Meus amigos acharam que seria uma boa ideia criar um Tumblr com meus textos, poemas e pequenos artigos
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Astros
Um poema antigo, beem antigo que encontrei esses dias~
Decorei quase todos os nomes dos sessenta e sete satélites naturais de Jupiter
E ás vezes sinto que sou só mais uma delas no teu planeta, a mais insignificante!
Completamos sessenta e sete dias que estamos na mesma via monótona
E você já retirou sessenta e sete pedacinhos de mim, sessenta e sete cacos de vidro caidos.
Você me atinge como um meteorito atinge a Lua sem atmosfera.
As crateras permanecem e sempre permanecerão all porque eu cometi o erro de te amar.
O que eu sinto me puxa pra baixo.
Nossa relação também.
Antes, me admirava e sempre queria deixar claro isso.
Agora, diz que tenho tudo pra poder ir muito além da troposfera,
Mas que não sou forte o suficiente nem para tirar os pés do chão.
Seu amor por mim pareceu regredir, talvez porque você não tenha me levado muito a sério.
Amor é ininteligível, mas depois que o compreende, o abraça.
Você não parece ter visto isso, por isso ainda não o abraçou!
Admito que não acho que você seja firme o suficiente para tudo o que eu sinto sobre ti,
Mas não sei ignorar mais nada em relação a ti.
As nossas galáxias estão bem mais distantes do que eram antes,
Tanto em anos-luz quanto em diferença de tamanho, luz e cor.
Mas ainda sim eu amo cada parte de ti! Levará milênios para a sua estrela morrer,
Mas a minha já irá se apagar.
Talvez eu seja um astro mais distante do teu.
Talvez eu seja só mais uma que te ama e mais uma que você não dá importância.
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Ser refém
Sempre seremos reféns de algo, mas talvez não como em crimes. O único ponto em comum é visto em programas de televisão de drama policial, quando é apontada uma arma na testa do personagem feito de refém. Isso acontece constantemente na minha vida, mas o meu atirador não é um ladrão de bancos amador, e sim a mim mesma em busca de respostas. Eu sempre negociei com o atirador mesmo antes de saber o que eram negócios, mesmo enquanto eu criticava o rebanho.
Sempre desprezei o jeito que a fé condenava o rebanho a apoiar a vida inteira em algo que nem mesmo sabia se era o certo. Sua felicidade era devotada a Ele, e agradecia sua vida por isso. Eu sempre imaginei o quão triste e miseráveis as vidas deles são, mas eu nunca percebia que eu era um deles.
Sempre vi, no reflexo das quedas ou altas da bolsa de valores, a vida oscilante dos capitalistas. Mesmo não sendo religiosos, eles também são rebanho. Sempre desprezei o jeito que seus olhos brilhavam com dinheiro que nem podiam tocar, com quantidades e mais quantidades. Sua felicidade era devotada ao lucro, e investia sua vida por isso. Eu sempre imaginei o quão instáveis e inconsoláveis as vidas deles são, mas eu nunca percebia que também era um deles.
Sempre observei o jeito que trabalhadores corriam e suavam por um salário mínimo. Em busca de dignidade onde não há dignidade. Eles também são o rebanho, a força que move. Sua felicidade, que talvez nem seja verdadeira felicidade, era devotada ao trabalho, e dava sua vida por isso. Eu sempre imaginei o quão desesperador deve ser entregar sua vida para o trabalho para se achar merecedor, mas eu nunca percebia que também era um deles.
Sempre tive aperto no coração por lembrar que já estive no lugar de quem quis desistir. Pelos vícios e pela morte, eles queriam fugir do fluxo do rebanho. Sua felicidade não tinha mais propósito se não fosse por ilusões curtas e improváveis, como as drogas, ou pelo próprio fim, a morte. As pessoas se negam a falar, mas sempre pensei neles com o maior peso na minha consciência. Afinal, por mais que não quisessem ser reféns, tornavam-se reféns da própria desolação, sem sair do rebanho. Eu nunca percebia que poderia querer ser um deles.
Eu nunca percebia, mas também sou refém. Julgava e desprezava, mas todos precisamos de uma arma na cabeça para vivermos, por mais idiota que soe (tentei apreciar dramas policiais). Não sou rebanho por religião, dinheiro, trabalho ou desolação, mas pelo outro. Devoto minha vida pelos que amo, respeitando os limites. Minha felicidade é devotada à felicidade do outro. Mas, caso eu perca alguém, não é isso que fará o gatilho disparar. Caso o religioso perca sua fé, caso o capitalista perca seu patrimônio, caso o trabalhador perca seu emprego ou caso o desolado perca suas últimas ilusões, não é isso que fará o gatilho disparar. O atirador dispara pelo descontrole causado quando se perde a fonte aparentemente segura de felicidade, que é o que todo ser humano quer.
Por mais efêmeros que os prazeres da vida sejam em relação às sensações de insatisfação, todos os queremos. Afinal, mesmo as sensações de insatisfação se dão por correr atrás dos sentimentos e da felicidade. Nossa felicidade, aquém de outros objetivos, é devotada em busca dela mesma. Todos somos reféns, é um contrato social, por isso muitos são ensinados sem nem saberem a negociar com seus atiradores. Sem uma fonte de felicidade, poderemos procurar outra, e outra, e outra, adiando o dia que o gatilho dispara. E o atirador pode ser enganado, mas sua arma não vai ser travada.
"Nobody ever died of a feeling, he would say to himself, not believing a word of it, as he sweated his way through the feeling that he was dying of fear. People died of feelings all the time, once they had gone through the formality of materializing them into bullets and bottles and tumours.” Edward St. Aubyn, Mother's Milk
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Um protótipo de artigo inspirado no livro Sapiens, de Yuval Harari. Um dia, talvez, isso realmente se torne um artigo sério~
O ser humano, mesmo que represente uma espécie com idade equivalente a 0,004% da idade do próprio planeta, foi capaz de encontrar e observar uma galáxia a 13,1 bilhões de anos-luz do sistema solar, a mais distante até agora identificada. Isso diz muito sobre o que somos. Os mesmos hominídeos que brincam de divindades de meros 1,7 metros de altura, e que representam apenas 0,01 da biomassa do planeta, já destruíram 83% de animais e plantas selvagens desde o começo de sua pequena história. Em vista disso, esse histórico de destruição rendeu a nós, humanidade, avanços tecnológicos e econômicos surpreendentes. E, realmente, isso é muito do que somos.
O homo sapiens é mais lento que uma baleia orca e mais fraco que grande parte da vida selvagem no planeta, mas atingiu patamares que o fez ser poderoso e inevitável. É compreensível o porquê de sua prepotência. Movimentos intelectuais como o humanismo não são nada contingentes em vista das conquistas humanas, e não é nada absurda a ideia de que o humano é o ser mais próximo de Deus. Afinal, uma pegada da nossa espécie já foi deixada no solo lunar e nosso genoma já foi mapeado. Para nossa cultura, somos de fato os senhores do mundo.
Como seres modernos, as diversas descobertas astronômicas e genéticas ao redor do mundo pouco nos surpreendem. Estamos habituados com nossa grandiosidade e capacidade intelectual que se mostra cada vez maior. Contudo, pouco lembramos de que a burocracia e o fluxo de dados criaram vida própria. Como humanidade, ignoramos a nossa servidão à nossa própria criação e preferimos residir na ilusão de poder que tanto é alimentada pelo nacionalismo e liberalismo. E, bom, daí vem esse manto da invencibilidade que não existe.
Crises são consideradas como problemas técnicos, não como reais falhas no sistema. A Depressão de 29 foi apenas um deslize, assim como a Gripe Espanhola também. Parece sempre ser preferível esquecer os erros do aprendiz de Deus e lembrar de suas conquistas, que nunca foram benéficas para todos. É sempre bom lembrar que a globalização, por exemplo, é ótima para os projetos econômicos de sua nação e até mesmo para as redes de comunicação que usufrui, mas talvez ela não seja tão atraente para uma família bangladesa de pouca instrução. Sendo assim, uma raça que apenas sobreviveu com a força da coletividade, e não de seus próprios músculos ou intelecto, paradoxalmente vive em desarmonia com seus irmãos nos dias de hoje. Os contrastes sociais que existem parecem ser perseguidos pelas classes dominantes, e não extinguidos, porque só demonstrando poder e influência que se é aclamado. Contrastes supérfluos como cor e sexo fazem-me pessoalmente refletir como o mundo seria se não fôssemos a única espécie Homo no mundo ainda hoje.
Bem, ler tudo isso em 2020 e relacionar à pandemia do coronavírus é praticamente uma tendência, e é exatamente o que quero tratar. A introdução pode ter sido longa, de fato, mas é altamente necessária para podermos obter a resposta para a pergunta mais curiosa: "como tudo aconteceu?". É difícil mapear o processo, mas é possível identificar a mentalidade de muitos: somos uma raça muito inteligente e próspera, não deveríamos interromper nosso ritmo por causa de um vírus. E, de fato, a doença da Covid-19 parece inofensiva. Sintomas de uma gripe comum, mas letal.
Sendo assim, esta pandemia escancarou uma verdade que os grupos dominantes já haviam esquecido há muito tempo: fome, miséria e vulnerabilidade ainda estão presentes. Não por escassez, mas porque muitos querem que pessoas em guerras e condições vulneráveis morram, de fato.
Somos sonhadores do Super-Homem de Nietszche, mas poucos realmente se dariam como ponte para uma evolução. Então, apesar de uma perseguição incessante pela prosperidade, os que estão no topo escondem um medo: serem superados. Não por outros animais, mas sim por suas próprias criações. E, por um lado, já fomos superados pela velocidade da tão grandiosa e frágil economia mundial e pela internet, por exemplo. A solução para a pandemia definitivamente não está em sacrificar vidas por outras pelo capital, porque o próprio já nos atropela. A humanidade é grandiosa, mas a prepotência de seus líderes a torna frágil.
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A paixão por ti
Poema
Desde minhas primeiras estações, Minhas memórias sempre foram esboços vívidos Um apanhado nebuloso de traços cálidos Experiências que de pouco a pouco fugiam no ritmo das minhas próprias canções Até você chegar e ativar meus novos sentidos Desde minhas primeiras íntimas devoções, A primavera capotou nos pálidos raios do sol O vento gélido do inverno se esvaiu subitamente O tempo fez voltas que não se entende E enriqueceu minha mente Com uma pintura na imensidão de rascunhos errantes Com um espírito desnudo em meio a multidão Você me deu novos olhos para a imensidão Desde que alimentaste minhas inspirações, Você me fez ver o mundo assim Onde todas as cores combinam E onde cada detalhe o passado assinam E eu me atento a tua persona Meus olhos me pregam uma peça Uma ilusão colorida que me recuso a largar Apenas por causa do teu olhar, Do teu riso e das tuas promessas Desde nossas primeiras declarações, Eu fico atônita e embriagada pelo teu cheiro Emboscada pelo desejo do teu beijo E pelos fatos despercebíveis que se tornam o centro da minha imaginação Desde nossas primeiras íntimas interações, Noto o jeito que você cerra os olhos Como se o viver fosse uma doce brincadeira O movimento sutil e singular dos teus lábios E a tua voz quando se deixa atingir pela canseira Amo a forma como se desenrola para falar O conhecimento tão grande que você tão pouco deixa mostrar Os sussurros mais doces que você deixa escapar As palavras suavemente proferidas que me fazem sonhar Desde a clareza de perfeitas imperfeições, Eu vejo o mundo como um emaranhado de lindas minúcias, Eu entendo a beleza do particular que muito você explorou E que só me permiti entender quando você chegou Eu cedo ao tênue raio de sol que me faz levantar Eu sinto o tímido amor por minha e sua essência despertar E cada dia vejo mais motivos pra entregar-me a este sentimento tão quente, A paixão que por ti se estendeu
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Satellite
Poem
There's no such thing like you here
In my heart
You may not be part of my system,
Even though my system revolves around you
Maybe you came here to look for safety
And maybe you convinced yourself you found a good and warm shelter
But you're just pacing quicksand
I'm your mistake
And hereafter
Your most beautiful regret
I'm faltering
So you should let me go before I give you reasons to
And I can guarantee
You won't miss me when you're inside safer arms
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Em memória
Texto em prosa
A nossa história é passível à desmemória desde o momento em que perdi todos os seus indícios. Meu corpo não mais relaciona seu rosto às sensações que aprendi com o seu toque, pois a ausência dos traumas moldou sua conjuntura à meras quimeras do meu inconsciente. E, a cada dia que passa, minha mente acompanha meu corpo ao lentamente esquecer suas minúcias. Às vezes, porém, o esquecer está além de deletar: torna-se o simples ato de negar certa importância e prioridade dentro do universo das memórias. Posso esquecer seu aniversário e seu sobrenome, mas muitas coisas prefiro somente deixar para trás. Afinal, por mais que pouco você soubesse sobre os próprios sentimentos, muito aprendi com suas lacunas emocionais.
A nossa história é passível à desmemória desde o momento em que você desapareceu dos meus pensamentos cotidianos. Não faz mais sentido tomar um suco de laranja e ter desgosto pelo sabor ao lembrar das suas preferências pelo néctar da fruta, pois não existem mais marcas suas na minha rotina.
A nossa história é passível à desmemória, mas as dores que ela me causou me perseguem nos meus sonhos. Eu não lembro bem de suas feições, mas sinto a repulsa e minha velha tendência de sentir-me inferior: a tendência que você construiu, independentemente do bem que fiz. Quando desperto e finalmente começo a discernir as diferentes camadas da realidade, me alivio por você não estar por perto. E, novamente, a nossa história é passível à desmemória, como em um ciclo infernal.
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