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“Há, há.” Aryan riu sem graça, tamanha a loucura que aquilo representava. O que ela estava fazendo? “Isso é impossível, darling.” 

“É a mais pura verdade. Eu estou grávida. E o filho é seu.” Falou, em alto e bom tom, recostando-se com a expressão mais séria que conseguiu forjar.

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Aryan, como você consegue elogiar uma pessoa nessa situação? Ai, você é a pessoa mais maravilhosa do mundo, mesmo.

É….. sabe como é, arrumar uns contatinho, tentar conquistar o crush…. Brincadeira, eu nem ligo tanto pra isso, prefiro curtir a festa com meus amigos. Mas que não faz mal, não faz, né? Ah, poxa, não deixe de ir na próxima. 

“Nah, eu só falei a verdade. Vermelho é a cor da paixão, da ira, do sangue...” Deu de ombros. Quando Polly o abraçou, Aryan não pode evitar retrair-se por impulso, seu corpo hemofílico receoso perante o contato inesperado. Estava acostumado a ver qualquer corte ou pancada banal transformar-se em algo muito mais complicado, por isso evitava ao máximo relações físicas como aquela. Segundos depois, contudo, permitiu-se relaxar um pouco. Embora ainda incomodado, abraçou-a de volta desajeitadamente, separando-se assim que viu a oportunidade. “Entendi. Mas pelo menos estava em casa, não é? Deve ter sido mais fácil pra trocar de roupa. Mal nenhum. Você é uma garota linda, flertar deve ser easy busy.”

“Vou sim, dou minha palavra.”

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Eu realmente não fiz isso, juro por Morgana. Nove anos que eu te aturo, que eu cuido de você, te dou muito carinho e amor, e você ainda tem coragem de duvidar de mim…

“Até parece que é um trabalho muito árduo. Eu sou a personificação do amor e do altruísmo, darling. Andar comigo é uma honra provida a poucos.”

“Você promete que realmente não fez isso? Se não foi você, precisamos achar o culpado. Pergaminhos não somem assim do nada e eu não emprestei minhas anotações a ninguém.”

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“Ahn...” Era difícil que Aryan se encontrasse sem graça. Naquele momento, contudo, e lendo o título do livro que a professora tinha em mãos, foi incapaz de esconder o rubor de sua face. “Eu, é...” Demorou a encontrar as palavras, os pensamentos em lugares impróprios. Piscou então algumas vezes, tentando se recompor. “Eu... Eu gostaria de saber se a senhora está interessada em um ajudante nas aulas de DCAT. Um monitor auxiliar. Sinto muito apreço por essa disciplina e acredito que créditos extras como esse seriam muito bons para o meu currículo.” 

Pode falar, dear. Eu faço uma pausa, por voce.

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 — Foi um elogio, eu acabei de falar que me surpreenderam e que agora pago maior pau para o time. Mas não se engane, nos da Noble não vamos ser tão fáceis de roer. — Respondeu com um sorriso desafiador. — Disse sim, eu admito. Espero não ter apostado nada.

“Isso não faz muita diferença pra ele. O navio já atira sem motivo, ganhando então... um dia desses entrou direto na boca de um primeiranista. Seria cômico se não fosse trágico.” Disse com falsa pena; internamente, porém, havia dado gargalhadas na presença do fato. “A Noble não tem nem chance. Uh... mas eu sinto em lhe informar, querida Michelle, que você apostou sim. Uma visita pelo andar abandonado da ala Sul, se lembra? Não adianta fingir, sei que sua memória não é ruim assim.”

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“Não me envergonho, a aula não é exatamente importante. Então pode me dizer se a loja é realmente boa como dizem… Queria comprar um bateria, mas não é um instrumento exatamente barato e não vou arriscar em um lugar qualquer. A minha companhia e um passeio pela Beaux Village.”

“Já está assim? Você é um bruxo, Apollo. Todas as aulas são importantes, principalmente na sua condição de atraso. Achei que daria mais duro, mec. É uma pena ver que seus pais estão entrando na sua cabeça desse jeito.” Aryan fingiu desdém, dando de ombros. “Anyway, ela é ótima, tem uma variedade grande de instrumentos. Se está mesmo querendo uma bateria boa, lá é definitivamente o lugar certo. E eu bem que gostaria de te acompanhar, mas não posso... Tenho aula.” A mão foi até o ombro do companheiro de casa, fazendo ali uma pressão rápida antes de afastar. “Você deveria fazer o mesmo. O intervalo está aí pra isso.”

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“Belo motivo. Aposto que é assim que ganha seus debates, com esses argumentos profundos e significativos.”

“Não, não é assim que ganho meus debates.” O sorriso aumentou. “Por que desperdiçar saliva quando existem maneiras mais eficazes? Ele era um idiota, vivia comprando briga com alunos mais novos. Vomitar lesma era o mínimo que ele merecia.”

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“Não gosto de ensaiar com abaffiato, atrapalha a acústica e minha voz soa estranha. Tentei subornar com outras coisas, mas, bem, aquele monitor não vai com a minha cara. Não tive sorte mesmo.”

“Bom, você que sabe. Quando é a apresentação, por falar nisso? Outras coisas? Hm...” As sobrancelhas arquearam. “Que outras coisas?”

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Aryan, observando a cena a uma distância segura, riu de maneira incontida ao ver a reação da garota. Quando esta saiu, o rosto vermelho como se tivesse provado um feijãozinho sabor pimenta, o Carrow se aproximou do rapaz com escárnio presente nas feições. “Você realmente não tem jeito.”

—— Ei, o que é isso? Ok, talvez eu tenha merecido, mas se puder refrescar a minha memória… 

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“Nove anos e esse deque de astronomia ainda me arrepia. Imagina uma queda daqui de cima? Não teria enfermaria certa.”

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“Preciso concordar, Clair. Embora acabe de descobrir que prefiro muito mais o sentido figurado da palavra. Nunca mais verei gatos da mesma maneira.”

Eu estava linda sim com orelhinhas e focinho de gato, desculpa se eu te assustei, mas eu estava exatamente como sou, uma gata.

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“Está nervosa, Athena. Acho que nunca te vi tão nervosa assim antes. O que tem de tão secreto aqui?” O rapaz abriu um sorriso zombeteiro, observando o diário com curiosidade. “Sabe que um cadeado não é garantia nenhuma de privacidade, não é? Principalmente contra um feitiço tão simples quanto o... Alohomora.” A varinha na mão esquerda então, ao ouvir a palavra, não tardou a disparar uma lufada incolor até o objeto, destrancando-o.

Não, você não pode ler isso. É algo pessoal, que tem um cadeado por uma razão. Me devolve, por favor.

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“Qual é, você claramente trapaceou!”

“Dude, eu falei que ia conseguir! Vamos lá, agora você tem que me pagar a aposta…”

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“Sinto muito por você, Polly. Mas, se serve de consolo, sempre achei vermelho uma cor muito mais bonita. Destaca o melhor nas pessoas.”

“Esquemas, huh? O que tinha em mente? E não, desculpe, eu não pude comparecer. Mas adoraria ouvir os detalhes.”

E aí o cara caiu da escada bem em cima de mim, me empurrando pra onde? Isso mesmo, a mesa onde tinha aquele ponche, bem vermelhão. Eu estava de vestido branco! Estragou todos os meus esquemas naquela festa, triste.

Mas fazer o que, vida que segue. O que você fez ontem? Estava lá na festa? Sempre tem tanta gente na minha casa que eu nem sempre reconheço todo mundo.

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“Pra ser sincero, eu vi sim. Estavam perto das escadas. Espero que não se incomode quando eu disser que as peguei, mas ver partituras no chão e deixar por isso mesmo não faz muito meu estilo. Pensei que tinham jogado fora.”

Eu deixei algumas partituras no pátio e não consigo achar. Esse vento provavelmente só vai dificultar, mas você viu alguma por aí?

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“Hey, é dos Persévéres que você está falando, mais respeito, por favor.” A expressão era séria, mas logo trouxe um sorriso descontraído à face. “Se o navio pirata no medidor de pontos te ouvir chamando o nosso time de “patetas” não me responsabilizo pelos tiros que vai levar.”

“Eu disse, não disse? Posso não jogar quadribol, mas conheço um pouquinho de estratégia de campo. Não tinha como eles perderem.”

 — Tenho que dizer, eu não dava nada por aqueles patetas, mas deram um show.  Acho que estou pagando língua agora, mas não me importo. Foi incrível. 

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“Matando aula? Tsc, tsc... Shame on you, Apollo.” 

“Eu sei onde é, foi lá que comprei meu violoncelo. E eu até iria, mas hm... que eu vou ganhar em troca?”

“Quer fugir comigo para irmos na Apollo’s Harp? É no vilarejo mesmo, mas eu preciso comprar novas cordas para a minha guitarra.”