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[fragmentos-nomundo]

Eu sabia que você me esqueceria.

Sabia que tudo não tinha passado de um fetiche.

Me sinto burra, apesar de sempre ter estado ciente do que aconteceria com nós. Se é que "nós" de fato existiu em algum momento para você.

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Preciso de você.

Preciso de você como nunca pensei que um dia precisaria. Preciso de você ao amanhecer, para que a dor do acordar não seja tão latente. Preciso de você no decorrer do dia, para me lembrar que eu consigo. Preciso de você no fim de tarde, pra descansar em seu peito.

Eu preciso de você.

E dói perceber que eu sou a única à precisar.

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A verdade é que eu sempre pensei que seria seu amor. Acreditava que um dia conquistaria seu coração, nada disposto, em dar o amor que eu sonhava. Imaginei, inúmeras vezes, a vida que levaríamos - até quando estivemos distantes.

Mas, a distância foi suficiente, o tempo foi o bastante, para que você encontrasse o seu amor.

E por mais que isso, hoje, me cause dor, também sinto alegria, porque vejo, em teus olhos, que o menino perdeu medo de amar.

Que você seja muito feliz, meu menino. Completo.

Ps.: alguém ainda o ama.

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O aniversário está chegando e tudo o que eu consigo me perguntar é: que motivo tenho para comemorar? Que motivo, os que estão à minha volta tem para comemorar ou se alegrar?

Eu não tenho sido uma boa pessoa. Eu não tenho conquistado nada, realizado sonhos, evoluído em alguma coisa... Eu não tenho porque comemorar. Na verdade, nunca me senti tão sem jeito para esta data.

Os amigos querem me ver, a família quer uma festa, e tudo o que eu queria, era não estar aqui. Não existir. Não respirar. Não ficar.

É difícil entender... Até para mim.

Por que não consigo me sentir satisfeita com quem sou? Com o que tenho? Por que tantos por quês?

Tantos questionamentos embolados à lágrimas... Eu não estou sabendo lidar...

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Agora, mais que nunca, eu vou precisar te esquecer.

E não me pergunte como eu farei isso, porque eu não faço ideia; teu toque tá cravado na minha pele.

Mas, eu vou precisar, porque você vai me esquecer.

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Teu cheiro está por toda sala, não importa quanto tempo faz que você partiu; talvez, por se encontrar fechada por um longo período, mas lá, eu te encontro. Naquele cheiro, nas memórias ainda vivas, no livro largado em cima da mesa do escritório; no seu grampeador, milimetricamente seguido pela pequena caixa de grampos, também acompanhada da pomada que você usa em momentos de alergia. Tudo metodicamente organizado ao lado do seu teclado.

É incrível como teu jeito, tão sem jeito, ficou gravado em minha memória. E eu juro que não queria que fosse assim.

Queria que fosse fácil, o desapego, como foi pra você.

Mas, o teu cheiro não me deixa esquecer, apenas reacende o que venha tentando apagar.

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Eu juro, por tudo, que quando falo "indo", é realmente indo. Sem rumo. Sem saber se consigo. Mas, tentando. Me esforçando.

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Já não basta me sentir ruim o suficiente para ter controle da minha própria vida, ainda tenho que lidar com a sensação de estar fazendo tudo errado aos que estão à minha volta.

A sensação de culpa que carrego me corrói por inteiro, o choro fica entalado, o grito que sai rasgando todos os meus órgãos por dentro, a lágrima por trás do sorriso enquanto eu garanto que "tá tudo bem". E assim eu vou tentando enganá-los, me enganando.

Eu sou uma fraude. Das mais bizarras e obscuras. Eu sequer mereço estar aqui, então, por que continuo? Eu sei... Eu também me pergunto. Mas, eu não sei a resposta pra nada em minha vida.

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A vida não tem sido agradável. A luta não tem sido fácil. Não é um leão por dia, são vários. Além dos leões, também encontro serpentes, rochas, tudo pelo meu caminho. Eu olho para trás e não vejo como voltar, porque sei que tem deles por lá. Para os lados, bom, posso ouvir seus rugidos e rastejados. Eu só tenho que seguir em frente. Mas, lá também está assustador. Só que eu sinto que eu preciso. Eu não cheguei até aqui, machucada, com arranhões, com coração dilacerado, com o corpo já quase pedindo para parar, para enfim, desistir. Eu preciso enfrentar todos esses obstáculos. Lutar, como uma leoa.

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Querido Jones,

Hoje te escrevo com uma imensa saudade no peito. Saudade do que um dia fomos, do que um dia poderíamos ter sido. Não é uma saudade dolorida. É uma saudade até gostosa.

Jones, as coisas não andam fáceis. Você percebia os meus problemas enquanto estávamos juntos? De todo modo, deixa-me te contar: está insuportável continuar. Acredito que não tem terapia, nem remédio, nem algo superior que me faça sair do buraco em que me meti, que me faça controlar meus sentimentos e todas essas emoções que estão bagunçadas dentro da minha cabeça e meu coração.

Te escrevo, para te lembrar, que mesmo distantes, eu ainda te tenho como meu melhor amigo, e queria poder compartilhar tudo o que tem acontecido comigo.

Talvez, ou com certeza, isso nunca chegará até você, mas, saiba, que você ainda é motivo de sorrisos por aqui.

Te tenho carinho. E o que quer que aconteça daqui em diante, foi escolha minha, como um dia você me disse que eu precisava fazer. Eu sei que não tinha nada a ver com a situação na qual me encontro, mas você sempre me lembrava que eu precisava fazer escolhas para seguir com a vida.

Agora, mais que nunca, preciso fazer uma escolha.

Com carinho, sua Lunna.

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Arrepio.

1. estremecimento, tremor rápido e involuntário em consequência de uma reação ao frio, ao medo etc. ou devido a uma emoção intensa; calafrio.

"sentiu um a. com a proximidade da fera".

É o que nos diz o dicionário.

Mas, e à ti? O que te estremece? O que faz com que teu corpo sofra, involuntariamente, esse tremor?

O medo? A dor? O amor? A saudade?

A angústia? O frio? A solidão? O fogo?

A tempestade? A calmaria?

Esses dias, uma música, ligada à muitas lembranças, me causou um arrepio até a espinha.

Não foi angustiante, foi saudoso.

Com alegrias, com tristezas, com despedida, mas com uma dose especial de esperança.

Arrepio. De arrepiar.

E nem sempre por medo.

Às vezes, é a luz chegando, o brilho entrando, a esperança voltando, tudo, com luta e resistência.

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Todo dia uma vitória diferente. Eu não sei se você é capaz de entender, mas deixa-me te explicar.

Durante as 24hrs, um mínimo minuto que o meu coração sossega, que ele não parece querer sair do peito, que eu não o sinto apertado como se por um gorila, é uma vitória.

Um minuto no qual eu consigo respirar, como se nada tivesse impedindo o ar de entrar por minhas vias aéreas, como se eu não tivesse um elefante esmagando os meus pulmões, é uma vitória.

Eu vivo diariamente em busca dessas pequenas vitórias. Incansavelmente. Incessantemente. Desesperadamente. Esperançosamente.

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O quê que eu tô fazendo, quando espero você vir?

Eu sei que não vai acontecer.

Eu sei que você não vem.

Mas, eu fico esperando. E esperando.

E esperando.

E isso vai me cansando de uma maneira que eu não queria, porque eu gosto de você.

Que merda.

Eu gosto de você e isso tá ferrando tudo.

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Eu não quero ser sua válvula de escape para momentos difíceis. Eu amo te ouvir, tentar ajudar, te fazer rir mesmo quando não parece possível.

Mas, eu quero ser seu ponto de conforto para os bons momentos também.

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O pior é que eu não posso cobrar nada. Desde o início eu sabia disso.

Eu queria acreditar que lidaria bem com nossa situação. Queria acreditar que não me envolveria. Queria acreditar que não me incomodaria ser tua segunda opção, ou terceira, talvez. Eu queria acreditar que nada que viesse de você, das suas decisões - ou falta delas - me afetaria.

Eu só me enganei por mais tempo do que o esperado.

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Enquanto o ônibus lotava à cada ponto, eu observava cuidadosamente cada local por qual passávamos.

Percebi que algumas lojas fecharam, dando lugar a outras, ou simplesmente estavam com a placa "vende-se" pendurada em um portão enferrujado.

Percebi que estavam faltando árvores. O verde sumiu, não é? Prédios, casas, mais prédios, tudo meio cinza

Me perguntei quando tudo aquilo tinha mudado. Em que lugar do tempo, eu parei, me perdi.

Tudo, apesar de parecer em seu devido lugar, estava fora de contexto, fora de linha, fora da razão.

Por um momento me questionei se estava pensando sobre o caminho percorrido ali, naqueles vinte minutos de ônibus, ou se era sobre mim.

Seria eu?

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Não tem espaço para mim na tua vida. Eu não caibo no teu dia a dia, não pertenço a tua rotina, não tenho hora certa com você.

Eu tô aqui, nos espaços de tempo - quando sobra algum tempo.

Eu não sei até que ponto vou suportar.

Eu queria caber na tua vida. Fazer parte da tua rotina. Dividir as horas do dia com você.

Mas, não tem espaço na tua vida. Não para mim.