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ATO 1

Eduardo recebe a informação de que suas aulas seriam suspensas devido a um novo vírus que chegara ao Brasil. A preocupação, ansiedade e desespero passam a fazer parte de sua rotina, pois a cada dia o número de infectados só aumenta. Em meio a tudo isso, Dudu mantém sua paixão pela música e por animes, alimentando um sonho de compor músicas para os desenhos que vê. Diante da situação financeira da família, com seus pais desempregados, o jovem estudante decide abandonar as aulas remotas e começa a trabalhar como entregador para ajudar nas despesas de casa, acompanhado dos sentimentos de cansaço, angústia e solidão, e claro, pela música, durante suas entregas.

Saudade e incerteza 

Lembro do que foi, lembro de como era.  O som daquela sua risada, as palavras na sua voz. Será que ainda vamos nos ver? O que será de nós? O que será de mim sem você? Se pudesses me ouvir, há tanto que queria lhe dizer.. E por que eu não disse antes?!..  Parece que foi ontem, você estava aqui.. Que saudade do seu abraço, de ouvir seus conselhos que guiavam minha vida. Olho de um lado para o outro e tudo parece sem sentido. Esse lugar cheio de dor parece não ter saída.

(Raíssa Vasconcelos)

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ATO 2

Após sua demissão no ano de 2015 na indústria de petróleo como técnico de usinagem em Macaé, região dos lagos, João começou a trabalhar como motorista de Uber e, por ser autônomo, a instabilidade financeira levou a uma diminuição do padrão de vida da família, o que se agrava em 2020 com a chegada do Covid-19. Um de seus maiores objetivos como pai de família era evitar que seu filho estudante precisasse trabalhar ainda adolescente, coisa que infelizmente não aconteceu. Indignado com as exigências dos lojistas que colocam a vida de seus funcionários em risco para manter suas fortunas sonegadas e, preocupado com a precariedade do trabalho advinda da uberização e da ausência de direitos e jornadas ilimitadas de trabalho, João é acompanhado em sua rotina, pelos sentimentos de impotência, medo e solidão.

Cada Respiração

Cada respiração a mais conta, pro pulmão de quem tá sem ar, pro coração de quem ama. Cada respiração a menos vai pra conta. Eles fazem as contas. Vidas perdidas, pra eles, são só números. Essa conta não bate. A dor que a perda causa, espanca o corpo e a alma, faz perder a calma.  O medo causa desespero e faz muitos perderem o sono, enquanto isso, os reis da maldade estão confortáveis em seus tronos.  O povo passa fome, medo, dor e frio.  O tempo passa e a vida segue por um fio. 

(Raíssa Vasconcelos)

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ATO 3

Michelly tinha um sonho de fazer faculdade de Moda e se tornar estilista. Assim, quando completou 18 anos de idade, foi para São Paulo e lá, conheceu João, que depois se tornou seu marido. Para se sustentar, começa a trabalhar como costureira. No ano de 2009, mudou-se para a região dos lagos por conta da mudança de emprego de seu marido e, em 2015, com a demissão de João, precisou voltar a costurar para ajudar na renda da família. A situação financeira piora em 2020 com a chegada do Covid-19. Após passar alguns dias com alguns sintomas, Michelly realiza o teste sorológico e descobre que está infectada pelo vírus. Pela falta de leitos, ela aguarda alguma melhora em sua casa e, enquanto isso, sua situação só se agrava. A casa se enchia de música e seus últimos dias foram embalados por canções de sua infância e da infância de seu filho.

Cores, Sonhos e Flores

De uma cor só, muitas cores. Muitos sonhos desenhados na mente. Mas, na vida real, na tentativa de realizar, quase tudo parece desbotar. No Jardim do coração, aquelas flores coloridas, cheias de vida, vão perdendo as pétalas a cada dia. Parece não haver mais sol, ainda assim tenta seguir em frente, mas a tempestade que se aproxima, assusta. Resta o apego às lembranças da infância, das canções e dos sonhos de criança. Resta a urgência em falar o que sente, em compartilhar tudo que, um dia, a levou a sonhar e acreditar.

(Raíssa Vasconcelos)

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ATO 4

João chama seu filho Eduardo para dar uma terrível notícia. Dudu vê seu pai em pé, com um olhar vazio, perdido, dizendo que chegou a hora em que Michelly estaria partindo. O filho engole a seco a saliva, sua voz embarga, seus olhos se enchem de água e, assim, se achega a sua mãe para abraçá-la pela última vez, juntamente com o seu pai. Michelly falece. Juntos, pai e filho choram. Dias de luto e silêncio, até que Eduardo resolve colocar a mão no instrumento e, pela primeira vez, após muito tempo, tira o sonho do papel e começa a tocar algumas melodias. Em sua mente ecoa uma frase que Michelly, sua mãe, disse antes de partir, ao sentir que seu filho estava isolando seus sentimentos: “Compartilhe com os outros o que você sente”.

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Créditos

Ato 1

Violão: Raíssa Vasconcelos

Guitarra elétrica: Raíssa Vasconcelos

Contra-baixo elétrico: Raíssa Vasconcelos

Piano: Samara Tobias

Sintetizador: Jefferson Gouvêa

Bateria: Jefferson Gouvêa

Flauta doce: Sarah Rocha

Composição: Raíssa Vasconcelos, Samara Tobias, Jefferson Gouvêa

Mixagem: Raíssa Vasconcelos e Sarah Rocha

Masterização: Raíssa Vasconcelos

Ato 2

Violão: Moisés Diogo

Sintetizador: Samara Tobias e Sarah Rocha

Flauta doce: Sarah Rocha

Kalimba: Sarah Rocha

Trompete: Gustavo Luiz

Composição: Sarah Rocha e Moisés Diogo

Mixagem: Sarah Rocha e Moisés Diogo

Masterização: Sarah Rocha e Moisés Diogo

Ato 3

Mixagem: Guintter Ferreira de Oliveira

Masterização: Diogo Xavier

Guitarra: Guintter Ferreira de Oliveira

Baixo: Diogo Xavier

Piano: Emily

Sax alto: Kátia Regina

Composição: Kátia Regina, Gustavo Luiz, Emily

Ato 4

Guitarra: Guintter Ferreira de Oliveira

Baixo: Guintter Ferreira de Oliveira

Piano: Jefferson Gouvêa

Flauta doce: Sarah Rocha

Trompete: Gustavo Luiz

Violão: Moisés

Sax Alto: Kátia Regina

Sintetizador: Diogo Xavier

Mixagem: Diogo Xavier

Masterização: Diogo Jose do Nascimento Ferreira Xavier Soares

Roteiro: Diogo Xavier, Samara Tobias, Guintter Ferreira

Narração: Kátia Regina

Poesias: Raíssa Vasconcelos

Mixagem final: Diogo Xavier, Guintter Ferreira, Sarah Rocha, Moisés Diogo, Raíssa Vasconcelos,

Masterização final: Diogo Jose do Nascimento Ferreira Xavier Soares

Produção de Vídeo:

Jefferson Gouvêa

Moisés Diogo

Samara Tobias

Gustavo Luiz

Emily Carneiro

Ficha Técnica

Direção: Prof. Thomas Saboga

Criação: Turma da disciplina de Prática de Montagem do curso de Licenciatura em Música, IFF Guarus

Diogo Xavier, Composição/Arranjo (Prelúdio e Ato 4), Baixo (Ato 3) e Sintetizador (Ato 4)

Emily Carneiro, Composição/Arranjo (Ato 3), Teclado e Voz (Ato 3)

Guintter Ferreira, Composição/Arranjo (Ato 4), Guitarra (Atos 3 e 4) e Baixo (Ato 4)

Gustavo Luiz, Composição/Arranjo (Ato 3), Trompete (Atos 2 e 4)

Jefferson Gouvêa, Composição/Arranjo (Ato 1), Sintetizador, bateria (Ato 1) e Piano (Ato 4)

Kátia Regina, Composição/Arranjo (Ato 3), Sax alto (Ato 3 e 4)

Moisés Diogo, Composição/Arranjo (Ato 2), Violão (Atos 2, 3 e 4)

Raíssa Vasconcelos, Composição/Arranjo (Ato 1), Violão, Guitarra e Contrabaixo elétrico (Ato 1)

Samara Tobias, Composição/Arranjo (Ato 1), Piano (Ato 1) e Sintetizador (Ato 2)

Sara Rocha, Composição/Arranjo (Prelúdio e Ato 2), Flauta doce (Atos 1, 2 e 4), Sintetizador, Voz e Kalimba (Ato 2)

Roteiro: Diogo Xavier, Samara Tobias, Guintter Ferreira

Descrição e Programa: Samara Tobias

Narração: Kátia Regina

Poesias: Raíssa Vasconcelos

Produção de Vídeo: Moisés Diogo, Jefferson Gouvêa, Samara Tobias, Emily Carneiro e Gustavo Luiz

Mixagem final: Diogo Xavier, Guintter Ferreira, Sarah Rocha, Moisés Diogo e Raíssa Vasconcelos

Masterização final: Diogo Xavier

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Descrição Espetáculo

O espetáculo musical “Dores em Dó” narra os acontecimentos vividos por uma família, residente em Macaé, durante a pandemia da Covid19. Eduardo Cipriano da Silva (Dudu), filho único da família, é um jovem estudante, apaixonado por música. João da Silva, pai e marido, um ex-técnico de usinagem que há 6 anos é motorista de aplicativo. Michelly Cipriano da Silva, mãe e esposa, costureira de profissão e amante da moda. “Cansaço”, “angústia”, “impotência”, “medo”, "solidão'' e... palavras que marcam a trama desses três personagens, em razão de um vírus que assola o mundo.