Escrevendo algumas histórias jornalísticas ou não em meio a um mundo caótico.
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Mas por que jornalismo?

Como estudante do quarto ano do curso de comunicação social com habilitação em jornalismo é muito comum ouvir a pergunta que inspirou o título e a produção deste texto.
Por estar no quarto ano – terminando o curso na famosa força do ódio –, as vezes a vontade é de responder: “Nem eu sei“. Porém, tenho que admitir que a profissão de um jornalista é para lá de inspiradora. Pelo menos para mim, até porque se não fosse, por quê raios eu ia me sujeitar a estudar 4 anos de um tema que não me inspira nem um pouquinho?
Mas vamos começar pelo começo né, quem me conhece sabe que eu sempre fui e sempre serei apaixonada por música e todos os âmbitos que a envolvem, além do pequeno detalhe de tocar alguns vários instrumentos. E sim, cogitei muitas vezes – ainda cogito –, em fazer faculdade de música, contudo, no Brasil em que vivemos, infelizmente viver de música não é muito sustentável.
Enfim, lá no final de 2014, quando eu estava no segundo ano do ensino médio, com meus meros 17 anos eu pensava “o que me interessa além de música? “. Além de ser absurdamente comunicativa – e tomar broncas constantes dos professores por conversar em sala de aula –, eu gostava muito de escrever. Era só me dar um tema e um texto de apoio, que em segundos eu já estava produzindo uma redação, escrever era fácil, eu escrevia – escrevo – sobre tudo. Produzia diversas histórias, crônicas, artigos de opinião, poesias e as famosas músicas que foram o auge das produções do meu ensino médio.
Conversa vai e vem com diversos professores e colegas, até que então duas amigas próximas falaram “Ah, nós estávamos pensando em estudar publicidade “. E aí, pensei “Hum, comunicação” e me deparei com diversos cursos que abrangiam a área de comunicação social. Depois de pesquisar e estudar as opções, fiquei em dúvida entre jornalismo e publicidade – clichê, eu sei –.
Resumindo um pouco a história, só fui fazer a minha escolha decisiva visitando as faculdades e conhecendo um pouco dos dois cursos. Foi assim que eu me apaixonei de fato por jornalismo, pelo ato de informar, comunicar, perguntar, produzir, apurar, checar, entre outras diversas missões diárias que são sujeitadas para nós meros jornalistas. Jornalismo era produzir conteúdo, produzir informação, manter as pessoas cientes de tudo que está acontecendo no mundo, e sejamos sinceros: ISSO É INCRÍVEL!
Porém, vou admitir que o meu amor pela música também foi um ponto importante a ser considerado na hora de falar “Mãe, vou estudar jornalismo! “. E já que estou aqui, vou contar por qual razão – por mais que já esteja subentendido –.
Ao fazer as pesquisas sobre os cursos de comunicação, vi que no jornalismo existe a famosa editoria cultural, que é a editoria responsável por falar das artes como um todo, e música é uma arte. Sem contar que, como uma amante da música, sou conhecida também por ser louca dos shows e quem será que faz a cobertura e divulgação dos eventos de música que acontecem o tempo todo? Isso mesmo o nosso querido jornalista, que é também auxiliado por outros profissionais de comunicação, MAS o jornalista é aquele que fala para câmera, ele que conta tudo que está acontecendo, que conversa com os artistas e muito mais. Sim, isso foi um ponto muito importante que me fez pensar “QUERO”.
Mas além das famosas e apaixonantes coberturas, tem o por trás das câmeras, a produção de uma pauta, notícia, matéria, reportagem que consequentemente podem envolver qualquer tema do universo musical, como um novo artista contando sua trajetória, a mistura de um gênero musical com outro, um disco novo, entre outras grandes e diversas abordagens. E sem contar que, música é também uma forma de comunicar. A arte como um todo transparece e conta uma história, seja ela cantada, atuada, escrita, pintada, moldada, etc. Por isso eu sempre digo “valorizemos as artes que nos estão dispostas “.
Quando eu finalmente comecei o curso eu descobri que jornalismo era isso tudo e muito mais. Descobertas que foram me tornando cada vez mais apaixonada por todo esse universo da comunicação social.
Uma vez fui em um seminário de três dias onde o tema era “Jornalismo: as novas configurações do quarto poder”. Onde os palestrantes eram grandes nomes nacionais e internacionais do jornalismo, como: Manon Paulic, Patricia Kolesnicov, Jon Lee Anderson, Xico Sá, Christian Dunker, Wilson Gomes, Eugênio Bucci, Massimo Di Felice, Andrea Dip, Uirá Machado, Leonencio Nossa, Carol Pires, Ricardo Kotscho, Renan Quinalha, Fernanda Carvalho, Claudia Assef, Laura Capriglione, Daniela Pinheiro, Fernando Luna, Maria Rita Kehl, entre outros grandes e diversos nomes responsáveis por fazer um bom jornalismo.
Mas no momento em que Ricardo Kotscho, conhecido por ter trabalhado em todos os principais veículos de comunicação da imprensa brasileira disse a seguinte frase: “Qualquer lugar que você – jornalista –, vá tem sempre uma história para ouvir e depois reproduzir”.
No momento que eu ouvi essa frase foi então que eu pensei, “é isso que eu quero fazer, eu quero contar histórias verdadeiras, histórias que aconteceram e ninguém conhece, histórias, sejam elas boas ou ruins”.
Jornalismo é isso, é uma forma de contar histórias que influenciaram ou/e retratam a nossa atual realidade.
Por isso, escolhi jornalismo.
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Desiste, não mais existe

Ela apanha, não sente, não teme, enfrenta, esquenta, explode, chora. Ela apanha, se choca, se humilha, se expõe, grita. Ela apanha, está errada, se cansa, resiste, até que então, desiste. E não mais existe.
(Texto produzido no dia 04 de novembro de 2018)
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Ah, pronto

Em uma tarde abafada na rua augusta, estava tomando uma cerveja bem gelada com meu melhor amigo, conversa vai, conversa vem, risadas vão e vem, até que então ele me solta a seguinte pergunta: “Cath, você não escreve mais? ”. Como estudante de jornalismo, uma das profissões mais exigentes de escrita recorrente me virei para ele com o copo na mão e respondo: “Como não escrevo? Eu estudo jornalismo, escrevo o tempo todo” digo enquanto levo o copo gelado em direção a minha boca e tomo um gole lentamente, prestando atenção e deliciando aquele amargo sabor. Ele ri e diz ‘’Eu sei, mas digo histórias, meras histórias que você costumava escrever, as vezes fictícias as vezes não”.
Pega de surpresa e levemente alterada pelo álcool, arrumo o boné na cabeça e paro um pouco para pensar, de fato ele estava certo, há eras não escrevia uma história. Histórias que antes eu escrevia sempre, quase toda semana, todo dia. Olhei para ele e disse: “Que triste, você está tão certo, nestes dois últimos anos de faculdade não me recordo de nenhum momento que tenha escrito uma poesia, narrativa, história ou até mesmo uma música, coisas que antes eram tão comuns e recorrentes no meu dia a dia. Me recordo apenas de escrever textos para o tcc, textos para a faculdade, matérias, notícias, reportagens, artigos de opinião, postblog, entre outros diversos formatos. Mas nada que de fato tenha sido criado por mim, não que eles não tenham sido feitos por mim, entende? “. Balanço a cabeça e sinto o efeito do álcool tomando conta do meu organismo.
Ele me olha com um olhar triste e consente com a cabeça. Ficamos alguns segundos em silêncio, mas não um silêncio desconfortável, um silêncio agradável que como amigos, estávamos acostumados.
Aproveitamos aquele silêncio e ficamos apenas observando o movimento da rua, as pessoas que ali passavam, até que então disse: “Sabe o que eu acho? Acho que logo depois que eu deixei de gostar de você sabe quem, eu nunca mais tive inspiração de escrever nenhuma história “. Disse enquanto levava novamente o copo cheio de espuma a boca e apreciava novamente o amargo sabor daquela cerveja bem gelada. Eu estava claramente alcoolizada ele sabia, era meu melhor amigo e nossos amigos geralmente sabem quando estamos alcoolizados, não? Ele riu e disse: ”Cath, você não precisa gostar de alguém para produzir textos autorais “. Indignada me viro “Ora, mas quem disse que eu não produzo textos autorais? Você acha que minhas matérias, artigos de opinião e postblogs são o que? “. Ele ri, encosta-se na cadeira pede mais uma garrafa de cerveja e diz: “Ué, você acabou de dizer que esses textos que você faz para a faculdade não são como os textos que você de fato produz”. Ele me olha com um olhar desafiador e aguarda minha resposta, cerro os olhos, encho nossos copos com mais cerveja e finalmente digo: ”É acho que você venceu, mas por agora! “.
Mais conversa vai e vem até que então entramos na pauta relacionamentos. Admito que odeio ter esse tipo de conversa, principalmente depois do meu histórico nesse tema. Mas pergunto a ele como ia o namoro e tento desviar ao máximo de suas perguntas sobre contatinhos, ele me conta sobre seu namoro, mas, chegamos a um momento em que ele não tinha mais nada a me contar.
Então, reviro os olhos e digo: ”Vai, diga lá, o que você quer saber? “. Me encosto na cadeira aguardando as perguntas, ele apenas se aproxima e diz: “Ué, é você quem tem que me contar, tem alguém finalmente dominando esse coração frio e aquariano? ”. Ele sabia que a palavra ‘’fria’’ ia me deixar indignada e de fato deixou, ele sabia melhor do que qualquer um que quando eu estava ‘’gostando’’ de alguém eu era tudo menos fria. Mas me contenho e apenas digo: ”Lembre-se que você também é aquariano meu caro e até onde eu sei você não é nada frio “. Respondo com uma cara de deboche.
Ele dá uma risadinha irônica e diz: “Você já desviou demais do tema, e aí, Dona Catherine tem alguém que está despertando o seu interesse? “.
Reviro os olhos e fico séria por alguns instantes e digo: ”Aí, sei lá, você sabe muito bem que eu demoro um tempo para entender meus sentimentos “. Ele ri, aponta o dedo em minha direção e diz: “AHÁ! Então, talvez tenhamos alguém? “. Respondo com a minha voz de radialista que o segundo semestre da faculdade de jornalismo (?) me ensinou: ”O senhor terá que aguardar os próximos capítulos meu caro, porque no momento nem eu sei”. Digo em meio a uma risada ainda sob efeito alcoólico.
Ele se encosta na cadeira, arruma os óculos e apenas diz: “No fundo eu sei que você sabe, mas como a senhora é osso duro de roer, você finge que não sabe “.
Arrumo novamente o boné junto aos meus óculos, dou risada e digo: ”Oxi, o que te faz pensar isso, menino”. Ele ri sarcasticamente e diz: “Cath, está estampado na sua cara que você gosta de alguém mulher, eu te conheço! “.
Levo novamente o copo até a boca e digo em meio a uma risada abafada: “Ah, pronto”.
(Texto produzido no dia 12 de maio de 2019)
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ANTIPETISMO X BOM SENSO
Visando o cenário político, podemos notar que chegamos em um nível tão intenso de intolerância que as pessoas não conseguem nem ouvir opiniões divergentes que já partem para a agressão verbal, e em casos mais extremos, até mesmo agressão física.
Como o antipetismo tornou o brasileiro agressivo, chegamos na altura em que não se pode ouvir o nome do partido, que independente da formação do candidato ele já não presta é corrupto, entre outras diversas ofensas.
O nosso segundo turno está sendo disputado por um bacharel em direito, mestre em economia, doutor em filosofia, professor da Universidade de São Paulo, etc. Contra um capitão reformado da AMAM — Academia Militar das Agulhas Negras — e formado em curso de paraquedismo oferecido pelo exército. Tendo isso em vista, o capitão reformado está com 57% dos votos válidos enquanto o professor está com 43% de acordo com o Ibope.
Ou seja, o povo brasileiro não está querendo alguém preparado, porque cá entre nós é desesperador ver um capitão sem formação acadêmica apenas com um curso de paraquedismo, sem preparo nenhum estar na frente de um professor, mestre e doutor na corrida presidencial. E o problema disso tudo, é justamente porque o professor está coligado com um partido que causou um certo transtorno econômico no país, por falta de controle e planejamento de poder.
‘’Ah, mas ele é um militar, ele saberá dar um jeito na segurança do país’’ — eleitor do capitão reformado.
É muito comum ver argumentos como esse, na hora de conversar com pessoas a favor do capitão. Porém, recentemente o próprio afirmou que não tem controle sobre os ataques que seus eleitores vêm realizando contra a oposição. Agora, se ele não tem controle sobre esses pequenos ataques que vêm acontecendo, como ele irá ‘’dar um jeito na bandidagem’’ que assombra o nosso país? Sem contar que em seus discursos ele não fala de seus planos de governo e deixa tudo nas mãos de seus ministros que sabe se lá quem serão.
Enquanto além dele, temos também o seu suposto vice que é um militar, no caso um general, que dá alguns discursos — assustadores — referente aos direitos trabalhistas que foram conquistados na Era Vargas. Que aliviou a vida de pessoas que trabalhavam quase 14 horas por dia, sete dias por semana, para chegar um general e dizer que ‘’o décimo terceiro não favorece ninguém’’, enquanto sabemos muito bem que o décimo terceiro é um dinheiro nosso por direito.
E o argumento do capitão contra o professor em debates que ocorrem via internet, já que o próprio diz não ir aos debates de televisão por estratégia política — claramente para não passar vergonha no momento em que for perguntado sobre seu plano de governo para o país, que se encontra em um estado muito delicado –, é justamente o ‘’kit gay’’ que todos aqueles que pesquisarem um pouco, vão notar que a distribuição do tal livro, nunca esteve no plano de governo do professor quando foi prefeito da cidade de São Paulo.
As pessoas não estão enxergando as propostas e o preparo dos candidatos, a maioria do eleitorado infelizmente está enxergando uma forma de exterminar um determinado partido que errou, errou feio, mas também abriu portas para muitas pessoas que não conseguiam enxergar um futuro prospero e hoje possuem um leque maior de oportunidades.
Essas pessoas que visam vingar-se do determinado partido, serão aqueles que nos momentos de desespero, estarão gritando novamente pela sua liberdade de expressão e por uma política democrática, mas até lá talvez seja tarde demais.
Ou seja, você que está lendo esse texto e chegou até aqui, ainda dá tempo de repensar os seus valores e lutar por uma sociedade justa e democrática, faça a sua parte no dia 28 de outubro.
Vote conscientemente.
(Texto produzido no dia 24 de outubro de 2018)
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Precisamos falar da saúde mental de alunos universitários

O Brasil é um país diverso, com pessoas de diferentes etnias e personalidades, o que nos torna um país conhecido por “não ser preconceituoso”.
Porém, recentemente podemos ver nas pesquisas que não é muito bem isso que acontece, ainda temos diversos casos de preconceito e injúria racial, o que é triste justamente por sermos um país tão miscigenado etnicamente e culturalmente.
Mas além desses tristes casos, podemos observar também que houve um aumento de pessoas negras nas universidades brasileiras o que é um grande avanço no campo da educação, construção social e econômica do país, assim oferecendo mais oportunidades para todos.
Contudo, além das oportunidades estarem mais expansivas para todos os grupos, o preconceito ainda permanece presente em sala de aula, consequentemente influenciando na qualidade de vida e saúde mental dos estudantes.
A saúde mental dos universitários brasileiros está preocupando autoridades de saúde, principalmente pelo aumento dos registros de casos de suicídio. A USP, uma das referências em ensino na América Latina, registrou, apenas no curso de medicina, seis tentativas de suicídio. A Faculdade de Veterinária e o Instituto de Ciências Biológicas tiveram atos consumados.
Ivani Oliveira é psicóloga formada pela Universidade Bandeirante de São Paulo. Para ela, o apoio psicológico deveria ser praxe em todas as instituições de ensino. A profissional cita ainda a ação de noções meritocráticas, utilizadas como arma para disseminar a sensação de que determinados grupos não são bem-vindos.
Percebendo a urgência do assunto, a Universidade de São Paulo anunciou recentemente a abertura de um centro de atendimento psicológico para seus alunos. O escritório de saúde mental da USP vai fazer análises individuais e promover reuniões de grupo. A notícia chega depois da confirmação da morte por suicídio de 4 pessoas em apenas 2 meses no campus da universidade paulista.
Além dos centros de atendimento psicológicos, os coletivos atuam de forma positiva na prevenção do suicídio. Abertos ao debate sobre diversidade, estes centros de debate funcionam como um abraço gostoso, sabe? Não tem jeito, a construção é coletiva.
Não tem jeito, saúde mental é assunto sério e combater esta prática nociva contribui para brecar a evasão e fazer das universidades espaços realmente abertos ao pluralismo.
(Texto produzido no dia 18 de outubro de 2018)
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O mês de prevenção ao suicídio, setembro amarelo

Vamos falar do setembro amarelo, o mês voltado para campanhas de prevenção ao suicídio.
Temos que tratar desse tema, porque principalmente nessa época do ano, as pessoas se sentem pressionadas em relação a metas que devem atingir até o final do ano no trabalho, vestibulares, contas para pagar, e muitas outras coisas. E em alguns casos essa pressão pode gerar problemas psicológicos como depressão, ansiedade, síndrome do pânico, bipolaridade entre outras diversas doenças que devem ser tratadas com acompanhamento de um psicólogo ou psiquiatra.
O tema deste ano da campanha de prevenção ao suicídio é “A esperança de cada um e a responsabilidade de todos”, a campanha é nacional e conta com palestras, debates, oficinas no Brasil inteiro, profissionais da educação, saúde, assistência social e pais devem participar para caso notem algum comportamento estranho entre algum jovem ou adulto, possam auxilia-lo a lidar com aquele problema da melhor forma possível, evitando assim um final trágico.
Segundo dados do Ministério da Saúde, em média 11 mil pessoas tiram a própria vida no país a cada ano, é um número muito grande de pessoas.
Porém, desde o dia 1º de julho, as ligações de prevenção de suicídio feitas para o Centro de Valorização da Vida (CVV), através do número 188, são gratuitas para todo o país.
O CVV é uma associação civil sem fins lucrativos que trabalha com prevenção ao suicídio por meio de voluntários que dão apoio emocional a todas as pessoas que querem e precisam conversar. Todas as ligações são sigilosas e anônimas.
É uma ação a favor da vida, aquele que ajuda e participa com certeza está salvando diversas vidas, é necessário falar sobre suicídio, e que doenças psicológicas existem e aqueles que não estão vendo mais sentido na vida, devem procurar ajuda de um especialista, porque suicídio não é a solução.
Faça sua parte nessa campanha, informação também é educação.
(Texto produzido no dia 05 de setembro de 2018)
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Um sentimento compartilhado

Ele corria incansavelmente na chuva que molhava as lentes de seus óculos. Ele os limpava com destreza para poder novamente enxergar o caminho pela qual seguia otimista, de cabeça erguida. Pronto para qualquer coisa, mas ele precisava fazer isso, ele precisava ver, ele precisava sentir.
Finalmente avistou o destino a 200 metros de distancia, sorriu para si mesmo e correu ansiosamente, esbarrando em algumas pessoas que resmungavam coisas que ele não era capaz de compreender e nem queria compreender. Ele estava preocupado com outra coisa.
Ajeitou-se, torceu sua camisa que estava completamente encharcada, ajeitou os cabelos de forma que parecessem mais apresentáveis, e adentrou a cafeteria na qual tinha marcado o encontro. O ambiente estava quente, sorriu para si mesmo, e foi em direção ao caixa onde pediu um chocolate bem quente, torcendo para que fosse o suficiente para se aquecer.
O atendente ao notar que o jovem rapaz tremia de frio, ofereceu uma toalha para que o mesmo pudesse pelo menos secar os cabelos e o rosto. O rapaz aceitou com um sorriso. Enquanto esperava seu pedido, sentou-se em uma cadeira próxima ao local de retirada, quando avistou uma funcionária se aproximando com um sorriso no rosto e entregando-lhe uma toalha seca e quente, o rapaz agradeceu, e começou a tentar secar seus cabelos jogando-os para frente e esfregando a toalha rapidamente, repetiu o processo algumas vezes e notou que seu cabelo já não estava tão molhado, secou o rosto e entregou à toalha ao rapaz que veio trazer seu pedido, agradecendo novamente a gentileza dos funcionários de oferecerem uma toalha para que o mesmo pudesse se secar — e tentar parecer mais apresentável, para seu suposto encontro –.
O jovem tomava seu chocolate distraído, enquanto aquecia suas mãos no recipiente quente da bebida. Ao finalizar notou que um rapaz negro de cabelos enrolados estava sentado à sua frente o olhando atentamente com um sorriso no rosto. O jovem de cabelos agora úmidos sentiu seu rosto aquecer, e levantou-se timidamente para cumprimentar o jovem de cabelos enrolados que se levantou também. Os dois se aproximaram se entreolharam um pouco sem jeito, o jovem de cabelos úmidos ofereceu um aperto de mão, porém o rapaz de cabelos enrolados o puxou para si e o abraçou, um abraço reconfortante, um abraço que o jovem que estava com suas roupas ainda molhadas não conseguiu resistir, e se entregou, correspondeu ao abraço. Abraçou o rapaz de cabelos enrolados como se estivesse abraçando um conhecido que não via há muito tempo.
Ambos se afastaram e o rapaz negro não pode deixar de arrumar uma mecha de cabelo que caia no rosto do jovem de cabelos úmidos, e sorriu para o mesmo, que estava o observando atentamente, como se quisesse notar todos os pequenos detalhes.
O coração dos jovens estava acelerado, ambos sabiam disso. E não puderam evitar o que ambos já sabiam e queriam que acontecesse, se aproximaram um do outro, o jovem negro passava a mão delicadamente no rosto do outro jovem que sorria em retorno. Ambos sabiam que estavam sendo assistidos, mas naquele momento o resto não importava, se aproximaram um do outro e se entregaram em um beijo lento e profundo.
Após alguns demorados segundos se afastaram, sorriram um para o outro e foram de mãos dadas em direção à saída do estabelecimento. O rapaz negro abriu seu guarda-chuva e abraçou o jovem ainda de cabelos úmidos para perto de si, e assim foram, andando sem destino, porque nada importava naquele momento, nada além deles e do sentimento que compartilhavam.
(Texto produzido no dia 16 de agosto de 2017)
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Fake News nas Mídias Sociais.

Pode-se notar que as Fake News — para produzir as Fake News é exigida uma técnica muito importante de criação que são as ‘’pós- verdades’’ — , inconscientemente fazem parte do dia a dia do usuário das mídias sociais, que está sujeito a se deparar com um conteúdo repleto de pós-verdades e sendo assim, seguir seus estímulos emocionais, compartilhar e debater incansavelmente sobre o assunto redigido, ou seja, cair na armadilha que o produtor daquela notícia falsa estava esperando, dando visibilidade ao conteúdo e causando uma confusão nas mídias sociais.
Consequentemente, confusão e desinformação são estratégias de conteúdo Black Hat — Black Hat é um termo utilizado na informática para se referir as pessoas ou técnicas que visam atingir um objetivo sem a autorização do órgão, empresa ou pessoa responsável — , muito antigas.
Como já dizia Joseph Goebbels — um sábio do mal da comunicação —, ‘’uma mentira repetida mil vezes, se torna verdade’’.
Para não ter sua pesquisa atraída para as Fake News, segue abaixo algumas características particulares desse tipo de conteúdo:
· A origem do conteúdo é desconhecida;
· O conteúdo não tem links para fontes primárias;
· As outras publicações daquela fonte também são duvidosas;
· Blogs e sites de boa reputação discordam do Fake Content;
· Predizem grandes desastres ou grandes conquistas;
· Prometem soluções milagrosas;
· O domínio do publicante é estranho ou duvidoso;
· O conteúdo incita a raiva ou a tristeza.
Podendo assim notar, o quão importante é a avaliação da veracidade dos fatos, e das fontes do produtor de conteúdo na internet.
(Texto produzido para uma pesquisa acadêmica no dia 16 de agosto de 2017)
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Um estranho de cabelos desgrenhados

E a professora falava incansavelmente sobre diversas técnicas de diagramação, e eu só conseguia olhar para o relógio do meu celular de cinco em cinco segundos. Eu estava prestes a surtar. O grupo de meninos sentados no canto direito do fundo da sala não paravam de falar um sequer minuto, meus dois colegas de sala estavam no vigésimo sono. Olhei para o relógio novamente, minha cabeça estava prestes a explodir. Não que eu não goste de diagramação, pelo contrário adoro, mas a parte teórica naquela específica quinta-feira estava me matando aos poucos.
Após infinitos minutos a professora anuncia o final da aula. Jogo meu caderno e estojo dentro da mochila, e sigo em direção a saída da sala de aula, que estava aglomerada de pessoas desesperadas para sair daquele ambiente. Aguardei pacientemente ao lado da mesa da professora, a mesma estava arrumando suas coisas com um ar desanimado não é para menos, em uma sala de quase cem alunos — isso se não forem de fato cem alunos, ou mais –, quase ninguém demonstrava interesse pela sua matéria, principalmente a parte teórica.
Ao sair da sala fui em direção às escadas, peguei meu fone de ouvido na mochila e coloquei qualquer playlist para tocar — não estava com paciência para ficar selecionando músicas –. Cheguei às catracas da faculdade que estavam aglomeradas de alunos de diversos cursos tentando passar suas carteirinhas incansavelmente, enquanto o rapaz da portaria diz em voz alta que algumas catracas estavam com problema. Olho ao redor, todos demonstraram uma atitude frustrada. Enquanto o rapaz da portaria liberava as catracas, os alunos se viam claramente impacientes, alguns conversando e reclamando entre si, enquanto outros apenas com o brilho da tela do celular refletido em seus rostos.
Saí da faculdade e fui em direção ao metrô, pensei comigo mesma, eu não queria ir para casa. Eu não estava com paciência para passar mais um dia, me estressando com trabalhos e matérias atrasadas da faculdade, eu precisava me desligar um pouco disso. Tendo isso em mente, me vejo andando sem rumo pelas ruas até que avisto uma cafeteria, porque não tomar um café e esquecer um pouco desse tudo que tanto me incomoda?
Adentro a cafeteria e logo sou seduzida pelo cheiro de café fresquinho, o ambiente era mais agradável do que eu imaginava. Sigo em direção a atendente para fazer meu pedido, peço um expresso com chantily e um muffin de banana com gotas de chocolate. Sento-me em uma cadeira próxima ao local de retirada dos pedidos, e aguardo pacientemente meu nome ser chamado.
Observo o ambiente ao meu redor, e vejo diversas pessoas conversando entre si, vendo alguma coisa em seus celulares ou notebooks, alguns liam livros, outros revistas. Mas todos estavam fazendo alguma coisa, enquanto apreciavam seus respectivos pedidos. Minha observação é interrompida ao ouvir meu nome sendo chamado pelo atendente sorridente de olhos claros, não consigo evitar o sorriso, me aproximo da bancada onde o mesmo me recebe com um sorriso, e me entrega o copo quente e um pequeno saquinho, onde acredito eu, que estava o muffin, agradeço com um sorriso que logo é retribuído por outro. Devo admitir que fico claramente sem graça perto de pessoas bonitas. Por quê? Bom, também não sei.
Vou em direção as poltronas do estabelecimento, e me sento confortavelmente em uma, colocando o saquinho na mesa à minha frente. Ao degustar meu pedido, continuo observando o fluxo de pessoas que adentravam e saiam do estabelecimento, até que então um rapaz de cabelos escuros e desgrenhados me chamou atenção, notei que ele tinha um caderno em mãos, pelo modelo aparentava ser um moleskine. O rapaz observava o ambiente ao seu redor atentamente com os olhos cerrados, e então riscava algo em seu caderno. Até que então pude finalmente notar, que ele estava desenhando — sim, devo admitir que minha percepção foi lenta neste momento –.
Enfim, após alguns longos minutos observando o rapaz desenhar, vejo que ele trocou de página e estava concentrado em um ponto específico do estabelecimento. Há essa altura meu café já havia terminado, e meu muffin devorado. Viro-me para o lado que o rapaz estava focado, e sorri para mim mesma. Pude notar que ele estava desenhando um casal de velhinhos que conversavam com o rosto bem próximo um do outro, enquanto degustavam seus pedidos. Me viro para o rapaz, e vejo que o mesmo estava olhando para mim, dou um sorriso sem graça, que é retribuído logo em seguida pelo mesmo que passa as mãos no cabelo meio sem jeito, como se eu tivesse acabado de descobrir seu segredo mais íntimo.
Encaramos-nos e sorrimos um para o outro por alguns longos segundos. Até que somos interrompidos pelo meu celular que toca escandalosamente em cima da mesa à minha frente. Pego o aparelho e vejo que um amigo estava a me ligar, atendo a ligação, e percebo que havia esquecido completamente que tinha combinado de almoçar com ele, explico a situação para ele que entende e diz não ter problema algum, até porque ele estava me ligando para avisar que levaria uma colega de sala para almoçar conosco. Suspiro aliviada e desligo o telefone. Olho rapidamente o horário no meu celular, e decido então voltar a pé para casa.
Arrumo minhas coisas, e me levanto, pude notar que o rapaz que desenhava estava me observando discretamente, sorri para mim mesma, e me viro para o mesmo com um sorriso no rosto, que logo é retribuído por outro, faço um sinal de despedida com a cabeça, enquanto o mesmo faz um gesto com a mão, pedindo para que eu me aproximasse. Me aproximo da mesa com um ar confuso, e o mesmo me entrega um pedaço de papel que foi arrancado de seu caderno. Com um sorriso no rosto ele me pede para abrir, abro o papel um pouco insegura, até que então pude notar que o rapaz havia feito um desenho meu, com um sorriso no rosto agradeço e entrego o papel novamente para ele. E ele diz que ele havia feito especialmente para mim, dou um sorriso meio sem jeito e agradeço. Despeço-me do rapaz de cabelos desgrenhados, e sigo em direção a saída com o desenho em mãos.
Ao pisar fora do estabelecimento, não pude evitar o sorriso que estava prestes a escapar, olho o desenho mais uma vez, e ao virar a página pude notar que o mesmo havia escrito seu nome e telefone, Thiago era o nome dele, e bem em baixo da folha, notei que havia uma mensagem que dizia: “Espero poder desenhá-la novamente qualquer dia”. Não pude evitar o sorriso que insistia em surgir, guardei o papel dentro do meu caderno para não amassá-lo.
E ao ir para casa não pude deixar de notar o sorriso constante que insistia em aparecer no meu rosto, quem diria que um mero estranho de cabelos desgrenhados chamado Thiago, e um pequeno desenho feito em uma folha de caderno amarelada, teriam o poder de tornar um dia que estava em ruínas, em uma felicidade tão pura.
Obrigada Thiago.
(Texto produzido no dia 26 de maio de 2017)
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O Peso dos 20

Certo dia, logo após completar meus 20 anos de idade, fui a academia realizar meu treino diário. Estava aumentando 2,5KG. em todos os equipamentos. Até que por mero descuido pulei de 15KG para 20KG justo no aparelho da lombar. E então pude afirmar literalmente que senti o peso dos 20 nas costas. Inspirando o texto a seguir.
Quando completei meus 15 anos de idade achava que poderia fazer tudo que quisesse, até porque eu era uma debutante, eu tinha esse direito. Mas não foi exatamente assim que as coisas aconteceram.
Para começar não tive minha tão esperada festa de 15 anos, muito menos uma viagem para Orlando. O máximo que tive foi um bolo e alguns salgados em casa, e assim tive que me dar por satisfeita. Meus amigos tentaram fazer com que meu dia no colégio fosse bom, para crianças de 13 e 14 anos, o esforço foi completamente válido.
Meus 15 anos não foram as mil maravilhas, pelo contrário foram bem, como posso dizer… Ah sim, turbulentos.
Minha mãe não era tão compreensiva, e achava que minha única preocupação deveria ser os estudos. E que o resto era palhaçada. Mas na cabeça de uma garota de 15 anos, sabemos que não é assim que funciona. Meu pai, para variar sempre foi ausente, então não vale a pena detalhar. sobre isso. Meus avós com a consciência pesada do filho inconsequente, faziam mais papel de pai, do que meu próprio pai.
Nunca tive muitas preocupações além de manter minhas notas na média, o que na maioria das vezes não conseguia por culpa das exatas. E claro, manter. minha vida social atualizada, que as vezes era mais importante do que as notas em exatas.
Eu estava conhecendo aquela coisa que chamavam de amor, pelo menos na época eu achava que era amor, apesar que naquele tempo eu achava que sabia de tudo. Descobri que não sabia de absolutamente nada. Eu achava que amor era dar uns beijinhos, namorar com alguém que você tinha certa admiração, andar de mãos dadas e tirar fotos para postar no Instagram (que estava começando a ganhar reconhecimento entre as mídias sociais).
E consequentemente com toda essa história de achar que sabia o que era amor, estava aprendendo a lidar com aquele famoso amor próprio, e digamos que não deu muito certo.
Enquanto ao completar meus 20 anos, uma idade que só afirma que você esta entrando no mundo adulto e as responsabilidades vão começar a pesar mais do que o normal. Resumindo, nada muito emocionante.
Fui para a faculdade onde ninguém sabia que era meu aniversário. Fui para casa, onde meus avós se esqueceram do dia supostamente “especial”. Meu pai me deu um abraço e um tapinha nas costas e saiu reclamando sobre o quanto ele estava ficando velho. Minha mãe ao chegar em casa, me deu um abraço e uns pulinhos de alegria para comemorar o dia. Meus amigos já haviam mandado diversas mensagens, e por incrível que pareça bem mais animados com a data do que eu mesma.
Minha tarde de 20 anos foi comum como qualquer outra. A única diferença foi que recebi uma ligação dizendo que uma empresa havia se interessado pelo meu currículo, deixando assim meu dia menos monótono. A noite chega, e começo a me arrumar para ir a um jantar de comemoração com alguns amigos, apenas amigos próximos. Porque eu sabia que se chamasse muita gente a maioria não iria aparecer mesmo. Apesar do simples jantar em um lugar que estávamos acostumados a ir, a noite foi boa e agradável.
Minha mãe mudou sua perspectiva, e começamos a ter um relacionamento mais saudável. Meu pai, bom, continua o mesmo de sempre. Meus avós, não tem mais tanta dedicação como antes, mas continuam bem presentes.
E com os 20 anos, chegaram o peso das responsabilidades de inúmeros trabalhos da faculdade, manter a matéria em dia, currículo atualizado, e viver em busca do tão esperado e desejado estágio. E depois que conseguir, notar que não é nada mágico como haviam dito. E ainda assim, tentar ter uma vida social digna.
E ao passar desses cinco anos, posso dizer que eu descobri o que realmente é amar alguém. O que é esse tão famoso amor que todo mundo fala. Amar é gostar tanto de alguém que a única coisa que realmente importa é a felicidade da pessoa, mesmo que seja com outra e não com você. Amor não é só mudar o status de relacionamento nas redes sociais, e postar fotos de um relacionamento perfeito. Amor é cuidar, se preocupar, dar bronca, ser presente, e muitas outras coisas que a gente descobre ao longo da vida. Amor não é propriedade e sim liberdade. Poderia descrever muito mais meu ponto de vista sobre amor, mas acabaria se tornando um texto dentro de outro texto.
E um dos mais importantes parágrafos. Eu definitivamente aprendi a me amar. Aprendi a amar minhas diferenças, e meu jeito de ser. E aprendi que, enquanto não existe amor próprio somos incapazes de amar o próximo.
E com isso encerro minha reflexão. E estou ciente de que daqui a cinco anos, meu ponto de vista sobre tudo que falei, pode ser completamente diferente. E tudo bem, até porque, estamos mudando o tempo todo. Porque aquele que não muda, não vive.
(Texto produzido no dia 27 de abril de 2017)
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O Jogo do Desinteresse
Caro leitor, você já notou o quão frequente somos influenciados a não expor nossos sentimentos?
Quero dizer, desde pequenos somos influenciados a não demonstrar o que sentimos. Porque ao fazê-lo estaremos demonstrando fraqueza, vulnerabilidade ou até mesmo dependência, e que isso ao ver da sociedade, não é bom.
Imagine-se em um relacionamento. O que é um relacionamento perfeito para você caro leitor? Um relacionamento perfeito a meu ver é onde existe reciprocidade. E o que é reciprocidade? Reciprocidade é a correspondência mútua de uma pessoa ou de uma coisa com outra. Ou seja, quando duas pessoas em uma relação — seja ela qual for — tem a mesma intensidade de sentimento um pelo o outro, e o demonstram sem nenhuma restrição ou medo.
Porém nos últimos tempos, podemos ver uma decadência na demonstração de sentimentos. Onde o mais importante é aquele famoso ‘’jogo do desinteresse’’, onde quem demorar mais para responder vence. Como funciona o jogo do desinteresse. É quando duas pessoas tem interesse uma na outra, e ambas tentam demonstrar quem é o mais desinteressado, porém ambos estão interessados. Confuso não? Pois é, mas é um caso frequente que acontece com diversos jovens e adultos em pleno século XXI.
Porque ao ver da sociedade, aquele que se expõe, que põe a cara a tapa, que diz o que realmente sente, que corre atrás. É considerado fraco, vulnerável. E aqueles que ignoram, que fazem pouco caso, que não se importam, que machucam sem se preocupar, são os que têm destaque. Porque isso acontece? Porque desde pequenos fomos ensinados a ser melhor do que o outro, a não ter humildade, a não abaixar a cabeça para ninguém seja ele quem for. E os danos que isso causa no ser humano, podem se tornar irreversíveis. Porque hoje em dia, o que mais vemos são casos de pessoas frustradas, que sofrem de ansiedade, depressão e que se arrependem de não ter aproveitado a vida ao extremo.
Uma pesquisa realizada com pessoas em estado terminal diz que 90% se arrependem de não terem feito algo que queriam ou não terem dito o que realmente sentiam. Resumindo, se arrependem de não terem se arriscado mais.
Hoje em dia, deveria ganhar um prêmio àquele que tem coragem de expor seus sentimentos, de chegar na pessoa que gosta e falar tudo que quer, tirar o fardo dos ombros. Porque isso é um sinal de amadurecimento, ao fazê-lo a pessoa está demonstrando o quão segura ela está para falar do determinado assunto. Significa que ela está pronta para expandir aquele sentimento, ou evitá-lo para sempre.
Desde pequenos as escolas deveriam oferecer um suporte ou algo que incentivasse as crianças a exporem suas opiniões e sentimentos, algo que os tornassem formadores de opinião. Não estou dizendo que a culpa é das escolas, mas uma oportunidade dessas no sistema de educação seria ótimo na formação de cidadãos.
Pensemos juntos, o quão bom seria se envolver com uma pessoa que é 100% sincera com você e não te fala só o que você quer ouvir, mas sim o que você precisa ouvir. Uma pessoa que se importa tanto com você que não tem medo de demonstrar seus sentimentos em público, que não tem vergonha de te apresentar para os amigos e não te rebaixa na frente deles. E principalmente, que te ama do jeitinho único que você é.
Eu sei, o parágrafo acima soou MUITO clichê, mas não é verdade? Imagine-se em um relacionamento assim, o quão saudável seria se ambos se tratassem dessa forma. Não adianta existir apenas fidelidade — o que também é importante, caso você esteja em um relacionamento fechado — , mas sinceridade e confiança são quesitos essenciais. E ao apresentá-los os relacionamentos se tornam menos superficiais.
E se por acaso não der certo, talvez essa pessoa não seja certa para você e vice-versa, mas não é só porque não deu certo com determinada pessoa que significa que não vai dar certo com mais ninguém. Aquele famoso ditado já dizia ‘’toda laranja tem sua metade’’, então não se preocupe que a sua metade vai aparecer quando você menos esperar. Porque o amor é assim, ele aparece quando você não está procurando.
Então caro leitor, após a leitura desse texto me diga você ainda quer continuar com o jogo do desinteresse? Após notar que tudo isso que você está fazendo agora pode ser um futuro risco de arrependimento?
Não? Então o que você deve fazer é bem simples, faça o que você quer fazer agora, diga o que você quer dizer agora, não deixe para depois. Porque eu e você sabemos muito bem que esse depois nunca vai chegar.
Desculpem os clichês eles são inevitáveis. Enquanto isso, demonstre mais, sinta mais, fale mais, viva mais. Nunca te pedi nada, mas vai ser feliz por favor.
(Texto produzido no dia 31 de março de 2017)
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África no Brasil
A cultura africana é muito subestimada no Brasil, e principalmente em São Paulo, onde grande parte da população tem uma visão preconceituosa acerca de religiões, costumes e músicas derivados da África.
Porém, o que muitos não sabem é: a cultura africana representa diversidade. A África é um dos continentes habitados há mais tempo, e com sua evolução agregou grande quantidade de idiomas — mais de mil línguas diferentes — , religiões, cultura e até regimes políticos. E agora você deve estar se perguntando onde quero chegar com isso tudo, certo?
Onde quero chegar é que o nosso país aos olhos dos imigrantes, ou gringos — como preferir —, é visto como um país que respeita a diversidade, porém não pratica esse respeito. Quantas vezes vemos casos de preconceito voltado a algum costume cultural? E a cultura africana é uma das que mais sofre esse preconceito. Porém, uma coisa que muitos não sabem é: ela é uma das mais presentes no nosso dia a dia.
Como por exemplo, o nosso querido cafezinho. Isso mesmo um dos maiores vícios do paulistano, o café, é de origem africana. Nascido na Etiópia — nordeste do continente africano —, o café veio para o Brasil onde se desenvolveu melhor no Sudeste do país. Além do nosso amado cafezinho, frutas como a melancia, são também de origem africana.
O samba, um dos ritmos mais notáveis no nosso país, é também herança dos africanos. O estilo musical chegou ao Brasil na década de 1920, no Rio de Janeiro. O samba é considerado um ritmo igualitário e inspirou a criação de ritmos influentes no país, como a bossa nova.
Na arte, também podemos encontrar muitos princípios da cultura africana no Brasil. Objetos com formas angulosas, assimétricas, e distorcidas são típicos da cultura afro. O nosso querido e polêmico Pablo Picasso, se encantou pela cultura e se inspirou na mesma ao usar referências no movimento cubista.
Último, porém não menos importante a beleza do povo brasileiro. Devido à miscigenação, independentemente da cor, muitos brasileiros possuem DNA da raça negra como integrante de sua beleza.
Com isso, espero que você, caro leitor, pense duas vezes antes de criticar — caso já o tenha feito — alguém ou alguma coisa, por ela não ser oriunda da sua cultura. Porque cá entre nós, seria bem deselegante de sua parte criticar uma cultura que complementa a sua.
(Texto produzido no dia 01 de dezembro de 2016)
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Arquivo de Memórias

Chego ao trabalho e me sento à minha mesa, cansado da mesmice. Tudo ia perfeitamente normal, até um estagiário desesperado ligar a televisão e pedir a atenção de todos. Perturbado, me pergunto porque dariam atenção a um mero estagiário, olho para os lados e vejo que meus colegas de trabalho se atentaram ao rapaz. Reviro os olhos e me forço a olhar para a televisão, que transmitia a propaganda de um dispositivo chamado “arquivo de memórias”, o que raios seria um arquivo de memórias?
Foco na televisão, interessado no assunto. O arquivo de memórias era um dispositivo localizado atrás da orelha, responsável pelo registro de todos os momentos vividos pela pessoa, que poderia revê-los sempre que tivesse interesse, ou então deletá-los se assim quisesse.
Após o término da propaganda, o estagiário desliga a televisão, e aguarda apreensivo a reação de seus superiores ali presentes. O escritório permanece em um silêncio ensurdecedor, não se ouve o som de uma caneta, um digitar, nada. O estagiário, intimidado, se retira do ambiente com a cabeça baixa. E então, após longos minutos escuto o mover de uma cadeira, e, logo após, um digitar, papel sendo amassado. O escritório havia voltado ao seu estado normal. Ainda perturbado com a propaganda, faço minha própria reflexão, e analiso como o dispositivo poderia ser útil na sociedade em que vivemos. Não encontro muitos pontos válidos para tal. Seria útil para aqueles que sofrem de Alzheimer e têm uma razão para usá-lo. Mas, agora, crianças com um dispositivo desses? Elas se tornariam meros robôs de informação e não iriam de fato adquirir conhecimento, seriam enciclopédias ambulantes. Imagine o quão superficial e obsessivo se tornariam os relacionamentos… Se hoje as pessoas terminam relacionamentos de anos por motivos estúpidos, imagine então com esse negócio atrás da orelha.
Frustrado amasso o papel na minha frente, me levanto bruscamente e vou em direção ao elevador, preciso de um cigarro para aderir toda aquela informação. Chego ao térreo, afrouxo minha gravata e vou em direção a saída, pego o maço de cigarros junto com o isqueiro no bolso do paletó, minhas mãos suam frio.
— O que raios está acontecendo com o mundo? Digo para mim mesmo. Acendo o cigarro e aspiro o máximo que posso sentindo a fumaça queimar meus pulmões, expiro lentamente. Após alguns minutos pego outro cigarro, e repito o processo anterior, minha cabeça está a mil, porque aquele comercial de meia tigela havia me afetado tanto?
Após finalizar o segundo cigarro, volto ao escritório mais calmo, adentro o ambiente e sinto todos me olhando, dou de ombros, vou em direção a minha mesa, e dou inicio ao meu trabalho. As horas passam e finalmente esse dia agonizante chega ao fim.
Vou até o elevador, e vejo que a fila estava lotada, decido então ir de escadas, já que são apenas alguns lances. Chego ao estacionamento, adentro meu carro e solto a respiração que nem sabia que estava segurando.
Ao chegar em casa, tiro a gravata e me jogo no sofá. Com as mãos no joelho, seguro a cabeça e me questiono o que está acontecendo comigo. Tomo um banho quente e decido dormir, o melhor seria acabar logo com esse dia estranho.
Abro os olhos e descubro o porquê de ter ficado tão perturbado com aquele comercial. Mal sabia que seria obrigado a usar o dispositivo apesar de todos os meus questionamentos contra ele. Mal sabia que o único dia que me lembraria dos meus setenta anos sem o dispositivo, seria esse.
(Texto baseado no terceiro episódio da primeira temporada da série Black Mirror).
(Texto produzido no dia 17 de novembro de 2016)
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