Desabafos, dicas, devaneios e surtos.Instagram: @HojeEuResolvi
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Eu fico de vigia
Eu queria que você soubesse que, neste local sombrio que você está agora, eu já estive muitas vezes. Às vezes saio, às vezes volto. Sabe, não há como escapar completamente. Na escuridão desse vazio encontra-se também a paz. O silêncio. O limbo perfeito. É como um quartinho, secreto, que não se pode permanecer muito tempo para que os outros não o encontrem. O conforto que ele proporciona é incrível, eu sei. Mas não se deixe levar... O silêncio passa a ser ensurdecedor. As vozes passam a surgir do seu próprio inconsciente. Você pede a elas que se calem, mas não há como controlar. De repente, a gritaria se torna um caos, e você já nem consegue mais sequer falar. Luta, bravamente, contra os timbres graves que insultam de maneira tão rígida os seus sentimentos.
O que houve com a paz? Onde está o meu silêncio?
Por que as vozes vieram até aqui?
Elas estão sempre aqui. Junto com você. No mundo, aqui fora, elas se misturam com o barulho externo. O som que vem do lado de fora, agora já não parece tão sufocante. A voz que chega, amiga, te acolhe. Te paga um café, permite que as tuas vozes desabafem. Se façam ouvidas.
Não deixe que o externo te assuste, deixe-o te conduzir.
E de repente, o externo se torna um grande refúgio. A liberdade se torna uma grande aliada. As vozes agora são pássaros cantando, ondas do mar se quebrando, vento forte sussurando. Aqui fora, é preciso permitir-se voar pra qualquer lugar.
E sempre que precisar do quartinho, eu fico de vigia pra ninguém perceber. E grito com as vozes quando voltarem a te assustar. É o nosso segredo.
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