euservano
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Sou Vinícius, nasci em 1997 e sou um amante natural da mente humana. Biólogo, amo ver o ser humano como mais um animal - também fenomenal - no nosso planeta. Acredito, de certa forma, que as palavras que nascem de nossa cabeça são os registros mais lindos que podem ser feitos pela nossa espécie, assim como os pássaros cantam, os cavalos correm e as borboletas voam, nós, em toda nossa maestria, produzimos palavras e significados. Amo poesia, fotografia e natureza. Curioso sobre como o universo funciona e como os nossos saberes sobre o mesmo pode desenvolver nossa mentalidade. Professor, fã de Paulo Freire. Poeta, fã de Criolo e Liniker. É no vácuo entre minha mente e minhas palavras, que me faço. É na saudade do meu antigo eu, que busco um novo, e me reencontro. São José dos Campos, SP.
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euservano · 2 years ago
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Construção
Causa-me altas temperaturas e suor frio escorrendo pela pele escaldante, mas também ilumina meus olhos com o sabor da experiência de estar vivo. Nocauteia-me com demandas exageradas de pensamentos sobrepostos, mas também cria as diversas vivências interpessoais. Obriga-me a eliminar o choro agonizante de pensar demais, mas também alivia por ser verdadeiramente humano. Secretamente, escondo-me de mim mesmo por medo de tornar-me tão vulnerável como um animal predado pelas presas sanguinárias de um felino preparado para o ataque, mas também me reencontro ao ver novamente minha criança interior. Os devaneios se sobrepõem, e da dor sempre busco o prazer. Assim, pouco a pouco, crio orgulho de ser esse aventureiro com prazer pela vida, como ela é, e tentando construir como ela deveria ser.
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euservano · 2 years ago
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Rio Seco
Queria eu voltar a chorar Dói demais sentir um rio secar A alma desabafar Queria novamente esse talento Pois é verdade, ainda dores enfrento Queria esvaziar esse peso Que luta estou enfrentando para acomular tanto amargo? Peso leve, pesado? Eu preciso escorrer Chorar é sagrado. Escrito em 13/03/2022
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euservano · 2 years ago
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Criolo - Nó Na Orelha
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Lançado em 2011, Nó Na Orelha, como já indicado no título, foi um puxão de orelha, uma bronca de um pai bravo, porém amoroso, um estopim filosófico aos ouvidos, uma verdade ácida, porém necessária. Resumidamente, foi a concretização do potencial da poesia e do que ela pode revolucionar. Não é à toa que hoje o disco é considerado uma obra-prima da música brasileira contemporânea, com uma produção que, apesar de buscar raízes na cultura sedimentar nacional, criou movimentos para além do velho e conservador, fazendo surgir pensamentos que atingiram não só o público-alvo, mas toda uma massa de ouvintes atentos ao cenário do rap. Criolo é, não só em Nó Na Orelha, mas em toda a sua rica discografia, um observador aguçado da desigualdade brasileira e foi nesta obra que sua assinatura foi criada: mesmo trazendo temas abordados há décadas na música urbana, Criolo temperou sua musicalidade com uma sonoridade culturalmente específica, inspirada no samba, na MPB e em outros subgêneros da música contemporânea nacional, dando vida a algo que rompe as barreiras da indústria fonográfica para a cultura de modo mais geral. Em resumo, a obra se torna nossa (dos brasileiros) pois é a expressão artística pura, serena, melancólica e, às vezes, raivosa das dores sofridas por um povo historicamente forçado a sofrer.
Nó Na Orelha se inicia com “Bogotá”, onde o tráfico e a desigualdade são temas centrais e que têm como fruto a violência e a opressão nas periferias. Apesar do tema ácido, a melodia é vibrante e utiliza de instrumentos de metal para seus períodos de excitação musical. Fica claro que o eu-lírico tem dois alvos, o proletariado e a burguesia. Para os trabalhadores, “Bogotá” além de expressar sua realidade e cutucar feridas que, até mesmo, as pessoas mais politizadas deixam passar batido, Criolo cria, em forma de cantigas antigas de samba raiz, o cenário da percepção de uma realidade doída mas que, para ser mudada, precisa ser vista. Para a elite burguesa, que detém o lucro máximo com o tráfico, ‘Bogotá’ é o início de uma denúncia contra seu papel na perpetuação das injustiças nas periferias.
Em sua época de lançamento, “Subirusdoistiozin” foi criticada por romantizar o crime organizado — quem assim a criticou, errou. A segunda faixa do disco descreve a realidade violenta vivenciada pelas comunidades mais pobres, como uma fotografia de cena, e ganha importância documental. A linguagem utilizada é proveniente do mundo do crime organizado, de fato, porém fica óbvio com alguns versos que a intenção foi, além de conscientizar, denunciar a desigualdade na Justiça brasileira e a hipocrisia cometida pelos próprios traficantes, que, em alguns casos, se apresentam como justiceiros contra a as injustiças socioeconômicas. “Feio é arrastar e nem perceber”, citada por Criolo na canção, pode significar tanto o modo de propagação do uso de drogas, que, geralmente, é por recomendação de “amigos”, como também o recrutamento de crianças por parte do tráfico, que, devido à necessidade financeira de pertencimento ou à grave insegurança alimentar e falta de apoio familiar e social, acabam entrando no mundo criminoso. Nos últimos segundos, com teor revoltante e rebelde, Criolo deixa claro os reais inimigos: “Acostumado com sucrilhos no prato, né, moleque? / Falar o quê? / Enquanto o colarinho branco dá o golpe no Estado”.
Após duas faixas com significados mais políticos, “Não Existe Amor em SP” chega para evidenciar a humanidade de uma sociedade. Apesar de simples em sua produção, contém tanta poesia, elementos culturais e filosóficos que ficaria difícil mencioná-los num só parágrafo. Foi com essa música que Criolo se consagrou com o público mais jovem, fazendo então da balada melódica o maior sucesso do disco. Retratando a solidão em cidades lotadas, Criolo não está somente denunciando a depressão de uma população em uma época específica, mas sim, com muito sentimento envolvido, refletindo sobre como o sistema capitalista, com sua filosofia individualista, competitiva e assassina, desumaniza uma população que, desesperadamente, clama por felicidade. Já no final da música, Criolo bradea: “Não precisa morrer pra ver Deus / Não precisa sofrer pra saber o que é melhor pra você / Encontro duas nuvens / Em cada escombro, em cada esquina / Me dê um gole de vida”, e fica clara a mensagem que tem como alvo a inocente alma que acredita na glória e justiça vinda após sua morte, que decapita uma vida sofrida, com pingos de humanidade em um mar cheio de sofrimento.
Não podendo ser diferente, “Mariô”, faixa que dá sequência ao álbum, é uma canção raivosa. Levando em consideração a sequência das faixas, é possível interpretar como o grito de raiva após um choro melancólico e sofrido. Apesar da composição bem elaborada, reflexiva e bem estruturada, são os instrumentos musicais que ganham destaque, trazendo africanidade — e logo, brasilidade — à canção. O uso extravagante da produção continua com “Freguês da Meia Noite”, uma composição com duplo sentido que evidencia dois possíveis tipos de negócio: não sabemos se a canção fala de prostituição ou tráfico de drogas, visto que, em ambas as situações, os versos se encaixam perfeitamente. Os violinos trazem tristeza, a percussão uma sensualidade enigmática e os versos humanizam uma terceira pessoa, que não é mencionada pelo nome, mas deixa clara a sua difícil busca por felicidade.
A frase “The grajauex, duas laje é triplex / no morro os moleques, o valor” é o refrão de “Grajauex”, a sexta faixa do disco. Nessa gravação, Criolo também aborda temas como a desigualdade, a fome e a corrupção, utilizando ainda mais a linguagem periférica. “Grajauex” é um clássico do hip-hop, mais evidente até do que as outras faixas que apresentam mais elementos da MPB. A faixa subsequente, “Samba Sambei”, tem como objetivo intensificar a mensagem de que a música cura as dores humanas, utilizando elementos do reggae.
As três últimas faixas, “Sucrilhos”, “Lion Man” e “Linha de Frente”, possuem um papel fundamental na mensagem do álbum como uma obra completa, pois evidenciam os alvos do Nó Na Orelha. Em “Sucrilhos”, obviamente a mensagem é para o público-alvo,, ou seja, para toda a população brasileira, especificamente, aqueles que se consideram mais politizados e engajados. Resumidamente, é uma crítica à própria esquerda, que, muitas vezes, se afasta da realidade das desigualdades no país e adota um discurso liberal. O verso “Cientista social, Casas Bahia e tragédia, gosta de favelado mais que Nutella” teve grande repercussão para além dos fãs de Criolo. Em “Lion Man”, a música mais forte e revoltante, Criolo utiliza poesia e instrumental para criar um sentimento único de revolta e o objetivo é tocar a população, utilizando emoção e ação para criar movimentos que possam mudar o presente. Podendo ser traduzida como um hino revolucionário, a canção declara guerra à realeza, que se traduz na burguesia. Já em “Linha de Frente”, um samba animado que utiliza personagens da Turma da Mônica para explicar o tráfico de drogas, é criticada a adesão de crianças e adolescentes ao mundo do crime. A composição lírica ressalta como é importante que a população brasileira se una em uma luta contra a desigualdade.
De fato, Nó Na Orelha é um registro fantástico e necessário. Apesar das dores brasileiras serem facilmente percebidas devido à sua gravidade e evidência, foi com esse disco que Criolo conseguiu capturar as emoções específicas e necessárias para movimentos de entendimento de um povo sobre sua situação e vivência. O poder da obra está, além de sua qualidade, em seu acerto indiscutível: tocou quem tinha que ser tocado. Os sentimentos causados, as palavras usadas, os instrumentos tocados e as inspirações aproveitadas são, resumidamente, as vivências de uma nação e, portanto, facilmente absorvidos e aceitos por estes. É por esse motivo que considero Nó Na Orelha o LP mais importante da MPB contemporânea, pois além de se conectar com gêneros dominantes na atualidade, como o hip hop, oferece a reflexão necessária para entendermos que a guerra de classes no Brasil não acabou com a abolição da escravidão e está longe de acabar. As palavras doem, de fato, mas o que esperar de um nó na orelha?
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euservano · 2 years ago
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vácuo
é no vácuo entre minha história e meus sonhos, que me encontro é no vácuo entre minhas perspectivas e meus medos, que me projeto é no vácuo entre meu prazer e minha dor, que me sinto é vácuo entre minhas fraquezas e minhas conquistas, que me fortaleço é no vácuo entre minha mente e minhas palavras, que me faço.
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euservano · 2 years ago
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descobrindo-se
tô com saudade de mim, mesmo assim, nunca me encontro. mas de fato é quando sinto essa saudade que me busco e ao buscar, encontro um novo eu. não mato a saudade, mas em breve, sentirei falta de quem encontrei.
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euservano · 2 years ago
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férias de outubro
Seria ser demais Querer deixar de ser? Pelo menos por alguns dias somente Silenciar completamente a mente Que cansada está de tanto que mente: estar aqui me deixa contente! 10 de outubro de 2022
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euservano · 2 years ago
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Humano
Sentei no limite entre a praia e a floresta, bem ali, onde a sombra da árvore e o branco da areia se abraçam em perfeita harmonia. Meu campo de visão, como um lindo quadro ou uma fotografia que somente minha alma poderá ver do modo que viu, apreciou os galhos verdes acima, dois horizontes azuis formados pelo céu e o mar e a praia sendo construída, lentamente, pela força das ondas.
Observei o mar, em toda sua bravura, esculpindo a Terra, sem pressa, sem propósito, mas com maestria. Percebi a imensidão ao meu redor e, ao mesmo tempo, minha pequenez. Estranhei a imensidão que existe em minha mente em um mundo onde sou tão pequeno. Além de pequeno, insignificante. Mesmo que eu não existisse, o mar estaria esculpindo a terra. Na verdade, qualquer um do planeta poderia sumir, que o mar continuaria fazendo seu belo trabalho. Os animais continuariam sua dança eterna e instintiva, que às vezes é cruel, mas sempre bela.
Realmente, estou triste atualmente, parece que somente nós deixamos de fazer nosso trabalho. E qual é o nosso trabalho? Ao observar como tudo parece tão programado, instintivo e natural, fico com medo se nossa função aqui é realmente a de vilão. Na verdade, nem tenho certeza se existe vilão nessa história, como disse, a natureza às vezes soa realmente cruel. Mas a crueldade que existe em nós é diferente, nunca vi em um só animal. Talvez o medo da morte nos tenha proporcionado o egoísmo. Talvez tenhamos sido educados assim. Talvez não tenhamos aprendido outro modo de viver. Olha, não sei. Sendo bem sincero, olhar essa imensidão me faz saber ainda menos, mesmo que eu não esteja esquecendo nada. É que quanto mais eu olho, mais eu sinto. E quanto mais eu sinto, mais eu quero olhar. E cada sentimento me traz uma nova pergunta. Ficarei doido assim, é possível.
Mas é em meio a tantas perguntas que percebo que estou fazendo meu trabalho. Estou sendo, com toda a maestria, humano.
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