)
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dearquerido · 2 years ago
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Estou com dor-de-teto. Tenho ficado no quarto. Tenho olhado para a janela e tentado não pensar demais na semana ou no mês que vem. Tenho falhado. Tenho fotos na minha parede, de estrelas e santos e uma moça sobre um globo espelhado. Eu tenho um computador às mãos e as teclas que fazem tac-tac-tac-tac. Olho para o mundo lá fora, e é a minha parede. Coloquei algumas plantas, rego às terças e quintas-feiras. Olho para as paredes brancas. O céu está da cor de minha parede. Uma tela brilhosa de nuvens e nada; O chão tem a mesma cor.
Eu sento sobre uma das pedras. Tem do céu a mesma cor. Eu cruzo os dedos sobre os joelhos. Têm das pedras e do céu e de minhas mãos a mesma cor. E os olhos se pintam de branco. Da cor à minha volta. Aperto as mãos. Aperto o punho até sangrar as palmas, as unhas e os nós dos dedos, e o céu e o rosto e as pedras e os olhos. Brancos.
Essas penhas me olham como quem ri.
E minhas roupas, vermelhas e azuis colorem a tela como o céu e o meu sangue, cobertos numa camada de branco. Meu rosto e as mãos e os olhos e o céu. Um cansaço e o adversário. Tem a minha cara, dentro da minha cabeça.
Ele respondeu o meu post me dizendo você não pode se controlar? Você quer o mundo inteiro funcionando como quer, você nem sequer funciona sem que lhe digam o que fazer. Faz dias que não sai da cama e não consegue comer.
Eu penso se apago a minha resposta, o outro perfil sem post nenhum. Os dedos pensando sobre as teclas, a cabeça no meio de lugar-nenhum.
Aperto as mãos e os lábios e os dedos. Vejo se do branco consigo fazer vermelho. Vejo as pedras e elas ainda são cinza. Se eu quizesse seriam pães; Não quero.
Se eu quisesse, terminaria este texto; mas agora o teclado vai parar.
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dearquerido · 2 years ago
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dearquerido · 2 years ago
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dearquerido · 2 years ago
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