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No meu afago, me mato ao renascer de toda minha insatisfação
O sentimento de vazio credita-se ao passo que se vive sem decisão
À contrapartida, o medo que eu sinto não regozijo sem dar passos
A vida tem dessas, o eu que faço, refaço num estalo sem estragos
Eu quero o bem-me-quer tão sonhado sem delongar
A culpa é minha, já sabia, não queria acreditar
Na quarentena, já sei o hei de fazer, vou estudar pra valer
O conhecimento liberta o que, como e porque ?
Não tenho consciência quando me vejo te ver sentir
Eu preciso de um projeto sem ti ?
Entre todas as crueldades do mundo a pior é não conseguir se distinguir
Do outro? Não, de si.
Na solidão me escondi, no meu peito senti frio
Por pura esquizofrenia segui o eco do meu assobio
Cheguei no que chamam de coragem, eu chamo de círculo de grimm
Rapunzel sem cabelo, o príncipe sapo sem o beijo, sem pele do bearskin
As escolhas se explicadas viram uma metodologia sem fim
Sofrer de claustrofobia estando no maior espaço possível
Chorar pra recuperar-se do que é impossível
Busco um diálogo entre minhas expressões e sentimentos
Porque de tanto jurar que alguém me machucou me sinto num pêndulo.
O mito de Sísifo no amor e o de Midas nos jogos feitos.
Bobagem, ninguém deveria perder tempo pensando no que teria feito
Quero me internar com meu eu simbólico, meus apertos no peito
Ao menos assim, não me sinto mais cérebro do que mirabolantes jeitos
Hoje quero abraçar meus pais e dizer que eu teria feito tudo diferente
Explicaria com meu olhar, sorri de lado pra distrair com respeito.
Então, ressurgir daí, todas as promessas de bem-estar para ti
Aos que não são eternos, o sonho. Aos que rugem fatos, a realidade.
Toda poesia que escrevi desde a minha mais tenra idade
Sem eu saber sublimar direito ainda, promovia catarse
No entanto o que é cânone entra em estado catatônico
Clássicos são o máximo que a alma dar no momento produzido
Carinho está, por vezes, ao lado da explicação de lacan sobre a falta do nome
Significados estabelecem areia com água como cimento e estilo
Por exemplo: Olá, Dona Cecília, e o grunhido ?
Parou pra saber como estava os filhos, os risos, os estritos pelos dendritos.
As entrelinhas rodeiam o sentido, o simbólico via nicho
A criatividade é expelida em remédios e livros.
A entonação, sua voz não é sua voz porque é tão reprimida
Meu amor, a falta do que é grátis torna-se beiras em precipícios
Assim, não falta espaço, mas falta carinho.
A vespa que se ensolarou no estopim de uma nova carga genética
Restituiu a idade, o tempo na escolha de estéticas
Mas, seria o contrário pra se tornar autêntica
A vista de liberdade, parados pra ter responsabilidades
Sou eu que discuto minhas ideias sem métricas
A métrica de dizer tudo sem esperas
A mesma ideia, porque a mesma ideia ?
A trânsito engarrafado de pensamentos na tela
Abro e fecho sem nenhum proveito na estreia
Se pensar que isso foi um grito, perdeu os outros espirros
Comida nem é a única forma de emanar o que se enerva
A construção da existência perpassa pelas experiências de Eva
Destruir o sólido sem repreender os espíritos sem soar esquisito
Na mesura de te creditar o signo de libra
Na minha mente cada contexto e conteúdo você calibra
Na estátua que versa o sol, que maresia o rio você talvez reflita
Amigo, o sentido é interpretativo, mas a essência somente sentida
Salgar a língua para empanar a comida, qual o sabor da vida ?
Foi preciso fazer uma reescrita, inventar uma nova física
Pra lidar com aquilo que ninguém lida ou suporta e liga
Você me entende quando eu digo vida-bebida ?
Às vezes, a verdade é tão, mas tão, cruel
Que a gente escolhe invés do mel, o fel
Você sabe que distância, puxa !
A gente reclama, mas a considera esdrúxula
Seus sonhos dormem com você, também
E o mais triste é que teus sonhos não são sonhados por outrem
Essa última estrofe é sobre desilusão
Vive na gente, uma constelação de fanfic
Saiba que seguir o coração é stricto sensu
Perto da ilusão, a gente romantiza o furor
Daí vem você, a palavra branda de cór
É saltado, são teus jeitos que te fazem seguir teu lado
Não só numa balança viverá o homem, mas também de fardos.
Viverá o que te deram para sentir sem se sentir esgotado.
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O que há de ser quando o meu ser envenecer
O que será que essa febre me trouxe um suor
O que eu mais quero agora é poder envelhecer
Eu quero ter a chance de poder ser meu melhor
Eu quero não apagar agora, brilhar
Nessa queda realmente ressignificar o voar
Escrever sobre você cantarolar, brilhar
Agora só me vêem desespero e angústia
Quero cura.
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Eu te amo tanto que a palavra odiar pra mim perdeu sentido
Até não gostar do cozido da vovó ficou esquisito
Perco meu esférico e regulado cronograma
Prefiro relaxar contigo toda a semana
Ao tom de sua pele texturado fica meu tato
É tão bom acordar ao seu lado
Te dar um cheiro
Tudo fica mais bonito ao seu lado, meu dengo
Gosto de ficar te olhando dormindo
Tudo que penso fica mais sincero e bonito
Comer algo contigo o traz mais sabor
Será que esse é o gosto do amor?
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Não mistifico
Não exijo
Não escrito
A flecha que te lança, te lança pra baixo
Em ferros, apedrejou que nunca viu a si
Expertise em falar de si
Do que adianta vários seguidores, se você não consegue se aproximar de si
Que interesse tens no paradeiro do frenesi
Não executar nada sem padronizá-lo dentro de si
Respondi as maneiras, o analista vai achar que brinquei por ti
Estupidez cristalizada, revidei em mim.
Enxugo, mas não passo pano
Encurralada, sujo virgos duos
Nem vejo, mas sei porque acabou.
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Do primeiro tombo, até meu sagrado escombro
Virtualizei uma situação real, com temor
Esvoaçar de meus cabelos não me deixaram o ver
Tentei não sentir o frescor, dádiva de tecer o ir
O medo vem de não se saber o vir
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Consta no Aurélio
O convém léxico de Hélio
Teve o livre Arbítrio
Instrumental e falido
De outrora é
Índio
Ao hodierno é 49 para moseley
Na real: experiência cabal
O mal não é de hoje, releve.
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Sem indolescência nas rédeas soltas, mas com volúpia a tal ação.
Buscou a relevância e perdeu a humildade.
ignorou a repugnância do ato e se interessou pelo estado do fato.
Por tanto, fez o que quis à sua maneira de ser inocente e impaciente.
Numa visão tenaz viu seu final
iminente.
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“Decepção é quando a gente deixa brotar um sentimento por alguém que não sabe cultivá-lo.”
— Pedro Pinheiro.
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The Ngorongoro Crater Lodge // Ngorongoro Crater, Arusha, Tanzania
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