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Por algum motivo, a resposta da garota a sua frente lhe fizera alargar o sorriso e soltar uma fraca risada sem graça. Aquela era uma situação importante? Ouvir aquilo havia de certa forma alegrado seu dia, não era uma pessoa com muitos amigos na cidade pelo tempo que tivera fora, então ouvir aquilo de uma pessoa recém conhecida lhe fizera bem. - Enquanto isso eu já sou bem ansiosa pras coisas e sempre costumo chegar antes. - riu para a sinceridade da garota, gostava de pessoas assim. Sinceridade era algo que valorizava bastante nas pessoas ao seu redor. - Pra falar a verdade, foi meio termo. - dera uma risada ao se lembrar de algumas horas atrás. - Eu estava procurando o lugar onde ela guardava os cigarros prontos dela, e ela apareceu! Ai ela perguntou o que eu estava fazendo e como eu não sou muito boa com mentiras, ela se tocou do que era e me deu dois. - ainda mantinha a risada em seu rosto enquanto relatava todo o ocorrido. Chegava a ser até mesmo estranho ter uma mãe tão liberal como as que tinha. Mesmo tendo as duas como usuárias de ervas, nunca lhe incentivaram ou forçaram a seguir aquele caminho. Ao ouvi-la, seguiu o olhar até as mãos da morena sorrindo e balançando a cabeça levemente algumas vezes. - Não precisa disso, eu estava brincando com você. - levou a mão direita fina e fria por conta da temperatura até a mão com as notas, a abaixando e fazendo um sinal em negação. - Mas eu também só vou te entregar se der uma volta comigo!

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Não costumava sorrir, mas sorriu. Não se sabe o porquê ao certo, talvez fosse para parecer mais simpática ou simplesmente estava no automático. Ainda assim, não poderia disfarçar que havia sorrido. “Ainda bem!” pôs as mãos nos bolsos do casaco preto, camuflando o pequeno entusiamo. Nem sabia o que estava fazendo, mas continuava insistindo naquela ideia boba de cativar a garota a sua frente. Ela já aparentava ser uma boa companhia, Annin não queria perdê-la de vista. “Eu tenho um péssimo hábito de me atrasar. Ainda mais em situações importantes, mas fico feliz que esteja tudo bem quanto a isso.” pela primeira vez em todos os anos de sua vida estava se esforçando para ser um pouco mais sincera do que de costume. “Oh! Maji? A sua mãe quem te deu ou você pegou escondido?” abriu os olhos um pouco mais por está surpresa. Suas mães jamais admitiram algo assim, mas certamente a realidade de Annin não era a mesma que a daquela menina. E de certa forma isso era muito bom. Poderia aproveitar mais coisas que não tinha tanta liberdade assim em aproveitar. Tirou a carteira do bolso traseiro da calça, pegando algumas notas e estendendo-as para a menina. “Obrigado por isso, aliás.”

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Graças a natureza tranquila de Emma, a mesma não se importava quando recebia qualquer tipo de elogios ou cantadas estranhas como fora no caso da garota desconhecida. Havia de fato, achado graça na forma qual a mesma se aproximara dela. O humor e a maneira estranha da garota ter se aproximado fora o lhe rendera pontos, não a cantada. Mas a estranheza não era algo qual se incomodava, afinal, sua família estava longe dos padrões de normalidade. Não considerava o fato de ter duas mães, mas sim pela excentricidade delas e até mesmo a própria Emma.

A rua quase não havia movimento, acabando por ser o único ser vivo ali por alguns minutos até que uma ou outra pessoa passava por ela. Depois das ruas estranhas que conhecera na Índia, nada mais lhe dava medo. Estava concentrada em observar um gato que apareceu e ficou á uns dois metros de distância, quando ouviu alguém gritar não muito distante. Forçando os olhos por trás dos óculos vermelhos, pôde finalmente enxergar quem era. - Hey! - gritou de volta acenando para a garota com um sorriso em seu rosto ao se levantar da calçada limpando a parte traseira da calça que usava. - Até que não, eu cheguei faz uns... - parou por alguns segundos para olhar o horário na tela do celular, logo voltando a guarda-lo no bolso do casaco. - Tem uns quinze minutos, mas eu que cheguei antes mesmo. - lhe direcionou uma risada tímida, mexendo brevemente nos cabelos enrolados e medianos. - E eu consegui trazer o que queria, dá uns 15.000 won. - a maior disse forçando um tom sério, mas no fundo tentava esconder uma risada que insistia em querer sair. Não era uma pessoa com muito senso de humor, sempre que tentava fazer graça de algo saia terrivelmente falho ou estranho. Mas não custava nada tentar e tornar aquela noite fria em algo divertido.

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Mesmo sendo uma pessoa que evidentemente fazia as coisas sem pensar nas consequências, havia começado a pensar naquele momento. Justo em uma hora como aquela sua consciência havia acordado do sono da indolência que se enfiou durante todas os longos anos de sua vida. No fundo, no fundo, ela sabia que suas abordagens não eram das melhores, claro que não. Até porque, algumas vezes chegou a levar tapas de algumas garotas que não tinham o mesmo gosto que ela. E apesar de não ser capaz de adivinhar tinha total noção de que não deveria agir da forma que agia. Isso poderia acabar levando-a para a cadeia. Tinha idade o suficiente para isso. E mais problemas com a justiça ela não queria. Sem falar de suas mães, que tinham problemas demais para ter que lidar com os seus de brinde. Mas a garota que conhecera tivera uma reação diferente. Não a xingou tampouco a agrediu, fora até mesmo bastante simpática, Annin tinha que admitir.

Justamente por isso se enfiou naquela ideia absurda. Não era tão ruim assim pensar que conseguiu, pela primeira vez em toda a sua vida, algo que fora fácil. Mas também não poderia depositar tanta expectativa em cima de algo que era incerto. A menina poderia se chatear a qualquer hora com uma das besteiras que poderia dizer e ir embora sem pensar duas vezes. Ela sempre esperava pelo pior. Porque sempre acontecia  pior, mesmo que demorasse pra isso. “Ei!” gritou ela ainda distante, caminhando com pressa a medida que aproximava-se o suficiente para continuar a falar. “Te fiz esperar muito? Eu acabei me atrasando um pouco, desculpe”

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Impulsiva era uma das palavras que melhor se adequavam à Emma. Seja por causa de suas palavras ou ações; mas principalmente as ações. Mesmo em seus plenos vinte anos de idade, para ela não era fácil confiar nas pessoas ao seu redor. Talvez por não ter tido muito tempo naquela cidade, mas depois de quase meio ano de volta para o país, precisava alargar-se. Não negava para si mesma que a garota desconhecida havia lhe chamado atenção. Talvez por sua beleza evidente de que era uma japonesa ou descendente como ela, ou pela mesma ter se aproximado de uma forma inusitada.

Depois de tanto terem conversado no dia anterior, haviam marcado de se encontrar na quadra da casa da mais nova. E já estando livre de suas responsabilidades diárias, a americana seguia pelas ruas de pedra em direção ao local de encontro. Sem deixar de levar consigo o que prometera para a garota que até então não sabia o nome. Por algum motivo se esquecera de perguntar. Por não conseguir lidar muito bem com seu problema de ansiedade, acabou chegando alguns minutos antes do combinado, obrigando-a à se sentar no meio fio da rua larga a espera da outra.

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Ganesha in the Garden

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Minha família é bem exótica, as vezes dá até um pouquinho de vergonha, mas amo todo mundo. Não mesmo, eu particularmente amei os anos que passei estudando em Mumbai, se pudesse voltaria.

Que loucura. Já a minha mãe era e é super nomalzona, fica até sem graça às vezes. Se bem que meu pai também é outra criatura pacata, aí já viu. Isso explica muita coisa. E conhecimento nunca é demais, de qualquer forma.

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O cheiro é muito ruim, nós temos sorte de não ter problemas respiratório ou estamos ferradas, bunny. Nossas ommas são tão loucas que eu as vezes duvido se é real. Foi uma experiência bem... maluca. Eu fiquei meio tonta, mas depois parecia que meu corpo tava leve. Ya! Se eu sou brisada, é indiretamente.

Nee, aquele cheiro é tão ruim que um dia precisei sair espirrando aromatizante pela casa toda pra encobrir o cheiro antes que as tias chegassem. Mas fazer o que se temos ommas loucas, né? Eu não ia te perguntar isso, mas… como você se sentiu? Sim, você é! Minha unnie mais brisada de todas.

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c-sinb:

A Índia? A cultura da Índia é ainda pior que a cultura coreana. Eles são muito esquisitos. Woah, Nova Iorque parece bem legal. A minha mãe é da Califórnia, San Diego. Eu gostaria de ter nascido por lá também.

Eu achava bem estranha, mas estudei lá alguns anos e passei a amar a cultura de lá. Agora sou fluente em punjabi e convertida hindu. Wa, Califórnia é linda, eu visitei algumas vezes quando era menor.

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Segundo minha mãe, ela nunca foi muito certa desde criança, então não fez muita diferença. Eu morei na Índia alguns anos, então aprendi e vivi a cultura deles. É bem estranha quando se olha de fora, mas quando se aprende é bem interessante.

Ah, saquei. Bom, isso eu já não sei, mas avise essas pessoas porque com certeza eles tem alguns a menos. Particularmente, acho bem estranha. São muitos deuses, muitos nomes e sem contar que tem alguns que são metade animais então sei lá, não é algo muito agradável de se ver.

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Como não pode se achar tão bonita assim? A maioria das garotas aqui são tão... iguais, deveria se sentir abençoada. Onde você mora? Minha casa fica aqui pertinho, eu poderia ir lá pegar alguns.

Eu fico feliz com isso, embora não me ache tão bonita assim. Não é certo que eu discorde de uma garota tão bonito. Maji? Então eu adoraria.

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É estranha demais, prefiro as culturas da asia meridional, principalmente a Índia. Nasci fora sim, eu nasci em Nova Iorque e a sua mãe? É bom encontrar estrangeiros aqui.

A cultura daqui é estranha. E ponto. Não importa o lugar, alguém sempre vai achar isso. Mas é sério que nasceu fora? A minha mãe também. Você é de onde?

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Enquanto pra mim ainda é um pouco estranha a cultura daqui, por ter nascido fora e aprendido tantas outras.

Eu imagino que sim, e está tudo bem. Faz parte. Eu é que não sei muito sobre essa cultura, então é confuso.

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Mas é claro que achei, não costumo elogiar as pessoas apenas por elogiar. Faria sim, minha mãe não daria conta de eu ter pego um... Ou dois.

Não foi nada, você é mesmo muito bonita. Achou mesmo? Muito obrigada! E é sério que faria isso por mim? Eu adoraria.

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片想いFinally

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Nippo americana, quem é japonesa e americana. Então se fosse assim, muita gente que eu conheço não teria mais neurônio... É imensamente diferente, pra quem é de fora é bem estranha.

Nippo o que? Na verdade, é um determinante biológico. A maconha destrói neurônios, logo, afeta diretamente o cérebro. Tudo bem que é usada pra medicina e tudo mais, mas usar diretamente como fumo faz mal. Caraca, a cultura deles é realmente bem diferente da nossa. 

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