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Não para os outros, pra mim (20/05)
Oi. Você se lembra de como era a vida antes disso? De como você acordava e dormia com problemas normais e com a sensação de ter acertado - pelo menos um pouco - na vida? Já fazem dois anos! Isso é assustador, querida. É realmente assustador. A cada dia você cai num buraco maior e mais profundo e isso me dá medo. Crie forças! Suba! Agarre com unhas e dentes em si mesma! Encontre força! É uma doença, eu sei. E só a gente sabe que você está doente. Das coisas mais tristes que você já viveu, essa é a principal e mais silenciosa. E a cura é sua, só depende de você. Sente. Respire. Lembre-se disso. Pense nas suas unhas se agarrando aos tijolos de um poço com toda a força do mundo, para conseguir sair dessa. Se agarre tão forte a essa imagem e só solte quando você chegar lá em cima. Eu, que quase não me lembro mais da vida com paz, acredito que você irá conseguir tirar a gente dessa. Eu estou te implorando: faça isso por nós. Pelo nosso futuro. Com todo amor do mundo, Nós.
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Barbacena, 31/08/2023
Eu não sei se você ficou totalmente naquele hotel no Rio mas do mês de distância com que olho aquela cena me parece que pelo menos em partes funcionou.
Não consegui colocar em prática aquele contato que planejei não fazer e de quebra você foi tudo o que eu já esperava: distante. É realmente uma luta tentar te reconhecer nas entrelinhas e digo que minha maior vitória é essa - parar de tentar. Aceitei não saber exatamente quem você é e aceitei ter ficado para atrás sem querer estar no presente. O fim de um amor verdadeiro é isso? Esse vento fraco que pede só um casaquinho?
Depois daquele dia no Rio ainda nos encontramos pessoalmente, cada uma com o amor que a vida nos trouxe. Cena esta que jamais imaginei que viveríamos e mais ainda, viveríamos com normalidade.
Dos mixes de sentimentos estranhos que as pessoas podem ter, este é o que mais me toma: o não saber. Não sei se é um sofrimento mínimo ou uma felicidade irrisória ou só uma cosquinha naquele maldito canto. Aonde quer que nossas versões antigas estejam dentro de nós, sinto muito por elas. Sinto quando visualizo a ambas olhando para mim agora. Mas isso não vai acontecer nunca (ainda bem). E sabe o que mais? Também deixei pra lá toda aquela culpa. As coisas são como precisam ser, sabe?
Acho que aquela despedida, sozinha de madrugada valeu a pena.
See you around
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Rio de Janeiro, 18/07/2023
Eu queria rasgar você em pedacinhos. Escrever seu nome num papel e botar fogo mesmo que isso queime também aquele canto tão seu no meu coração. Queria chegar na pontinha do mar e deixar que a água te leve dos meus pés para outro continente – mas confesso que ainda assim temeria pela sua solidão em mar aberto.
Eu queria que você pudesse me ouvir gritar e chorar por pelo menos um minuto. Um minuto que logo depois você esquecesse porque eu não quero que tenha essa imagem de mim, ainda mais depois de tanto tempo. Queria poder reclamar – com a intimidade de antes – de tudo aquilo que a falta de intimidade hoje não me permite dizer. Queria brigar contigo só um pouco para depois a gente rir e falar que de um jeito ou de outro, a gente se entende de um jeito que não precisa explicar.
Queria chorar meus desapontamentos ainda que eu saiba que os seus também são muitos. Para um minuto dizendo os meus, toparia ouvir cinco de você dizendo o quanto eu também fui babaca.
Acontece que eu não posso querer nada. E nem dizer nada. Nem gritar, nem rasgar, nem te entregar para o mar. Eu tenho que engolir e é por isso que agora, às 02:21 da manhã, estou aqui escrevendo. Na esperança de que eu consiga te deixar aqui nesse texto, tão perigoso quanto a ligação que eu não fiz, só para conseguir dormir.
Eu estou sentada numa poltrona confortável, com um pijama quentinho – que você adoraria – num hotel bem do lado do Cristo Redentor, junto com uma garrafa de água – de água. Se fosse aquela vodka que te prometi e que você nunca bebeu, juro que beberia inteira. Assim eu te vomitaria naquele banheiro chique. Melhor do que você que nem sei onde me jogou.
Eu queria te ligar e ir direto ao ponto para saber o que aconteceu com nossas promessas. Não aquelas que eu descumpri enquanto casal, mas aquelas que mantivemos enquanto pessoas amigas. Será que eu realmente não mereço o mínimo?
Não sofro pelo fim do nosso relacionamento conjugal, mas sim pelo que eu acreditei – de mãos no fogo – que era maior do que isso. Sofro pelo que enfrentei para manter seus rastros e para te dar todo o suporte que foi necessário. Sofro por ser tão humana e pequena, por criar expectativas de que receberia o mesmo que dei. Sofro por não te reconhecer e por ainda assim não conseguir me tornar uma versão de mim que você não reconheça.
Sofrendo, minha decisão segue ser aquilo que te disse que seria, mesmo que não te interesse e não te encante. Sofrendo, decido manter meus acordos, meus tratos, com você e comigo. Mas preciso muito que saia do meu caminho. O meu “never die”, tatuado, será mantido. E isso tem que bastar. Stay safe.
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