Tumgik
heart-fury · 7 years
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Sobre A G...
Não se importe se eu ir e vir a todo momento, sou meio instável. Não consigo acostumar com apenas um lugar, não gosto de me sentir presa a nada. Sou uma espécie de aventureira sem destino, uma incógnita que poucos sabem como resolver, e os que sabem não é da forma correta. Eu não tenho certeza de quem eu sou, vivo mudando de faces e sendo um “novo eu”. Sorrir, chorar, cair e levantar. Fazer e se desfazer, conhecer e dar adeus. Mas isso sou eu hoje, amanhã acordo com mais um novo eu, com conceitos e atos diferentes, talvez. A insana vontade de evoluir e sempre melhorar. Eu vou sumir por uns dias e do nada vou voltar. Num minuto eu pulo, danço, canto, faço minhas palhaçadas, já no outro quero distância de todo mundo. A minha ‘agorafobia’ sempre fala mais alto. Eu vivo esperando “Aquele momento”, mas na verdade, nem eu sei que momento é esse, mas eu acredito que ele vai chegar. Eu me canso fácil. Enjôo rápido das coisas, das pessoas, das roupas, dos livros, das músicas e das histórias. As pessoas se esvaziam como água em minhas mãos. Escorregam, caem, murcham. Não consigo ver beleza nos rostos. Não suporto os tons de vozes. Amo as atitudes. Desgosto das palavras em forma oral. É mais fácil culpar o mundo, as pessoas… Quando na verdade, eu sei que eu não presto. Sou inquieta, não nego. Sou insatisfeita, me julgue. Odeio essas coisas que permanecem imóveis, feito estátua. Odeio gente empedrada, que não sente emoção, ou são orgulhosas demais para demostrar. Mesmo eu sendo orgulhosa demais para demostrar. Às vezes sinto cheiros e me bate uma saudade absurda de coisas que nem lembro mais, mas eu sei que existiram. Consigo me desligar do mundo rapidamente, absorvo-me para dentro dos meus pensamentos e fico no meu planeta de suposições. Procuro gente que gosta de gente, que gosta da loucura humana, que gosta de vencer esses dias que são terrivelmente chatos e tediosos para suporta-los sozinho. Gente que gosta das coisas que não fazem sentindo. De quem dê preferencia a insanidade ao invés de todas aquelas razões. Sei falar de política e de como o ser humano pode ser uma espécie repugnante em suas ações. Só sei fazer do modo avesso. Sou coloquial. Digo, eu sou como qualquer pessoa comum, que pertence apenas a si, antes de pertencer a alguém. E que esse tal de amor não é meu ponto forte, nem uma das qualidades que você deva admirar em mim. Na maioria das vezes, nem acredito muito no amor, ou não quero acreditar. Talvez um dia eu mude meus conceitos, mas por hora, sou singular. É, sou singular. E nem tão cedo quero me tornar plural. Não me trocaria por nenhuma pessoa da face desse universo, demorei muito a me amar, agora me tornei quase que autossuficiente. Sou complexa de tão complexa que nem eu consigo entender essa complexidade. Por dentro carrego turbilhões de sentimentos que borbulham conceitos de vida e um olhar de pessimismo para o mundo e teses sem sucesso. Tese de alguém que não demostra nem um quinto do que sente, cheia de teorias falhas, e que na prática, não passam de frases mal ditas, e conceitos que ninguém nunca tentou enxergar. Não consigo ser tua segunda opção, a matemática da coisa é simples… ou sou tudo pra você ou não serei nada. Não consigo aceitar a vagareza de um meio terno, não admito coisa neutra. Sou rápida, impulsiva, individualista, ARIANA. Tudo que chega a mim chega com força. Sim, eu sou arrogante, prepotente e do que mais você quiser me chamar. Orgulhosa, quero sempre levar minhas ideias e meus conceitos à frente. Sou de tudo um pouco das coisas ruins e não costumo esconder minha alma negra. Banalizo o amor, eu busco todos os sentimentos do mundo quando estou amando, para ver se assim eu esqueço que amo, ou finjo que esqueço. Gosto de ler, mas nem sempre tenho paciência. Sou a pessoa mais engraçada do mundo, sério. Mas quando quero, sou expert em reclamar, feita de dramas e exageros. Às vezes passo o dia odiando minha vida e querendo largar tudo, à noite passo rindo do quanto sou totalmente dramática e exagerada. Minha dor na unha pode se tornar a dor que carrego do mundo inteiro nas minhas costas, ou a dor do mundo inteiro eu posso considerar como minha dor na unha. Sou relativa quando falo de minhas dores… Eu falo o que vem a cabeça, doa a quem doer. E sempre estou preparada pra lidar com as pessoas que são contra a minha opinião. Sim, eu falo alto, rio mais alto ainda, dou minhas gargalhadas quando não posso. Tenho um problema, vivo sempre carente e impaciente. Vivo mudando meu humor, não sei brincar de fingir o que sinto. Quando amo, me atiro do Everest para o chão sem paraquedas, quando odeio jogo alguém de lá. Sou esse corpo inconstante que não para de viver, que aprecia o amor ao longe, mas prefere a praticidade de um sexo ardente e sem compromisso de ligar no dia seguinte. Isso é porque o sexo entorpece a dor ou é por que eu sou um monstro mau e perverso ? Eu não sei. Mas eu sei que eu era alguém antes de chegar até aqui. Eu era alguém com uma vida que eu escolhi para mim. E agora? Sem medos agora, daqui a pouco estou debaixo das cobertas morrendo de medo do que achava não ter antes. E eu tenho medo de estar com medo. Eu estou com medo. Eu ainda estou com medo. Estou com medo de não ser eu mesma aqui e estou com medo de ser. Tenho medo, de o medo me cegar. E estando cega de medo, tenho mais medo de não poder me curar desse medo que me deixa covarde, e faz falhar. Agora já nem sei o que eu digo de tanto o medo me atormentar. Mas o medo passou e posso sair das cobertas para dizer que vivo brigando com a minha família, mas não conseguiria viver sem ela. A gente é o que escolhe ser ou escolhem o que agente deveria ser. E eu sei como é fácil de se convencer de algo que você não é. E você pode fazer isso lá fora. Dá pra seguir em frente. Basta se manter ocupada pra não ter que encarar quem você é. As outras pessoas não são o pior. A parte mais assustadora é encarar quem você realmente é. Porque não há pra onde correr, mesmo se você pudesse correr, a verdade alcança você.
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heart-fury · 7 years
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Irreversível
Eu nunca vou saber, né? Tinha vontade de ligar e perguntar, inquirir, mas… que diferença faria? Não faria. Saber ou não saber quaisquer motivos não faria diferença alguma. Engraçado que eu me lembro de dizer isso pra você igualzinho, quando era sobre aquela história outra, e você ficar fitando o teto da sala sem entender coisa alguma. E, puta que pariu, que semana mágica foi aquela. Talvez eu nunca descubra se foi invenção ou se houve alguma coisa, algum lampejo, e no fundo você só teve receio. Talvez eu inventar na minha cabeça que você teve foi medo do que poderia ser, seja só uma forma de ajeitar essa narrativa louca, frustrada de tudo que a gente (não) viveu. Mas podia. E… é no pretérito mesmo. E eu começo a achar isso bem triste porque vc está indo embora… de mim… Aqui dentro, sabe? Absolutamente irreversível. E eu fico com aquela sensação meio adriana-calcanhoto-vem-vambora-você-tem-meia-hora-pra-mudar-a-minha-vida… mas vai passar. Porque eu me conheço e eu já comecei a achar você estranho. Meio idiota até. E eu lamento, sabe? Profundamente? Porque podia ter sido incrível. Absoluta e irreversivelmente incrível. E nunca, nunca mais vai ser. É isso. Um brinde a todas às impossibilidades não-vividas … pra que elas se libertem, sabe? E talvez o mundo gire e você tenha sempre com você a incógnita do que nunca vai encontrar por aí… (nem tão cedo.) (Não como a gente.) (Não como eu.) Só que eu não vou estar mais aqui.
                                                                                  -Elenita Rodrigues 
http://acasosafortunados.blogspot.com/
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heart-fury · 7 years
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Eu já fui a garota que pegava abelhas com as mãos e as prendia como se fosse um casulo sabendo que iriam me picar e morrer logo em seguida. Era mágico ver a vida em minhas mãos. Pode ser um pouco cruel pensar assim, mas dentro de mim já existiu a esperança de que assim como aquelas pequenas abelhas eu sairia viva do meu casulo. Eu sempre tive sonhos altos demais, daqueles que você tropeça e cai no chão por algum tempo até ralar os joelhos de uma vez. Eu sempre fui uma criança teimosa demais, batia o pé e chorava. Eu era a garotinha do papai até que a vida fizesse com que eu deixasse de ser. Eu nunca fui o exemplo de filha e de irmã, mas também nunca quis ser exemplo pra ninguém. Eu sempre acreditei que as abelhas poderiam viver mesmo depois que perdem a parte que as faz continuar vivas. Eu acreditei por cinco anos que bebês eram deixados nas portas das casas, acreditei por sete anos que papai Noel existia, acreditei por doze anos que confiança e amor eram a base de tudo. Dizem que cresci rápido demais e com isso minha confiança, esperança e capacidade de amar foram deixadas para trás. Não é tão ruim assim, mas quando você se vê sozinho sem ter alguém que realmente confie em você e que te entenda, é frustrante. Você morre sufocado. É difícil realmente confiar em alguém, não pelos dias atuais, mas desde sempre confiar em alguém requer muito mais do que palavras e olhares. Você confia hoje e amanhã pode não confiar mais e ter todos os seus segredos expostos por alguém que você um dia tanto amou, confiou e nutriu esperanças. Então você se fecha em seu casulo, se tranca em seu quarto e ninguém entra e nem você sai. Você vive nesse círculo vicioso e às vezes tem recaídas. Você rala os joelhos mesmo quando não confia em ninguém, você os rala pois não tem ninguém a quem amar porque convive com a dor emocional dia após dia e isso te sobrecarrega. A sua alma está machucada e então você se pergunta: cadê a garota das abelhas? Da esperança, amor e confiança? Para onde ela foi? Ela morreu? Ou está gritando querendo sair de dentro de você e pegar abelhas com as mãos, correr pelo campo de tranças e galochas vermelhas? Sou a abelha dentro do meu próprio casulo, lutando exaustivamente para sair com vida de dentro do meu confinamento, querendo sentir o sol penetrar em meus poros, nos meus dedos dos pés molhados na grama fria. Eu sou a abelha querendo ser criança novamente, querendo correr pelos campos e ser livre.
Are you really okay, Charlie?  (via romantizado)
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heart-fury · 7 years
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Por que eu deixei você ?
Por que eu deixei você? Já me perguntaram isso várias vezes depois que terminamos, e até hoje eu nunca soube responder. Minhas respostas evasivas variam do “é complicado” ao “eu e ele somos idiotas”, que é a resposta real. Eu realmente sou uma idiota e não faço a mínima ideia de porque eu te deixei. Lembrei disso agora porque ontem fui com uma amiga naquele bar em frente a sua casa. Bar que nós tanto frequentamos. Já estacionei o carro tensa, com medo de te ver. Não sabia se era medo ou vontade de te ver, na verdade. Atravessei a rua correndo, ansiosa. O que eu faria se te visse? O que você faria? Eu ia admitir que estou com saudade? E se isso te der esperança de voltar? E se te ver me der esperança de voltar e você já tiver me superado? É óbvio que eu quero que você esteja bem, mas te ver ia doer. Não escolhi a mesa que sempre escolhíamos. Mas alguém pediu aquele lanchão que você sempre pedia, e tomou uma Skol. Você não saiu mais da minha cabeça. Todo cara que se aproximava eu olhava, meio que querendo que não fosse você, meio torcendo pra ser você. E nos dois segundos que a minha vista demorava pra perceber se era você ou não, meu cérebro se dividia entre pensar em uma frase para me desculpar e sair correndo, ou falar pra você esperar rapidinho que eu só vou em casa buscar mais roupas, umas brejas e os cacos do meu coração e já já eu volto, a tempo de ver Interestelar pela milésima vez, te olhar com a coberta em cima das pernas, tomando uma cerveja e me olhando de rabo de olho pra ver se eu estou achando chato o que está passando na TV. Fui uma tortura, eu não lembro cinco palavras do que a minha amiga falou. Passei a noite torcendo para que todos os caras fossem e não fossem você, ao mesmo tempo. Passei a noite inteira decidindo se, caso você aparecesse, eu me esconderia ou te levaria pra cama, porque já são onze e meia e você está em semana de provas e precisa dormir cedo. Desculpa, eu fui uma idiota, mas “como a inescapável atração da gravidade, não havia nada que eu pudesse fazer sobre isso". Seria pior para nós dois, mas eu não me preocupo comigo. Não com você por perto. Eu me preocupo com você, e eu não queria que fosse pior para você. Eu estou confusa, eu estava confusa, eu sou confusa. Da mesa do bar até o carro, eu pensei mil vezes em bater na sua porta e pedir pra você me aceitar de volta, e dessa vez eu prometo que a gente ia fazer dar certo. Pensei mil vezes em bater na sua porta chorando e dizer que somos os maiores idiotas do mundo, mas que somos melhores juntos... Mas e se você tivesse superado? E se sua namorada abrisse a porta? E se você abrisse a porta e falasse que ainda me ama, e que me aceita de volta? Assim como eu não sei o que eu fiz, na época, eu não saberia o que fazer. E você, você também nunca soube o que fazer…
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heart-fury · 7 years
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Mas se não acontecer, se não for pra ser, de qualquer forma, obrigado por ser uma das minhas lembranças mais bonitas.
Capitule. (via completador)
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heart-fury · 7 years
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heart-fury · 7 years
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Não passa nunca, mas quase passa todos os dias... (Parte III)
Eu quase não te amo mais, eu quase não te odeio, eu quase não odeio aquela foto com aquela garota, eu quase não morro com a sua presença, eu quase não escrevo esse texto. O problema é que todo o resto de mim que sobra, tirando o que quase sou, é quase seu.
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heart-fury · 7 years
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Não passa nunca, mas quase passa todos os dias... (Parte II)
Você, que já foi tudo e mais um pouco, é agora um quase. Um quase que não me deixa ser inteira em nada, plena em nada, tranquila em nada, feliz em nada. Todos os dias eu quase te ligo, eu quase consigo ser leve e te dizer: “Ei, não quer conhecer meu carro novo ?” Eu quase consigo te tratar como nada. Mas aí quase desisto de tudo, quase ignoro tudo, quase consigo, sem nenhuma ansiedade, terminar o dia tendo a certeza de que é só mais um dia com um restinho de quase e que um restinho de quase, uma hora, se Deus quiser, vira nada. Mas não vira nada nunca. Eu quase consegui te amar exatamente como você era, quase. E é justamente por eu nunca ter sido inteira pra você que meu fim de amor também não consegue ser inteiro…
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heart-fury · 7 years
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Não passa nunca, mas quase passa todos os dias... (Parte I)
Eu quase consegui abraçar alguém semana passada. Por um milésimo de segundo eu fechei os olhos e senti meu peito esvaziado de você. Foi realmente quase. Acho que estou andando pra frente. Ontem ri tanto no jantar, tanto que quase fui feliz de novo. Ouvi uma história muito engraçada sobre uma diretora de criação maluca que fez os funcionários irem trabalhar de pijama. Mas aí lembrei, no meio da minha gargalhada, como eu queria contar essa história para você. E fiquei triste de novo. Hoje uma pessoa disse que está apaixonada por mim. Quem diria? Alguém gosta de mim. E o mais louco de tudo nem é isso. O mais louco de tudo é que eu também acho que gosto dele. Quase consigo me animar com essa história, mas me animar ou gostar de alguém me lembra você. E fico triste novamente. Eu achei que quando passasse o tempo, eu achei que quando eu finalmente te visse tão livre, tão forte e tão indiferente, eu achei que quando eu sentisse o fim, eu achei que passaria. Não passa nunca, mas quase passa todos os dias. Chorar deixou de ser uma necessidade e virou apenas uma iminência. Sofrer deixou de ser algo maior do que eu e passou a ser um pontinho ali, no mesmo lugar, incomodando a cada segundo, me lembrando o tempo todo que aquele pontinho é um resto, um quase não pontinho.
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heart-fury · 7 years
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Chegou a hora de me ligar...
Mais um domingo que você me liga. Igual faz a uns quatro ou cinco anos. Você beija a sua mãe depois do churrasco, dá um oi carinhoso e finalmente pensa sem culpa na sua ex, cheira sua camiseta pra ver se a coisa tá muito feia e descobre que sua vida está prestes a ficar vazia: chegou a hora de me ligar... Você não sabe ao certo o que vê em mim, mas também não sabe ao certo o que não vê. Você sabe que pode ter uma mulher mais gostosa do que eu, mas por alguma razão prefere a gostosa garantida, aquela que ainda ri das suas piadas. Mesmo sendo as mesmas piadas há quatro ou cinco anos. Aí você me liga, com aquele ar descompromissado e meigo de quem só quer ir no cinema com uma velha amiga. Eu não faço a menor idéia do que vejo em você, mas também não faço idéia do que não vejo. Eu posso ter um cara mais gostoso, como de fato já tive centenas de vezes. Mas por alguma razão prefiro suas piadas velhas e seu jeito homem de ser. Você é um idiota, uma criança, um bobo alegre, um deslumbrado, um chato. E talvez seja só por isso que eu ainda te aguente: você pode ter todos os defeitos do mundo, mais ainda é melhor do que o resto do mundo. Aí a gente, sem saber ao certo o que está fazendo ali, mas sem lugar melhor para estar, acaba pulando o cinema que nunca existiu e indo direto ao assunto. O mesmo assunto de quatro ou cinco anos que, assim como as suas piadas, nunca cansam ou enjoam. E aí acontece um fenômeno muito estranho comigo. Mesmo quando não é bom, eu sempre me apaixono por você. Todas as vezes que te vi, nesses últimos quatro ou cinco anos, eu sempre me apaixonei por você. Eu sempre estive pronta pra começar algo, pra tomar um café de verdade, pra passear de mãos dadas no claro, pra poder te apresentar ao sol sem receber mensagens de gente louca ou olhares curiosos, pra escutar uma piada nova. E você sempre ignorou esse fato, seguindo seu caminho que sempre é interrompido pelo vazio da sua camiseta fedendo a churrasco. Eu nunca vou entender. Eu nunca vou saber porque a vida é assim. Eu nunca vou entender porque a gente continua voltando pra casa querendo ser de alguém, ainda que a gente esteja um ao lado do outro. Eu nunca vou entender porque você é exatamente o que eu quero, eu sou exatamente o que você quer, mas as nossas exatidões não funcionam numa conta de mais. Eu só sei que agora eu vou tomar um banho, vou esfregar a bucha o mais forte possível na minha pele e vou me dizer pela milésima vez que essa foi a última vez que vou ficar sem entender nada. Mas aí, daqui uns dias, igual faz há uns cinco ou seis anos, você vai me ligar. Querendo pegar aquele cineminha, querendo me esconder como sempre, querendo me amar só enquanto você pode vulgarizar esse amor. Me querendo no escuro. E eu vou topar. Não porque seja uma idiota, não me dê valor ou não tenha nada melhor pra fazer. Apenas porque você me lembra o mistério da vida. Simplesmente porque é assim que a gente faz com a nossa própria existência: não entendemos nada, mas continuamos insistindo.
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heart-fury · 7 years
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O amor não é como a maioria dos outros sentimentos.
Tem dias em que ainda acredito que não vai passar, mesmo contradizendo tudo que já vivi, a malícia do tempo e a veracidade da minha memória. Tem dias que já se tornaram anos, e eu ainda o cito como se tivéssemos nos falado ontem. Tem dias em que sinto vergonha por todos aqueles que pensei ter gostado antes dele. Nada se compara. A gente tem que se acostumar a perder alguém antes de se preocupar em mantê-lo, porque a decisão de partir não é nossa. A maioria das pessoas vai simplesmente passar pela gente. Só devemos nos importar com aqueles que decidem ficar por nós, independentemente do quanto seja difícil. Eu não sabia disso, agora eu sei. Já me afastei de pessoas que eu amava, e sei que era amor porque a distância não diminuiu o sentimento. Mas eu tive que escolher a mim porque pior do que a ausência é a insistência sem reciprocidade. Enquanto eu continuava pensando em como estaríamos hoje, se ele sentia minha falta como eu sentia a dele, se ele se imaginava nos melhores e piores momentos comigo ao lado ou se ele se lamentava, ainda que baixinho dizendo a si mesmo, por ter me perdido… Minha vida estava passando e a dele está seguindo em frente sem mim. Nunca senti uma sensação tão incomoda em toda minha vida quanto a saudade. Sério. É um aperto no peito tão forte, uma vontade desesperada de sair correndo, fugir daquilo, fugir dele ou de mim mesma e das consequências que eu não quero suportar de minhas escolhas. Ninguém está esperando que você se recupere, que enterre o passado e sacuda a poeira de memórias já gastas. Ninguém vai te lembrar do tempo que você perde enquanto aguarda o melhor momento pra superar. Você tem que começar de algum lugar, tirar forças de dentro de si. E, sobretudo, entender que terminar não é um fardo, e sim, uma escolha. Você poderia estar com ele, sim. Acontece que você merece muito mais do que ele tinha a te oferecer. Guarda a saudade no bolso e estampa o sorriso no rosto. O amor não é como a maioria dos outros sentimentos. Tem o lado ruim, aquele que doí, e você nunca mais vai ser o mesmo. Eu não sabia disso, mas agora eu sei.
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heart-fury · 7 years
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Sentimentos não acabam, apaziguam.
Eu sei que o nosso fim foi truculento, se não, não seria um fim de relacionamento comigo, ficamos apontando o dedo um para o outro, você dizia que a culpa era minha, eu dizia que era sua, quando ambos sabíamos que cada um tinha a sua parcela de culpa. Algo construído à dois, não se destrói sozinho. É só que... Eu ainda não aprendi a perder, eu aceito perdas, não sou uma criança mimada, não irei sequestrar o cara ou tentar sabotar o próximo relacionamento dele. Eu simplesmente não me conformo em não ter sido boa o suficiente para alguém, mas eventualmente, eu entendo que há males que vêm para o bem e que não é uma questão de ser boa ou não, é mais por compatibilidade, agora eu olho pra trás e penso, como nos suportamos por tanto tempo? Como nos damos tão bem por tanto tempo? Somos pessoas completamente opostas, mas por um breve momento da vida acabamos andando juntos na mesma direção. Esses dias seus pais curtiram uma foto minha no Facebook e me lembrei de como sempre fui bem acolhida na sua casa. Sua irmã também curtiu um texto que postei, ironicamente um texto que era pra você, escrevi enquanto estávamos juntos, confesso que ele é uma das minhas obras primas. Os textos que te escrevi eram em sua maioria excepcionais, você foi a época mais inspirada da minha vida, me incentivava a ser melhor em tudo, vai ver por isso demos tão certo, tirávamos o melhor um do outro. Algumas pessoas me disseram que a nossa maior graça era essa, éramos melhores juntos, vivíamos sorrindo. Suas notas subiram enquanto você estava comigo, você entrou na academia, as vezes íamos malhar juntos, estávamos constantemente tentando chegar ao nosso limite em tudo, tentamos tanto, que o ultrapassamos em algum momento. Provavelmente você já achou alguém que te dê beijinhos e faz cafuné até você dormir e sirva como travesseiro, alguém pra aturar suas crises existenciais e alguém para assistir os jogos do Borússia com você. Esse alguém com toda a certeza não cozinha melhor que eu (saiba que eu ainda consegui melhorar e muito, meu cardápio cresceu exponencialmente nessas férias), esse alguém também não deve ter um beijo melhor que o meu, afinal, sou eu né… e EU BEIJO MELHOR DO QUE COZINHO !! Hahaha. Eu espero que esse alguém cuide bem de você, assim como eu cuidava, ou ao menos tentava. Espero que ela te provoque mais risos do que lágrimas, um sorriso tão bonito que não possa ser ofuscado por nada, bem característico teu. Espero que ela consiga roubar o seu canto da cama como por tantas vezes eu tentei. Espero que ela pelo menos consiga cuidar de você enquanto vocês estiverem bêbados e não digo só fisicamente, parece que quanto mais bêbado, maior seu tesão, eu gostava disso. Não espero que ela faça coisas particularmente minhas, afinal isso é algo meu, mas tomara que ela ache seu jeito de te lembrar diariamente da sua importância. Você gosta de se sentir querido, quem não gosta? Tomara que ela cuide de você como eu. Eu também espero que ela não esqueça de deixar uma garrafa de água ao lado da cama quando vocês forem dormir… Que ela aprenda rápido que você não gosta de leite, a não ser que seja com café, “aí ele fica bebível” como você me dizia. Espero que ela tenha a mesma persistência que eu tinha em curar seu mal humor ou inoperância sob as cobertas, embora eu saiba que no fundo você só queria que eu te provocasse um pouco. Você gostava de me ver ralar por você, mas tudo bem, eu também gostava. Tomara que ela não esqueça de que você tem que tirar as lentes de contato antes de beber porque você sempre as joga fora. Eu continuo aqui escrevendo umas coisas, derrubando copos e sujando a blusa sempre que como macarrão. Ainda coloco o travesseiro entre as pernas pra dormir (às vezes sinto falta das tuas coxas substituindo-os) me estresso facilmente com a idiotice alheia e não tenho saco para garota que finge ser puritana. Continuo delicada como um elefante, mas você me conhece, sabe que sou fofa do meu jeitinho. Minha cabeça ainda é fértil, como sempre, ainda tenho mil ideias ao mesmo tempo sobre viagens, festas extravagantes, jantares com pratos super elaborados, nunca concretizadas ou por falta de dinheiro ou porque a minha cama é sempre tão convidativa. Mas tudo bem, eu posso escrever sobre elas né? Minhas piadas ainda são sem graça (ninguém ri delas, como você ria) e eu não largo meu chinelo por nada nesse mundo, esses dias fui naquela churrascaria chique do Alphaville, de chinelo, minha mãe quase infartou, mas ela passa bem atualmente. Ela sente falta dos roxos no meu pescoço e do menino “bonzinho” e estudioso dos olhos verdes. A parte dos roxos é mentira. Queria pedir desculpa se fui excessivamente rude em algum momento, é que eu não tenho saco para brigas bobas, como as diversas que a gente tinha e ainda temos se tentamos nos reaproximar, espero que você ainda guarde nossas fotos e os presentes que eu te dei, cada coisa aí tem um valor sentimental gigantesco. Eu provavelmente tenho nossas coisas guardadas em algum lugar no meu armário, tenho certeza, bem lá no fundo, em uma caixa dentro de outra caixa escrito “não mexa”. Você é um perigo pra mim. Sentimentos não acabam, apaziguam. Recentemente estudos mostraram que o amor ativa as mesmas regiões do cérebro que as drogas, nós literalmente, nos drogamos com a pessoa. Você era a minha droga, consegui me curar, mas não queremos recaídas né ?! Como você pode notar eu continuo pesquisando idiotices no Google também. Eu poderia terminar o meu texto sendo clichê, dizendo que desejo sua felicidade, mas eu não sou assim (imagine eu dizendo as próximas palavras com meu sorriso de canto de boca que você tanto gostava: “desejo que você seja feliz, só não o quanto era comigo, porque afinal… Era eu. Te desejo uma felicidade média, nada muito excessivo.”). Alessandra Gorgoglione.
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heart-fury · 7 years
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Pra todo veneno da mente, o mar é antídoto 🌊
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