devaneios-goviskianos
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escrevo, logo vomito
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devaneios-goviskianos · 4 years ago
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Ah, como arde o peito! Uma estaca gélida que vai aos poucos corroendo a estrutura do corpo...contorce em agonia a memória viva do cheiro do amor que se vai...que se perde na procura de alguém para preencher seu sonho. Eu sinto em minhas veias a pulsar do distanciamento de nossas juras. Eu sinto a mão que delicadamente te estuda, e cada dedo que te penetra. Eu sinto sua ausência de mim, mas sua boca cheia de gemido doce, que logo vai se encher de formigas. Acho que a gente morre pela boca. A sua tá quase lá! Dói sentir até sua morte. Dói seguir os dias, levantar e deitar sem o que éramos. Eu sinto seu gemer, e sinto sua falsa alegria juvenil. Eu sei, que logo depois vem o breu. E me mata saber que você morrerás. Eu sinto até o que escorre da sua buceta..e ele é falso, tão falso quanto a ilusão da paixão, e dos brincos de ouros que botamos em pedaços de merdas disfarçados de amantes. Eu e o demônio, todo os dias acordamos com a cara pálida, da noite que dormimos acordados, na sutil linha que vc deixou na percurso e esqueceu de cortar...eu e o demônio, sentimos seus passos e ouvimos suas mentiras. Juras de verdades ilusórias, esquecidas que mentimos para nós mesmo, criando um cenário de uma verdade que acalenta e masturba a própria mente. Por que ninguém se deita com a covardia estampada em bandeira na porta de casa, mas vestem seus travesseiros como fronhas, e esmagam entre cabeça e travesseiro. E agora, seu travesseiro ocupa outra cheiro, que eu sinto ciúme. Um cheiro que me afasta, por ser novo, por não ter nenhuma ligação. Eu sinto você mentindo para si, o quanto a correnteza da água do seu corpo corre em minha direção, e tudo que você busca, é querendo me esquecer. Eu e o demônio sentimos que você lembra de nós todos os dias, mas uma lembrança de exclusão, má digestão. Verdade de mais! A verdade é como chiclete engolido, vai grudando por dentro e causando um reboliço visceral, mas que você não consegue vomitar, não saí do estômago. Nasce e morre aqui. Aah, como dói meu estômago, que hoje eu parir você. Que ontem eu me pari. E amanhã é um sol solitário que arde, e ninguém habitará.
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devaneios-goviskianos · 4 years ago
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Eu existo!
Eu nasci duas vezes... Sério, duas vezes!
Lá, em meados dos anos 90 eu tinha nascido pela primeira vez. E como de costume (e que porcaria de costume, hein..) me deram um roteiro patético e colonial para seguir: Você vai amar assim:, se vestir assim :até sua forma de trabalho e direitos vão ser assim: Ah..tu vai saudar um único Deus, mas dessa forma aqui, ó! “ Boa parte disso tudo não me dei ao desgosto de perdurar durante o percurso de quem Sou. Mas tudo isso me marcou.
Esse sou eu?!
Essa foi a pergunta que anunciou meu segundo nascimento e primeira gestação.
E eu fui contra todo esse anticoncepcional que é essa sociedade opressora, tal qual me “reconhece”, mas me coloca como sub,. um reconhecimento placebo. Tal qual uma certa placa que vi “ Contratamos pessoas trans aos finais de semana” Como assim? eu só existo aos fim de semana? só tenho necessidades aos fins de semana?
Por que pegaram nossa vidas ancestrais, e nos apagaram, rabiscaram por cima  e nos colocaram como algo fajuto?
Por que aquele cara cis, tem liberdade de sair sem camisa sem sofrer nenhuma interação abusiva? Ja a mim...
Por que a mesma pessoa cis pode usar hormônios por estética ou até mesmo algum desconforto com o corpo, pode usar tranquilamente, e quando alguns de nós como pessoa trans, é taxado como “estragar” o corpo, e várias burocracias transfóbicas se fermentam para cumprir seu papel de dificultar cada vez mais quem somos e o que fazemos com nossas escolhas.
e falando em hormônio...por que diabos existe essa hormonização compulsória? por que todo assunto sobre a sigla T, tem que haver processo cirurgico? Está vendo? nos reconhecem, mas querem que nos enquadremos no CIStema, uma idéia binária compulsória e que sufoca a paleta de corpas e de identidades. Nem toda pessoa pessoa trans quer se submeter a hormônio e processos cirúrgico, a um bisturi sujo de pressa imposta pela CISnorma.
tudo isso é um processo gestativo do quem sou. Eu me pari, e enfim, pude escolher o meu próprio nome, só repeti sobrenome, mas ainda estou aqui...Aos pais enlatados, com seus olhos embaçados de conserva, me lê como homem, mas isto tbm não diz sobre mim, transição é o acordar da consciência, contra a ciência que insiste em nos enquadrar.
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devaneios-goviskianos · 4 years ago
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devaneios-goviskianos · 4 years ago
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devaneios-goviskianos · 4 years ago
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Quando apaguei as luzes, abracei com os dedos longos minha taça e finalmente sentei-me no calor da vela, eu pude ouvir o estralar da chama como se fosse frase confortante de uma solitude almejada. Sem línguas compulsórias de mentes confusas e perdidas em si mesmo, ao debruçar em meus ouvidos. eu me acho no sentido contrário da meu lado calmo; feito águas profundas, calmo por cima e com uma correnteza submersa visceral, impiedosa e caótica. No amargo do vinho eu sinto o gozo dos dias ruins, que consigo manter em estado não de alerta, mas uma espécie de boia, para que eu não caia nos delírios das trapaças do meu eu.  
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