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Assim como os corvos gostam de objectos brilhantes,

Nós somos atraídos pelo mesmo tipo de pessoas.

Pelo mesmo estilo, pelo mesmo padrão.

Podemos contar pelos dedos as mesmas coisas que gostamos em diferentes seres.

Pelas coisas que acontecem sempre da mesma maneira com diferentes pessoas…

Coisas em comum.

O mesmo padrão de pessoas que sempre volta para arruinar a nossa vida.

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Parece que falta alguma coisa…

Falta algo, ou alguém…

Porque nunca nada é como se imagina!

E a ser, acaba sempre muito rápido.

Mesmo que te procurasse em sonhos nem sei se tu procuras por mim…

Estamos perdidos, um do outro,

Estou perdida, de mim própria…

Perdida em ti, nos meus pensamentos.

E mesmo que te visse, não sei se te iria encontrar… ou se seria como eu imaginei.

Mesmo que te visse, nem sei o que te diria.

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Como as flores que desabrocham em estações diferentes, eu e tu… nunca nos encontramos.

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Pergunto-me se quando chega o nosso dia

Se há algum sinal.

Se há algum pressentimento…

Se há algum momento que nos faz ver que a nossa hora chegou.

E como sabemos que já fomos,

que já partimos,

que já morremos?

Quem nos diz que já cá não estamos?

Como sabemos?

Como sentimos? Se é que continuamos a sentir…

Morrer não tem retorno

E a maioria de nós passa morta, a sua maior parte da vida.

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E mesmo no meio da festa, lá está ela, a nuvem negra que sempre teima em pairar.

A nuvem que suga tudo, a vontade de sorrir… a vontade e de viver, estragando tudo.

Não é culpa minha, eu não escolhi ser assim. Na verdade, eu nem queria existir.

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Aquele vazio cheio de tudo e de nada…

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(…) as pessoas precisam entender que há coisas piores do que morrer.

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Penso sobre a morte.

Penso sobre a morte mais vezes do que gostaria de pensar nela.

Não da morte de desaparecer

Mas sim do que fica, depois da morte.

Quem usará os meus anéis estimados?

Quem ficará com as minhas roupas icónicas peculiarmente escolhidas?

Quem se servirá dos meus livros, dos meus quadros, dos meus perfumes?

Quem ocupará o meu lugar, se é que ele alguma vez poderá ser ocupado…

Quem ouvirá as minhas músicas?

Quem ficará com a minha coleção de bonecas e de cd’s?

Penso na morte…

Penso mais do que gostaria.

Mas não há vida sem morte

E não há morte sem deixar para trás tudo aquilo que carregamos em vida.

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Afastei-me de mim… tanto…

deixei de me conhecer.

Quem sou? Quem fui? Quem era?

Eu… eu e este corpo onde habito.

Nós juntos, em conflito.

Porque somos nós que olhamos o espelho, ou é o espelho que olha para nós?

Porque nunca nos vemos a nós próprios.

Diretamente.

Só reflexos!

Em vidros e em espelhos… em fotos.

Apenas sentimos… sentimos cá dentro e pensamos.

Tudo, sem ninguém ver.

E mesmo olhando para o mesmo lado, nunca se vê de igual modo.

Quem sou, quem fui…

O que vejo não sinto e o que sinto não vejo.

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E aí? O mundo dá voltas e voltas…

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