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ghosted-media · 10 months ago
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BELLA - Heart Valley
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Bella - Heart Valley
Nota: 66
O “Heart Valley” simboliza um grande momento de triunfo na carreira do girlgroup sul-coreano BELLA; depois de um longo tempo de inatividade, postergado ainda mais pela participação no programa Queendol, o sexteto entrega seu segundo full-album, como se fosse uma jornada completa sumarizando tudo o que o BELLA foi e tudo que o BELLA é.
No geral, o BELLA ocupa um papel muito fundamental na indústria do K-Pop, sendo um dos grupos que mantém viva e em ótima qualidade o aspecto colorido, jovial e explosivo que o gênero consolidou através das décadas da música. Às vezes com experimentações mais modernas, às vezes com moldes mais tradicionais, o BELLA costuma fazer um bom trabalho na maioria das vezes em transitar entre este espectro, mantendo sua identidade, e o Heart Valley é um exemplo muito bom disso, mas um exemplo tanto das partes boas, quanto das partes ruins.
A começar pela estética: o grande coração flutuante, e as peças de tetris pairando ao redor das integrantes do grupo faz uma boa construção com elementos visuais bem interessantes… mas meio que acaba por aí. Por algum motivo, todas as fotos dessa era (capa do álbum, teasers…) são afogadas neste filtro rosa e azul que deixa muito difícil apreciar qualquer outro elemento da estética. A ultra exposição de luzes, cores pastéis e elementos retrô fazem alusão a um conceito que não é o destaque do “Heart Valley”, até estando presente em algumas músicas, mas como a principal vibe do álbum transita entre um pop mais eletrônico e as vibes veranescas, o visual acaba deixando muito a desejar para algo que deveria ser um dos momentos mais importantes da carreira do BELLA.
O disco começa diretamente com o single “Reflection”, e sem me estender muito, afirmo que é o melhor single que o BELLA já lançou em sua carreira, conseguindo absorver o melhor de tudo que já fez e combinar em um pop viciante que representa muito bem a identidade do grupo. A melodia principal é ditada por um sintetizador cintilante que pulsa no instrumental, compondo o ritmo da música, que apenas se transforma em um acorde mais leviano nos versos, para voltar a toda força no refrão. Surpreendentemente, a letra é muito boa, e de cara já é a melhor do projeto também, onde de forma bem inteligente, mistura os nomes de diversos momentos na carreira do BELLA, como singles e álbuns, em partes do que está sendo dito, algumas vezes sendo de forma bem aleatória, mas em sua maioria, fazendo uma fofa referência ao momento que o grupo alcançou um grande ápice em sua carreira. A letra até apresenta algumas partes um pouco desconcertantes, mas como isso vai ser (bastante) abordado em todas as próximas faixas, a qualidade extremamente ótima de “Reflection” pode esconder essas pequenas falhas.
Mais uma produção moderna, na primeira bside do disco, “Love Spell” expande o pop eletrônico  com influências de house que foi iniciado pela primeira faixa de um jeito muito bem feito. O refrão distorce o vocal para o mesclar com o instrumental, sendo um detalhe incrível e que faz esta bside se destacar muito, principalmente considerando que logo depois, os vocais bem limpos e potentes cantam o fim do refrão. Infelizmente, esta é a primeira instância de muitas onde o maior problema do BELLA acaba aparecendo: a composição. Dentre poucas linhas interessantes, a música fala sobre fazer alguém se apaixonar por você, através de um feitiço do amor, que ganha pontos pela abordagem lúdica, mas também, acaba por aí.
A próxima faixa “WOW” mantém a atmosfera muito promissora, com um sintetizador pop animado, e uma batida profunda nos versos. Definitivamente é uma das letras mais esforçadas do projeto, e merece comendações por isso, mas ainda sim, consegue ter pouquíssimo significado. Sobre o que a música fala? Sobre uma festa? Sobre uma borboleta? Sobre conquistar alguém? Todas essas coisas? Nenhuma delas? Literalmente, pouco importa. É triste ver o pouco investimento que o grupo tem na área lírica, principalmente quando, sonoramente, está entregando uma das melhores eras de toda sua carreira.
Um ponto positivo a se abordar sobre o “Heart Valley” é a boa transição gradual que as faixas tem, movimentando a sonoridade do álbum sem nenhuma mudança abrupta demais. O pop eletrônico se dissolve no pop retrô, que se dissolve no pop de verão, até terminar nas músicas mais calmas, e o primeiro exemplo disso é a faixa "Hush Hush". Em si, é uma boa bside pop, com um ritmo mais animado que consegue ter elementos das faixas anteriores, já preparando para o que vem a seguir no álbum. O refrão dela lembra um pouco o refrão das duas faixas anteriores “Love Spell” e “WOW”, mas não de forma repetitiva, mostrando como esta tática de produção foi usada de forma versátil pelo grupo, tendo um toque único em cada uma destas faixas.
Em seguida, o hit “Now or Never” toma o álbum; a música é o produto final do grupo BELLA após sua participação no Queendol, e leva o som pop do disco para cima novamente, já colocando ele na atmosfera do verão, com alguns elementos de tropical house que vão ser bem mais explorados. A letra em sua maioria, trás uma mensagem adorável sobre juntar forças e nunca desistir, as vezes se perdendo nos clichês de uma fansong, mas ainda sim, é uma boa letra… menos o verso de rap após o refrão, completamente aleatório em sua mensagem, jogando longe a delicadeza e perseverança de toda a música para a rapper do grupo pagar de “fodona” numa música que era para ser sobre crescimento… é. Ainda sim, “Now or Never” rendeu o incrível meme “Shining, Brilliant, BELLA”.
O aspecto de verão se torna o foco do álbum, agora com a faixa “Slow Mo”, com as guitarras e os sintetizadores suaves embalando as vozes do grupo na música que fala sobre levar as coisas mais devagar num relacionamento. É uma ótima bside, e realmente faz um bom trabalho em manter a sonoridade dinâmica e interessante.
Atingindo o ápice do momento de verão do álbum, o single “Sun Dance” vem a seguir, com um pop cheio de elementos de tropical house místicos; ver o BELLA adicionar uma música como “Sun Dance” em sua discografia enche meu peito de esperança em imaginar que o K-Pop se mantém potente e diverso, com grupos que lutam para manter seu próprio estilo; a faixa é extremamente bem produzida e bem pensada, sendo uma surpresa muito positiva ver o BELLA retornando a este conceito depois do último trabalho que elas lançaram.
Infelizmente, não dá para ignorar o aspecto da composição bem ruim da faixa. Sob o pretexto de “aproveitar o verão” a música não fala sobre nada, não tendo sequer um verso que realmente esteja falando sobre alguma coisa, e muito menos mantendo uma mesma linha de raciocínio entre si. Apesar do instrumental ótimo, possivelmente a pior letra do disco.
Diferentona, “School-ish” volta para um pop mais intenso com elementos que não são mais tão comuns nas produções atuais, mas sendo muito bom ver o grupo expandindo mais uma vez a sonoridade que abordam no disco, mesmo com mais uma letra sobre se apaixonar, sem muito mais a dizer.
Sonoramente falando, se trocássemos a música anterior de lugar com esta, faria mais sentido, já que “Round and Round” mantém os aspectos da sonoridade de verão das últimas faixas. É uma faixa um pouco mais calma mas ainda divertida, tendo estalos no instrumental suave, até o refrão se iniciar com os vocais potentes e uma percussão emocionante. “É isso? Não sei. Não importa. Relaxa. Não é pra tanto. A gente vai e volta”. Se você ficou confuso com isso também, é uma pena, sendo este um sumo do que a letra fala. Se eu discorrer muito em cima do conceito, consigo supor que a faixa fala sobre repetir os erros de um relacionamento, mas a letra é tão sem sentido que é quase impossível entender sobre o que está falando.
Tendo um dos instrumentais mais interessantes do disco, “Doll House” tem uma caixinha de música tocando no fundo, e uma voz distorcida quase deixando a faixa assustadora, é definitivamente uma escolha muito inventiva para a produção. Infelizmente no departamento lírico, outra faixa repleta de clichês, sem nada mais a dizer; é decepcionante ver um instrumental tão diferenciado na carreira do BELLA ter uma letra tão simplória como esta.
Com uma abordagem mais retrô e oitentista mas ainda com toques de verão, “SEOUL” é outra das músicas que o BELLA apresentou durante o programa Queendol. Apesar de tudo isso, não há muito o que dizer; esta é a única música do álbum que não consegue trazer mais nada de interessante, nem de letra, nem de instrumental.
Sendo a melhor música com essa vibe retrô oitentista, a faixa “Bamboleo” é a penúltima do álbum. Apesar do instrumental bem interessante, vocais suaves, e um título que se refere a dançar, o refrão é focado nos vocais lindos das integrantes do grupo… pena que tais vocais estão cantando mais uma das composições medíocres, que neste ponto já se torna realmente irritante.
O álbum se encerra com a melancólica “Ending Lines”, que faz parecer uma triste história contada dentro de uma caixinha de música, delicada mas aprisionante, sendo uma faixa muito incrível do grupo, principalmente referente a diversidade vocal. Talvez a música fale sobre o fim de um relacionamento. Por causa da distância? Por causa da incompatibilidade? Acho que nem o próprio grupo se dá ao luxo de pensar sobre isso.
Definitivamente, é preciso julgar um álbum pelo que ele se propõe a ser; e apesar de um tanto vago, o Heart Valley indica ser um grande momento na carreira do BELLA, não só celebrando tantos lançamentos que o grupo teve (sendo o segundo full-album, mas o primeiro onde realmente todas as músicas são somente desta era), mas também aproveitando toda a visibilidade que um grupo como o BELLA ganhou tanto por sua performance emblemática no Queendol, então é bem triste ver que elas ainda mantém a tradição de letras bem superficiais e medíocres, muitas vezes parecendo buscar qualquer palavra que rime para completar uma linha, muitas vezes fazendo um verso inteiro simplesmente não ter NENHUMA mensagem, nada a dizer, se pegando em repetições como “estou sorrindo e estou feliz”, e “eu quero você, e quero ser sua”.
O que é mais revoltante pessoalmente, é que este projeto, aparentemente, foi todo escrito pelo produtor Caterpillar, e pelas integrantes do grupo, o que faz gerar um grande questionamento se qualquer uma destas pessoas sabe o que está fazendo quando vai escrever uma música.
O BELLA é um dos maiores nomes desta geração, mas continuar negligenciando os mesmos erros vai fazer o grupo ser inevitavelmente passado para trás, já que se recusam a evoluírem com a própria música. Parece que sempre quando conquistam o momentum de fazer algo incrível, acabam deixando a bola cair de novo e de novo, e por que as pessoas devem investir carinho num grupo, sendo que o próprio grupo parece que nunca vai fazer o mesmo?
Na noite de 14 de Agosto de 2028, equipe da Ghosted IMG foi até o jardim de infância abandonado Letchworth Village, em Haverstraw, Nova York para realizar a crítica do álbum Heart Valley do BELLA.
Quando projetamos a capa numa das lousas de uma das salas de aula, imediatamente ela se desprendeu da parede, e caiu sobre um dos funcionários da nossa equipe, então, achamos que era melhor ouvir o álbum sem ficarmos olhando para a capa.
Durante toda a execução, alguma coisa estava acontecendo; em sua maioria, leves atividades, mas outras, nem tanto. Durante todo o álbum, os sensores EMF da nossa equipe ficaram apitando em diferentes lugares do cômodo, chegando até o nível 3. Deixamos um caderno de papiro numa das mesas, e durante a música SEOUL, o caderno foi arremessado na cara de outro membro da nossa equipe, que foi levado ao hospital com uma contusão leve.
Como é um álbum longo, usamos um objeto paranormal para avaliar mais precisamente o desempenho dele; uma boneca de vodu. Conectada as caixas de som por conectores eletromagnéticos, haviam treze alfinetes em diferentes pontos da boneca, e todos eles vibravam durante as músicas, e quando algo diferente acontecia, os alfinetes entravam mais fundo na boneca de pano. Dois alfinetes se afundaram durante a faixa “Hush Hush”, mais dois durante a faixa “Now or Never”, um na faixa “Sun Dance” e outro na faixa “School-ish”, porém, de uma vez, OITO alfinetes se afundaram durante a faixa “SEOUL”, e a equipe começou a ouvir grunhidos até terminarmos de ouvir o álbum.
Para segurança de todos, saímos do local de forma apressada assim que a última faixa terminou, mas definitivamente, assim como nossa equipe, quem estava lá não gostou de ouvir aquilo.
- Crítica por Choi Youngnam.
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ghosted-media · 10 months ago
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Theia - Giant Impact
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Theia - Giant Impact
Nota: 95
Desde seu debut, o girlgroup RAVEN já sustenta a fama de ter um dos impactos mais coerentes e marcantes na nova geração do K-Pop, conseguindo equilibrar de forma maestral na maioria das vezes tudo que é levado em consideração quando se faz uma música de sucesso, com todo o conceito cuidadosamente desenvolvido que o grupo trás, tanto nas narrativas líricas como principalmente, no cenário da lore do grupo. Bebendo de vertentes eletrônicas e de rock, o “Giant Impact” é um perfeito exemplo de tudo que o grupo faz de melhor, num passo ousado e muito interessante, já que o lançamento não é pela formação completa do grupo, e sim, por THEIA, uma sub-unidade do grupo formada pelas integrantes Jisook e Moon Yoon.
Começando pelas bases, antes de chegar nas músicas, se formos falar apenas dos títulos de tudo relacionado ao álbum, já é notável que temos algo muito bom em nossas mãos: Teoricamente, “Theia” é o nome do planeta que atingiu a terra há bilhões de anos atrás, sendo responsável pela criação da lua (outro elemento com grande simbolismo dentro dos conceitos do RAVEN), e tal teoria se chama “Hipótese do grande impacto”, que foi justamente o que nomeou o álbum Giant Impact. É a conexão tão artesanalmente bem feita de cada um dos significados e elementos que deixam tudo ainda mais fascinante nos projetos do RAVEN, consolidando de mais o selo de qualidade que o grupo carrega.
Um das mínimas falhas desta era infelizmente se dá no visual do álbum: o logo desenvolvido pela sub-unidade é definitivamente muito bonito (mesmo que um pouco “moderno” para a fonte escolhida). O photoshoot principal, apesar de simples, consegue amarrar bem o conceito: Jisook e Moon Yoon em um cenário que lembra muito o brutalismo, movimento moderno arquitetônico que evoca a simplificação extrema da estética, associado a ideias de racionalidade e funcionalidade, onde o concreto “bruto” é usado como o principal elemento de composição. Essa estética em si já é um grande paralelo com o conceito visual inicial do RAVEN: o apocalipse, a destruição; então apesar de não vermos nada realmente destruído e arruinado, ainda sim o movimento brutalista consegue encapsular muito bem o sentimento vazio e quase tétrico onde o “Giant Impact” é desenvolvido. Apesar disso, as fontes tiram muito foco do que era para ser um ênfase no minimalismo, já que as tipografias são desproporcionalmente grandes em relação aos outros elementos da capa, e ocupam tanto espaço que faz tudo parecer bem “apertado”, imediatamente prejudicando todo o resto do conceito visual.
Ainda mais contrastante a isso é a “segunda estética” que vemos nas páginas do encarte, mais cósmica, com um céu noturno vermelho, e o próprio planeta Theia  sendo o maior destaque. Esta estética funciona excepcionalmente muito bem, conseguindo evocar o medo e o pesar enervante que um corpo celeste de proporções absurdas causa em comparação à visão de um ser humano no planeta Terra. Infelizmente, a contra capa sofre do mesmo problema da capa, sendo sobrecarregada com fontes bem grossas que não adicionam de maneira alguma ao conceito visual, e apenas quebram ainda mais a estética que poderia ser uma das melhores que o grupo já teve.
O Giant Impact é aberto pela introdução instrumental “Crimson Eclipse”. FENOMENAL. É complicado dar tanto crédito a uma música que é somente instrumental, mas essa sem dúvidas está entre as melhores introduções de toda a história da música; representando muito bem os aspectos visuais do álbum, “Crimson Eclipse” começa com um som oscilante pulsando no instrumental, enquanto um sintetizador distorcido aparece em intervalos, como se fosse algo macabro se aproximando cada vez mais (de forma lúdica, traçando um paralelo com o planeta se aproximando da Terra para colidir), aos poucos, mais sintetizadores começam a ecoar no fundo até chegarem ao primeiro plano, compondo as principais melodias da intro. Tudo isso culmina até estourar em um drop dançante do mesmo sintetizador distorcido de antes, agora em notas organizadas, já abrindo o projeto com os dois pés na porta, e definitivamente, um grande impacto.
Logo depois, é a vez da title track principal, a faixa “Giant Impact”. Estranhamente, é a faixa com a produção mais simples de todo projeto, de uma forma até positiva. Iniciando com os vocais em coro sob um riff agudo, os vocais parecem o que seria se um canto gregoriano fosse encarnado numa música eletrônica de 2010. Já começando com o refrão, esse também é composto por um drop eletrônico distorcido com bastante espaço vazio no fundo, deixando praticamente apenas o sintetizador gritante guiar a música. O resto dos versos tem uma cadência de rap (sendo mais uma das propostas da unit, mostrar a versatilidade de Jisook e Moon Yoon no rap), com algumas notas de xilofone dispostas em cima da percussão, quase parecendo um beat de trap. Em “Giant Impact” a letra não é um dos maiores destaques, já que se detém muito a uma simplicidade ameaçadora e sutil, em alguns momentos falando do evento catastrófico do impacto gigante, e em outros momentos parecendo uma diss track.
Esta última ressalva definitivamente prejudica um pouco a title-track, mas um detalhe importante a se mencionar é como tudo sempre acaba fechando na estética brutalista que mencionamos, sendo do calmo ao agressivo, ou do ameaçador ao vazio.
“Nemesis” oficialmente é a sugestão principal da Ghosted International Media Group para a categoria de Melhor B-Side no Mnet Asian Music Awards deste ano. A faixa se abre com uma guitarra afogada em sintetizadores, e vocais numa melodia extremamente emocional, que imediatamente começam a descender aos versos de rap agressivos e ameaçadores. A maneira que Theia constrói a dinâmica entre suave, misterioso, dançante com agressivo, potente e avassalador definitivamente é um gosto requintado que, até o momento, RAVEN é o único grupo da indústria capaz de entregar. A letra da faixa pinta um cenário onde esta dinâmica é ainda mais enfatizada, onde elas lamentam estarem num cenário de inimizade, mas ainda sim, afirmando que se precisarem ir a guerra, não irão se segurar de forma alguma. Na primeira volta do refrão, é quando finalmente é revelado o drop intenso da música, bem eletrônico e impactante, se iniciando com um vocal distorcido até explodir nos sintetizadores gritantes. Infelizmente, esta é a última faixa do Theia onde as integrantes cantam juntas, e as duas próximas faixas são os solos de cada uma.
O primeiro solo do álbum, e também o primeiro single lançado da unit, é “Moonlight”, solo da integrante Moon Yoon, dançarina principal do grupo. Essa música pega tudo que eu mencionei sobre construção de uma música “ameaçadora” e potencializa em mil vezes. “Moonlight” mistura sons eletrônicos com o elemento de rock que tanto vemos o RAVEN trazer em suas músicas. Se reconhecendo como um perigo eminente, Moon Yoon fala na letra sobre traçar sua ambição para conquistar os objetivos; o que fica um tanto ambíguo na música, disfarçado dentre as nuances de algumas frases motivacionais levemente clichês.
A última faixa com letra do disco é “One Last Time”, o segundo single lançado da unit, solo de Jisook, a vocalista principal do RAVEN. Diretamente contrastante com a agressividade do solo anterior, “One Last Time” captura a emoção vibrante dos vocais de Jisook em um EDM um tanto datado, mas extremamente bem executado. A questão da faixa ter elementos dos eletrônicos “datados” aparece em mais de uma faixa do projeto, sendo um detalhe consistente, e deixando de ser um demérito acidental para se tornar parte da identidade sonora que o Theia criou.
Definitivamente, trazendo a melhor letra do projeto, “One Last Time” fala sobre o pesar de perder as forças para insistir numa batalha perdida, e juntar seus pedaços para seguir em diante, o que combina muito com o EDM melódico que acompanha a voz da vocalista principal em toda a faixa, até culminar no drop do refrão. 
Como pontuado, grande parte do mini-álbum “Giant Impact” trabalha em cima da dinâmica de uma força e uma delicadeza, sendo representadas de inúmeras formas diferentes no álbum, e os solos são mais um exemplo disso, onde “Moonlight” traz a agressividade e a destruição com elementos de rock, e “One Last Time” traz a emoção e a resiliência com elementos eletrônicos. É definitivamente um trabalho incrível de engenharia musical que merecia muito mais atenção do que lhe foi dado.
O álbum termina com três instrumentais, um de cada um dos três singles que o álbum teve. Apesar de ser uma técnica recorrente do RAVEN, disfarçando os álbuns para os deixarem maiores, e fazendo “render mais”, o “Giant Impact” tem 5 faixas escritas, que já é de muito bom gosto para o projeto de primeira unit do grupo.
Na noite do dia 12 de Agosto de 2028, a equipe da Ghosted International Media Group foi até o Stull Cemetery no Kansas, abandonado há mais de 60 anos, para realizar a crítica do Giant Impact do Theia. A equipe já mantém a tradição de sempre ouvir os álbuns do RAVEN em cemitérios, e este não foi diferente. Dado a geografia do local, foi um desafio encontrar um lugar apropriado para realizarmos a crítica do álbum, até chegarmos na capela central do cemitério, que já estava bem corroída pelas intempéries. O caminho dos portões do cemitério até a capela foi a pior parte, onde diversas vezes ouvíamos vozes distorcidas gritando pelas florestas que rodeiam o cemitério, e também diversas vezes o equipamento da equipe apresentou falhas eletrônicas.
Porém, uma vez que conseguimos instalar todo o equipamento, as atividades diminuíram significativamente. O ambiente foi iluminado pela projeção da capa na parede da capela, vazando pelos tijolos que faltavam na parede, enquanto o play foi dado na primeira faixa. Durante toda a execução do álbum, todos nossos equipamentos começaram a apitar na direção das paredes da capela: sensores EMF, Spirit Box, Microfones Direcionais, como se uma legião de entidades estivesse se acumulando do lado de fora do local. Foi definitivamente preocupante, mas nada ruim aconteceu com a nossa equipe; pelo contrário, lentamente, o ambiente começou a ficar mais quente, registrando uma média de 30 graus, mesmo sendo uma capela de pedra, numa noite de outono.
A temperatura foi gradualmente baixando enquanto a equipe discutia sobre o álbum durante os três instrumentais do final, até se normalizar novamente. O caminho de volta até a van da equipe foi surpreendentemente calmo; apesar de várias pessoas da equipe terem a impressão de verem vultos perto das árvores, o clima estava bem mais sereno em comparação ao terror que foi sentido inicialmente.
“Giant Impact” de Theia é um exemplo muito grande de como projetos incríveis de K-Pop podem experimentar com diversos gêneros musicais e construir uma estética sólida e única, e mesmo que não tenha tido nenhum grande impacto em qualquer parada musical, definitivamente recebe o selo de aclamação fantasmagórica da Ghosted International Media Group.
- Crítica por Bane Lee
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ghosted-media · 10 months ago
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Gen Lip - Cinema
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Gen Lip - Cinema
Nota: 70
Definitivamente, uma das coisas que mais chamam atenção a respeito de “Cinema”, o debut de Gen Lip é a naturalidade que a artista cria um som pop para chamar de seu. Definitivamente não é como se fosse algo completamente novo que Gen Lip inventou do zero, mas ainda sim, há uma inocência e despojamento muito belos em como o álbum Cinema consegue ser único sem tentar também ser revolucionário, ou o conter esforço exacerbado em se comparar com outros trabalhos da indústria.
Apesar disso, o álbum definitivamente contém as falhas que se espera de um álbum de estreia, tanto no âmbito da composição, como também na formulação do conceito, e em transformar em uma peça coesa. A capa do projeto faz um bom trabalho em manter um certo mistério a respeito do que esperar, mas ainda sim, trazer elementos do que será encontrado no disco; a foto em preto e branco com partículas, e elementos que simulam as perfurações encontradas em rolos de filme de cinema antigo são muito eficazes em amarrar o conceito de “cinema” que o álbum inicialmente se propõe a ter, principalmente já que, atrás do filme preto e branco, podemos ver algumas cores de Gen Lip transparecendo, como luzes e reflexos.
Quero dar muito na palavra “inicialmente” quando me referi ao conceito de cinema, por que infelizmente, é algo que, assim que a primeira faixa acaba, já se torna inexistente. Mas não vamos nos apressar nos temas.
O mini-album começa com a title track, que considerando o tema, é uma ótima escolha. A faixa Movie Star começa como um pop delicado e inocente, quase místico com os vocais de Gen Lip, que ao chegar no refrão, a narrativa de música muda, falando sobre ter atitude de uma brilhante estrela de cinema, e com isso, o instrumental da música também se transforma num pop mais ousado e eletrônico. Sem dúvidas, o instrumental é uma grande produção, muito bem executada e com força o suficiente para ser um belo “primeiro passo” na carreira de Gen Lip.
Infelizmente, uma falha que existe em praticamente todas as músicas do álbum, é a composição, que além do conceito base as vezes bem elaborado, falha em apresentar versos realmente interessantes.
Apesar disso, é sempre importante julgar um álbum pelo que ele se propõe, e apesar de ser um tanto decepcionante ver Gen Lip deixando a desejar com as composições, ainda sim, não há como cobrar narrativas super bem elaboradas num álbum de estreia, que tem um propósito em mente longe de criar um impacto lírico.
A segunda faixa é um bom acerto na tracklist do álbum; a faixa Round and Around já começa com um som como se estivesse “trocando de fita”, dando uma breve continuidade ao conceito de “filme”. O instrumental começa com um pop com elementos orquestras, violinos e flautas acompanhando a melodia dos murmúrios de Gen Lip, como se fosse a abertura de um filme dos anos setenta. A melodia graciosa se estende por toda a música, com o refrão se tornando ainda mais grandioso, quase como se fosse uma sinfonia de Bach, tocando por uma floresta encantada. Chega a ser estranho dizer que este instrumental se conecta com o de Movie Star, já que sonoramente, são distintos, mas conceitualmente, ambos caminham pelo mesmo bosque.
O álbum continua com The Dance, um pop retro animadinho, levantando o astral calmo e sereno da faixa anterior. A faixa não tem tantos elementos muito interessantes, tendo uma melodia sem muitos nuances ou coisas a se pontuar, mas definitivamente o sample de coral gospel no refrão da um charme a mãos a  uma faixa simples.
A reta final do álbum é com toda certeza um grande ponto forte: logo em seguida, a faixa The Way toma o disco. Apesar de ser um tanto brega duas faixas seguidas do álbum começarem com o artigo “The”, The Way é de longe a melhor música do álbum. A sonoridade da faixa é um pop maduro e sintetizado, até dramático quando colocado junto com os vocais emocionais de Gen Lip na faixa. A música se desenrola num refrão ainda mais emocionante e intenso, como se fosse uma pessoa lamentando seu coração por um amor que falhou, colocando as lágrimas em forma de uma melodia incrível. Infelizmente isso tráz novamente a desconexão dos temas do álbum, já que antes, Gen Lip estava falando sobre se tornar uma grande estrela, desenvolver suas ambições, se encontrar na vida, aproveitar suas próprias forças… repentinamente um coração quebrado entra com tudo nos temas do álbum, e é levado até o fim, quase como se duas narrativas bem diferentes tivessem sido enfiadas num mesmo álbum, sem nenhum esforço para encaixar uma na outra, ou sequer instalar uma transição aparente. Isso me faz desejar imensamente que o álbum tivesse sido pensado ao redor de The Way, Lovin' Me e Movie Star com mais ênfase, mas é só mais uma lamentação que há de se refletir.
Falando nela, a próxima faixa é outro grande acerto, Lovin' Me. Definitivamente é a faixa que parece ter tido um maior carinho em toda tracklist para que seja bem conceitualmente desenvolvida, trazendo uma linda mensagem sobre conseguir amar a pessoa que voce é, apesar de todos os momentos ruins que acontecem na vida. A faixa é outro pop bem potente e dançante do disco, criando mais um momento incrível, principalmente depois de outra faixa como The Way, que é tão fenomenal quanto Lovin' Me.
Lovin' Me poderia sem dúvidas ser um grande encerramento do álbum, que apesar de apenas amarrar com a música anterior, no geral, trás uma ótima mensagem para concluir um projeto de estreia, porém, por algum motivo, a faixa Colouring é escolhida para encerrar o álbum. Trazendo uma sonoridade R&B contemporânea para o final, a faixa até tem uma mensagem bonita sobre encontrar as próprias cores, mas definitivamente parece um encerramento um tanto aleatório, como se, posicionada como está, estivesse ali somente para cortar o desenvolvimento sonoro que o disco estava tomando; se a faixa estivesse talvez posicionada entre Round and Around e The Dance, com certeza deixaria a fluidez do álbum muito melhor executada.
Na madrugada de 23 de Julho de 2028, a equipe da Ghosted IMG foi ao abandonado cinema Michigan Theatre para realizar a crítica do álbum Cinema de Gen Lip, apropriadamente contextualizado em seu ambiente. A equipe selecionou uma das salas de cinema para projetar a capa do disco no telão, enquanto o álbum era tocado. De começo, assim que nossa equipe ligou o projetor, uma luz branca saiu de dentro da cabine de projeção de filme, como se mais outra imagem da capa estivesse sendo projetada por cima, se alinhando perfeitamente e a fazendo parecer 3D, mas quando um membro da equipe foi conferir se havia alguém na sala do projetor, nada foi encontrado.
Para se manter ainda mais numa crítica temática, a equipe usou um projetor DOT (Digital Optics Transparent), com uma sequência de pontos a laser organizados em uma grade, projetados acima da sala de cinema em que a equipe estava, cobrindo as primeiras fileiras, onde nossa equipe estava sentada, e também algumas fileiras próximas ao meio. Ao decorrer do álbum, quando membros da equipe se levantavam para conferir os equipamentos, era possível notar visíveis distorções nos lasers do DOT nas cadeiras logo atrás da nossa equipe, com leve alteração nos padrões de pontos, como se houvesse algo ali, mas estivesse fazendo um grande esforço para continuar imóvel. A experiência se tornou surpreendentemente agradável durante as músicas “The Way” e “Lovin’ Me”, onde as distorções dos padrões DOT pareciam tomar formas dançantes bem na frente da nossa equipe, porém, assim que a última faixa começou, imediatamente as distorções voltaram a se tornarem erráticas e anômalas, e em pouco tempo, não tivemos mais nenhuma atividade na sala em que estávamos.
Cinema de Gen Lip é um debut extremamente sólido para uma artista novata em uma indústria com tantas mudanças constantes como o K-Pop, mas também, não há como negar que poderia ter sido polido melhor antes de seu lançamento, para que fosse verdadeiramente um debut marcante. Gen Lip está seguindo um caminho muito incrível, e com certeza é de se esperar coisas grandiosas da carreira dela, mal posso esperar para continuar a ver a cantora desenvolver e aprimorar suas habilidades.
- Crítica por Choi Youngnam
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ghosted-media · 10 months ago
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Kyle - the night also hugs the waves
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Kyle - the night also hugs the waves
Nota: 98
O álbum “the night also hugs the waves” é completamente fora de série, excepcional, extraordinário, fora do comum. Chego a ficar arrepiado em pensar como um artista iniciante consegue estrear na indústria com um material tão extremamente refinado, próprio, irreverente, original e principalmente, pessoal.
Sendo irmão de Harmon Moore, de cara já seria extremamente difícil para Kyle evitar comparações indevidas, ou ao menos, esperar que fosse esperado que ele atingisse o mesmo grande sucesso comercial com sua estréia como Harmon Moore alcançou com a sua estréia, com o álbum Clueless, mas logo de cara, os dois irmãos se mostram extremamente competentes, mesmo que sigam direcionamentos completamente opostos em todos os aspectos de suas carreiras musicais, mas uma coisa que os dois definitivamente tem em comum, é a maneira visceral que conseguem imbuir sentimentos intensos nas letras que escrevem, e em todos os aspectos de suas personas artísticas.
Um título como “the night also hugs the waves” definitivamente parece ter mais significado do que apenas palavras juntas. Apesar do significado ser bem mais explorado metaforicamente na faixa que possui o mesmo título, a frase abraça de forma extremamente incrível o conceito emocional do álbum, sua sonoridade, seus visuais, suas letras, e toda a identidade que é criada a partir destes elementos.
A capa do álbum é uma das representações visuais mais lindas que vi em muito tempo; Kyle está submergido em água até a cabeça, apenas com os olhos de fora, estes bem marcados com olheiras escuras, que contrastam com o turquesa vívido da íris logo acima. O cenário é simples, basicamente sendo o cantor num oceano sombrio debaixo de um céu escuro, como se tivesse uma grande e terrível tempestade iminente, prestes a desabar sobre ele. A forma que a pele clara e pálida de Kyle contrasta potentemente com o cenário escuro é ainda mais realçada pelos nuances coloridos que aparecem na água, como se fosse uma poça de óleo flutuando no oceano, tudo isso complementado com uma tipografia simples e eficaz: uma tipografia que emula os caracteres de uma máquina de escrever, mas com um efeito como se a tinta estivesse vazando a cada vez que a máquina acerta o papel com os tipos. Além disso, é notável como, mesmo sem espaçamento adequado entre o nome “kyle” e o nome “the night also hugs the waves”, a distinção de cores distribui o ênfase muito bem, principalmente somado ao reflexo da tipografia na água, distorcido e colorido, assim como a poça de óleo mencionada antes. Sim, provavelmente estou elaborando de mais nos elementos visuais, mas é sempre bom pontuar como estes elementos são intrinsecamente importantes para um artista, e como tantos elementos visuais juntos conseguem construir uma identidade tão sólida, para um álbum com uma sonoridade igualmente consistente.
A abertura do álbum fica com a magnífica wildfire, faixa absolutamente aclamada, sendo uma das únicas a atingir a pontuação máxima na Best New Track da semana que foi lançada, e absolutamente com todos os méritos merecidos. A letra carrega um sentimento pesado e triste de ter que deixar alguém ir, de apenas assistir a pessoa se tornando cada vez mais distante enquanto busca pela própria felicidade, e por amar tanto a pessoa, entender que a auto descoberta implica no final deste amor descrito.
Os vocais de Kyle soam quase mórbidos em cima do instrumental calmo e sereno, realmente fazendo parecer que uma situação trágica se estendeu por tanto tempo, que o sentimento se tornou morimbundo, dolorido demais para segurar, intenso de mais para matar, então a solução escolhida foi apenas esperar o tempo criar seu rumo e inevitavelmente separar os laços. Poderia passar muito tempo falando de wildfire, já que sem dúvida é uma das músicas mais geniais do projeto, mas há tanta coisa incrível no “the night also hugs the waves” que seria redundante estender ainda mais aqui.
A faixa título vem logo em seguida, usando os elementos que “wildfire” deixou para pintar consistentemente a magnífica e dolorosa paisagem sonora do álbum. Como um todo, o álbum soa como passar uma madrugada fora de casa, remoendo sentimentos tão depressivos, amenizando a dor com festas, álcool e drogas, mas no instante que sua memória se recupera, tudo parece voltar a doer e desabar, então o que resta a se fazer é continuar tentando e tentando se manter retardado o suficiente, num lugar onde a dor não consiga lhe alcançar. Isso é, em partes iguais, extremamente trágico e extremamente genial.
Em the night also hugs the waves Kyle molda sua tristeza nas letras, em um dilema muito interessante: na letra, Kyle admite em diversas partes como se torna uma pessoa imatura quando sua cabeça começa a se encher de ansiedade e insegurança, e como isso faz ele destruir as coisas que ama; intrinsecamente, admitir isso de forma tão detalhada é um passo na direção de uma maturidade muito consistente: Refletir sobre os erros e os transformar em arte é uma das melhores maneiras de aprender consigo mesmo.
A terceira faixa, white lines traz uma metáfora no título. Ao mesmo tempo que a letra compara o prazer carnal com estar chapado e elétrico após usar cocaína (normalmente consumida em fileiras para ser cheirada, fileiras brancas, white lines), a faixa também fala sobre o comportamento de caminhar em cima do meio-fio da rua, voltando para casa depois de uma festa. Quase num surf rock alternativo, a terceira faixa aborda o flerte sensual de duas pessoas que ainda estão se conhecendo, tento aquela química que só existe nos começos de relacionamento, quando o “eu” da outra pessoa ainda é um mistério que você quer descobrir com as mãos e com a boca.
A quarta faixa definitivamente traz o melhor de todos os aspectos do álbum, sendo um dos maiores destaques. A faixa hard rain traz um hipnotizante pop eletrônico, alternativo e psicodélico, com a mesma ambientação de rock que as outras faixas trazem, mas com uma roupagem extremamente única. O instrumental eletrônico pulsa até se desenrolar nos primeiros versos da música, como se fosse algo dito com falta de ar, assim como a mensagem que a música traz.
Sendo sem dúvida uma das faixas que mais explora o auto ódio, arrependimento, sofrimento e decisões impulsivas e imatura, hard rain mostra uma incrível visão da perspectiva de Kyle a respeito de seu comportamento, de forma tão honesta que é quase como se um pedaço do coração e do cérebro dele fosse dissecado e transformado em música. A alusão de chuva e tempestade com momentos ruins não é nenhuma novidade, mas definitivamente, com uma narrativa bem construída e vulnerável, é impossível associar hard rain a um chilchê.
A faixa hard rain representa um ótimo momento para se refletir na temática principal do álbum. Todos sempre defendem seus pontos de vista achando estarem certo, e estarem buscando o melhor para própria vida, mas definitivamente o “certo” para uma pessoa não é o “certo” para todo mundo. Kyle destrincha suas atitudes, assumindo de peito aberto e lágrimas nos olhos que ele não tem sido uma boa pessoa, e apesar de justificar suas ações, não põe a culpa em ninguém para assumir as consequências do que ele faz. Esse é um dos pontos que mais coloca em evidência a dinâmica de maturidade x imaturidade que o álbum tem nas entrelinhas.
Revitalizando as influências de rock do álbum, a faixa ocean eyes mistura a energia soturna com um fogo sutil, quase como se todas as linhas da música tivessem uma ironia pervertida por baixo das palavras. Seu posicionamento no meio do álbum é perfeito para a progressão da sonoridade, já que carrega todos os elementos alternativos que Kyle carimbou durante as outras músicas, mas colocada sobre a lente de uma revolta amorosa e sexual, com as guitarras presentes na música enfatizando a intensidade da raiva se misturando com o desejo nas linhas da música.
Com o recorde de faixa mais longa do álbum, decorrida em quase sete minutos, a próxima faixa é a intimista lantern. O instrumental carrega uma guitarra presente por toda sua extensão, repetindo a mesma sequência de acordes, que serve como uma referência direta ao estagno tortuoso representado na letra, onde nada muda, e quando muda, muda para pior, muda para mais triste, muda para os erros acontecendo mais uma vez. Definitivamente, lantern tem uma das melhores letras do álbum; aqui, Kyle chegou no pináculo do intimismo, sendo brutalmente honesto quando a dúvida em relação em relação a o amor que ele quer amar, em relação a vida que ele quer viver, em relação a pessoa que ele quer ser. 
Apesar de lantern ter a melhor letra do álbum, também é a faixa que carrega os poucos erros que the night also hugs the waves tem. Uma faixa ser longa não é um problema, definitivamente é uma ferramenta de narrativa que quebra os atuais padrões de músicas curtas e rasas. Porém uma música longa E monótona é definitivamente um problema num álbum que seguia até este momento sendo tão original e bem construído. As guitarras até progridem para mais acordes a medida que a música passa, mas parece que no fim das contas, não realmente sai do lugar. É completamente compreensível que, uma música que fale sobre ainda não estar pronto, ainda precisar se descobrir, tenha este tipo de representatividade sonora, mas realmente, a faixa lantern pesa um pouco de mais a sonoridade do álbum para esta monotonia. A ressalva é a bela finalização da faixa, onde as guitarras se transformam ainda mais para uma melodia emocionante, até a música terminar. Não é uma faixa ruim, mas em um álbum com tantas coisas beirando a perfeição, esta se destaca como uma pequena falha.
Felizmente, o álbum se recupera imediatamente logo em seguida com a faixa so this is love, outro dos maiores destaques incríveis do álbum. Todas as pessoas envolvidas na construção do cenário musical do the night also hugs the waves fizeram um incrível trabalho em pintar uma visão extremamente genuína e condizente com as composições do projeto. A letra fala sobre a ansiedade de querer viver imediatamente as fases de um amor; mesmo que esteja falando necessariamente de uma traição. A fusão do pop e rock alternativo criam uma energia extremamente singular para a faixa, fazendo o refrão soar expansivo, como se a cabeça estivesse girando, e por um momento, nada no mundo existia além deste amor que mesmo sendo errado, está parecendo um pouquinho mais certo a cada segundo que se passa.
A bridge da música faz ela se transformar, levando um violão mais calmo, conseguindo transformar a mesma melodia que antes era amorosa e tentadora em algo penoso e com notas de remorso, como se desse a entender que, no fim das contas, essa felicidade toda só existe enquanto Kyle finge que não fez o que fez. Isso tudo faz o último refrão soar ainda mais emocional e vulnerável, fechando a música com chave de ouro.
A serena not worth thinking of vem logo em seguida, como um momento de clareza após a adrenalina da paixão das outras músicas passar. Apesar de, em todas as outras faixas, assumir honestamente a culpa pelas consequências de suas atitudes, igualmente honestamente, em not worth thinking of Kyle abre seu peito para refletir sobre a parte que não é sua culpa, e também contribuiu para o estado miserável que se encontra agora. A faixa também é longa, contendo quase cinco minutos, mas diferente de lantern, a sonoridade é construída em elementos que conversam com o resto do álbum, não parecendo uma tristeza desconexa, e sim diretamente ligada a tudo que foi descrito até agora. A faixa acaba e parece continuar ecoando na cabeça, com um sentimento de ressentimento muito pesado pairando no ar, quase como num velório. Definitivamente, é outra das melhores composições de Kyle.
Já rumando para o fim do álbum, AAAAAAAAAAAH traz uma reflexão um pouco mais filosófica a respeito de como Kyle enxerga sua própria mente. O instrumental tem características que quase lembram elementos de trap depois do primeiro refrão, com uma percussão bem acelerada abaixo da guitarra lenta e arrastada. Completamente atmosférica, a música se encerra com um grito de Kyle sendo afogado pelo instrumental, mais um final extremamente emocional e triste para o álbum.
O álbum termina com a faixa broken beyond repair, que surpreendentemente, tem elementos que se comunicam com os de lantern, inevitavelmente trazendo as duas de forma mais consolidada para a sonoridade do álbum. Deixando evidente como uma característica proeminente do álbum, a música também a carregada por guitarras deprimentes e lentas. Como se culminasse numa resolução onde Kyle consegue entender ambas partes de uma mesma culpa, broken beyond repair finaliza o álbum de forma extremamente melancólica, assumindo perpetuamente o fim deste relacionamento.
Na noite de 15 de Junho de 2028, a equipe da Ghosted IMG foi até a Paradise Garage, uma discoteca abandonada desde os anos 90 em Nova York. Um fenômeno muito estranho aconteceu assim que a capa do álbum foi projetada na parede do salão principal: mesmo inativo há mais de trinta anos, o globo espelhado pendurado no teto não só começou a girar, como também parecia reluzir as cores da capa, mesmo que o projetor não estivesse apontado para o globo.
A experiência de ouvir o álbum foi incrível; a equipe se deitou no chão da discoteca enquanto o álbum era ouvido, e diversas vezes, alguns dos canhões de luz aleatoriamente se ligavam, deixando o ambiente ainda mais atmosférico e etéreo. O grupo deixou no meio da sala, um espelho de prata para ter uma melhor comunicação com o mundo paranormal durante a execução do the night also hugs the waves, e em diversos momentos, o espelho ficava embaçado, não só refletindo os padrões de luzes formados pelo globo no teto, como também criando desenhos sobre o vidro, assim como brevemente deixando a mensagem “tão bonito, tão triste” escrita no espelho.
A equipe saiu do local extremamente reflexiva com o conteúdo emocional do álbum. Com the night also hugs the waves, Kyle definitivamente não só criou uma identidade artística extremamente única e interessante, como lançou um dos melhores álbuns deste ano.
- Crítica por Bane Lee
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ghosted-media · 10 months ago
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Huh Twink - National Butterfly Society Club
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Huh Twink - National Butterfly Society Club
Nota: 76
Marcando o primeiro comeback do cantor, o solista Huh Twink, ex integrante do quase grupo NEP7UNE elabora de forma incrível os traços da pintura que definem sua identidade artistica com seu mini-album “National  Butterfly Society Club”.
O que isso quer dizer? Na indústria do K-Pop há um dilema complicado entre inovação e identidade; por um lado, o cenário histórico do gênero musical nunca cobrou que artistas consolidassem uma identidade sonora ou conceitual através dos diversos lançamentos que fazem em uma carreira, possibilitando que a cada retorno, uma ideia nova fosse experimentada e implementada, transformando a identidade do artista em questão algo temporário e mutável, permitindo que acompanhasse o que quer que estivesse sendo construído no cenário musical na época, ou livremente migrar de um ponto a outro, sem nenhum apego. Porém, por outro lado, conforme a sociedade caminha, o cenário musical se tornou algo que valoriza imensamente quando artistas conseguem combinar seus o que vai lhes render dinheiro com os seus traços artísticos individuais, principalmente por, no K-Pop, o idol em si, também é visto como o produto vendido ao lado de suas músicas, então cada um deve ter uma particularidade que o torne visivelmente distinto dos demais que competem na mesma indústria que você.
E em seu comeback, é justamente esta façanha que Huh Twink conseguiu alcançar. Mesmo tendo apenas um outro projeto para comparar, seu single album “OPTICS”, é extremamente perceptível como ambos álbuns conseguem explorar seus próprios conceitos, mas bebendo da mesma veia artística que os dá origem, não é um álbum que qualquer um poderia estar cantando, é algo feito especialmente para Huh Twink. Em National Butterfly Society Club, o chinês elabora ainda mais suas virtudes na sonoridade pop com fortes influências psicodélicas da música house e da música eletrônica, criando um mundo etéreo extremamente singular para seu mini-álbum, onde todas as músicas parecem ser cantadas na perspectiva de um Isekai, onde se acorda num mundo de fantasia. 
Outro destaque extremamente fenomenal é a identidade visual do álbum: A equipe da Ghosted International Media group deseja parabenizar Huh Twink e toda sua equipe na confecção dos visuais desta era, sendo provavelmente uma das melhores identidades visuais do ano de 2027; tudo exala criatividade, conectado a um nome tão único quanto “NATIONAL BUTTERFLY SOCIETY CLUB”. Elaborando na temática do mundo de fantasia, os materiais visuais do álbum parecem diários perdidos que catalogam um ser místico que tem uma conexão profunda com borboletas, de uma espécie mágica, quase como se fossem as anotações de Da Vinci prontas para desenhar e elaborar o rascunho do homem vitruviano. Chega a ser surpreendente a forma que os tons escuros complementam e contrastam muito bem com a sonoridade completamente alucinada e colorida. Se nós avaliassemos apenas capas, National Butterfly Society Club definitivamente levaria um 100.
Infelizmente, o álbum conta sim com alguns detrimentos, sendo eles majoritariamente na parte lírica. Definitivamente, escrever letras não é a área onde o cantor mais se destaca; não tendo escrito nada em seu debut, e tempo participado da composição das faixas de seu comeback, é notável que ainda há bastante espaço para melhorar neste quesito, visto que a maioria das letras do álbum parecem dar a mesma volta em torno de frases adornadas com palavras bonitas, mas que carecem de um significado próprio e elaborado. A própria title track com um nome tão cativante como HYSTERIA falha em abordar um tema minimamente interessante.
O mini-álbum começa com a introdução METAMORPHOSIS, uma obra fenomenal que é derivada diretamente da produção de HYSTERIA, mas ainda sim, tem elementos próprios muito consistentes que representam toda a viagem feita no álbum. A produção psicodélica realmente evoca o sentimento de transformação que ocorre durante uma metamorfose.
O single do álbum, a title track HYSTERIA vem logo em seguida, como se mostrasse as magníficas cores que a introdução do álbum havia revelado em segredo. Possuiu uma produção extremamente rica em texturas sonoras, onde até a percussão é usada como elemento psicodélico, ao lado dos sintetizadores gritantes e pulsantes que acompanham a faixa toda, mas se tornam particularmente expansivos no refrão. Porém, como mencionado, o álbum tem um problema muito grande em relação as letras, e para não precisar repetir isso a medida que cada faixa será abordada, o comentário geral a respeito da composição fica aqui em HYSTERIA, que sem dúvidas, é onde o erro mais se destaca. Parece que Huh Twink tinha em suas mãos tudo que precisava para fazer um dos mini-álbuns mais memoráveis dos últimos tempos, mas por qualquer que seja o motivo, não sobrou o mínimo carinho para as composições, como foi dedicado com maestria em todas as outras áreas: conceito, visuais e sonoridade. A palavra HYSTERIA em si traz uma indagação muito interessante, já que, falando no âmbito psicológico, a palavra descreve a um acesso de emoções excessivamente intensas e dramáticas, que fogem do controle racional. Se  pegar a descrição desta palavra, e colocar ao lado do instrumental tão incrível, tudo aponta para um single extremamente bem construído… mas não é o que acontece. A palavra HYSTERIA infelizmente fica jogada em momentos aleatórios da letra, não carregando nenhum significado, nenhum mesmo, quase parecendo que o nome da música é este somente por ser “uma palavra bonita”. Como a primeira composição de Huh Twink, é até compreensível que ele não esteja em seu melhor estado, mas considerando que QruBim também participou da letra, já tendo coisas incríveis em seu portfólio como Synesthesia e Letter For Goddess Venus, definitivamente a cantora entregou uma das composições mais básicas e genéricas que já fez, e como QruBim também compôs praticamente todas as outras faixas do disco (todas contendo a mesma mediocridade rasa que a letra de HYSTERIA tem), é de se questionar a habilidade dela no futuro próximo.
A próxima faixa Ocean View também é um grande destaque na sonoridade mística e psicodélica que o álbum traz. Ilusória e etérea, a faixa traz versos calmos e cintilações no instrumental, até explodir num refrão de deep house, com os vocais de Twink sintetizados para ajudar a moldar a melodia da faixa, até contando com um pequeno protótipo de rap depois do primeiro refrão, que apesar dos pesares é muito bem executado, e não destoa da música.
A quatra faixa, Aria Melody é mais um belo exemplo de como a sonoridade, mesmo coesa e consistente, consegue transitar por diversos lados, e se manter única. A faixa combina muito bem com as demais, sendo um número pop um pouquinho mais agitado, um pouquinho mais alegre e dançante, mas sem deixar de ser pintado sobre a tela do eletrônico místico que o álbum compõe. Infelizmente, aqui é mais um triste exemplo onde o título da música não tem a mínima importância, e sequer é relevante na composição. Como músico, vendo uma faixa chamada “Aria Melody” na tracklist imediatamente me deixou animado, me fazendo imaginar que seria um grandioso número vocal, que iria destrinchar a sonoridade mística com toques orquestrais majestosos, mas infelizmente, é mais um exemplo onde o título é apenas uma palavra bonita, neste caso, duas palavras bonitas. No contexto musical, uma “Ária” é um momento extremamente especial do espetáculo, sendo um número exclusivamente vocal, para que o cantor possa expressar o máximo de suas habilidades vocais, com toda sua emoção e potência, e considerando que Huh Twink iria ser um dos vocalistas principais do NEP7UNE, esta faixa tinha de tudo para ser uma bside perfection, mas não é. Apesar de todos os elogios costurados sobre o instrumental, está definitivamente se torna uma decepção, olhando para a letra e o que poderia ser; enquanto em HYSTERIA eu até consigo traçar um paralelo onde Twink diz que se apaixonar é uma histeria, em Aria Melody eu não consigo ter a mínima, microscópica, mais branda e genérica, ideia de o que “Ária” tem a ver com a letra que é cantada, e considerando que esta letra é exclusivamente escrita por QruBim, mais uma vez fica feio para a cantora demonstrar suas habilidades tomando este rumo. É importante sempre pensar além de “ter seu nome em vários projetos”, por que as vezes, a qualidade destes projetos vai ter seu nome eternamente atrelado a eles, de formas positivas ou detrimentais.
A última música inédita é The Times, com uma vibe mais romântica e jovial que continua com os indagantes elementos no instrumental. Não há muito o que dizer sobre a faixa, além de ser um bom jeito de encerrar a sonoridade do álbum, visto que a última faixa definitivamente não faz isso.
A motivação do álbum terminar com Andromeda é um mistério não tão difícil de compreender. A faixa originalmente foi uma das lançada pelo grupo NEP7UNE antes de seu disband prematuro, tendo sido inclusa no álbum, mas originalmente sendo uma das músicas da final do programa Boys Planet 33. Ironicamente, é uma das letras mais interessantes do álbum, e a sonoridade mais intensa e forte levemente destoa da proposta do National Butterfly Society Club, mas neste ponto, já não há motivo para continuar esperando algo que faça sentido. Durante as poucas partes mais calmas da música, Andromeda traz alguns elementos místicos e psicodélicos encontrados nas outras faixas do mini-album, e assumo que este seja o motivo de sua escolha na tracklist. Ainda que estes elementos se transformem em um pop explosivo nas partes mais importantes da música, é bom ver Twink fazendo um bom uso de uma música com tanto potencial como esta.
Na noite de 17 de Julho de 2024, a equipe da Ghosted IMG foi até o abandonado insectário do Louisiana Nature Center, em New Orleans para realizar a crítica do álbum National Butterfly Society Club. A capa do álbum foi projetada no vidro onde ficava o viveiro das borboletas monarcas do insectário, e imediatamente parecia reluzir contra a parede que estava ao fundo, por causa da refração, deixando o ambiente todo parecendo mágico e etéreo, de cara já causando uma boa experiência na nossa equipe. O leitor EMF da nossa equipe chegou a ter algumas alterações, chegando até o nivel dois em grande parte do álbum, e três em outros momentos, sempre parecendo que algo estava acontecendo do outro lado do vidro. Durante o álbum, um dos membros da nossa equipe deixou um caderno de papiro dentro do viveiro, ao lado de uma pena de corvo com nanquim, para testar se alguma atividade maior acontecia ali dentro. Quando o caderno foi retirado, ao fim da nossa experiência, um pouco do nanquim da caneta havia vazado sobre as páginas, e alguns desenhos similares a veias de borboletas foram pintados, apesar de que, mais próximo ao final da página, as linhas começaram a ficar tortas, encharcando o papel ao ponto dele se desfazer ao toque.
Em resumo, Huh Twink tem tudo para ser um grande artista da nova geração do K-Pop se continuar projetando sua essência única nas coisas que faz, porém, definitivamente, o desfalque na composição é algo que ainda acaba mantendo ele na esfera de um artista de K-pop que cantam as músicas que são entregues para ele. O cantor tem muita identidade, num nível fantástico. Fica como apelo a empresa para por favor cuidar melhor dos aspectos que envolvem Huh Twink, para não deixar lagarta que vocês tem em mão morrer antes de virar uma linda borboleta.
- Crítica por Choi Youngnam
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ghosted-media · 1 year ago
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FORNAX - REAL:nary
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Nota: 60
Foi um dilema muito grande elaborar uma crítica para o álbum REAL:nary do FORNAX, já que por um lado é uma mostra clara de como o grupo está focado em expandir seus horizontes e alçar voos maiores a cada lançamento, mais polidos e bem estruturados, mas por outro lado, está pintado por todos os lados como um desespero de forçar ao grupo uma identidade sonora completamente alheia.
Vamos lá: A característica mais marcante do FORNAX sempre foi seu experimentalismo; as produções eletrônicas frequentemente flertando com estruturas mais datadas e um caos sonoro (dizendo isso numa conotação positiva) que está sendo lapidado num estilo muito próprio. O grupo deu as caras em um debut corajoso, dizendo ao mundo todo que sua marca é justamente desafiar o convencional em prol de criar um diferencial.
Apesar de haver uma linha tênue que atravesse o eletrônico progressivo e chegue até o experimental, a curadoria de Caterpillar para o REAL:nary encomendou para o FORNAX uma personalidade nova em folha, que negligenciava e deixava de lado muito do que elas construíram no passado, em virtude de fazer uma sonoridade mais "forte". Muito triste. 
Onde alguns artistas demoram alguns lançamentos para construir sua identidade sonora, é inegável que o FORNAX conseguiu este feito diretamente em seu primeiro lançamento, e é uma enorme decepção ver como o REAL:nary quase parece uma tentativa de apagar o diferencial do grupo.
A intro já começa definindo o tom do álbum: um eletrônico pesado, industrial e sombrio que sem dúvidas tem um instrumental incrível, mas sem nenhum traço da personalidade infectante do FORNAX. Felizmente há alguns lampejos de esperança escondidos dentre as faixas do álbum, como no single principal “im SO C0OL”, que é um exemplo muito bom de quão incrível o álbum poderia ter sido se mesclasse o eletrônico distópico com os nuances coloridos da essência do FORNAX. É de longe a melhor faixa do projeto, e também um grande destaque na discografia do grupo, com um refrão explosivo e extremamente dançante.
Felizmente novamente, a faixa “GeT LOUDER” segue como mais um dos exemplos do álbum não tenta transformar o FORNAX num grupo de dark edm. Apesar da faixa realmente soar como algo que estaria no álbum de estreia do eClipse, “GeT LOUDER” se destaca no meio da tracklist pelas características frenéticas do instrumental durante os refrões. Infelizmente a identidade que vinha sendo construída logo vai de encontro ao brejo com a faixa “K^. .^Y”; mais um exemplo de uma faixa extremamente fenomenal, que dadas nas mãos do FORNAX parece um adolescente fazendo uma pulseira de clipes de papel para dizer “agora sou punk, esse é meu novo eu”. Seguindo a lista de músicas desnecessariamente pesadas para o projeto chegamos em “R∀CER”, que apesar de ter uma ambientação bem interessante no instrumental, com os efeitos sonoros de carros, e o pré-refrão trazendo algo novo para a música, o drop do refrão (e o grunge rock do segundo verso)  mais uma vez faz você se perguntar se o FORNAX realmente é tão inovador quando prometia ser. A faixa “GxxD B'O'Y” é tão semelhante a faixa anterior que quase parece redundante falar sobre ela, visto que os problemas de “R∀CER” são exatamente os mesmos encontrados aqui, mas com um pouco menos de criatividade. Com o título mais bonito do álbum, “Hypnosi꙰s” traz algo novo em comparação as duas faixas anteriores, sintetizando um piano nos versos e uma guitarra nos refrões, finalmente trazendo mais do que apenas uma sonoridade as bsides do álbum.
Depois de muito tempo, finalmente voltamos aos acertos do álbum, o pre-single “M∆SKARA” é mais um exemplo perfeito de como se mistura o eletrônico progressivo de forma interessante com o caos colorido que o FORNAX trás em sua essência. É até estranho ver um acerto tão grande no meio de erros ainda maiores. Fomentando a tradição de duas músicas interessantes entre algumas decepcionantes, “gOOd n!ght” é uma das faixas mais doidinhas e interessantes do álbum; ao mesmo tempo que os vocais cantam uma melodia doce em cima, o instrumental ao fundo é completamente barulhento e frenético, com sintetizadores se arranhando nas faixas de áudio. Foi bom enquanto durou; o que uma faixa como “~I Don’t Wanna Know~” faz no meio de um álbum como este? Apesar de ter alguns dark edm com instrumental industrial, esta faixa é fora de todos os limites, sendo incrivelmente experimental e intrigante, mas é o maior atentado de “estou tentando desesperadamente fazer algo estranho”. “~I Don’t Wanna Know~” é uma das poucas faixas que posso dar um desconto e olhar além da forçação de identidade; sem dúvidas é uma música extremamente experimental e ousada, e seria perfeita para um momento de degustação única no álbum… uma pena que este sabor já foi deixado batido pelas primeiras faixas do disco. Uma estranha mudança abrupta nunca foi tão bem-vinda como “In a Dream”, finalmente trazendo algo novo ao álbum, assim como “gOOd n!ght” com diversos sintetizadores malucos massageando os vocais durante toda a faixa. A penúltima faixa “L∆ LUΠ∆” faz meu argumento anterior soar um pouco contraditório, já que “L∆ LUΠ∆” soa… diferente de todo o resto, todo o resto mesmo. Um moombahton com influências de tropical house não era algo que eu imaginava ver no fim deste álbum, mas acho que dentre os males, há muito maiores que este. O álbum se encerra com a faixa “OUTRO”, que é uma faixa incrível e motivacional, por que essa faixa me motiva a querer estudar, inventar uma máquina do tempo, e voltar no passado para destruir os arquivos da introdução do álbum e substituir por estes; se o direcionamento do REAL:nary tivesse sido em cima da faixa “OUTRO” como a introdução do álbum ao invés da faixa “INTRO: Welcome to (REAL:nary)”, este com certeza entraria entre meus álbuns preferidos do K-Pop, com experimentações extraordinárias e um conceito intrigante. Mas infelizmente, perdi muita da minha vontade de acompanhar o FORNAX depois de ouvir este álbum; me apaixonei pela estranheza surpreendente do grupo que não vi em mais ninguém, mas se o destino do grupo for se tornar eletrônico pesado, sombrio e industrial, já há grupos que fazem isso muito melhor.
É muito triste ver que um grupo tão explosivo e diverso como o FORNAX tenha sido submetido a se encaixar num molde bem mais sério para esse álbum, torcemos esperançosamente para que no futuro, o grupo tome escolhas melhores a respeito do direcionamento criativo de seus projetos, visto que sua identidade é única demais para ser negligenciada como foi em REAL:nary. A equipe da Ghosted IMG foi a NewHall Daycare em Santa Clarita para realizar a análise do álbum REAL:nary no dia 1° de Abril de 2028, e mesmo depois de instalar todo nosso equipamento e escutar o álbum todo… não tivemos praticamente nenhuma atividade. Além de uma breve leitura no EMF durante as faixas “im SO C0OL” e “M∆SKARA”, nada foi captado pela nossa equipe. Talvez os espíritos do local estivessem tão desinteressados pelo álbum como estava a equipe da Ghosted IMG.
- Crítica por Bane Lee
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ghosted-media · 2 years ago
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RAVEN - MIMICRY
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Nota: 90
De volta aos trilhos, RAVEN faz um comeback muito bem posicionado depois de seu mini-álbum anterior, Purple Light. Com MIMICRY, o grupo faz parecer que elas realmente nasceram para prosperar no eletrônico sombrio mais do que qualquer outra coisa. As primeiras impressões já são bem positivas em comparação às ressalvas que tivemos com o projeto anterior do grupo, onde os conceitos visuais da capa, título e conceito geral do disco são bem melhor amarrados e apresentados para o público.
Começando pela capa; os neons, trovões, e os brilhantes tons de azul podem não ser a melhor escolha para traduzir a identidade do álbum, já que somado ao ensaio fotográfico, te faz acreditar que você está prestes a ouvir RAVEN nos clubes noturnos de Seoul, e apesar de as tipografias escolhidas ainda não ajudarem a finalizar a capa, pode-se dizer que a identidade visual dessa era é a parte mais detrimental de MIMICRY, mas ainda sim, não é nada fora de escala ou desastroso, então isso significa que daqui para frente, só melhora!
“MIMICRY” por si só já é um título muito interessante e misterioso, que combina muito bem com a sonoridade, e esta soa como espíritos ecoando seus murmúrios numa noite de halloween. O piano em cima do sintetizador eletrônico faz a melodia parecer cheia, mesmo que ainda bem simples, já preparando a atmosfera para o grande single que vem a seguir.
Já com o tema sombrio e misterioso, devo admitir que todos os poucos pelos que tenho no corpo ficaram completamente em pé ao ouvir a introdução do single “Shadow”. A title-track “Shadow” se inicia com um sample de “Erlkönig”, balada do compositor austríaco Franz Schubert, do fim do classicismo, musicalizada em cima de “Der Erlkönig”, poema Johann Wolfgang von Goethe. O nome da obra se traduz como “Rei dos Elfos”, e é uma das típicas canções alemãs feitas para pais traumatizar crianças desobedientes com a ideia de que uma criatura vai roubá-las caso não obedeçam. Os acordes de piano são oitavas repetidas rapidamente, para causar o sentimento de angústia e perigo iminente, justamente como se quando você menos espera, alguma coisa fosse te pegar saindo diretamente da sua sombra, cuja jamais suspeitou do perigo.
A carga artística da introdução se amarra de forma genial com o tema da música, intrínseco no tópico da maldade internalizada ser um mecanismo natural do ser humano. E novamente, a letra apresenta esse pavor paranóico como no poema de Goethe, como nos versos “Right behind you, Imma find you [...] walking the penumbra, I’m disturbing your soul [...] don’t you know I’m your shadow”, já que em “Der Erlkönig”, é narrado um pai e filho cavalgando pela noite, enquanto a criança começa a ver e ouvir o demoníaco Rei Elfo nas sombras, o tentando com luxos para o convencer a vir com ele, assim como um corvo tenta suas vítimas com o mimetismo. Quanto mais o garoto implora pela ajuda de seu pai, este somente diz que é o vento, nuvens ou qualquer coisa, o que resulta no triste fim do garoto pelas mãos da criatura. Essa faixa por si só merecia uma nota 100, com tantas referências muito bem feitas, fazendo que a um ouvinte desavisado soe apenas como uma ótima title track de k-pop, mas que esconde realmente sentimentos de agonia debaixo das camadas superficiais.
A b-side promocional vem logo depois do single, sendo este o melhor instrumental do álbum. É recorrente na carreira do grupo que as letras do RAVEN acabem hora ou outra sempre rondando a mesma perspectiva de um mesmo tópico, o que acaba por estagnar a progressão dos álbuns e os deixar um pouco familiar de mais entre os que foram lançados anteriormente. Dito isso, não é a primeira vez que se vê uma narrativa como a de “Poisoned” na carreira do grupo, como em “Bloody Crown” ou até em “Petrify”... e mais para frente, de novo veremos temas se repetindo no álbum.  Ainda sim, “Poisoned” tem a melhor produção do disco, com o melhor instrumental e a melhor produção vocal. É incrível ver um grupo mainstream como o RAVEN introduzir técnicas vocais diferentes em suas músicas, fora do convencional do k-pop; como em “Dawn” do álbum passado teve a vocalização gutural, em “Poisoned” teve um vocal fry logo no começo do primeiro refrão, estendendo a crepitação das vozes até ser distorcida. Quem quer que esteja construindo a identidade musical do RAVEN, está fazendo um trabalho extremamente bem lapidado.
A próxima faixa é outra b-side de extrema qualidade. “Ravin’” tem um toque dançante animado, com surpreendentes influências de salsa, que conseguem ser amarradas com a produção rock para ainda se manter na atmosfera de uma música do RAVEN. Com o antêmico “Now the ravens are ravin’” o refrão explode, conseguindo ser extremamente autêntico a toda a atmosfera do RAVEN, mesmo sendo uma música feita para fãs irem à loucura. Essa música só tem um único problema, que apesar de ser algo ruim, é fácil de relevar. Justamente no refrão, o verso “a fantastic lore” me fez querer enfiar a cabeça no chão. É sempre bom aclamar um trabalho bem feito como as músicas do RAVEN, mas essa quebra de quarta parede foi feita de uma maneira que sendo modesto, é de imensa vergonha alheia.
“Bored” tem uma produção e proposta interessante, mas acaba por ser fiel de mais ao nome. É estranho ver o RAVEN desenvolvendo tão bem alguns temas, e tão mal outros; “Bored” é uma música que depois do primeiro refrão, já não vai mais a lugar nenhum, e mesmo esse sendo o tema da letra, não torna o conceito da música interessante. Já vimos antes a capacidade do grupo de conceitualizar a tristeza e sentimentos negativos de forma cativante, então aqui for realmente um ponto baixo.
A última faixa com letra do álbum encerra o projeto com uma ótima música. Apesar de “Fall” ser sobre o descobrimento da aceitação, ainda sim carrega uma tristeza pesada, como uma cicatriz (que por si só, já dá um banho em como “Bored” retrata a tristeza).  A melodia é emocionante, e em cima do instrumental delicado e sombrio, faz um encerramento muito bem construído para o MIMICRY. Aqui infelizmente é mais um exemplo de narrativas repetidas na carreira do grupo, desta vez, ainda mais, se assemelhando com músicas como “Feather” (que até carrega um paralelo BEM similar em sua letra), “Memories” e até “Nevermore”... sempre com as mensagens voando ao redor do mesmo tema, trazendo pouca coisa nova na abordagem.
No fim do dia, RAVEN se mostra um dos grupos líderes desta geração, não só com os conceitos em sua maioria bem lapidados, uma sonoridade própria que se consolida a cada novo trabalho, mas também um grande alcance nas plataformas musicais. Não só pelo álbum anterior não ser o dos melhores do grupo, mas sem dúvida, “MIMICRY” é o trabalho mais bem feito do grupo.
No dia 28 de Outubro de 2027, a equipe da Ghosted IMG foi até o Evergreen Cemetery, o cemitério mais antigo de Los Angeles para realizar a crítica do álbum. Não podendo haver uma época melhor do que o outono, quase véspera de Halloween, fomos recebidos por corvos ao adentrar os limites do cemitério (por cima dos muros), já apresentando um ótimo sinal. A capa foi projetada na parede de uma cripta, e durante toda a execução a imagem parecia se distorcer, e um dos corvos até tentou desligar o nosso projetor.
Já por outro lado, a execução das músicas foi uma ótima experiência, visto que estando na véspera do Halloween, de madrugada em um cemitério, a energia assustadora foi muito mais emocionante do que pavorosa. Houveram aparições de alguns fogos fátuos ao redor dos túmulos que o equipamento de nossa equipe estava instalado, mas todos só contribuíram com a atmosfera do disco. Infelizmente, tivemos que sair às pressas do local, visto que, depois de ficarmos empolgados e tocar os instrumentais finais num volume mais alto, fomos perseguidos por dois coveiros, e um deles carregava um leitão debaixo do braço. Do outro lado dos muros, ainda sim fomos recebidos por corvos imitando risadas, como se fosse uma despedida significativa da nossa aventura com o MIMICRY.
- Crítica por Choi Youngnam
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ghosted-media · 2 years ago
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Saudações a todos amantes do mundo espectral que mentem uma conexão com a Ghosted IMG! Este é o primeiro "RAVENANT REDESIGN" do nosso site, onde eu, Bane Lee, seleciono uma capa de algum projeto que possua uma capa que ache particularmente ruim em algum ponto, e me baseando em meus estudos de Design Gráfico, realizo um trabalho de redesign da arte feita para tal projeto.
DISCLAIMER: Isso deve ser considerado como um estudo, e se possível, um aconselhamento didático de erros que eu mesmo identifiquei em determinada capa, com o meu ponto de vista. Arte é subjetiva, e o Revenant Redesign não tem nenhum intuito em desmerecer o trabalho, ou ofender qualquer designer (pelo menos na maioria das vezes).
O grupo FORNAX em si teve um processo de debut peculiar, com dois pré-singles de sub-units (com músicas boas, mas aleatórias entre si, ou em qualquer relação ao grupo), antes de finalmente debutarem como grupo. O principal ponto consistente do FORNAX é o trabalho experimental que é fundamentado em tudo que o grupo faz, tanto visual quanto sonoro, até as demais partes da identidade deste. O problema é que, quando uma marca está se lançando, é extremamente necessário que esta crie uma identidade visual. Pegando na veia semântica, a palavra IDENTIDADE, se refere ao conjunto de características únicas e próprias que possibilitam assimilar alguma coisa a um significado. Simplificando e inserindo contexto, são coisas que vão permitir reconhecer o determinado grupo, com coisas que são semelhantes em qualquer material deste. Ter uma identidade é EXTREMAMENTE essencial em qualquer mercado, por que é o que faz a marca ser lembrada. Mas no caso do FORNAX, o grupo não apresentou qualquer elemento visual consistente, nem sequer uma logo (e olha que eu fucei em todas as redes sociais do grupo, e até no site da MAP&S Entertainment).
Dito isso, o primeiro passo foi o desenvolvimento de uma logo. É normal, principalmente no Kpop, um grupo ter uma logo que se modifica em alguns elementos ao longo de suas eras, que ainda sim mantém algum elemento característico para mostrar que aquilo é uma versão diferente de um mesmo logo (vide o que eu já falei acima sobre identidade). Normalmente logos são feitos para traduzir com poucos elementos visuais, a parte de um conceito, mas como qualquer informação sobre o FRONAX é EXTREMAMENTE ESCASSA na internet, nem há como eu adivinhar o conceito que o grupo se propõe a ter. Então eu fui com o que eu tenho, que é a capa oficial do álbum, apesar de ainda sim não oferecer muitos elementos.
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Dá para tirar poucas coisas de uma capa simplista assim, mas já é vagamente o suficiente para me dar um começo. Todos esses elementos são coisas únicas da capa, mesmo que não executados muito bem.
O LOGO
Para criação da logo, que por questões de conteúdo, da para ser dito que seria associado especialmente a era "I Love cats ~ for all", usei os elementos dentre esses que mais fizessem sentido juntos numa composição, que foi os elementos pixelados, e o coração, que da um acento se cor. Trabalhar com fontes pixeladas é complicado pelo fato da maioria delas serem "blocudas", o que significa que tem uma altura e largura igual para a maioria das letras, o que dificulta a leitura rápida, já que seu cérebro se acostuma com o "desenho" que as palavras, pelos formatos das letras combinadas "exemplo", mas quando tudo tem o mesmo tamanho "EXEMPLO" é mais difícil de se assimilar de uma vez só. Na maioria dos casos, isso é um problema, principalmente em textos, mas no caso deste logo, que é uma só grande palavra em destaque, somado a estranheza experimental do FORNAX, é algo que pode ser explorado para criação da logo. Então, este foi o resultado:
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O bom de ser uma tipografia simples, é que será muito fácil de aplicar responsividade em diversos materiais. O principal é claramente o "X", que historicamente é associado a ser uma letra "estranha" e diferente, então justamente é a letra escolhida para ter o design mais distinto, composto de blocos que mesmo sem nem se conectar, formam a letra, e o "O" era simplesmente o espaço para adicionar algum elemento exclusivamente especial que pode mudar a cada era, e nesta, foi o coração vermelho❤️.
MEON LIKE A CAT
Isso já foi o suficiente para me inspirar a fazer também uma capa para o polêmico single "Meon Like a Cat" (sem caracteres especiais nesse artigo). A faixa é bombástica em todos os sentidos, contendo várias mudanças de gênero musical que pegam o ouvinte de surpresa. Então, o objetivo com a capa do single foi justamente esse: a subversão da expectativa. Uma capa simples, até com elementos calmos é algo que vai despreparar o ouvinte para a tsunami caótica que vai receber ao longo da faixa.
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O gato dormindo pacificamente, apenas num cantinho da imagem, com um coração saindo de sua bochecha, certamente não alude à loucura eletrônica que a faixa traz, ou até mesmo da influência de hip-hop logo no começo. Basicamente, todos os elementos desta capa trabalham para não evidenciar as surpresas da faixa, e potencializar a subversão da expectativa. O gato fofo no canto contrasta com esse verde ácido (agora num sutil degradê dissolvido em pixel), e ainda mais com o título da faixa no canto, numa fonte tão "blocuda" que realmente deixa difícil distinguir o que está escrito. Todos esses elementos passam realmente a fazer sentido a partir do momento que se pressiona o play na música, criando mais um ponto de identidade para o FORNAX.
I LOVE CATS ~ FOR ALL
Para não me repetir sobre a crítica, digo brevemente que o "caos" do single se intensifica de uma forma não muito boa durante o álbum, mas claramente não se faz uma capa que demonstre que o projeto é ruim, então, trabalhando no pináculo mais extremo e forçando a barra de "julgar algo pelo que se propõe", a capa precisa traduzir essa energia maluquinha das faixas, sem muitos indicativos diretos.
Aqui, foi incorporado um pouco mais os aspectos da gestalt mencionados na crítica, agora organizados para vagamente pontuarem as orelhas de gato, e o coração vermelho em baixo não só como o símbolo desta era, também como o focinho do gato.
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Isso tudo com fontes todas pixeladas, com um mesmo propósito, deixa uma identidade visual na capa, de forma harmônica. Sim, mesmo que o álbum seja todo caótico e bagunçado, há maneiras de fazer isto funcionar sem necessariamente prejudicar o aspecto visual. Por preferencia pessoal, optei em deixar o nome do grupo maior, ao invés do título do álbum, já que é um ótimo jeito de reforçar a identidade excêntrica, e também, pelo título serem várias palavras, o que deixaria o centro da imagem muito alongado, ao invés de um ponto focal chamativo.
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Em materiais físicos, a identidade pixelada podia ser ainda mais bem explorada, até reproduzindo a vibe do álbum desse verde ácido em todas as peças, sempre com algum elemento em vermelho para acentuar essa mistura que por si só, já é atípica. Ao ouvir o álbum sem parar no processo de criação desse Revenant Redesign, consegui entender um pouco melhor como as músicas se conectam entre si. As letras continuam de mau gosto, e o álbum continua uma bagunça, mas consigo enxergar que grande parte da rejeição do público ao "I Love cats ~ for all" vem de o grupo FORNAX não ter encontrado a melhor forma de transmitir a mensagem que estavam querendo com este debut ambicioso. Ser experimental demanda coragem, e é uma atitude e tanto se jogar de cabeça deste jeito, ainda sim, o grupo está se lançando numa indústria, numa das maiores empresas do Kpop, então há pontos importantes que não podem ser ignorados na hora de desenvolver algo que será consumido por um público, por mais experimental que este seja.
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Muito obrigado por terem acompanhado este REVENANT REDESIGN. Foi uma experiência interessante transformar algo que eu não gostava de um álbum que eu realmente passei tempo tentando entender, em algo que melhor apresentaria este ao mundo. O conteúdo do álbum ainda vale um 45 na avaliação da Ghosted, mas o conjunto completo subiria alguns pontos se a apresentação do projeto de debut do FORNAX fosse mais bem desenvolvida, para pelo menos colocar o essencial do estranhismo das faixas em algo palpável. Muito obrigado pela atenção, te desejo uma experiência fantasmagórica nesta noite, e passar bem 😉.
por Bane Lee
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ghosted-media · 2 years ago
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Magenta - MAGHOUSE
Nota: 50
"Se eu tô morta, o que que é isso aqui mexendo? É meu novo álbum, que mirei no conceito, mas não tá tendo."
Os cabelos dos críticos da Ghosted International Media Group simplesmente ficaram EM PÉ ao ouvir as notícias que Magenta não só estava viva, mas também de álbum novo, e este com um conceito todo baseado nas sinapses de seu cérebro durante os dois anos de coma que a cantora passou. E com um nome impactante como “MAG-HOUSE” literalmente tinha tudo pra ser um álbum perfeito aos moldes de deixar a nossa equipe assombrada… mas não foi bem isso que aconteceu.
Começando pela capa; após ler as descrições do material fornecido no próprio lançamento do álbum, o conceito parecia ser ainda mais grandioso. Eu poderia vir aqui e fazer uma análise semiótica, dizendo que entendi o conceito dessa capa, onde Magenta está presa nos tecidos pretos que mal deixam sua aparência distinguível, assim como estava presa nos tormentos do coma, e como seu corpo se retorcia para se libertar das memórias e da confusão quando acordou… mas não. A capa do MAG-HOUSE é simplesmente simplista. Não minimalista, realmente, é simplista, implicando que ignora elementos necessários para constituir uma identidade visual que amarrasse o conceito que o álbum (teoricamente) se propunha a ter. A fonte simulando arranhões até adicionam ao eerie-factor que a capa propõe, mas não vai nem um pouco além disso. É muito triste ver uma proposta de conceito visual com TANTO potencial ser representada de forma tão básica.
Indo agora a tracklist, a introdução do álbum “MAG-HOUSE” é uma das faixas que rende grande parte dos pontos da nossa nota. O órgão macabro tão ressonante, com a voz profunda narrando a abertura é incrível em criar a atmosfera perfeita, misturando eletrônico com bizarro, simplesmente parece que o álbum seria INCRÍVEL em entrar nos pensamentos sombrios de Magenta durante o coma…. mas isso tudo acaba em um minuto e trinta e quatro segundos de álbum. A segunda faixa "Beautiful-Dirty-Rich” já se desconecta completamente de qualquer elemento sombrio que a primeira faixa havia construído. Em si, é um bom garage-pop, com uma letra okay, mas é o primeiro indício de algo que veremos até o fim do álbum: Descrições que falam de um conceito COMPLETAMENTE ausente na própria letra. Tudo que é dito SIMPLESMENTE não se encaixa no conceito inicial do álbum, e ainda somado a bagunça de temas que tentam (sem nenhum sucesso) se encaixar um no outro só deixa tudo ainda pior. “Forbidden Love” traz então um pop com influências das discotecas dos anos oitenta… que sinceramente me faz perder esperança no resto do disco. Essa é teoricamente a única letra que realmente trata qualquer coisa como um dos efeitos alucinógenos do coma, só que ainda sim pouca coisa na letra ajuda a entender isso, ao ponto que se não tivesse sido explicitamente dito pela cantora sobre o tema do “amante imaginário”, eu passaria o álbum inteiro completamente oblívio a essa questão, achando que era só mais uma demo não terminada na gaveta do Elliot que foi enfiada no disco.
A quarta faixa “Die-Down” apresenta uma sonoridade que surpreendentemente consegue mesclar os elementos retrôs de “Forbidden Love” com a estranheza da intro “MAD-HOUSE”, dando uma esperança do disco poder se encontrar ou em letra ou em som (spoiler: não se encontra). A quinta faixa “Slave4U” já soa diretamente como uma piada. Completamente fora de tudo que o álbum se propõe. Magenta debutou com o impactante “Dark Ballet” trazendo uma sonoridade sombria e um discurso poderoso, literalmente não tinha UMA pessoa que enxergava a cantora como “quieta” e “tímida”, fazendo questionar se ela mesmo escreveu essas músicas, ou comprou qualquer coisa pronta de um site de pop datado. Num álbum de músicas confusas essa consegue levar a taça da mais desinteressante. 
A partir daqui, temos a maior mudança do disco. Minha nota subiria para 70 se as faixas de 2 à 5 não estivessem ali, por que finalmente temos algum tipo de coesão. A interlude criativamente chamada “Interlude” traz de novo o tom macabro, mas SURPREENDENTEMENTE muito bem trabalhada, até me fazendo duvidar se foi a mesma pessoa que produziu as aleatoriedades anteriores. “Interlude” é a melhor faixa do MAG-HOUSE por quão bem construída é. A faixa usa a progressão de notas Dies Iræ, que é um hino gregoriano do século treze, que há centenas de anos, o cérebro humano associa a morte, visto que o cunho deste hino era apenas um específico: funerais. Isso por si só traz uma moral BOMBÁSTICA ao álbum, somado aos sons de lâminas sendo afiadas, e os vocais suaves e mórbidos de Magenta na faixa, e eu podia ficar por horas falando como essa faixa tinha de tudo para salvar o álbum. A faixa seguinte “CLOSE-YOUR-EYES” felizmente continua com a premissa, desenvolvendo os acordes da faixa anterior, quebrando em sequências menores e dispersas para criar algo que tocaria numa festa de Halloween, misturando o electropop um pouco aleatório, infelizmente a letra continua nada com nada. E para destroçar de vez a esperança que eu tinha no álbum, “Brand-New-Bitch” introduz um eletrônico distorcido (com a mínima quantidade de trap, só para poder dizer que há no álbum), completamente aleatório. Finalmente uma música que se encaixa no conceito do álbum, falando sobre o novo momento da vida de Magenta, se reinventando nessa “vadia fodona” para a nova era. E para fechar com chave de nada, a faixa “CTRL+ALT+DEL” mostra um eurodance com saxofones que pra surpresa de ninguém, não tem nada a ver com qualquer coisa no disco. Algumas músicas no disco eu até consigo achar alguma desculpa, mas “CTRL+ALT+DEL” simplesmente não entrega nada de bom para o álbum, não sendo boa nem para amarrar com o conceito da música anterior.
Tinha tudo para ser um grande álbum de retorno, mas assim como fiquei gradativamente mais e mais frustrada a medida que escrevia a crítica, consigo concluir que é um álbum plenamente genérico, colocando em questionamento o entendimento artístico tanto de Magenta como compositora quanto o de Elliot como produtor, já que o álbum não é bom nem no que ele se propõe a ser. Os pontos que compõem a nota são pelo esforço de que individualmente, as músicas são boas, mas em conjunto, criam a maior bagunça do ano de 2027.
Na noite de 25 de Março de 2027 a equipe da Ghosted IMG foi ao hospital psiquiátrico Willard Asylum for the Chronic Insane para realizar a análise deste álbum, dado ao tema especial do MAG-HOUSE. Uma rajada de vento forte empurrou a porta de volta na cara do nosso técnico que entrou primeiro no prédio, como se fosse um aviso do que estaria por vir. Com os equipamentos instalados, perdemos energia do datashow assim que projetamos a capa na parede. Todos se encheram de calafrios ao ouvir a introdução do álbum e os sensores de movimento espalhados pelas salas começaram a apitar em sinais fortes, mostrando que tínhamos sucesso em criar uma conexão com o local… mas que terminou sendo uma conexão extremamente perigosa. Já na quinta faixa, membros da equipe sentiam grandes enjoos pelos calafrios e o sentimento terrível de uma presença mal intencionada no local. Não demorou para nosso sensor EMF ir direto para o nível 4, quando objetos começaram a ser arremessados contra as caixas de som da Ghosted IMG, e o microfone direcional começou a captar gritos distorcidos exigindo silêncio. Perto do fim do disco, um dos técnicos foi arrastado pela ala psiquiátrica por um vulto, e arremessado contra nossa mesa de aparelhagem. A equipe foi obrigada a se recolher às pressas antes que alguém se machucasse severamente, ouvindo o final da última faixa enquanto deixavamos o asilo. Esse álbum é pavoroso, não no sentido que uma revista paranormal gostaria que fosse.
- Crítica por Magnolia Rachel Rotenberg
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ghosted-media · 2 years ago
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Harmon Moore - Clueless
Nota: 100
Clueless de Harmon Moore é um dos álbuns mais fantásticos que já ouvi em toda minha vida. E começar a crítica com esta frase, não é nenhum tipo de exagero. O álbum Clueless parece ter sido meticulosamente calculado para ser uma pop masterpiece, da maneira mais natural possível, por mais auto-contraditório que esta frase soe.
Sem meter os pés pela cabeça, seguindo a estrutura do nosso formato de crítica, posso começar pela capa, que se eu fosse extremamente chato, seria a única coisa que me faria tirar pontos do álbum. De modo nenhuma é uma capa ruim, já que, se baseando na colorimetria e na psicologia das cores, a capa tem todas as cores para traduzir perfeitamente a energia do disco; essencialmente leve, mas que toca direto no coração (já que tons claros de cores quentes provocam diretamente as funções sensoriais do cérebro ligadas à afeto). Ainda sim, talvez um pouco simples, podendo ser mais etérea para evocar os sentimentos cantados nas faixas, incorporando sentimentos um pouquinho mais orgânicos (mas a capa da versão Deluxe se aproxima muito de algo ótimo, já que dá ainda mais o sentimento que Clueless foi tirado diretamente de um diário emocional), e provavelmente passará pelo Revenant Redesign apenas pelo prazer do desafio de complementar algo tão incrível.
Clueless é algo que simplesmente encaixa e engrandece, e expõe perfeitamente Harmon Moore, de uma forma que, se lançado em qualquer outro ponto da carreira da cantora, não teria o impacto que tem agora, sendo metaforicamente nascido no momento perfeito em que as estrelas se alinharam. É simplesmente o melhor passo imaginável para uma cantora como Harmon; vinda de um EP simples, com um cenário profissional e amoroso bem conturbado, especialmente em uma idade tão nova. É o projeto vindo de um coração que ainda preserva a ingenuidade de quem consegue enxergar as coisas bonitas e delicadas da vida, mesmo tendo seus sonhos colocados à prova na última gravadora que esteve.
Conseguir trazer tantos temas nas letras, mantendo o universo do álbum extremamente coeso não é algo tão fácil de se fazer, principalmente quando as faixas, mesmo que se mantenham todas numa atmosfera bedroom pop, conseguem cada um trazer uma particularidade muito especial para cada uma.
Abrindo com o single que dá nome ao álbum, a faixa “Clueless” já pode ser considerada entre as maiores músicas pop dos últimos anos, acerta o ouvinte direto com algo que será recorrente até o último segundo da última faixa: honestidade emocional. O pop da faixa-título é emocionante, trazendo sintetizadores até nostálgicos, que com os vocais em coro trazem uma sensação de liberdade, como se depois de passar por tanta coisa, finalmente fosse a hora de abrir o peito, e colocar tudo para fora, com o coração. Ao mesmo tempo que a letra trás acontecimentos tristes, que claramente vivem até hoje na mente da cantora, também mostra como nada de ruim precisa ser maior do que está a fazendo feliz agora, já que é isto que importa no presente, e é isto que vai acompanhar a vida da cantora. Harmon consegue em algumas linhas chegar a poucos metros de cenários bregas, mas que simplesmente acontecem de verdade, e são bem descritos nas faixas. “The Angels” consegue ser bem expansiva na sonoridade do disco, mostrando de cara que Harmon não ficará apenas nas batidas pop o disco todo, com a faixa tendo alguns sintetizadores pesados, e a letra expondo esse anseio ingênuo em decifrar a vida adulta, até com um certo desespero, antes que a realidade te machuque demais e te faça aprender do jeito difícil, sendo igualmente construída na faixa “Easy On Me”. A quarta faixa, “I❤?” traz uma das melhores melodias vocais do projeto, e trás o lado tão íntimo, frágil e apaixonado do início de seu romance com o cantor Caleb Roth, que foi tão publicamente mostrado (e conturbado), que novamente, faz uma dobradinha para expandir o conceito na próxima faixa, “Boy From The South”. Esta que por sí, chega a ser surpreendente em quão bem complementa a sonoridade do álbum, já que eu não conseguia imaginar um soft rock encaixando tão bem em meio a tantas músicas etéreas, mostrando ainda mais como não pouparam esforços para em nenhum momento fazer “escolhas seguras” para deixar o álbum coeso, e sim criando mais cenários incríveis que se conectam muito bem.
Estrategicamente posicionadas, as músicas mais “tranquilas” do projeto estão antes e depois da faixa mais animada. A primeira tranquila é “Southside”, que trouxe o pop emocional, usando as guitarras sintetizadas de “Boy From The South” de um jeito totalmente diferente, tendo sido o elemento principal da faixa anterior, e agora apenas o tempero emocional desta. O maior destaque do disco é sem dúvidas a faixa “Like I Would”, simplesmente tomando uma veia diferente do pop retrô que estava sendo usado até agora, e esfregando nos ouvidos do ouvinte sem medo de inventar o próprio holofote. A mistura de um sintetizador calmo que acompanha a maioria dos versos, com o vocal leve e aerado, simplesmente deixa ainda mais intenso o refrão com o vocal forte, e os acordes de guitarras. E como se não fosse o suficiente, a letra pinta perfeitamente a imagem de uma declaração de alguém que se mostra confiante, mas internamente tem suas inseguranças gritando pelo medo de não conseguir ser correspondida, sendo uma das faixas do disco que melhor consegue mostrar um cenário tão específico e visual, somente com o som. Depois de um destaque tão grande, a faixa a seguir tem um trabalho muito difícil a desempenhar, que é não soa parecida, mas dar ALGUM JEITO de superar o efeito da anterior… e “Never Grow Old” simplesmente acerta o prego na cabeça. Ao invés de algum gênero musical totalmente novo para criar grande contraste, Harmon entrega a balada pop que esteve presente na construção da maioria dos versos das outras faixas, mas no ponto mais emocional do disco. Machuca, e machuca muito o sentimento desolado e impotente de não ter nenhum controle sobre uma situação tão trágica, e chega a dar pena de ver a esperança em algo tão melancólico assim, principalmente na bridge, onde tudo soa tão desesperado, como se cantar tão tranquilamente nos versos calmos tivesse sido demais para aguentar a saudade sem desabar. Depois de tudo isso, “Canvas” sim que tem o trabalho mais difícil, mas sabendo o que vem depois no disco, é bom ter uma faixa mais na linha média, para justificar os destaques das demais, sendo a faixa com a produção mais simples, mas com a mensagem mais diferente, abordando sensualidade e sexualidade num álbum tão emocional, só mostra mais facetas do amor de Harmon. Outro destaque gigantesco vem logo em seguir com a faixa “Groupie Love”, que parece realmente trazer a maturidade que passou pelas faixas anteriores, num dos pops mais gostosos do disco. Tudo nessa música simplesmente grita sucesso; a melodia incrível, o instrumental com sintetizadores que beiram o amor sensual, e a letra misturando os segredos de algo que demorou para entender, com a vontade de se entregar de cabeça, mais uma vez entregando um cenário visual para uma música perfeita. “Sidelines”, a faixa de encerramento (que também completa o trio dos títulos com S) é um dueto com o único produtor do disco, Apollyon. Por ser uma junção de um nome grande, é surpreendente como a faixa não é um pop grandioso, e sim uma balada romântica, com o toque orquestral que Brendon coloca tanto nos próprios trabalhos. É o jeito da cantora encerrar o disco tão sentimental com amor, que se torna a pedra fundamental do disco Clueless. Soa absolutamente refrescante um projeto tão honesto e sentimental ao mesmo tempo, sendo algo que surpreendente, não tem sido tão visto na indústria.
Clueless de Harmon Moore é um dos álbuns mais fantásticos que já ouvi em toda minha vida, por simplesmente trazer o coração da cantora diretamente pros meus ouvidos, sem tentar me impressionar com uma complexidade estranha, ou esculpindo demais um conceito em algo básico. É um recorte desta faixa da vida de Harmon, sendo tão especial por cantar sobre isso enquanto vive o momento, e é justamente o motivo de ser um álbum lançado com um timing perfeito, por que nunca mais vai ser tão incrível quanto é agora, e no futuro olharemos para trás vendo como quão sensacional foi este momento.
Na noite de 19 de Março de 2027 a equipe da Ghosted IMG foi a escola de ensino fundamental St. Ann Elementary School em Nova York para realização desta crítica. O local, já interditado desde 1975, após o incêndio, estava bem depredado, então foi difícil achar uma sala para a instalação do equipamento, e a equipe precisou ficar no refeitório, projetando as informações sobre o anfiteatro. O leitor EMF ficou o tempo todo estável no nível 1, e simplesmente foi a leitura mais tranquila que a equipe realizou em toda a existência da Ghosted. Em poucos minutos após o começo da execução do álbum, a equipe notou surpreendentemente uma subida na temperatura do local, se estendendo até às salas de aulas mais longes (isto que estamos no inverno). Dois técnicos fizeram rondas com lanternas UV ao redor da área que estávamos, e aproximadamente a partir da oitava faixa, várias pequenas marcas de mão foram vistas tocando a projeção da capa do disco na parede, como se uma série de presenças estivesse encontrando conforto naquilo. Como o álbum é longo o suficiente, usamos a Caixa de música PMB para estabelecer uma maior conexão. A PMB detecta frequências sonoras paranormais, e traduz em acordes dependendo da intensidade. Inicialmente, a PMB acendia e tocava sons descoordenados por todo o ambiente, mas assim que a execução do Clueless começou, todas as frequências se concentravam na sala em que a equipe estava, emitindo uma mesma nota afinada. Como mencionado sobre as luzes UV, na música 8, as frequências se bagunçaram por um momento, até se concentrarem todas na frente do nosso datashow, que projetava a capa do disco numa parede lisa. Apesar de tantas presenças causarem um pouco de interferência no aparelho que projetava a imagem, dali para frente, tudo ficou mais fácil. Mantivemos registro de atividade constante até o fim do álbum, e o PMB frequentemente produzia acordes da música que estava sendo tocada, como se estivesse sido repetida algumas vezes por quem estava acompanhando a equipe. Mesmo abandonado há décadas, o ambiente pareceu completamente tranquilo enquanto a equipe retirava o equipamento após a análise, como se todos tivessem criado uma conexão segura e sentimental com o que quer que tenha acontecido ali. Clueless de Harmon Moore é oficialmente aclamado no mundo dos vivos e dos mortos, com o selo de aclamação fantasmagórica da Ghosted International Media Group.
- Crítica por Magnolia Rachel Rotenberg
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ghosted-media · 2 years ago
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QruBim - Synesthesia
Nota: 85
Sem dúvidas, QruBim fez uma estréia na música muito surpreendente no ano passado com seu álbum Oblivion, trazendo estética sombria à músicas coloridas, dando o gosto desta essência tão única que Hwang Boming põe em seus álbuns com tanto afinco, e tudo isso foi ainda potencializado no álbum Synesthesia.
Começando pelos aspectos visuais, QruBim traz um photoshoot fenomenal com o novo cabelo azul-turquesa, parecendo que nasceu para exibir essa cor nos fios, e com um nome tão potente como “SYNESTHESIA”, pode-se dizer que certamente o álbum faz um ótimo trabalho sinestésico com a paleta de cores exacerbada que usa. Na capa, o efeito negativo do arco-íris solarizado funciona até que bem para deixar a cantora em evidência, mas no álbum físico (que estou segurando em minhas mãos agora mesmo) o círculo descentralizado e as bordas escuras demais causam uma estranheza no conceito tão etéreo e divino que o álbum apresenta na faixa. O resto do encarte é em sua maioria, muito lindo, principalmente a contra capa onde vemos um raio de luz saindo da pélvis da cantora, iluminando os títulos das faixas do disco. Muito criativo. E aqui, as mesclagens foram bem melhor executadas.
É impossível falar da intro do álbum “The Color of Sound” sem falar da próxima faixa, o incrível single “Synesthesia” em parceria com o produtor Yone. Quando o single foi lançado, não se esperava que teria um prelúdio tão bem feito no álbum, definindo uma atmosfera extremamente interessante. “The Color of Sound” traz o mistério e a estranheza gentil que é tão característica do trabalho de QruBim, evoluindo para a pop-perfection que é Synesthesia; faixa essa com a letra mais interessante do trabalho. Importante dizer agora no começo de como as letras de QruBim tem um charme único; a cantora consegue ser brutalmente honesta nas letras, até de forma dolorida as vezes, tudo para entregar a mensagem do coração… o que em algumas faixas funciona melhor do que em outras, mas o autodescobrimento fascinante em Synesthesia é um grande acerto.
As próximas três faixas são um ponto muito importante, já que logo depois do single principal, mostram a atmosfera que o projeto vai adotar, e é extremamente cativante. “Lavender Envelopes”, “Grey Garden” e “Chaos” trazem o pop extremamente colorido e ao mesmo tempo sombrio que registra as cores oficiais do álbum Synesthesia. 
A questão das letras porém se perde um pouco nas próximas faixas; “Warming Red” e “Smoke & Mirrors” destoam um pouco de MAIS o som da letra. Mesmo sendo a vibe de QruBim, ambas músicas falando tão nitidamente de sangue chega a soar como “propositalmente adicionando estas estranhezas em músicas comuns”, já que além dos versos viscerais, o resto da letra destas não vai a lugar nenhum. Felizmente isso já é revertido nas três faixas que encerram o álbum; QruBim tem uma proficiência enorme em transformar situações como as de “Aging In Blue”, mesmo que sendo corriqueiras em algo fantástico, doloroso e dramático. A segunda melhor composição do álbum vai sem dúvidas para “Sweet Lemon”. Bomin sabe muito bem como escrever algo profundo e tocante quando não está tentando enfiar bizarrices desconexas na letra, como por exemplo os versos “Doce como limão, azedo como um amor não correspondido. Minha mente gira em você como uma lua de um planeta qualquer, um pequeno broto a se desabrochar em meu jardim”. Isso pesou na minha cabeça por semanas, sendo tão simples mas brutalmente honesto, retratando de como apesar de QruBim se mostrar empenhada, sabe que não há nada de interessante nas mentiras que tanto escuta. Infelizmente tal poesia está no instrumental mais fraco e linear do álbum, já que “Sweet Lemon” não sai da mesma nota do começo ao fim do disco. A faixa de encerramento traz de volta a energia grandiosa e cósmica do disco em mais uma letra triste, igualmente honesta e interessante.
O conceito de “sinestesia” se perde ao decorrer do álbum, e o pop psicodélico etéreo da faixa título que se anseia também pouco aparece além da própria, mas o álbum consegue se tornar tão interessante ao ponto de você parar de esperar mais coisas como o single “Synesthesia” para focar no que o álbum tem de verdade. Alguns instrumentais sem dúvidas podiam ser melhorados já que deixam o meio do álbum um pouco enfraquecido, incorporando mais da fórmula psicodélica em faixas como “Warm Red”, “Smoke & Mirrors” e “Sweet Lemon” e a cadência de composição de QruBim (apesar de parecer ser sua marca registrada) ainda parece difícil de encaixar nos versos, mas tudo forma um incrível álbum, cheio das mais novas energias da cantora.
Na noite de 23 de Janeiro de 2027 a equipe da Ghosted IMG foi ao hospital psiquiátrico Willard Asylum for the Chronic Insane para realizar a análise deste álbum. A projeção da capa na parede pareceu atrair os espelhos pendurados no local para refletir as cores nas paredes, e o ambiente logo pareceu menos tenebroso e mais acolhedor. Como o álbum é longo o suficiente, usamos o Tabuleiro Ouija para tentativa de comunicação em alguma relação ao “Synesthesia”. A primeira pergunta foi “Quantas pessoas estavam ali conosco”, e em poucos segundos descobrimos que mais 6 presenças estavam alí com a equipe Ghosted IMG, quando perguntados “Como o ambiente que criamos alí estava fazendo eles se sentirem”, o planchette demorou para se mexer, até finalmente soletrar as palavras “Elevado” e “Profundamente tocado”. Porém, ali pelas faixas 6 e 7 o tabuleiro sozinho soletrou "Cesse" e "Machuca", fazendo o planchette esquentar sozinho, chegando a quase machucar de tocar a ponta dos dedos. Após questionados mais uma vez como se sentiam após o álbum, a resposta foi "Desejo", "Estranheza" e "Pureza". As presenças se despediram sem nenhuma dificuldade, e deixamos o local avaliando que o álbum teve impacto significativo no que estava ali conosco, bagunçando algumas das energias que o próprio álbum cria, mas com uma resolução que mesmo linear, apazigua o coração.
- Crítica por Bane Lee
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ghosted-media · 2 years ago
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ULTRAVIOLET - JAWBREAK
Nota: 73
Em um ano sem muitos debuts no kpop, ULTRAVIOLET faz uma estreia interessante com o extremamente adocicado “JAWBREAK”. É um álbum bom, já de cara mostrando todas as cores específicas que vão ser repetidas durante as músicas do disco. Uma das confusões é logo no come do álbum, eu presumo que se refere ao doce colorido e duro “Quebra-Queixo”, mas então o certo seria o álbum se chamar “JAWBREAKER”, que é a tradução que faz sentido, já que apenas JAWBREAK é traduzido como algo nos termos de “fratura na mandíbula”... o que certamente não parece ser um conceito que as doze queridas queiram explorar no álbum. Fui fervorosamente atrás das entrevistas que o grupo deu para ver se em algum lugar explicavam o motivo do álbum ter o nome deste jeito, mas não encontrei nada, então só presumo que tenha sido pouco empenho em desenvolver esta parte. Claro que isso não tira mérito da obra, mas é válido pontuar. A capa é um grande destaque do disco; simplesmente evoca vibes Y2K da maneira mais açucarada possível, como se você estivesse nos anos 2000 mexendo na caixinha de acessórios de sua irmã mais velha, impressionado com as cores e metais. É uma ótima tendência a se seguir, e foi feito de uma ótima maneira pelos designers que trabalharam na capa. 
Na sonoridade, a história é ainda mais doce… ao ponto de ser um pouco enjoativo. A intro “Try” tem uma sonoridade quase etérea cheio de cores sintetizadores, já de cara levando ao que será o resto do álbum em sua maioria. U+ME = LOVE, um dos singles principais traz uma felicidade juvenil muito cativante e romântica. Mesmo que a letra desta (e de todas as outras) não seja nada de mais, é incoesa em grande parte mas sempre sendo fofa parecendo ser essa a vibe principal do disco. Apesar de “IDC!” ter uma letra um pouco estranha, ainda segue a mesma vibe, sonora. Porém o quebra-queixo se torna um pouco muito doce na 4° faixa… e na 5° também, basicamente repetindo a mesma fórmula de sintetizadores em 90% do álbum faz com que quase todas faixas tenham um som parecido demais, enjoando de quão extremamente doce tudo fica.
A última faixa, “Sweet Crazy Luv” é uma surpresa muito boa para encerrar o disco… só que infelizmente não se conecta com o resto. Ainda é doce, mas tendo uma vibe mais madura, trocando os sintetizadores extremamente agudos e coloridos para instrumentos orgânicos e quase orquestrais, compondo um dos melhores instrumentais do ano. A música se destaca tanto que faz quase você querer esquecer das outras, me deixando com vontade de que o álbum tivesse sido moldado ao redor de “Sweet Crazy Luv” e não de “U+ME = LOVE”.
Na noite de 20 de Janeiro de 2027 a equipe da Ghosted IMG foi ao observatório Lois Ewen Overlook para realizar a análise deste álbum. O Geiger Counter foi usado para medir as radiações ionizantes do local durante a reprodução do álbum, chegando a medir um nível brando de 3.08 se aproximando do meio do disco. Durante a faixa “Focus” o Geiger Counter chegou a marcar 4.5, registrando também alguns pontos no medidor EMF, mas ainda sem nenhuma atividade significativa.
- Crítica por Choi Youngnam
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ghosted-media · 2 years ago
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Agatha Melina - Nightmare
Nota: 77
Nightmare de Agatha Melina traz uma ambientação sinistra muito querida pela equipe da Ghosted International Media Group, em si sendo um conceito extremamente interessante, e se tratando do calibre que Agatha Melina costuma trazer em tudo que toca, podemos dizer que Nightmare é um passo um pouco mais seguro do que agradável.
O nome do álbum em si parece ser uma boa tradução do rumo que as faixas tomam, progressivamente se tornando mais macabras (como num pesadelo) antes de ressonar numa calmaria, logo quando se desperta. A capa é um exemplo incrível de como um photoshoot simples pode criar uma atmosfera que traduz muitos sentimentos de uma vez só, com Agatha aparecendo dentre uma névoa sombria, como se estivesse cruzando a própria tormenta, com uma expressão do rosto de já estar acostumada com a dor. A fonte retorcida do título “Nightmare” acentua ainda mais o desconforto, como se as letras fossem feitas de raízes fortes demais, que se apoderam dos pensamentos, traduzindo o ponto focal do álbum. Infelizmente isso já se perde na contra capa, estilhaçando a atmosfera sombria que a capa cria, como se todo o cachê tivesse sido investido somente na capa, e se lembrassem no último minuto que deviam fazer uma contra-capa, colocando um bloco preto para destacar as letras do fundo… decepcionante no mínimo.
A introdução “Morphine” realmente faz parecer que está entrando num estado de sono, inevitável, trágico, atormentador, como se fosse algo que não pudesse ser evitado; os vocais chegam a ser fantasmagóricos, me deixaram todo arrepiado assim que ouvi pela primeira vez, enquanto a letra já discorre essa agonia mencionada. Infelizmente, isso é interrompido por um tempo já na segunda faixa. A primeira vez que ouvi Dreams não sabia como me sentir, já que a sonoridade parece ser uma boa transição que incorpora elementos da carreira de Melina, mas a letra chega a soar redundante para eu, fã assídua das narrativas da Agatha, e infelizmente isso se torna comum, até o fim do álbum, com falas que não conseguem evocar o poder das metáforas, acabando só como exemplos um pouco batidos, pouco palpáveis e pouco desenvolvidos do que está sendo dito. O hook do single Dreams é vocalizado de forma bem interessante, principalmente quando leva ao quase rap de Agatha da bridge da faixa, mas não sendo salvo pela letra. Infelizmente, o Nightmare fica cozinhando nesta água morna pelas próximas duas faixas, sem trazer muito gosto tanto no instrumental quanto nas letras. Iron Wings tem o instrumental mais fraco do álbum, como se pudesse ser qualquer outra coisa, em qualquer outro álbum, com uma mensagem muito similar a diversas outras músicas do projeto, deixando muito denso e com a impressão “nossa, esse tema deve ser tão importante para ser discutido de maneira rasa através de 6 ou 7 faixas não é mesmo?”, acontecendo o mesmo com Journey, mas essa ganha pontos pela distorção caótica da bridge, que vai revelar (finalmente) as energia individual do álbum Nightmare.
Eu só senti que o álbum começa de verdade em “Paralyze”. A faixa simplesmente te acerta no meio da cara com esse som perturbador distorcido, misturando o eletrônico com o rock de uma forma extremamente sombria e muito bem feita. “Lonely” escorrega um pouco em ser parecida com “Iron Wings” ou “Journey”, mas que se torna bem mais funcional e contrastante por vir após “Paralyze”, sendo um dos exemplos de que pesar um pouco mais a mão na estrutura do álbum faria bem ao Nightmare. A fantasmagórica “Biophobia” volta a arrepiar os poros de qualquer um, parecendo mais um (?) começo de narrativa no álbum, mais uma vez bagunçando um pouco o que poderia ser uma sonoridade coesa e interessante. O maior destaque do álbum “Shooting Star” é simplesmente uma obra prima, inclusive, na letra. Os versos parecem murmúrios num imenso vazio de desespero, completamente desolados, com as guitarras só trazendo mais o tormento. A modulação do vocal da Agatha no drop é o que cobre esta faixa de ouro, simplesmente o ponto mais perfeito, sendo um dos melhores singles da cantora. Suffocate e Lovable trazem mais proposta ao álbum, finalmente incrementando melhor a sonoridade com algo bem concreto.
As últimas quatro faixas trazem o capítulo sonoro final para o Nightmare, carregando mais instrumentos orgânicos e mais sentimentais, com a faixa “The Fortress” sendo de longe, outro dos destaques do álbum, que com certeza renderia outro passo perfeito para a era. A letra da angelical “Diminish It” finalmente mostra algum crescimento do que foi debatido na maioria das outras faixas, ainda que em termos fracos. Já “Fight The Wind” e a outro “Rise” terminam por vez com a evocação do desloamento inconformado que o álbum trás… mas bagunçando novamente o que parecia ser um final grandioso. 
Nightmare é um bom álbum, mas certamente, poderia aproveitar mais alguns dias ou meses no forno para polir as narrativas, evitar redundância que ocorre na maioria das faixas, organizar os temas e os sons, e gerar uma obra prima. Claro que devo avaliar o álbum pelo que se propõe, mas novamente, como fã de Agatha, Nightmare poderia ser um melhor sucessor ao maestral álbum Forget Me Not, deixando o projeto estagnado por um bom tempo, depois se desenrolando muito rápido dentre as faixas, para terminar sem muito a oferecer. 
Na noite do dia 11 de Janeiro de 2027, a equipe da GIM foi ao hospital abandonado "Renwick Smallpox” para desenvolver esta análise que acabou de ler. A equipe toda ficava bem assustada e animada com os nervos à flor da pele em ter um álbum sombrio numa localidade como aquela. Tivemos muita influência termal, com as temperaturas baixando para 4° durante a execução do disco. Os microfones detectaram bastante atividade em TODAS as salas ao redor de onde estávamos, sendo possível escutar pratos doloridos com as histórias contadas, mas que iam sumindo a partir de certo ponto, com as letras se tornando repetitivas. Como o álbum é longo o suficiente, usamos o baralho de Tarô para alguma tentativa de comunicação em relação ao “Nightmare”. A primeira carta puxada foi “A Lua” virada para cima, representando como os medos e ilusões foram projetados nas letras sofridas do disco. A segunda carta foi outra “A Lua”, porém desta vez virada para baixo, mostrando como a compositora, provavelmente presa nos mesmos medos, acaba deixando isso respingar da mesma forma, sem repensar em transformar as letras em algo ao nível incrível que Melina consegue. Por fim, a última carta puxada foi “A Torre” virada para baixo, que indicou como, mesmo na mudança de sons, os temas se mantinham os mesmos sólidos e enterrados, até o fim.
- Magnolia Rachel Rotenberg
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ghosted-media · 2 years ago
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RAVEN - Purple Light
Nota: 75
Aos meus olhos, o que está acontecendo com o RAVEN é: ter revelado grande parte das suas surpresas de cara nos primeiros trabalhos, e agora aos poucos se aprofundarem em detalhes do que já foi dito. Sempre me disponho a julgar um álbum, claro, com meu embasamento criterioso, mas também pelo que o álbum se propõe a ser; então dito isso, Purple Light do RAVEN não é um passo para trás… mas também não é um passo para frente.
Apesar de RAVEN ser um dos grupos de K-Pop que (felizmente) dá detalhes ricos e claros sobre a história do grupo, fica-se com uma impressão que os materiais didáticos não são tão bem traduzidos na obra em si. Podemos começar pela capa como um bom exemplo; apesar de clichê, o nome da introdução “Wonderland” parece amarrar bem melhor a estética visual escolhida com as mensagens do álbum, visto as inúmeras referências ricas da obra “Alice no País das Maravilhas” (que é inclusive citado como inspiração para o álbum), assim como dando uma justificativa mais convincente às escolhas sonoras. De cara, certamente a fonte “LIVE LAUGH LOVE” usada no título “Purple Light” foi uma escolha ruim, não remetendo ao som, nem ao conceito, nem a foto de fundo… não remetendo à nada. Todo o trabalho de lettering poderia ter sido executado pensando mais no conceito, que já sem dúvidas elevaria o trabalho. A foto de fundo apesar de básica trás mais pontos por trazer de forma subliminar os dois corvos citados no álbum. Talvez seja mais um trabalho que irá aparecer no Revenant Redesign.
Sobre a sonoridade, temos uma introdução incrível ao álbum com a faixa Wonderland, que além de trazer uma abertura épica, flui perfeitamente para o começo de title-track "Dawn". Começando pelos destaques em Dawn, o electro-rock poderoso já chega arrepiando todos os poros, com os vocais sombrios realmente dando a impressão de estar mediante a uma situação de desespero. Sem dúvidas o maior destaque do álbum, assim como um feito já indústria do Kpop é a vocalização gutural depois do primeiro refrão. Isso é tão único, nunca feito antes que praticamente chega a perdoar as mínimas partes negativas da música. É algo de uma genialidade impressionante, que faz a experiência ainda mais incrível. O que traz um contraste não tão interessante é a melodia colorida de mais. Mesmo que o álbum seja alegadamente sobre as conquistas das personagens, a aura sóbria é quebrada com o coro de voz leve. A faixa que carrega o nome do álbum, Purple Light traz um som igualmente interessante, mais sóbrio quase melancólico conseguindo acertar nos pontos que Dawn errou, mas com a letra sendo a parte detrimental, já que por trazer o título não consegue amarrar o significado do todo, até soando mais confusa do que metafórica as vezes, o que infelizmente será mais comum daqui pra frente no álbum. Bloody Crown é uma estranha surpresa no álbum; se Raven fosse fazer um pop sombrio, seria este, mas aqui seria o ponto de ruptura do conceito, terminando de quebrar a atmosfera sombria e desconcertante (no bom sentido) que as primeiras faixas construíram. É sempre bom ver o uso das referências internas do grupo, que deixam universo rico, apesar de nessa música a própria "Bloody Crown" parecer trocar de significado algumas vezes. Chego a ficar triste ao falar de Feather por ter ficado tão impressionado com o começo da música, tendo tudo pra ser uma b-side perfection … só não nesse álbum; Feather vir logo depois da bagunça que Bloody Crown fez na sonoridade parece uma tentativa retomar a trajetória como se nada tivesse acontecido, que até consegue se amarrar com a última faixa Memories, cheia de vocais poderosos.
Não é nem de longe um álbum ruim; Raven segue impressionando com a qualidade e densidade de seus álbuns, mas precisa de um pouco mais da polidez que o trabalho anterior Nevermore apresentou tão bem. Na noite do dia 16 de Janeiro de 2027, a equipe da GIM foi ao zoológico abandonado Griffith Park para realização da análise e produção desta crítica. Apesar do espaço aberto parecer menos propício para presenciar atividade, o clima que o álbum propõe em seu começo foi o suficiente para detecção de atividade com o para-microphone. Quando o data show que exibia a capa foi desligado, pode se ver um vulto posando na mesma posição que estava a pessoa na capa, desaparecendo logo. O leitor EMF começou a sumir a partir da quarta faixa, mas não passando no nível 2. Nenhuma atividade agressiva ocorreu durante a exibição do álbum, e como teoricamente ainda é um álbum pequeno (já que as duas últimas músicas são instrumentais), não usamos nenhum objeto paranormal para aprofundar a crítica de acordo com o lado de lá. 
- Crítica por Choi Youngnam
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ghosted-media · 2 years ago
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FORNAX - I L♡ve Cats ~ for all
Nota: 45
Infelizmente, pouquíssima coisa faz sentido nesse álbum.
Já não sabia o que esperar ao ouvir os dois pré-singles do grupo “Up & Down” e “Ring A Bell”, já que ambas tinham propostas bem opostas uma a outra… e até do que veio a ser o single de trabalho do álbum depois. Pode não ser uma comparação justa já que nenhuma das músicas citadas primeiro está no álbum “I L♡ve Cats ~ for all”, mas como foi lançado nomeando-se como material de prelúdio do grupo, não há como não associar um ao outro.
Uma frase que descreve bem esta crítica ao álbum é: “Dá pra perceber que tinha uma visão interessante por trás, mas a execução foi uma bagunça”. Começando pela capa: a visão de construir a figura do gato mesclando formas básicas e texto foi uma ótima ideia, se tivesse sido bem executada. Faltou algumas aulas se aprofundando na GESTALT e nos conceitos de Kurt Koffka, já que estava quase lá. A visão do conceito se perde no que é orelha, no que é olho com o que é boca e o que é bigode, e apesar das diversas fontes serem um bom jeito de desafiar a regra da semelhança na GESTALT, tudo com tão baixa legibilidade deixa a desejar em quão bem amarrado o conceito poderia ser. Bem, pelo menos combina com a parte sonora.
É EXTREMAMENTE agridoce formar uma percepção sobre a faixa principal que abre o disco “M£0Π ° like a CAT ^-^”, já que por um lado é um dos MELHORES instrumentais em anos, misturando de maneira incrível elementos experimentais surpreendentes com batidas extremamente viciantes, te mantendo num estado de alerta animado a música toda, e por outro lado a letra é uma das PIORES, de mais MAU GOSTO que já assolou os meus ouvidos. E que ano a gente tá?? 2010?? Quando achavam que músicas atacando as aparências eram bacana e rebaixavam uma pessoa para levantar a outra?? Além da letra extremamente cafona e quase ofensiva, o ponto mais assustador é: (supostamente) FORAM AS PRÓPRIAS INTEGRANTES QUE ESCREVERAM A FAIXA. Isso me levanta um questionamento enorme quanto ao nível de critério que a MAPS Entertainment investe na criação e preparo dos seus idols, deixando algo ultrajante como a letra desta música ser lançada, já que além de reforçar que outra garota é ridícula só por competir com você, prega o discurso da dama indefesa. “Eu tô brava pra caramba O meu homem não me vê como uma mulher” talvez tente parar de enfatizar o discurso de “Quando é que você virá me salvar?” e “Quem é ela? ridícula Ela sabe é arrogante demais? Ela pensa que eu sou comum”. É muito triste uma obra prima do eletrônico experimental ter uma letra dessas por cima.
Mesmo que o KPOP não seja necessariamente um gênero musical focado em letras e composições, isso transcende a falta de noção, principalmente olhando para outros lançamentos do mesmo gênero deste ano.
O resto do álbum, surpreendente após o fiasco da primeira faixa, não é tão ruim. Nenhum destaque em nada lírico, já que em sua maior parte são frases desconexas para tentar parecer durona. Apesar disso, os instrumentais se mantém de ótima qualidade, principalmente na faixa que vem logo em seguida “/RAH\”. Porém mais para frente nos deparamos com a faixa “·⚢gg·” que trás um discurso de empoderamento feminino, que apesar de as vezes fazer parecer a causa de mulheres no topo ser uma exceção (pela forma que foi escrita) acaba sendo um discurso hipócrita ao lado do que é dito no single. Porém a faixa citada, e a próxima “웃 •~• surprise!” simplesmente viram o álbum de ponta cabeça, descontinuando a atmosfera (caótica, mas palpável) que tinha sido criada.
Em resumo, faço um apelo GIGANTESCO a MAPS Entertainment: SEGUREM ESSAS GAROTAS para treinarem por mais alguns anos, de preferência nas salas de aula. É extremamente preocupante ver idols tão novas com esse tipo de pensamento vinda de uma das maiores empresas do Kpop.
Na noite de 11 de Janeiro de 2027, a equipe GIM foi até a George Wharton Pepper Middle School na Filadélfia para desenvolver a análise que acabou de ler. Assim que projetamos a capa no datashow em uma das paredes do edifício, a câmera termal registrou uma queda de temperatura no ambiente, que decaiu ainda mais a medida que o álbum foi tocando. Nunca tivemos experiências como esta antes; um membro da equipe teve espasmos e foi arrastado pelo chão, o leitor EMF passou longos minutos travados no nível 4, e após o uso da lanterna ultravioleta, foram achadas várias impressões digitais não-humanas no notebook da equipe, principalmente sobre o botão “desligar” do computador. I L♡ve Cats ~ for all é classificado como perturbador nos níveis de medição fantasmagóricos da GIM, e é arriscado ser reproduzido dentre os planos real e astral.
- Crítica por Choi Youngnam
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ghosted-media · 2 years ago
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MIRAE - Paradise Lost
Nota: 95
Como fazia tempo desde a última vez em que vi um conceito tão bem amarrado cheio de referências incríveis, sem parecer nem um pouco, algo forçado.
"Paradise Lost" de Mirae é uma jóia incrivelmente lapidada que agraciou o mundo logo no começo do ano. Com uma sonoridade fenomenal e coesa, parecendo que realmente foi construída em cima de eventos que ocorreram em sequência, sendo possível até notar os sentimentos que as letras virão a carregar, mesmo nos primeiros acordes dos instrumentais. É um álbum que tem valor de replay sem precisar necessariamente estar antenado a história contada ao decorrer das quatro faixas, mas para realmente entender o álbum é necessário que se adote uma ótica muito específica, principalmente para as duas últimas faixas, onde a escrita se torna um pouco literal de mais, que será logo explicado. O visual é, em palavras brandas, estonteante, perfeito, faltando adjetivos para descrever como a capa maravilhosa amarra tão bem a história, quase como se fosse um vitral contando a história da deusa Mirae em Paradise Lost. 
A faixa principal, o single "Paradise Lost" começa já com um solo épico de órgão gótico, de cara te apresentando o calafrio de estar prestes a presenciar algo de fora da sua realidade em todos os sentidos. A letra da faixa (assim como da próxima) toma um jogo muito interessante de submissão sem abdicar de poder; onde na narrativa, Mirae entrega a chave para seu amado abrir seus portões, ainda que reafirmando que será ela a responsável por tornar aquilo inesquecível. É em si um sentimento onde o debate é muito ambíguo, mostrando força e fragilidade ao mesmo tempo, que foi escrito com maestria nas letras da música.
Absence Of Fear é o maior pulo de imersão no universo lírico, já que a composição parece realmente ter vindo diretamente da personalidade que Mirae incorpora; a deusa implacável conhecendo os rupestres conceitos do amor. A construção que culmina no anti-drop do refrão é um dos pontos mais altos do álbum, chegando a tirar o fôlego, que só reforça o conceito de estar sendo "permitido" descobrir o que a deusa Mirae esconde, mas em nenhum momento tendo controle.
As duas últimas faixas "Army Of Me" e "Orion" tem uma particularidade que pecou um pouco no estado imaculado do álbum. As metáforas e dizeres na música se tornam um pouco literais de mais, se despindo da magnitude e superioridade que tinham nas faixas anteriores. O ponto é: dado ao que acontece na história do álbum nessas faixas, é totalmente compreensível a deusa ficando desolada ao descobrir que foi enganada para matar seu próprio amor, por isso, essas duas faixas exigem um pouco mais da ótica de uma história grega, já que os cantos épicos tinham esse cunho de mesclar metáforas da natureza com dizeres extremamente literais.
O álbum é curto, e isso faz ser quase impossível pontuar um destaque, já que todas as faixas tem uma amarração fenomenal em ambientação. Na noite do dia 10 de Janeiro de 2027, a equipe da GIM foi ao hospital abandonado Renwick Smallpox para desenvolver está analise que acabou de ler. Todos podiam sentir uma presença certamente elevada no local, com tamanha curiosidade, apesar de vultos nos cantos da sala, nenhum equipamento foi danificado, nem membro da equipe foi atacado, com o leitor EMF se mantendo estável em 1 o tempo todo. Como o álbum é curto, não ouve tanto tempo para a atividade, sendo uma avaliação extremamente positiva tanto neste plano quanto no outro, faltando poucos passos para ser fantasmagoricamente perfeito.
- Crítica por Bane Lee
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