Louca por livros, contos fantásticos e boa música. Fã do EXO e K-dramas, a metade adolescente em mim rs, e por culturas em geral. Atualmente em status de romance totalmente apaixonada com o carinho das minhas leitoras! Amo todas hehe!
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Contrato Inviolável - Capítulo XVII
Fogo na chuva

Eu olhei através da janela do grande carro negro da família dos meus namorados que mais parecia uma vã e sorri ao ver as montanhas surgirem na linha do horizonte.
Eles tinham conseguido, meus pais aceitaram aquela pequena viagem e eu tinha que dar credito à família deles. Eles tinham sido bem convincentes apesar de todas as estranhezas iniciais.
No fim, o almoço foi um sucesso e meus novos primos e cunhados estavam todos muito empolgados, me empolgando também.
Acampamento parecia o sonho de consumo deles. Era até engraçado.
Então suspirei ao olhar discretamente para o banco da frente e ver o perfil de Chin conversando com um dos tios dele. Depois daquele susto que Bianca me deu, ela não falou mais do tal plano de “abrir os olhos do Chin” e internamente eu até agradecia aquilo, seria loucura, muita, ele parecia tão... Adulto!
Meus pais jamais deixariam, já foi um sufoco com o JYJ!
Tinha que tirar aquilo da minha cabeça. O fato dos meus namorados entenderem não significava nada, ainda assim parecia injusto para mim. Eu não devia agir assim, era errado. Era errado com todos eles, JYJ, Bianca e o Chin.
Assim, decidido a colocar uma pedra no assunto, eu me escorei no ombro de JYJ e apontei para fora da janela:
— Já estamos chegando? Será que vão ter muitos pernilongos?
Senti, mais do que vi ele se curvar e me puxar para o seu colo com cuidado, para onde fui totalmente envergonhado, mas ninguém, ninguém mesmo nem se querer se mexeu a não ser a Bi, que se sentava do outro lado meu e que se virou para nós apenas para segurar uma das minhas mãos.
— Eu não vou deixar eles te morderem, prometo! - JYJ sussurrou no meu ouvido e então me abraçou – E temos repelente, ainda não somos totalmente selvagens.
Ouvi alguns risinhos ao redor e fechei os olhos, mas na minha mente a proximidade com ele era muito mais importante do que alguns pernilongos malvados. Eu estava no colo no meu namorado, com as mãos dele na minha cintura, com a pele dele próxima a minha... Eu podia ser mais sortudo?!
— Você vai gostar, Yutie, tenho certeza.
Bi falou e eu assenti. Ok, eu ia gostar, claro que ia...
— Ou talvez não.
Sussurrei para mim mesmo quando vi eles todos animados montando barracas, levando e trazendo coisas, amarrando outras em árvores e sei lá mais o que. Meus namorados e sua família eram escoteiros? Faziam parte da equipe daqueles programas de aventuras na selva? Só podia para parecerem um mini exército organizado no meio daquele nada onde sim, tinha pernilongos!
Era oficial, eu era uma pessoa urbana, um sub de família urbano e civilizado que o mais próximo de vida livre que curtia era passear na grama na margem do rio Han. Então assisti meio que hipnotizado, chocado, melhor dizendo, Chin voltar de deus sabe onde que ele se meteu desde que levou o carro para “Um cantinho plano”. Duas horas atrás.
Nisso os tios dele também sumiram e então quem ficou responsável por aquela expedição rumo ao pico da montanha e em busca de uma clareira “aconchegante” foi minha cunhada. Bárbara.
Não que ela tivesse dado alguma ordem, eles pareciam estar em uma cena habitual. Parecia até algum filme doido de perdidos na selva, by minis soldados!
Mas o fato era, Chin trazia... Coelhos mortos no ombro.
Minha reação foi a mais imbecil, ridícula e absurdamente mimada urbana possível. Eu gritei e sai correndo, mesmo, super rápido, com o pouco de prática de Le Parkour que eu tinha, desviando de galhos, troncos e buracos. Eu corri ouvindo vozes chamarem meu nome a distância, galhos sendo quebrados, sons de corrida, mas eu não parei, como um louco assustado e continuei montanha abaixo até tropeçar em alguma coisa e sair rolando como uma bola desengonçada em fuga alucinante.
Quando tudo parou, eu olhei um monte de folhas sobre mim e um céu já escuro sobre minha cabeça e então, eu apaguei, mesmo, da maneira mais idiota possível.
Sendo picado, óbvio, por um bando de pernilongos.
Acordei sendo carregado por um corpo forte e encolhido como um tatu bola, com muita dor nos joelhos e no punho. Choraminguei e fui colocado sentado em um tronco de árvore e vi os olhos do meu salvador. Kim Chin, claro. Porque passar vergonha era minha especialidade e eu fiz uma idiotice imensa dessa vez...
— Me Desculpe, ahhh me desculpe, eu nem sei... E-eu...
— Tudo bem bebê, tudo bem, não imaginávamos que teria essa reação, mas deveria ser esperado de alguém que nunca saiu da cidade. Aqui, evite de se mexer, deixe que eu veja isso – Ele tocou com gentileza meu punho e eu gemi alto de dor. Ele me olhou sério e depois mexeu em uma das minhas panturrilhas onde eu tremi, mas ali nem doeu tanto - Vamos ter que ver isso, e mal saiu de um ferimento no cotovelo... Ah! Yuto... – Ele fechou os olhos e eu me senti mal, puxa, mas eu era um dramático mesmo! Porque tive que reagir como um louco? - Muito bem, vamos para uma área aberta, vou passar um rádio aos outros para avisar que te encontrei.
Ele voltou a me pegar com cuidado e foi minha vez de suspirar, alguém se metia mais em confusão do que eu? Não, óbvio que não...
— Sua cabeça dói também?
— Não, ela não...
Sussurrei baixinho.
— Que bom.
Ele caminhou por mais um tempo e então eu ouvi som de água. Arregalei os olhos:
— Água?
— Sim, tem um rio aqui perto. E onde tem rio, tem área aberta, vamos!
Ele andou mais rápido e eu fechei os olhos tentando não ficar encarando o peito dele. Eu tinha problema? Sub mal... sub mal!
Ralhei comigo internamente e pouco tempo depois fui colocado em uma pedra achatada onde o som de água era mais forte.
Ele se sentou no chão diante de mim e rasgou a blusa. Eu ofeguei e fechei os olhos. Meu deus, me leva!!! O que ele ia...?
— Vou enfaixar seu punho antes que inche demais, voltando para o acampamento eu trato direito esse ferimento, tudo bem? Aparentemente é só um mal jeito. Teve sorte.
Eu assenti e ele riu, riu pela primeira vez, um riso divertido, suave e amável e eu acabei abrindo os olhos para encarar os deles sobre mim, quase pequenas meia luas devido ao sorriso:
— Olhe para o céu, vai ajudar, hun? Não tenha medo, não vai doer... Olhe, veja essas estrelas todas, tenho certeza que poucas vezes viu algo assim na cidade, não é?
Chin me disse sentando-se na pequena pedra ao meu lado e fazendo de tiras a camiseta e começando a enfaixar meu punho. Eu ofeguei, não porque de fato o céu estava todo lindo e estrelado, mas porque eu estava com ele, sozinho, em algum lugar daquela montanha isolada e depois de toda a cena absurda que eu causei, fui encontrado justamente por ele, meu crush proibido.
Vida ao ar livre não me pertencia, não mesmo... Mas puxa, eu precisava exagerar?
— Nunca vi, na verdade.
Respondi sem graça abaixando os olhos para ver suas mãos rápidas cuidar da minha com a praticidade de quem fez aquilo milhões de vezes.
— Espero que goste, vai ter boas oportunidades agora, vida ao ar livre é uma paixão da minha família.
E ele me soltou fazendo com que eu exibisse um bico chateado antes que me controlasse. Ergui meus olhos e ele me olhava de um jeito que eu poderia morrer só em pensar. Seu olhar todo estava sobre mim – Começava a achar que aquilo era um talento da família deles – Negros, profundos, atentos, pacíficos... Lindo!
— Tome mais cuidado no futuro, Yuto, se você se machucar, vai machucar meus primos. Eu gostaria de estar em todos os lugares para protegê-lo, mas nem sempre vou estar...
— Então esteja.
Sussurrei e quase gritei em pânico em seguida comigo mesmo, arregalando os olhos como um retardado. Eu fiquei louco? DEUS ME LEVA!!!
Chin sorriu e tocou o indicador na ponta do meu nariz com um sorriso assassino.
— Te prometo que vou fazer o meu melhor.
— C-chin...
Gaguejei e então fiz a maior loucura da minha vida, eu devia estar possuído aquela noite, não tinha outra explicação, mas eu nem cogitei naquele segundo, eu apenas fiz, sai do meu cantinho seguro de meio metro de distância e fiquei diante dele, olhos nos olhos, só sendo possível porque ele estava sentado e eu de joelhos – Ignorando o desconforto, claro - Prostrado naquele canto distante da montanha, eu o encarei firme, do meu jeito tremulo, claro:
— Jura?
Ele assentiu e eu... Eu fechei os olhos, me curvei sobre ele e o abracei repousando minha cabeça no peito largo e me encolhendo ali naquele calor gostoso e seguro.
— Eu juro, para sempre.
Senti os braços dele ao redor de mim e ali perdi o medo da noite ou dos insetos e descobri que ele não era apenas um crush para mim, ele era o meu terceiro dom.
Ele tinha meu coração. Para sempre.
Agora definitivamente já era a minha boa vontade de esquecer dos meus sentimentos... Mas e ele?
E ele, deus!?
Percebi que dormi quando abri meus olhos e me vi deitado em um cobertor grosso, coberto por uma manta macia e fechadinho em uma barraca espaçosa. Ergui meu punho e vi uma tala e uma nova bandagem além de curativos nos meus joelhos. Juntando meu cotovelo enfaixado eu quase parecia o Frankenstein. Torci o nariz e fiz cara feia para a porta da barraca fechada.
Eu ia dormir sozinho? Não que eu não merecesse, mas... Poxa!
Então me senti quente com aquele pensamento inapropriado ao mesmo tempo em que o zíper da entrada da barraca se abriu e Bianca entrou me encarando atenta:
— Como se sente, Yutie?
— Uma múmia – Resmunguei e então escondi meu rosto com as mãos – Desculpa Bi, eu sou um tonto!
— Você nos deu um susto, mas não é um tonto, você é nosso coração. Só mais frágil. Um pouquinho... - Então as mãos dela cobriram as minhas e eu ergui os olhos para vê-la. Ela sorria – Precisamos cuidar melhor de você, meu baby, só isso. Agora me diga se está com fome, hun?
— Eu não vou comer coelhos!
Disse aflito e ela assentiu:
— Sem coelhos, que tal sanduiches da tia Jess?
Eu suspirei aliviado e ela riu baixinho, me deixando um pouco hipnotizado. Porque eles eram tão entorpecentes para os meus sentidos?
— Vamos sair e comer? Se não vai dormir com fome. Depois voltamos e prometo te fazer carinho até que durma, combinado?
Nós íamos dormir juntos? JUNTOS? AHHHHHHHHHH!
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Contrato Inviolável - Capítulo XVI
O primogênito

Eu estava empolgado com aquele almoço principalmente por causa da empolgação do meu pai, então dei o melhor de mim para que tudo corresse bem e claro, porque também queria ver o pequeno baby dos meus primos, feliz. Ele me fazia lembrar meu pai, só que mais frágil, jovenzinho e emotivo. E eu tinha prometido cuidar do meu pai de maneira impecável, e jamais voltava em uma decisão.
Então meu pai passou mal, tio Baek com tio Ghan assumiram as honras da casa com as visitas e eu fiquei sem saber se ia verificar meu pai ou ajudava meus tios. O fato era que logo Yuto foi com a Bianca trocar o curativo e eu fiquei no canto da sala observando o mais discreto que pude a interação entre ambas as famílias. A semelhança dos pais do pequeno com os meus era grande, mas eu não achava que fossem idênticos.
O senhor Chanyeol parecia muito com um executivo, afinal ele era mesmo, embora sorrisse afável e era mais alto que meu pai, assim como tinha um semblante mais pensativo. Já o senhor Sehun agia como um lobo com o namorado dos meus primos e tinha um ar duro que tio Hun não tinha. Senhor Kyungsoo era curioso e quase suave, diferente do meu pai que com um só olhar causava frio na espinha de qualquer ser humano. Talvez eles fossem os mais diferentes entre si, já o senhor Jongin... Bem... Ele e meu pai tinham quase tudo de diferentes, desde o olhar até o sorriso, meu pai era alegre, aventureiro, mas o senhor Jongin era irônico e ressabiado. Os mais parecidos em físico, contudo diferentes em absoluto desde o olhar a aura eram os tios mais próximos do pequeno baby. Senhor Zhang nada tinha a ver com o meu pai. Eram água e vinho até na postura, ele era um dom, um dom como tio Yoongi, absoluto, estava em torno dele como uma segunda pele e ele rodeava os maridos como ar feroz e singelo. Senhor Junmyeon era o oposto do meu pai. Pequeno, fofo, sorridente e tímido, até no físico eram bem diferentes e no segundo de um relance em que ambos se entreolharam na sala era como ver duas pessoas opostas com similaridades distantes. O que tinham de mais parecido era o nome mesmo. Só. O mesmo para o senhor Jongdae, ele e meu pai eram gritantemente opostos, ele era silencioso e pacifico, observador, já meu pai era expansivo e charmoso. Nada discreto. Embora fosse eficientemente rápido no gatilho se necessário. Ele tinha um charme que nunca vi em outra pessoa, mas era letal ainda assim.
Agora tio Baek e o senhor Baekhyun... Eram reflexos, a idade de tio Baek, claramente maior do que o do tio do pequeno, em nada diminuía a beleza dele ou a juventude, como tio Chul, Baek parecia ter pelo menos quinze anos a menos do que tinha. O que diferenciava um dos outro eram as roupas, os óculos redondos do senhor Baekhyun e o olhar dele que ia de sério a prático, como um secretário mesmo. Já meu tio era no mínimo espalhafatoso, ele tinha a segurança de uma pessoa que sabia quem era, sabia o que queria e não tinha medo de ousar, nunca.
Sorri, meus tios eram assim, os babys de casa eram voluntariosos, mas livres porque sabiam que eram aceitos como eram. Tio Baek passou a usar cada vez mais saltos com o passar dos anos e que ficavam lindos nele, de verdade. Mas naquele dia ele optou por ser um anfitrião mais ameno, contudo eu podia ver o olhar avaliativo dele para o tio do Yuto e o sorrisinho discreto que ele dava.
O homem era uma versão doméstica dele, sabia o que se passava na mente do meu tio. Seguro.
Tio Baek tinha trinta e seis maridos, porém era ciumento, com todos eles e se alguém olhava com interesse algum dos tios... Meu tio virava uma fera. Ninguém gostava de tio Baek bravo, era um caos, para dizer o mínimo...
Eu respirei aliviado quando a tensão sumiu com um comentário espirituoso do tio Ghan para um dos tios do Yuto - Um que lembrava bem o tio Leo, um dos maridos do tio Fred – e que me fez pensar em onde estava tio Fred que até agora não tinha descido para a sala.
— Pretende continuar aí como árvore de natal preta, Naruto ou vai trabalhar no nosso plano de convencer a família do pitelzinho com o acampamento?
Eu quase rolei os olhos ao ouvir DZ sussurrar do meu lado com a discrição de um elefante desengonçado.
As crianças tinham um plano, mas eu acabei não me inteirando dele.
Todos estavam animados com o acampamento, claro, no Brasil vivíamos quase que selvagens e agora morávamos em um prédio em uma área residencial de uma cidade metropolitana com pouco espaço de lazer. Falar em montanhas, natureza e céu aberto era como oferecer uma carne vermelha a um leão. Além disso, os tios Cha queriam aproveitar o passeio para verificar a antiga casa subterrânea que tinham fora da cidade então dormir ao ar livre mais exploração de campo era algo sedutor demais para que os ânimos de todos não estivessem nas alturas.
Ele também estava, gostava da ideia de ver as crianças felizes. Sabia como elas se esforçavam para serem educadas e as mais coreanas possíveis ali, desde que chegaram. Eles mereciam um tempo para serem eles mesmos e agora que Yuto era um deles, deixá-lo de fora da aventura era realmente triste.
Fora que sabia bem que os babys queriam um tempo sem as crianças por perto. Antes eles tinham tempo de namorar, já que vivíamos em uma área aberta, agora dividiam um espaço vertical, não era a mesma coisa.
Eu queria dar aquele dia para meus pais e tios. Tinha prometido cuidar das crianças, afinal.
De adulto seria apenas eu, tio N e Tio Ravi. Também pretendia dar a Ariel um tempo sozinho e em um lugar arborizado para ajudá-lo talvez com suas lembranças. Via como os tios Hwang agiam com ele, como o olhavam. Eu sabia reconhecer o olhar de um daddy que encontrou seu baby quando via um. Mas meus tios eram honrados demais para dar um passo à frente com alguém que estava naquele tipo de situação.
Eu queria ajudar meus tios e para isso precisava que Ariel recuperasse o que perdeu e pela experiência que já tive, liberdade era a resposta, se não resolvesse, ao menos ajudaria.
E mar, mar curava quase tudo, mas na falta dele, um rio caudaloso ajudava.
A natureza era ótima naquilo. Eu sentia, sabia do fundo da minha alma.
Fora que todos iam se divertir muito, tinha certeza e no mais tínhamos Barbara. Minha prima podia ser mais louquinha que minha tia, mas ela era a melhor guarda costas que alguém ia querer em campo aberto.
Embora todos nós tivéssemos nossa cota de treinamento em campo. Minha família era fora da curva no fim, totalmente.
Me virei para DZ e disse baixo:
— Qual é a minha parte mesmo?
DZ riu e fez joinha animado.
— Você eu caro primo, é nossa arma final. Escuta só...
☺♀♥♂☺
Shindong pegou o ex colega de negócios e o prensou na parede do pequeno clube porão que ele adorava frequentar desde sempre no lado ilegal de Busan.
— Abre o bico, YooChun, onde está o terno?
— Eu sabia que estavam vivos! Sabia! - O homem resmungou bravo, mas com outro apertão bateu a mão na parede e Dong o soltou. Ele segurou o próprio pescoço tremulo, ainda que seus olhos soltassem faíscas. Ele olhou ao redor e acabou sorrindo cínico — Olha só os antigos donos da lei de Seul agora vivendo nas sombras... Decadente.
— Posso arrancar a língua dele, Dong?
Eunhyuk perguntou sorrindo malévolo e ele se encolheu na parede dessa vez assustado de verdade:
— Eu falo, falo, só afasta seu irmão louco!
Shindong puxou uma cadeira e sorriu de canto:
— Comece do começo, por favor.
— E agora?
Donghae perguntou olhando dos dois lados do beco antes de sair dali ladeado pelos irmãos.
— Liga para o Key, precisamos dos contatos dele para esse trabalho. Se recuperamos o terno, recuperamos todos os documentos que vai nos permitir limpar outra vez Seul desses babacas. Se vamos fazer isso das sombras, é melhor que façamos do jeito completo – Yesung disse sério enquanto eles entravam no carro e saiam dali rápidos com Dong no volante – Precisamos convencer a Mimi a esquecer dos diamantes. Me preocupo com ela nessa missão perigosa. O terno vai render muito mais do que as joias, fale com a Amber também, diga que temos os nomes. Vamos esquecer dos diamantes e nos concentrar nos porcos de Seul que vamos varrer na cidade e recuperar os cofres.
— Mulheres dão muito trabalho, Mimi tem sorte que adoro ela.
Eunhyuk brincou fazendo a ligação que não se completou porque um carro fechou eles na estrada e por um triz não batem no Rolls-Royce branco luxuoso diante deles. Yesung abriu o porta luvas pronto para sair com as duas mini metralhadoras quando um salto quinze saiu do carro antes da mulher que parecia realmente viver em formol.
Seus irmãos ofegaram enquanto a porta do motorista se abria segundos depois e dele saia um Baekho vestido todo de negro e com um sorrisinho de canto quase que ordinário e ela... ela usava um casaco até o pé todo em pele branca, alvo como o carro e os óculos de sol vintage.
— Lady Campone...
Dong disse surpreso e Donghae a encarou desconfiado. O que diabos ela fazia ali? Não ouviam sobre ela há muitos anos...
Baekho veio até sua janela e sorriu ladino:
— Ficamos sabendo que tinham voltado para a Coréia e precisavam de uma mãozinha com uns assuntos. Ainda devemos o presente de dezoito anos e debut das netas da Lady...
A mulher se escorou no carro dela e sorriu fatal. Donghae por mais corajoso que fosse, bem... ele temia aquela loira mortal.
— Vamos tomar um chá em um lugar mais reservado? Me sigam.
Ela tirou os óculos, piscou e voltou para dentro do carro.
Baekho sorriu outra vez e voltou para o Royce e ele compartilhou um olhar tenso com os irmãos:
— E então?
Dong suspirou e assentiu:
— Vamos arriscar. Ela é mãe da nossa Mimi, o que temos a perder?
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Contrato Inviolável - Capítulo XV
Beija flores e rosa vermelha

— Pronto, agora pode respirar.
Bi me empurrou de levinho para fora do elevador interno e eu respirei pela boca tentando me reestruturar depois do susto. Não tinha condições mesmo de lidar com aquilo... Sogra, sogro, cunhada, tudo de uma vez só e ainda com aquele clima tenso da sala?
Ainda bem que Bianca era um gênio e deu uma desculpa perfeita para me tirar de lá. Ninguém tinha dúvidas alguma que eu devia trocar meu curativo.
Olhei ao redor e parecia uma sala espaçosa com quatro portas em direções distintas.
— Que andar é esse?
— Chamamos de andar dos mais velhos. Meu quarto com a Bárbara, do JYJ, HY e DZ, do Chin e do Nini e com o PCY.
— Ahhhh... - Disse baixinho, mas o que pensei era: MEU DEUS! MEUS NAMORADOS DORMIAM LÁ AHHHH... Então me controlei outra vez e me voltei para ela tentando agir como um ser humano normal e não um namorado surtado – Parece bem bonito, muitos livros e tals...
Ela sorriu e veio para mim tocando de novo em mim. Dessa vez com o dedo indicador na minha bochecha:
— Gostou mesmo? Então vai amar a coleção de miniaturas esportivas do PCY.
Arregalei os olhos e ofeguei. Meu deus, estava no céu e não sabia?
— Q-quanto tempo temos?
Perguntei meio amuado, não era como se eu quisesse voltar para lá... Mas também não me sentia muito confortável ali, quer dizer... Era o andar deles...
— O tempo que precisar, Yuto. Ninguém vai forçar você a descer se não quiser, minha família é ótima em distrações se preciso. Se acalme, eu sei que meu pai é um pouquinho intimidante, mas ele no fundo é um amor de pessoa.
— Ele conhece o tio BM.
— Meu pai tinha muitos contatos antes de ir embora de Seul. É coisa de adulto, deixe que eles se entendam, combinado?
Eu assenti e respirei fundo.
Verdade, eu não tinha nada com aquilo... Embora fosse estranho. Andei pela sala e então parei de frente a uma porta com uma plaquinha escrita em uma língua ocidental, mas que não reconheci.
— O que está escrito?
— Minha irmã tem um senso de humor peculiar – Ela respondeu em tom divertido e então se colocou ao meu lado e eu só senti aquele frio na barriga que jamais pensei que ia sentir. Era um sentimento conflituoso, mas bom de certo jeito. Eu adorava sentir aquilo, era... Expectativa? – Está escrito em português. Diz: cuidado, cão bravo. É uma brincadeira sabe, Ba tem um temperamento horrível as vezes, porém é uma boa pessoa. Esse é nosso quarto. Venha.
E ela enlaçou seus dedos nos meus e eu senti meus joelhos tremerem outra vez. Eu era tão sensível assim? Porque tremia quando eles me tocavam? Eu precisava superar...
“Foco Yuto, foco, ela só pegou na sua mão, respira, respira fundo... Senão vai desmaiar com um beijo...”
Eu quase mordi meus lábios enquanto pensava naquilo ao mesmo tempo em que ela abria a porta e eu via um quarto simples, de cores claras em que em uma das camas tinha... Um ramalhete de rosas vermelhas? Oi?
— Bárbara!
Minha deusaqueen resmungou e eu olhei dela para a cama tentando entender o que significava.
— Sua irmã gosta de rosas?
— Não. E essa é a minha cama, eu te disse, releve minha gêmea... – Bianca foi até as flores e a tirou da cama colocando no criado mudo. Havia um par igual de tudo ali. Ela se voltou para mim e pela primeira vez vi um sorriso sem graça nela. Meu coração acelerou de novo, porque ela tinha que ser tão linda... – Esse é o jeito idiota dela dizer que você é bem-vindo. Ela enche DZ de flores...
— E-ela sabia que eu ia subir... Q-quer dizer... Er...
— Achei vocês dois!
A porta foi aberta e JYJ entrou por ela meio afobado e... AI MEU DEUS, SEM CAMISA!
Eu desmaiei mentalmente enquanto Bianca vinha para mim e escondia meu rosto nas costas dela. Eu desmaie duplamente e se não fosse por vontade divina eu estaria estirado no chão... De repente o mundo ficou escaldante?
— JYJ, quer morrer seu delinquente!? Vista-se!
— DZ sumiu com minha camisa amarela, aquele peste! – Ouvi ele resmungar e então algo cair no chão com um baque seco – Eu faço o serviço pesado e fico sem roupa, eu ainda esgano ele! Eu não sou o executor dessa família, mas me prontifico e olha só no que dá...
— JYJ, Yutie está aqui.
Ela disse em tom de advertência e minha espinha congelou na hora. Gente... Meus namorados eram doms, só podia... Ai...
— Yu, desculpe meu linguajar – Eu ouvi sua voz soar macia, totalmente diferente de segundos antes e sorri, ainda que colado ao corpo dela e um pouco sem ar... Bianca me desestabilizava com seus toques, mas JYJ fazia isso com a voz mesmo – Eu estou vestido agora, pode olhar.
Eu espiei de lado e vi ele já vestido com uma regata branca. Ele parecia um daqueles protagonistas de dorama ali, ao lado da janela sendo iluminado pela luz solar e eu notei que eu era mesmo um idiota estático naquele segundo... Ahhh quando eu seria capaz de agir normal, meu senhor!?
— Oi.
Disse tímido, ele sorriu:
— Oi. Não queria usar branco, queria usar amarelo para você, mas meu irmão não colaborou. Eu resolverei isso ainda hoje. E bem, olha só você, em casa outra vez, ahhh adoro te ver aqui, sabia?
Ele veio para mim – Saltando um taco de beisebol? - e estendeu a mão que eu logo aceitei porque sou desses e porque aquele garoto era meu namorado, meu mesmo, meuzinho e eu podia tocar nele, certo?
— Alguém te chateou?
— Não – Respondi rápido me perdendo nos olhos dele. Porque era tão vívido mesmo? – Está tudo bem...
— Meu pai assustou o Yutie, acho que devemos apresentar um por um dos pais só por via da dúvida, Yuto é muito tímido, JYJ, mudança de planos, avise os outros.
Eu pisquei. Eles tinham um plano de apresentação patricarcal, gente! Que coisa... Meus namorados faziam parte de alguma organização secreta?
— Ei, Bi, está tudo bem, é só um almoço né, não vamos exagerar e...
— Só um almoço? Não, Yu, esse é nosso encontro formal para garantir aos seus pais que somos ótimos partidos. Temos um cronograma, meu pequeno namorado tímido. E vamos cumpri-lo, aliás você está encantado pelo nosso primo, temos de resolver isso também, não queremos que fique chateado sobre o Chin - JYJ se curvou até ficar olhos nos olhos comigo – Você é nosso para amar, cuidar e prover. Nada menos que isso, não se esqueça.
Fiquei mudo e pasmo. Deus me leva... Eles sabiam mesmo dos meus sentimentos...
— Calma, calma... – Bianca tocou no meu braço e esfregou ali de leve para me acalmar, contudo teve o enfeito inverso e eu comecei a crucificar meus hormônios idiotas mentalmente. Eu sobreviveria até meu casamento...?
HEIN!? CASAMENTO, SENHOR KIM YUTO!?!
A voz do pai Sehun surgiu do nada na minha cabeça e eu estremeci internamente. Eu estava demorando... Eu ia levar bronca... Ai... O que eu faria...?
— Yu – JYJ pegou nas minhas mãos e se focou ainda mais em mim para meu desespero espiritual... Eu era um tonto, aishi... – Vai dar tudo certo, confie em nós.
— E-eu confio... É em m-mim que não... sabe...
Então ele sorriu e eu esqueci de respirar.
— Eu confio em você. Muito, você tem meu coração.
Então ele puxou minhas mãos para o seu peito e eu tonteie sendo segurado pela Bianca em um movimento preciso. De repente me vi entre os dois, com quase nenhum espaço entre nós e com um princípio de desmaio vindo de mim... Com minhas mãos no peito do JYJ, as mãos dele sobre as minhas, as mãos dela na minha cintura e a respiração tranquila dos dois ao meu redor enquanto eu surtava silenciosamente.
Eu não ia sobreviver, não sabia lidar, não, definitivamente não...
— Estou esperando o beijo, vai demorar? Ou preferem dançar antes, tipo uma valsa só que mais animadinha? - Espera, eu tenho a música perfeita... Hummm vou traduzir – Eu me senti um pimentão ardente e escondi meu rosto nas mãos do JYJ enquanto a voz parecida com a da Bi, que agora eu sabia que tinha dona e era a gêmea dela, começou a cantarolar uma música desconhecida, mas de som legal... sobre resmungos da minha namorada e frases de ignore ela e vou esganar minha cunhada, do JYJ - Sou rosa vermelha, Ai! Meu bem querer. Beija-flor, sou tua rosa e hei de amar-te até morrer.
— Barbara, você quer mesmo morrer, não é não?
— Nossa, só queria ajudar no clima, ‘tô saindo, se divirtam! Eu vou ganhar tempo para vocês, se beijem, combinado? Ou ele nunca vai se acostumar, pobrezinho!
A porta se fechou e eu nada vi porque ambos me esconderam entre eles. Eu hiperventilava, de novo, como sempre, ahhhhhhhh!!!
— Vamos voltar, Yutie, antes que minha irmã cause um escândalo.
Eu assenti e sai do quarto sem senso de direção algum. Eu dava um passo para frente e dez para trás...
“Se beijem, combinado? Ou ele nunca vai se acostumar...”
Aquela frase grudou do meu cérebro e não me deixou depois daquilo... Droga, e se a cunhada tivesse razão?
E se eu surtasse menos, depois do meu primeiro beijo?
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Contrato Inviolável - Capítulo XIV
Especial – Babys e subs

Channy estava animado com aquele almoço, afinal o namorado de duas das crianças viriam para casa com sua família. Ele ia conhecer pessoas novas, pessoas do seu antigo lar. Uma família que soube ser poligâmica como a dele.
Era empolgante aos seus olhos e agora que tinham dinheiro para fazerem as coisas – ainda estava feliz de ter inventado de ir até a praia! – tudo parecia melhor e mais tranquilo. Estavam de volta em Seul depois de tantos anos e Bi e JYJ encontraram sua outra metade também. Era para comemorarem muito mesmo!
Tinha tudo para ser memorável!
Chansonie abriu os braços e ele o pegou do colo de Suho que ainda tinha Laila nos braços. Suho era um pai muito zeloso e Laila a cada dia ficava mais parecida com ele.
— Você está amando isso, não é, meu amor?
Ele disse com um meio sorriso. Channy assentiu, sorrindo e abraçando mais Chansonie em seu colo, estava na hora da soneca dele que ao contrário da irmã hiperativa, era um dorminhoco!
— Quero que os pais dele saibam que somos uma ótima família e que Yuto estará seguro conosco. As crianças o adoram, quero que tudo fique bem.
— Vai ficar, meu amor, eu prometo.
— Vamos fazer desse um super almoço de domingo!
— Olha a lasanha!
E Jess passou por ele carregando uma travessa imensa e sendo seguida por Dae com outra. Zelo tinha Julia no colo e brincava com ela enquanto Lay conversava no tapete entre quebra-cabeças e cubos mágicos com a gêmea dela, Julieta e os quadrigêmeos da Mimi. Parecia uma tarde normal da sua família, se não fosse sua ansiedade para conhecer a família do mais novo membro deles...
— Eles chegaram!
Mia veio correndo para ele e foi pega no ar por Chen que saiu da sala lateral e pegou a filha deles mais serelepe entre os braços!
— Não corra desse jeito, querida.
Ele disse baixo e ela rolou os olhos, mas assentiu. Como sempre.
Então Baek veio para ele ladeado por Taehyung, Yoongi e Key. Channy quase riu alto. Os doms?
— JYJ disse que os tios do garoto são doms – Baekhyun sorriu meio malvado para o Tae – Faça um bom trabalho, Taetae!
— Não sei o que pretende meu amor, mas vamos nessa!
Jackson disse animado surgindo das escadas com Chenchen no pescoço de cavalinho, como se seu filho tivesse dois anos ao invés de doze... Suho suspirou para Channy quase discreto. Os anos tinham se passado, mas tudo parecia igual, os daddys ainda eram os mesmos, só mais maduros e para ele, mais bonitos.
— Eu pretendo Jack, amor, aliás...
E Baek deixou de falar quando pela porta espaçosa da sala entrou sua versão mais nova, amorenada e de óculos redondos elegante, além do homem usar um terno alinhado que parecia sobre medida e sapatenis descolado.
Como diria as crianças.
O queixo do seu amigo caiu e do homem também, mas as surpresas não terminaram ali, porque ele mesmo se viu, vinte anos mais novo na forma de um loiro mais alto que ele mesmo, vestido em roupas esporte, porém finas e caras entrar seguido pela versão também mais nova de três dos seus maridos. Kyung, Chen e Kai. Só que eles eram quase idênticos, contudo diferente, não só na roupa, como nos olhares, eram claramente parecidíssimos, mas ao mesmo tempo diferentíssimos. Então, um Lay moreno e com um olhar penetrante também entrou, sendo seguido por uma versão bem menor do seu marido Suho que usava duas coleiras grossas e lindas de sub. Ele era mesmo muito delicado, e fofo e tinha um olhar tão curioso quanto ele se lembrava de ser o seu, anos antes. Um passivo reconhece o outro, Baek sempre disse. Era verdade.
Por último entrou uma versão loira idêntica ao Sehun do Tao de vinte anos atrás e esse sim o chocou. Era como voltar no tempo... Tao iria enlouquecer... E depois dele, entrou duas mulheres muito bonitas seguidas pelo maior cara que já viu, todo vestido de negro e couro seguido por alguns outros homens que seus olhos captaram semelhanças imensas com alguns dos maridos do Baek e do Fred.
— Que demônios é isso?
Um deles resmungou baixo, mas Channy ouviu. Hummmm de fato parecia muito louco.
— É surpreendente, não é? – Channy ouviu a voz de Bianca falar tranquila enquanto ela entrava com Yuto. O rapazinho olhava tudo aquilo com curiosidade e um pouco de diversão, seu filho Chin veio atrás deles e enxergava a cena com a mesma surpresa que sabia carregar nos próprios olhos – A nossa família e a do Yutie tem mais em comum que a poligamia.
— Uau! É magico né! Como o Ariel...
Mia disse sorridente e foi então que Baek saiu da letargia e resmungou alto:
— Isso é mais louco do que a maior loucura que já passamos...
— Se chamam sócias, tio Baek, existe uma teoria que existem sete pessoas idênticas a nós pelo mundo a fora, esse é o caso, em nosso caso – HY surgiu do nada e foi para o Baek que arqueou a sobrancelhas para ele irritado. O filho da Jess deu de ombros – Aqui, eu separei um artigo sobre o assunto desde que JYJ nos disse que os pais do Yuto pareciam com alguns membros da nossa família, achei pertinente. Agora estou indo lanchar...
Ele colocou um pen drive na mão do Baek e se afastou.
— Eu vou com você!
Mia saiu dos braços de Chen, o seu Chen e saiu da sala dizendo um ‘oi geral e sejam bem-vindos’ enquanto seu primo só erguia a mão em um cumprimento quase seco. O que JYJ tinha de charme, HY tinha de secura...
Channy resolveu agir antes que as coisas ficassem estranhas:
— Bem, temos muito em comum, não é? Que tal um chá para nos conhecermos melhor até o almoço ficar pronto? Por favor...
E ele apontou os sofás, eram muitos pela imensa sala de baixo e conseguiu com jeitinho acomodar todas as visitas, os olhares eram curiosos e confusos uns para os outros, mas ao menos eles iam poder ser civilizados...
Até que ele sentiu vertigem do nada e entregou seu filho para Chen antes que perdesse o equilíbrio. Então o cheiro da lasanha embrulhou seu estômago e saiu correndo de lá sentindo todos os pelos do corpo arrepiados...
Hein?
Uma lembrança vaga veio a sua mente, do deus tatuado dos seus sonhos lhe fazendo joinha, sentado em um lugar estranho e tão rápido quanto veio, se foi e ele tonteou de novo sentindo braços amáveis ao seu redor. Luhan...
— Amor...?
— Lu... – Disse enquanto era levado para o banheiro – Lu... Acho que eu estou grávido, de novo!
Seu marido ofegou em choque. Channy riu ainda que mal, estava grávido... GRÁVIDO!
— Seu tio vai ficar bem?
Eu perguntei um pouco preocupado. Bianca assentiu e me puxou para um puff de canto para que eu me sentasse e ela se sentasse ao meu lado no tapete:
— Vai sim, os tios foram todos atrás deles, você viu?
Eu sorri quando ela sorriu divertida, porque ela me causava aquelas coisas mesmo e foi então que reparei que minha família e a família dela ainda se olhavam estranho. Okie, era mesmo estranhos as semelhanças, mas quando eles começaram a se apresentar e daí os nomes também se revelaram os mesmos... Ahhhh parecia que dava para cortar o ar com uma faca.
Que loucura!
— Não fui eu, mãe!
Um grito idêntico a voz da sua namorada soou no nada e logo uma garota de rabo de cavalo e vestida toda gótica surgiu na sala correndo e desviando das coisas como uma campeã de Leparkour. Uma mulher muito bonita, loira e vestida em um macacão de bolinhas brancas e pantufas surgiu tão rápida quanto ela e obviamente estava atrás dela.
— JANG BARBARA CAMPONE! Me devolve isso criatura!
— Mas mãeeeeeeeeeee!
— Você quer morrer? Seu problema e... – A mulher parou de falar ao se dar conta que estranhos estavam ali e ambas, a garota idêntica a sua Bianca, só que não, porque ela era meio estranhona, sério e aquilo na mão dela era um machado...? Oi? Pararam e olharam meio sem jeito ao redor.
Parecia cena de uma comedia sitcom e a verdade era que quando ouviu um ops da mulher, ele acabou rindo baixo. Bianca bufou. A garota que só podia ser a gêmea dela largou o machado no chão como quem soltava uma granada e ergueu as mãos sorrindo subitamente toda fofa:
— Eu ia podar as bonsai do tio Fred.
— Claro que ia – A mulher colocou as duas mãos na cintura e a olhou fulminante – Seja boazinha com as visitas e diga oi.
— Oi.
A garota rosnou e então sorriu radiante – Ela era bipolar? – E saiu correndo dali saltando uma mesinha de centro em uma guinada genial que ele desejava fazer no skate há milhões de anos... Caramba... Ela sumiu como veio e a mulher rolou os olhos pegando o machado que parecia pesado mesmo, mas ela pegou com uma das mãos e se voltou para mim sorrindo fofa também. Nossa, eu sabia agora de onde Bi tinha tirado aquele sorriso...
— Seja bem-vindo meu querido, desculpa minha filha, a outra, ela gosta de esportes radicais, mas eu sei que gosta também, não é? Espera um pouco que eu já volto decente – Ela se virou para meus pais e se curvou educada – Vamos focar que ela ainda tinha um machado de lenhador na mão – Desculpe a confusão, não é sempre assim, estávamos treinando para cortar lenha no acampamento – Fui só eu que vi o olhar atravessado que um dos tios da Bi que eu não sabia quem era, lançou para ela quase em pânico? – As crianças gostam de treinar essas coisas sabem, coisa de crianças, não é?
— Tia Mi, vamos cortar árvore? Mas não é contra a lei florestal?
Uma das meninas ali, eu achava que era a Julia, ou seria a Julieta? Não lembrava bem, perguntou para ela com ar inocente, a mulher... Minha sogra meu deus! Riu baixo e assentiu:
— Só árvores secas para fogueira meu anjo, não se preocupe.
— Ahhhhhhhhhh assim sim!
E ela sorriu radiante, aliás ela era toda radiante no vestido rodado rosa fofo, antes de sair do tapete em que estava e ir até o machado pegando ele da sua sogra, também com uma mão só, a garota tinha o quê? Dez anos? Comecei a me sentir fraco mesmo, nunca que ia pegar algo como aquilo com uma mão só... Parecia tão pesado! - Eu vou levar para o pátio. Vá se arrumar.
Ela saiu com a coisa na mão como se fosse bem comum uma garotinha carregar um machado quase o tamanho dela por aí...
Torci para que meus pais não levassem aquilo em consideração porque né...
— Tudo bem, Yutie?
Bi perguntou ao meu lado. Ele assentiu:
— Sua família é bem forte, não?
— Nem imagina...
Ela murmurou e logo rolou os olhos de novo. Minha sogra se desculpou e saiu da sala e por fim outra mulher entrou no cômodo, vestida de Tailleur negro, salto agulha e acompanhada de um homem elegante e sério. Vi que tio BM se ergueu de súbito parecendo ter visto um fantasma... Como assim?
— Senhora presidente? Sunggyu? Não é possível...
— Olá, Kim Jinseok, ou devo chamá-lo de BM?
Eu fiquei ali olhando de um para outro confuso, como assim eles se conheciam? E então o cara que tio BM chamou de Sunggyu se voltou para mim e Bi e sorriu suave:
— Então esse é meu genro, minha filha?
DEUS ME LEVA! Ele era um dos meus sogros? Ahhhhhhhhhhhhhhh....
— Sim papai, esse é Kim Yuto, meu namorado.
Bianca se ergueu, mas meu joelho não colaborou e eu disse um oi tímido dali mesmo, sentado no puff infantil e tonto, no cantinho da sala...
Que confusão, meu deus... Me leva, eu nunca te pedi nada...
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DOMINUM II
Antártida. Um continente gelado inóspito e ainda desconhecido, mas nem sempre foi assim. Eras atrás, foi uma próspera terra cultivável e de rica fauna e flora e onde os antigos fizeram suas pirâmides e seus lares. Mas o mundo mudou e quando o continente se tornou coberto de neve, outra raça, não tão antiga, mas igualmente perigosa fez do lugar seu lar, nas cavernas subterrâneas do território adormecido, esperando apenas o dia em que fossem libertadas. Daniel é um jovem aventureiro que junto do amigo geólogo coreano Kim Jongdae decidem desbravar o lado norte do continente perigoso e não fazem a menor ideia do que sua curiosidade está prestes a causar. O mundo esconde bestas antigas e perigosas que estão prestes a voltarem para a superfície e abalar todo o mundo conhecido... Da série bruxas, gárgulas e originais. Um rei volta para mudar o futuro, mas a linha do tempo se curva e surpresas inesperadas o esperam nessa jornada. Com participação especial de Laine, Sofhie, Waltermark, Hades, alguns anjos muito loucos, um dragão atemporal, outros paralelos e um destino fora de toda a projeção. Tudo será rescrito, mas será possível salvar mesmo a humanidade do fim do mundo? Protagonizando, sua majestade, o rei dos noturnos, Yixing. Ele deve lutar pelo o que ama, pelo o que acredita ou pelo certo?

Do final para o início
Floresta velha da África central, dois dias antes da escuridão – Meia noite.
— Essa é ex caleb be, a espada do rei - Começou ela séria, ao olhar para cada homem ali no cômodo - Não apenas rei de um povo, mas rei de todos, em Altraran existe um rei para todos governar e depois os reis menores, essa é única de sua linhagem, especial e foi dada a Yifan, rei de Camelot, para ser guardada para esse momento. É chegada a hora do rei verdadeiro voltar para o trono, está na hora de tomar de volta o que foi tirado de vocês. E você, Yixing, você também deve subir ao trono dos lycans, você é o alfa dos alfas, aquele trono é seu, contudo o palácio real deve mudar de lugar, os lobos não devem mais ter sua cidadela no reino de Han, agora devem viver entre as águas profundas do oceano, em um ponto do sul quase inviável de se alcançar...
— Não há ilha naquele lugar, Viviane...
— Eu lhes darei Avalon, Yixing, minha ilha será sua e eu e todas as minhas encarnações serão bruxas madrinhas de seus reis. Avalon descerá aos mares do Sul e lá fincará raiz até o fim dos tempos, todos os filhos da noite já partiram para seus lares e as sacerdotisas para seus destinos, a ilha já navega, ela estará à sua espera quando a coroa for sua...
— Yixing terá de vencer todos os lobos assassinos do rei, é suicídio!
Luhan rosnou bravo, mas ela sorriu serena:
— Confie em seu alfa, ninguém poderá vencê-lo. Já está escrito assim.
— É perigoso.
Sungjae disse tenso.
— Você, meu caro príncipe, terá Excalibur e a mim, aliás eu sou melhor que a espada, jovem lobo, simples - E Morgana sorriu irônica, não uma imagem holográfica no ar como Viviane, mas sim chamas em um fogo negro que iluminava o chão a beira da muralha - Quero esfregar a cara daquela criatura pelo chão até que não sobre muito para ser exibido. Eu e minhas sucessoras também serão bruxas madrinhas de seus sucessores, jovem príncipe, assim só aceite que é mais fácil. O reino dos lycans e dos vampiros devem se tornar aliados, não mais inimigos, devem se tornar família e só assim o mundo prosperará.
Então gritos de batalhas se ouviu ao longe e a imagem desvaneceu.
Yixing despertou com o peito pesado e ardendo. Aquilo nunca aconteceu... O que estava acontecendo?
— Eu sei o que você viu – Laine estava de costas para ele, olhando para um pequeno fogo aos pés de uma árvore velha. Parecia cansada, tensa, preocupada. Ele podia sentir e ver, pois ele também estava assim. Ele sentia a mesma urgência. O tempo escorria pelas mãos dos dois em um fluxo rápido e tortuoso. Já não sabia bem como seguir do ponto em que estavam...
— Foi sonho?
— Foi história perdida. Mudamos as coisas já no passado, meu rei – Ela se ergueu e ele viu nas mãos dela, alguns fios de cabelo dourado – Bem mais no passado. Em um passado muito longínquo...
— Você está falando da sua avó? Da mulher que substituiu a Consciência Cósmica, no futuro do passado?
Xing se ergueu segurando com cuidado a mão machucada e ela estendeu os fios para ele que logo saltaram da mão dela para sua mão, se enrolando ali e logo formando um brilho verde em sua pele, aquecendo com serenidade e curando sua mão retalhada.
Ele suspirou aliviado que ao menos aquela dor foi apaziguada. Já não podia dizer das outras.
— Talvez ele tenha razão em querer me destruir antes do amanhã. Eu comecei tudo isso, quando fui rebaixada e perdi os poderes da Morte, sendo substituída pelos gêmeos. Como castigo entrei no ciclo humano, nasci de um homem, me tornei a primeira bruxa e me prendi a essa terra deixando que meus sentimentos pela humanidade nublassem minha mente e o que eu sabia ser o certo. Lutei uma batalha insana que no final sempre termina no fim da humanidade e a cada vez que tento salvar meu povo, só adio o inevitável. Arrastar Chen a cada necessidade de virar o tabuleiro se tornou injusto para com suas reencarnações e suas cópias. Eu me tornei o monstro que jurei lutar contra e meu pai tem toda a razão de dizer que preciso voltar para casa e lá esmorecer. Se eu permitir que minha família aconteça, jamais terei coragem de pôr um fim em mim mesma. Eu já falhei ao ir proteger Minseok antes mesmo que ele soubesse ao menos como me chamar, eu recuperei minha memória? Sim, mas a que preço? Não posso cair em tentação outra vez. Não posso...
— Mas você os ama, Laine e eles amam você mais do que tudo... É a sua esperança nesse mundo que nos move, você é a deusa dos ômegas... – Ele viu o brilho dela tremeluzir e correu para sua cunhada, amiga, deusa, protetora, guia e a mulher mais corajosa que conheceu em todas as suas vidas e a abraçou forte – Nós vamos enfrentá-los juntos e vamos vencer. Eu sou o rei dos noturnos, Fan é o rei dos homens e você é a nossa deusa, a yang, a mulher mais forte que esse mundo já teve. Não vamos cair, você não vai se entregar e vamos juntos evitar o fim do mundo, de uma vez por todas! Nenhum original, deus, destino, demônio antigo ou a Consciência Cósmica vai nos deter nisso. Nós três somos a trindade desse mundo e eles vão ter que nos engolir.
— Meu rei?
— Eu estou falando sério!
Ele resmungou não deixando que ela se autodestruísse e então ouviu um riso baixo divertido:
— Você está me sufocando, Yixing...
— Ah, desculpa.
E ele se afastou para ver o sorriso dela, o velho sorriso dela naquele rosto um pouco sujo devido a tudo o que já passaram em tão poucos dias. Eles pareciam mendigos aos olhos de uma pessoa comum. Ambos descalços àquela altura da situação, com as roupas um pouco rasgadas, gastas, queimadas em alguns pontos. Mas ainda inteiros, surpreendentemente.
— Ainda é verão no continente. Se quiser mesmo tentar, temos de correr.
— É só o que temos feito desde que voltei, correr – Ele brincou rindo de canto – Cernunnos ficaria encantado se me visse agora com essa disposição maratonista.
— Ele está torcendo por você. Eu sinto.
— Eu também sinto – E ele sentia, ele sentia Luhan ao seu lado a cada passo do caminho – E não só ele.
— Ele te ama, meu rei, muito.
Sabia que seu sorriso se ampliou, a mera lembrança de um dos seus amores já o fazia mais forte ainda que internamente. Ele voltaria para eles, voltaria nem que fosse a última coisa que fizesse!
— Desculpa a demora, pessoal! - E Yifan caiu sobre os dois ainda desengonçado com as asas negras. Xing evitou rir quando ele trançou as patas confuso – Droga, eu odeio voar! Porque parece tão fácil com o sheik?
— Porque ele é um encantado e a magia é diferente, meu rei – Laine respondeu escondendo o riso assim como ele – Eu gostaria de lhe dizer que terá tempo para se acostumar, mas eu estaria mentindo...
— Ah que se dane, bruxa, eu dou um jeito no caminho! - Ele sacudiu a cabeça gigante e acabou quebrando um dos galhos grossos das árvores que rondavam a pequena clareira – Mas que droga!
— Acho que prefiro correr, você vai nos derrubar e nos matar, Fan.
Ele brincou, o amigo estreitou os olhos e abaixou a cabeça que dava uns cinco dele e sorriu com todos os dentes afiados próximo demais ao seu corpo:
— Acho que vou morder um lobinho...
— Tente, idiota! Suas fãs iam amar saber que o “frango não faz meu estilo” devorou a ovelhinha fofa da China!
— Você nem é o Yixing de verdade.
— Sou um décimo dele, e é o que tem para hoje.
Xing sorriu gatuno e o dragão bufou:
— Eu te odeio, seu idiota!
— Igualmente!
— Ei meninos, eu adoro assistir as briguinhas de vocês, mas temos que salvar o mundo, podemos ir? E por favor, Yifan, volte a forma humana, você tem que carregar sua espada escondido e não amarrada na pata. Nós vamos pelas sombras.
— Eu já disse que te odeio, bruxa?
— Já, um milhão de vezes, viramos essa página, meu rei.
Ela sorriu divertida, de novo ela mesmo e Xing sorriu. Eles eram de fato marido e mulher, pena que Yifan ainda não sabia.
O amigo voltou a forma humana ainda com certa dificuldade, com a espada do rei dos homens em mãos e nu. Laine tocou no ombro dele e roupas cobriram seu corpo, roupas novas já que ele não estava perto quando ambos tiveram na Antártida.
— Até a beira do fim do mundo eu fico elegante enquanto vocês dois parecem surrados, impressionante.
Xing rolou os olhos e encarou Laine que riu baixinho. Se ele só soubesse...
— Vamos lá, rapazes, vamos trabalhar...
Algumas semanas antes... Sul da Argentina.
Kim Jongdae tinha dinheiro, fama e status. Tinha conseguido financiamento ainda que não precisasse dele, para sua mais nova pesquisa, provar de uma vez por todas que a Antártida tinha sido um dia uma continente verdejante e com uma civilização extremante avançada e rica. Tinha certeza que havia riquezas imensuráveis debaixo de todo aquele gelo antigo e ele estava disposto a ir até lá, escavar e provar sua teoria. Já tinha até seu local mais propício a encontrar as pirâmides da famosa Atlântica devastada pela fúria de deus e afundada e destruída do mapa antigo. O lado do extremo norte, próximo as montanhas rochosas Oasis Schirmacher, na Costa da Princesa Astrid, na Terra da Rainha Maud. E Daniel, seu amigo e famoso aventureiro que agora fazia inclusive freelancer de fotógrafo para uma revista de viagens, tinha topado ir com ele.
Seria tudo ou nada, e ele ia fazer que naquele caso fosse tudo. Iam voltar com provas, com fotos, com riquezas.
Ele sabia que estava certo e ia provar para todo o mundo incrédulo, aquilo!
— Pousaremos em alguns minutos. Atenção, comissários de bordo...
Ele olhou de canto para o amigo que dormia e sorriu. Dali pegariam um navio e então estavam por suas próprias contas. Ele esfregou a mão animado.
Estava começando sua maior aventura, a maior...
No mesmo momento, norte da Floresta Amazônica, Brasil
Lay abriu os olhos sentindo o cheiro de chás que não eram tão desconhecidos assim. Havia uma feira de ervas em sua cidade natal. Ele adorava. Foi pensando naquilo que se deu conta de que estava em um lugar estranho, deitado em uma pequena cama de lençóis e usando apenas um short. Se sentia meio grogue, sonolento e com fome.
Onde estavam os outros? Que lugar era aquele? Ele tentou se mexer e viu que sua perna estava toda enfaixada e doía se ele a movesse. O que houve com ele? Como foi parar ali?
— Seja bem-vindo a casa da minha família, Yixing.
Ele ergueu os olhos e viu uma bonita garota se ajoelhar ao seu lado. A primeira coisa que notou foi o cabelo escuro trançado de lado e o rosto oval, ocidental. Entretanto seu mandarim era perfeito.
E então ele se lembrou...
Se lembrou de tudo, do que fez, de todas as suas vidas, da promessa a Laine, de tudo e dela... Zhēnguì!
Tonteou e quase desmaiou de novo, pelos deuses... Pelos deuses...
— Como se sente?
Ela perguntou gentil e ele ofegou:
— E-eu... Eu...
E então o choque foi demais e ele voltou para a inconsciência.
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Contrato Inviolável - Capítulo XIII

Filho de peixe...
Se tinha uma coisa que descobri amar com todas as minhas forças nesses últimos dias, era aqueles olhos grandes, lindos e todo expressivo e a mordidinha nos lábios em um tique aflito que eu achava a coisinha mais fofa do mundo nele. Meu namorado, meu Yuto.
A outra era que eu tinha sangue Campone mesmo e era possessiva. Arg.
Contudo, eu tentei ser o mais discreta possível ao fazer meu pequeno baby parar de dar tão na cara e deixar de exibir para deus e o mundo que tinha uma queda penhasco pelo meu primo mais velho. Fiz um pequeno show para atrair os olhares dos pais dele e disfarçar o quase ataque de tremedeira dele ao ver meu primo. Yuto era emocional e não sabia esconder o que sentia, aqueles olhos eram um livro aberto que eu amava ler, mas sabia que precisava controlar de um jeito ou de outro. Os pais dele eram gaviões, isso eram!
Ok, Chin era bonito, na verdade ele era lindo e alienado sobre aquilo, meio como o Yuto mesmo, o que eu cheguei à conclusão que fazia um par bem fofo, se conseguíssemos juntar os dois, porque sim, eu e JYJ sacamos na primeira troca de olhar a química entre os dois, porém tínhamos dois grandes problemas. Primeiro: eram os cinco anos de diferença entre os dois - Se com três os pais do Yuto já piraram, imagina cinco anos? Mas JYJ tinha uma ideia e eu aprovei. O segundo problema era a mania doida do Chin de achar que era o mais velho e por isso responsável por todos nós como se fosse um pai de todos. Ele via o Yuto como mais um priminho fofo que tinha que cuidar... Era um tio Channy versão dois misturada com tio Suho. Uma loucura, todos sabíamos que ele meio que se sentia culpado de ter sido tão bagunceiro quando criança e agora queria se redimir, porém aquilo era extremo. E Chin era extremo, não tinha meio termo com ele, era seu único defeito.
E Yuto o queria, por isso ele ia tê-lo. A não ser que Chin não quisesse mesmo namorar, mas... eu tinha minhas dúvidas se aquele carinho todo não tivesse uma pontinha de interesse. Isso era algo que ainda tínhamos que investigar e o acampamento seria o momento perfeito. Tínhamos um plano e muita gente na execução.
Ia dar certo.
Chin terminou o abraço de boas-vindas e eu segurei de novo o Yuto com a desculpa de manter minha mão na dele, mais como apoio do que outra coisa, Chin tinha um poder forte nele, mais do que eu tinha... Era mesmo fofo de ver.
— Vamos entrar?
Perguntei solicita olhando para o pai biológico que me olhava como se pudesse me queimar viva. Era ciúme, eu tinha certeza, mas eu também o entendia, Yuto causava aquilo na gente, era quase forte demais para lutar contra, além disso ele me causava simpatia por ser a cara do tio Kai, ou a versão mais nova e galante dele. Os pais do Yuto eram quase sócias dos tios Kim, era engraçado e eu queria saber como minha família ia ver aquilo. Com tanta gente nesse mundo imenso minha família tinha que ser parecida até nos nomes com a dele?
Era muita coincidência... Ou não. Podia ser destino, minha mãe acreditava ser destino.
— Haram...
Ele disse ainda meio perturbado e eu quase mordi a bochecha dele ali mesmo. Céus, porque ele tem que ser tão mordível? Se controla Bi, se controla.
Era meu mantra mental e foi assim que continuei ao convidar meus sogros para dentro e os tios e tias do Yuto também. Aquele seria um almoço louco. tinha certeza... Mas o plano principal era convencer os senhores Kim a deixar o Yuto acampar com a gente.
Foco nisso Bi, foco nisso.
☺♀♥♂☺
— Ele é a coisa mais fofinha do mundo, não é?
Michelle disse para Amber, ambas olhando pela janela do último andar do prédio, sala de reunião da casa, o novo membro da família chegando com sua filha se fingindo de controlada.
— Ele é – Sua irmã cravou os olhos no casal - A cada dia que passa ela fica mais como a mamãe, você não acha?
Amber disse com olhar pensativo e Michelle suspirou. Sentia aquilo também. Bianca era como a Lady Campone sem o gênio ruim e ambição furiosa. Uma versão legal da mãe delas, na verdade.
— Um sub fofinho com uma mini lady Campone... é meio irônico – Brincou acabando por empurrar a irmã de leve – Diga que sou um gênio, anda, pode dizer...
— Você é a louca da família Mimi, se contenha! - Amber resmungou, mas por fim sorriu de canto – Que aliás ainda quer assaltar o cofre dos seus maridos.
Michelle rolou os olhos e deu de ombros:
— Channy resolveu o problema imediato, eu quero resolver o problema permanente. E claro, agora quero nossa vila de volta.
— Sua Vila de volta significa revelar para deus e o mundo que nenhum de nós morremos. É isso mesmo que quer, esse escândalo todo?
— Qual é Amber? Você me conhece, eu posso dar um jeito nisso, e seu garoto de recados topou me ajudar.
— Claro que topou, você quase seduziu o pobre com essa lábia dos infernos...
— Que aliás é a cara do Yifan. Só que versão morena, jovem e sem vergonha! Olha, o cara agora é o melhor no que faz, você tinha razão, podemos usá-lo...
— A intensão era usar da ajuda dele com você sabe quem, não com o assalto ao cofre da joalheria! As indústrias de cosméticos das loucas Kim, esse devia ser nosso foco!
— Detalhes. Podemos fazer os dois, afinal é nosso mesmo, podemos fazer o assalto cibernético em você sabe quem e o físico, em você sabe onde. Não é como se não soubéssemos de memória cada recanto da casa azul.
— Michelle, as vezes eu penso que você não tem juízo algum!
— Isso é sua parte Park falando, senhora Campone? Eu tenho o cérebro do ratinho na minha mão e pela nossa família eu não tenho receio algum de usá-lo. Mas é você quem bate o martelo. Podemos reaver tudo que é nosso sem envolver a mãe do Channy nisso. Mas você é quem sabe - Michelle se escorou no vidro da janela e encarou a irmã – Eu só sou a executora, certo?
Amber suspirou e se afastou dali dizendo tensa:
— Vamos almoçar, conversamos sobre isso no jantar.
— Okie!
E ambas saíram de lá para receber os convidados. Deixando uma sombra bem escondida na cortina dos fundos da sala, para trás.
☺♀♥♂☺
Junho nunca se sentiu tão sem graça quanto ao ter de ajudar o garoto sem memória, apelidado de Ariel pelas crianças – Sim, seus sobrinhos eram uns pimentinhas, para ser legal com a nomenclatura! – Bem, em ajudá-lo a conhecer comidas.
Ele aparentemente nem se lembrava dos nomes dos alimentos... Aquilo era nível gravíssimo e Nick não sabia como ajudar, na verdade Channy quis adotar o garoto e os Kim aceitaram – Só para variar claro, o que Channy não queria que não ganhava? – Na verdade não entendia como ele se tornou o “guardião do Ariel” Mas o fato era que ele ficou encarregado de ajudar o jovem com as atividades básicas de uma pessoa, principalmente comer.
Porque ele era médico, porque ele era legal e gentil – Segundo os babys – e porque ele tinha paciência – Argumentação inviolável das crianças de novo.
Junho tinha desconfianças de que o garoto devia ter seus vinte e tantos anos, devido a arcada dentaria já adulta e formada, além de todos os sisos que ele tinha. E ele também parecia saber muito sobre peixes e coisas do mar, o que o tornou amiguíssimo da Mia. Outra viciada em National Geografic além de ter hábitos esquisitos com água.
Mas quem não tinha hábitos esquisitos na sua família gigante? Se tinha alguma família muito esquisita nesse mundo era a deles. Então era só mais um membro, certo?
Certo, seria, se o Ariel não mexesse com tudo nele.
Junho era como os amigos só que ele e seus irmãos não tiveram a sorte que os outros tiveram e por isso não casaram até agora. Ser os únicos daddys solteiros era um pouco difícil, mas depois de todos os anos se tornou até comum. Todos tentaram arranjar babys para eles, de uma forma ou de outra, mas nunca deu certo, especialmente no Brasil, especialmente para eles que eram bissexuais. Não aconteceu, e quando alguém era atrativo, nem todos seus irmãos sentiam o mesmo.
Desistiram por fim, de verdade. Jess dizia que o baby deles, feito para eles, especial, um dia viria, era só que ainda não era a hora e por algum tempo ele até concordou... Não mais. O tempo para aquilo passou, pensava, já não aconteceria... Até agora.
Agora era como se todo o seu ser o forçasse a tirar a cegueira e enxergar o garoto sem memória diante de si, acontece que ele e seus irmãos tinham o dobro da idade dele. Talvez mais que o dobro... Não era certo...
Aliás não era só isso e Junho ficava enumerando os contras daquela situação a cada hora do dia. Idade, falta de memória dele, inocência com o mundo, falta de senso de perigo... Era como uma criança em um corpo adulto. Ia contra todos os seus princípios éticos.
Por isso ainda que sem graça, inibia todas as ideias descabidas e fingia não sentir e não saber, assim como todos seus irmãos.
Ariel estava fora de alcance. Simples assim...
— Eu gosto de alga.
Ele disse animado desistindo outra vez dos hashis e pegando as algas com a mão mesmo. Junho sorriu de canto enquanto Ghan olhava meio bravo o novo integrante da família bagunçar a tigelinha de missoshiro.
— Ariel! Com a mão não, né!
Ele olhou culpado para o baby que ajudava Jess no almoço e Junho desviou os olhos para não levar bronca também, Ghan quando queria era um general.
Então sentiu o olhar curioso e animado sobre si e se voltou para o garoto dos seus sonhos impossíveis:
— Sim, bebê?
— Gosto de algas.
Repetiu sorridente e Junho fechou os olhos derrotado.
Aquilo era castigo divino? Só podia ser...
— Que bom Ariel, que bom!
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Contrato inviolável - Capítulo XII
Combinando e seduzindo

Acordei com o barulhinho de toque de mensagem e imediatamente sorri para o teto. Aquele era o dia e eu estava eufórico. Meus pais iam conhecer os pais dos meus namorados. Só uau...
— Ahhhhh....
Disse suspirante e me virei para ler a mensagem. Era o JYJ.
Mozão: “Bom dia Yu :D! Animado para o maior almoço em que já foi?”
Eu sorri ainda mais, ele tinha começado a me chamar de Yu desde o dia do sorvete – que inclusive foi super legal e onde eu conheci mais os dois e pude treinar minha gagueira, agora eu já falava com eles sem tremer inteiro, para mim era um ponto muito importante - Eu estava pisando em nuvens e não tinha vergonha mesmo de admitir. JYJ era minha versão de príncipe encantado coreano americano. E já tinha caído nas graças do pai Channy, um a menos.
Eu: “Bom dia, sim, estou animado ”
Mozão: “Que bom, eu pedi para minha mãe fazer brigadeiro para você, acredite, é o melhor doce do mundo”
Eu: “Obrigado, Upie”
Fiquei vermelho em escrever aquilo, mas foi como ele pediu para ser chamado por mim, disse que JYJ era muito comum e eu devia criar um apelido mais íntimo, só pensei naquilo, ele gostou e assim ficou. Mas eu ainda achava fofinho demais para aquele garoto bem mais alto que eu e com pinta de galã de drama, mas né, ele gostou ué...
Mozão: A Bi vai te buscar, tudo bem? Eu preciso ficar em casa para ajudar o HY. Te vejo mais tarde!
Eu: “Okie, bye!”
Sentei na cama e suspirei.
Parecia que os pais deles estavam animados e os meus curiosos. E meus tios... Todos estavam eufóricos para aquilo também e mesmo sabendo que a família deles era imensa, só em imaginar que quase todos os doms iam também me deixava nervoso. Aquilo não seria um almoço, seria um almoço buffet porque como ia caber tanta gente em um mesmo pátio?
Ficava a dúvida...
Ainda assim me levantei, tomei um longo banho e me deparei de novo com a saga do “Com que roupa eu vou, meu deus”. Eu nunca me preocupei com aquele tipo de coisa antes e a verdade é que eu não tive uma primeira boa impressão sendo levado machucado para a casa deles, mas né... Poxa, era minha última chance de parecer um namorado legal.
Um baby, como a Luhana falava... Eu ainda não tinha entendido direito aquilo.
O som da mensagem tocou de novo e eu corri para a cama cheia de roupa espalhada e olhei para a tela, era a Bianca!
Deusaqueen – Eu sei, era super meloso, mas para mim ela era uma deusa mesmo: “Não fique nervoso, Yutie, só se vista, eu já estou aqui”
Soltei o celular e olhei para a porta, ai deus! Porque ela era tão pontual?
Fiquei nervoso e pronto, acabei me olhando para o espelho vestido como o skatista que era e não como queria parecer, um garoto descolado arrumadinho.
Uma batida na porta me tirou do devaneio e eu suspirei, só podia ser o Sehun...
Fui com um bico abrir e quase gritei em pânico. Ai deus, minha crush agora namorada e deusa linda estava me olhando com o mesmo sorriso suave lindo que eu achava que foi desenhando especialmente para ela porque nossa, como era tão ela... Bem, ela estava ali, na porta do meu quarto bagunçado... Ai...
— Hummm, estamos combinando.
Ela disse sorrindo ainda mais e eu fiquei confuso, puxa, deveria ser proibido sorrir assim, porque ela fazia aquilo comigo...
— É?
— Sim. Eu gostei.
Olhei para baixo e estava com a camisa do acampamento meio sangue de cor amarela. Tinha saído umas de cores diferentes da padrão e eu comprei sem nem pensar muito. Ela usava uma igual com saia jeans e tênis branco. Eu estava de calça jeans e tênis de skatista... Branco. Puxa, estávamos vestidos de casal. UAU...
— Nossa!
Disse verdadeiramente surpreso, ela riu baixinho.
— Minha mãe vai amar isso. Ela disse que devíamos ter coisas de casal com você. Ela chama de trio moderninho.
Eu ri e me lembrei – Sem motivo sinceramente – De que Chin gostava de preto e eu não tinha nada de preto hoje... Então sacudi a cabeça. Para com isso, Yuto, enlouqueceu moleque!?
— Não quer?
— O que? NÃO! QUER DIZER SIM! Ahhhhh não é isso...
E ela tocou meu rosto com as pontas dos dedos e eu me segurei na porta fraco. Gente, eu tinha mesmo problemas sérios com aquilo:
— Eu entendi, não fique nervoso, combinado? Está tudo bem, vai ficar tudo bem, vai ser divertido e nós vamos juntar as nossas famílias para se sentirem tranquilas também. E é isso. Vai dar tudo certo.
— Haram...
Murmurei e ela desceu os dedos pelo meu ombro, braço até enlaçar os dedos nos meus.
— Vamos?
— Haram...
Repeti e lá se ia minha habilidade recém adquirida de falar com ela descoladamente. “Deus me leva!”
Choraminguei enquanto era levado até a minha sala e onde meus quatro pais estavam prontos e tão bonitos que me senti um pouco fora de mim outra vez.
Porque eu não ficava tão bonito em jeans quanto eles, puxa vida!? Sinceramente me sentia agora um pouco intimidado por ter uma família tão bonita, eu me sentia o patinho feio e agora namorando aqueles dois modelos de revista, ficava mais difícil ainda.
Eu devia ter tremido porque ela apertou de leve meus dedos e sussurrou:
— Relaxa, vai dar tudo certo, é só um almoço.
Claro que é, claro que sim...
— Vocês combinaram isso?
Jongin quebrou o encanto e me trouxe para a realidade onde ele estreitava os olhos para mim e minha deusa pessoal linda e que segurava a minha mão de forma protetora. Eu era idiota por gostar daquilo? Gostar não, eu queria gritar sempre que ela me segurava assim. Nossa, era bom!
— Não senhor Kim, mas acho que estamos mesmo sintonizados, ele fica lindo de branco e amarelo, não é? Na verdade, seu filho é muito especial, eu deveria te agradecer com mais frequência.
Ela disse se curvando educadinha e eu senti tanto orgulho na voz dela que devo ter ficado roxo de tanto que eu corei. Meu deus, ela disse que eu sou lindo na cara do meu pai!!! DO MEU PAI, KIM JONGIN DOM JUAN DE SEUL!
— Você é tão fofinha! - Pai Channy disse sorrindo e então emendou - Mas ainda assim nada de beijo de língua no meu Yutie, hein!
— PAI!
Eu choraminguei alto, querendo enfiar minha cabeça no travesseiro do sofá. Ela riu e assentiu:
— Pode deixar, senhor Kim Park.
E foi assim que saímos de casa, comigo quase desmaiando de vergonha e Bianca toda tranquila pacífica perfeita porque era assim que ela sempre agia.
Eu só pensava em como a mãe dela devia ser igual, a serenidade em pessoa porque né, ela tinha que ter puxado alguém, não era possível!
— Sua mãe é tão calma como você, Bi?
Perguntei antes que segurasse a minha língua.
Pai Soo riu baixo no banco da frente, nós dois íamos com ele e pai Sehun no carro do pai Sehun enquanto pai Channy e Jongin iam no carro do Channy. Optaram por deixar os outros carros em casa, já que tio Xing ia com os maridos no Porsche do tio Chen. Não queríamos fechar a rua de carros né. Parecia um cortejo aquilo, na verdade...
Tio Jimin ia com dois dos maridos, Tio Leo com três, Indy e tia July sozinhas no conversível delas, porque os tios Bang estavam no Texas aquela semana, menos tio Zelo que ficou com as crianças em casa e tio BM sozinho na moto dele com cara de exterminador do futuro, porque ele era desses. Eu queria dizer que aquilo tudo era um absurdo, mas quem me ouvia? Nem meus namorados me ouviam, achavam super normal aquilo tudo de gente indo para um almoço “amigável” de domingo.
— Minha mãe é mais a Bárbara sabe, dizem que eu puxei mais a minha avó.
Ela disse baixo me olhando de lado, algo naquilo me deixou ainda mais curioso....
— Você tem avó? Nossa que legal! – Ela assentiu e eu me aproximei em expectativa – E?
— Ela se chama Elizabeth Campone, ou Lady Campone como é mais conhecida, ela costuma viajar bastante, mas gosta mais da Romênia e da Rússia. Não temos muito contato, mas dizem que ela é bem calma também.
— Eu vou conhecer ela!?
Me tremi animado e mais ouvi, que vi ela rir bem baixinho:
— Quem sabe, minha avó é um pouco exótica, mas ela é muito fiel a família, como todos nós. Se for possível assim que der, eu te apresento a ela por telefone, combinado?
— Combinado! Uau... Lady Campone, parece tão realeza isso...
— Pois é...
E então ela mudou de assunto falando sobre o acampamento e que seria bem divertido e seguro para mim e como a voz de uma sereia foi dando todas as palavras certas para convencer meus pais receosos. Tinha que dar crédito a ela, Bianca tinha a lábia de um vendedor perfeito. Parecia um diplomata daqueles filmes americanos e quando chegamos de frente ao prédio dela, eu assisti quietinho meu pai Sehun titubear.
Um a zero para minha namorada, papai!
— Pronto?
Ela perguntou suave, eu respirei fundo e assenti:
— Pronto.
E saímos do carro para dar de cara com Chin no portão vestido quase a mini cópia do tio BM. Porque ele ficava tão UAU todo de preto e couro enquanto eu achava tio BM assustador?
— Olá, pequeno! Pronto para almoçar à moda brasileira?
Ele disse sorrindo e eu tremi todo, sentindo meu joelho ceder e tive que me manter de pé com todas as minhas forças. Não... Aquilo não podia estar acontecendo. Eu estava sendo além de idiota, não era possível!
Então Bianca me puxou mais para perto e falou no meu ouvido:
— Disfarça, Yuto. Ele não faz a menor ideia que você se sente assim, disfarça que eu e JYJ já temos um plano, não se preocupe, Chin vai ser seu, só tenha paciência, nosso primo é meio lerdinho com o óbvio.
Eu quase desmaiei.
Oi? Ai deus... eles tinham percebido, como assim ahhhhhhhhhhhhhhhhh!
— B-bianca, e-eu... er... d-desculpa e...
Então recebi um beijo leve no lóbulo da orelha e tremi todo de novo:
— Está tudo bem, eu te disse, nós temos um plano, deixa com a gente, tudo o que precisa é relaxar e se divertir. Confie em mim, combinado?
Eu engoli em seco e assenti nervoso.
Ela se afastou da minha pele mais ainda de mãos dadas comigo - graças a deus - porque eu podia cair duro ali mesmo sem apoio moral firme e nem se abalou com o olhar mortal do Jongin sobre nós.
O meu pai tinha chegado perto da gente nesse meio tempo e eu nem consegui me mover tamanho desespero que me apossou.
O que foi que eu perdi?
Melhor, o que estava acontecendo?
Então Chin veio para mim e me abraçou.
— Espero que se divirta!
Ele disse amável e eu soube, ia ser um dia louco, muito louco mesmo!
— Haram...
Murmurei derrotado, puxa... Porque ele cheirava tão bem mesmo?
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Contrato inviolável - Capítulo XI
Um sorvete, dois sorvetes, três sorvetes...

— Eu não tenho nada para usar! Não vou!
Resmunguei olhando para minhas roupas esticadas na cama e sem saber o que usar. Nada parecia certo! Como eu tinha que estar vestido para um primeiro encontro?
— Ahhhh os adolescentes!
Ouvi a voz da tia Indy risonha e me voltei para ela rolando os olhos.
Tio Leo, Jimin, Shownu, Joshua, ela e tio Suho estavam espalhados pelo meu quarto porque eu precisava mesmo de apoio moral, mas o modelo entre nós estava viajando aquela semana. Tio Iago... Ele saberia me dizer o que era bom...
— Use algo simples, meu bem, é o melhor – Tio Leo passou por mim e pegou um macacão jeans que eu gostava de usar quando ia para o shopping com eles – Veja, é simples e bom.
— Verdade, não é como se ele precisasse de uma roupa fácil de tirar, né gente!
Tio Jimin disse sarcástico e eu quase mordi a língua. Droga, aquilo ela era engraçado até eu ser a vítima da situação! Eu devia ter zoado menos meus pais naqueles anos...
Todas as vezes que chegava mais cedo em casa e sabia que eles iam provavelmente estar namorado na sala eu provocava sobre roupas e locais errados para aquele tipo de coisa. Agora eu estava sendo zoado, aishi!!!
— Olha só, eu ‘tô proibido de dar beijo de língua, então pode esquecer do resto!
Rebati irritadinho para olhares surpresos sobre mim. É, eles não sabiam daquilo...
— Sehun teve esse tipo de conversa com seus “domzinhos”, Yutie!?
Tio Shownu perguntou de boca aberta, eu assenti.
— Eu fiquei morrendo de vergonha, mas sabe como ele é né! Depois pai Channy me mandou não beijar de língua, eu nem nunca beijei, como vou saber distinguir? – Dessa vez falei suspirante e confuso, porque tudo tinha que ser tão complicado? – Eles disseram que, sabe... Que são como eu e tudo...
— Indecisos?
Tio Suho sorriu de canto.
— Dramáticos?
Tia Indy piscou.
— Boca grande?
Tio Jimin se abriu em um sorriso do gato de Alice e eu joguei um dos meus travesseiros nele!
— Claro que não! Virgem! Eles são virgens!
— Não sei se isso é bom, eles têm doms na família? Alguém tem que guiar esses meninos porque, não é? Se quiserem avançar o sinal, vocês três podem se machucar...
— Não vamos avançar o sinal tio Leo! Começamos a namorar ontem gente! E JYJ disse para os pais que ia esperar eu ficar adulto...
— Claro que tendo um biscoitinho lindo e mordível como você, eles vão esperar igual monges, claro, sei... – Tio Jimin voltou a rebater e então estralou os dedos – Isso merece um contrato. Deixe por escrito, “Eu serei intocável, virgem, lindo e divo como sou até meus vinte e um anos”. E pronto. Todos saberemos que será cumprido. Ninguém pode quebrar um contrato...
Eu pisquei. Hein?
— Gente, meu pai não é dom, estamos tentando namorar normal aqui, por favor, se eu for com essa ideia eles podem desistir e se eles desistirem eu vou ficar mal, posso até, sei lá... Chorar até 2024!
Todo mundo riu e tio Suho veio me abraçar com carinho:
— Estamos brincando, meu amor, faça o que se sentir mais confortável hun? Depois de amanhã vamos conhecer oficialmente a família dos seus ‘domzinhos’ e então o que ainda não for esclarecido, será. Agora vamos deixa-lo bem bonito para esse primeiro encontro importante, combinado? Indy?
— Se fosse no México, umas botas iam ficar ótimas em você, Yutie, mas vamos ver o que dá para fazer aqui.
E tia Indy veio sobre mim com cara de quem ia aprontar e eu suspirei, era mesmo engraçado quando não era comigo...
Quando minha campainha tocou, eu só sabia estremecer e agradecer a deus que todos os meus pais estavam fora de casa hoje. Porque eu tinha um vocabulário gigante com a minha família, mas ficava sem palavras ao lado deles? Aquilo era normal?
Tinha esquecido de perguntar...
Desci as escadas ansioso demais para esperar o elevador e fui até o portão com o coração em ritmo de maratona. Era só um sorvete, porque eu estava fazendo tanto drama?
Ah claro, porque eu era dramático!
Suspirei mentalmente e saí para a rua topando com uma imagem que definitivamente eu não esperava. JYJ, Bianca e um outro cara que nunca vi na vida estavam escorados em uma SUV negra linda e de espelhos escuros bem diante do meu prédio.
Oi?
Meus namorados estavam lindos como sempre, porque eles eram lindos mesmo e de novo tinham amarelo no vestuário, dessa vez era o tênis da Bianca e a bermuda do JYJ. E o cara que bem, seria algum dos tios deles? Ou primo desconhecido... Estava vestido todo de negro e simples, a camiseta estava grudada no peitoral e ele era forte, alto, tinha um rosto anguloso e olhos escuros que se focaram em mim de um jeito estranho. Usava coturnos, o que não passou despercebido e se eu topasse com o tipo na rua ia pensar que era da SWAT.
Sacudi a cabeça me reprendendo com meu costume bobo de misturar ficção com realidade e fui até Bianca tentando sorrir natural:
— Oi.
— Oi Yuto, você está muito bonito! Tudo isso para nós?
Ela perguntou com gentileza tocando com a ponta do indicador na ponta do meu nariz e eu queimei envergonhado. Deus meu leva! Porque diabos eu ficava tão tímido com eles? Eu tinha problema?
Talvez pai Channy estivesse certo, ainda que pelos motivos errados, porque se continuasse daquele jeito, um beijo de língua e eu morria do coração!
— Oi bebê! - JYJ disse sorrindo e então tocou no meu ombro e indicou o cara desconhecido – Quero que conheça nosso primo Chin. Ele é o único de nós que já conseguiu licença para dirigir na Coréia e vai nos levar hoje, ok? Sei que não é muito longe, mas a previsão é para chuva e se chover você poderia se molhar. Não queremos que pegue uma gripe estando com o cotovelo machucado. Ele parece mal-encarado, mas é um amor de pessoa.
— Mal-encarado, JYJ? - O primo deles disse sorrindo de canto e então estendeu a mão para mim – Prazer em conhecer o mais novo membro da família. Eu sou o filho mais velho dos daddys e primo mais velho das crianças. Meu nome é Kim Chin, mas pode me chamar de Chin ou se quiser de...
— Naruto! – JYJ interrompeu ele - Era uma peste bagunceira quando criança que vivia pulando das janelas, mas agora virou um homem de família comportado e sério, tão o tio Seok!
— Falou o cara que vivia fazendo experiências “cientificas” com comida e sempre botava fogo nas coisas. Muito sério e razoável, não é Jongup?
— CHIN! - JYJ ficou vermelho, meu deus eu estava vendo aquilo mesmo? E então cruzou os braços e fez bico – Tínhamos oito anos, que coisa!
— Parem vocês dois, olha a cena na frente da casa do Yuto.
Bianca disse com voz séria, mas sorria também e eu acabei a imitando. Aquilo era ter irmãos? Parecia divertido...
Então entramos no carro, com Chin no volante e logo saímos dali rumo a sorveteria popular da cidade. Que eu particularmente amava e já não ia há algum tempo.
— Yuto, eu queria saber se quer mesmo ir com a gente acampar.
Bianca estava ao meu lado e parecia mesmo interessada em saber se eu queria ir, diferente dos primos dela que estavam tão empolgados aquela manhã que já deram como certo a minha presença. Eu assenti, estava curioso.
— Eu nunca acampei, queria saber como é, mas não sei se meus pais vão deixar...
— Vamos conversar com eles no almoço – JYJ afirmou decidido – Mas só se quiser ir mesmo.
— Eu quero! – Disse sorrindo, mais feliz comigo de estar conversando com eles sem gaguejar do que pelo assunto. Eu tinha treinado com o espelho, tinha me empenhando mesmo...
— Não se preocupe com coisas perigosas, eu estarei com você – Chin disse me olhando pelo retrovisor e eu quase ofeguei. Gente, que olhar... – As crianças adoram acampar, mas desde que chegamos não houve oportunidade. Os pais e tios não querem que percamos o ritmo.
— Eu e Bi temos apenas dois anos e meio a menos que você, Chin, pare de nos chamar de crianças!
— Desculpe JYJ, é o costume.
Eu vi meu namorado rolar os olhos, mas contra todas as minhas melhores intenções eu fiquei mexido com o olhar do primo mais velho. Fechei os olhos confuso e chateado. Não... foi só jeito de falar, só jeito...
“Não se preocupe com coisas perigosas, eu estarei com você”
A voz ficou se repetindo em minha cabeça e parecia tão a voz do tio Xing... Era naquele tom que ele dava uma ordem disfarçada de apoio moral. Que inferno!
— Chegamos.
Chin disse animado e eu mordi os lábios tentando não parecer nervoso. O que deu em mim?
Então ele me olhou outra vez pelo retrovisor e eu engoli em seco sendo ajudado pela Bianca a descer do carro alto.
Estávamos diante da sorveteria, eu estava entre ela e JYJ, mas meu corpo todo estava sentindo a presença dele... Ele entraria com a gente? E porque aquilo me deixou nervoso de um jeito estranho?
— Se divirtam!
Ele disse e eu quase fiz bico. Não, ele não viria...
E daí eu suspirei, estava ficando louco? Que eu estava fazendo?
— Vamos?
Bianca acariciou minha cintura e eu perdi a linha de raciocínio... Ela me tocou, me tocou mesmo... Então eu surtei inteiramente e esqueci por algum tempo que tinha me sentido atraído por outro deles...
Eu era louco?
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Contrato Inviolável - Capítulo X
Nada como namorar as estrelas da escola, só que não

Acordei no dia seguinte ainda ouvindo as reclamações do meu pai no meu subconsciente.
Ok, eu era meio difícil com ele mesmo, mas poxa! Não precisava exagerar né…
Me levantei desejando voltar para a cama, mas sabia que dois dias sem aula seria limite rígido para os meus pais. Aliás, o que tinha naqueles analgésicos que pareciam mais potentes do que tudo que já tomei?
Devia ser coisa da América, talvez, conclui finalmente arrumado e saindo do meu quarto. Jongin não tinha feito meu café ou seja, ainda estava bravo. Que ótimo…
— Bom dia, Yutie… – Pai Channy saiu do closet dele e veio para mim me dando seu beijinho de testa matinal. Tentava como sempre dar o nó da gravata de forma perfeita, mas falhando. Ele tinha várias gravatas de zíper, que não precisavam dar nós, mas ele sempre preferia as tradicionais que nunca atava certo – Não me olhe assim, eu tenho uma reunião super chata com acionistas pré históricos essa manhã e eles reconhecem uma gravata falsa quando veem uma.
Ele disse rolando os olhos e eu sorri indo para ele que abaixou automaticamente para mim dar o nó perfeito.
— Pronto pai, resolvido.
— Obrigado, Yutie!
— Pai Jongin ainda está bravo?
Perguntei baixo, pai Channy assentiu fraco:
— Sehunnie já falou com ele, vai ficar tudo bem hun? Agora que tal tomar café fora, hoje?
Ele sorriu conspirador e eu assenti. Opa que comer fora com meu pai significava muito açúcar e sem ninguém para nos vigiar. Isso significava também que era melhor eu ficar fora de casa pelo resto do ano!
Foi a minha vez de rolar os olhos. Porque meu pai era tão dramático?
Horas depois e super elétrico devido ao açúcar consumido antes da sete da manhã, mas feliz que eu pude escapar da sopa diet do Jongin, meu pai estacionava na frente da escola e suspirava ao ver aparentemente um grupo de garotas rirem em um grupinho próximo do portão de entrada…
— Você cresceu tão rápido…
— Ai pai, nem é! – Sussurrei sem graça, Chan as vezes tinha aquilo e me deixava constrangido, aparentemente meu namoro não estava sendo muito bom em casa – Olha, eu vou ficar bem…
— Você tem essa coisa do seu tio Suho sabe e isso meio que preocupa o Jongin, por isso tenha paciência, combinado? Você é nosso único filho, Yutie! De início eu fiquei em pânico por ser responsável por outro alguém, contudo agora eu te amo mais do que tudo nesse mundo e os pais todos pensam o mesmo. Seu namoro… Hum… Só não beije de língua, ok?
— Pai!
Meu deus! Mas que coisa! Será que o povo ‘tava enlouquecendo?
— Você é novo, a garota parece legal, mas garotos gostam de avançar, sabe, não deixe… E é isso – Ele viu que eu já desejava pular do carro e terminou aquela conversa versão dois de ontem, rindo baixo – Sei que quer sua coleira e está empolgado porque eles sabem sobre isso e sobre enfim, a vida de dom/sub, porém você precisa ir devagar, vocês são muito jovens… E o Jongup é o galã na escola que eu sei!
— Ele não é o popular, ele é o gênio, papai!
— Pareceu ser o popular para mim!
— Popular é o Nini, só que ele é o popular legal distraído…
Respondi pensando em todos os primos deles que já tinha ouvido o nome e visto passar pelos corredores, menos a Luhana que descobri recentemente ser prima também. A família deles era mesmo grande… E agora seria minha família, ofeguei…
— Certo, o nerd é o menos ruim, acho… Não sei, não me lembro bem na escola, no meu tempo eu meio que ficava disperso pensando em desenhar carrinhos…
— Isso é a sua cara, papai.
Disse rindo, beijando ele de novo e saindo do carro desejando boa reunião e ele, boa aula para mim.
Esperei o carro sair da rua para suspirar, adorava meus pais e sabia que eles tinham boas intenções, mas as vezes eles eram tão exagerados…
— Bom dia, cunhado! Puxa, seu pai é a cara do tio Channy!
Eu quase dei um pulo e me virei para ver uma cópia de JYJ atrás de mim com um sorrisinho divertido. Só que ele tinha uma atmosfera quase Jongin ao redor dele e usava calça rasgada dos joelhos ainda que a escola fosse meio rígida com o uniforme.
Era o irmão do JYJ? Não tinham sido apresentados, mas já tinha visto ele na escola…
— Daehyun Zelo, mas pode me chamar de DZ – Ele disse antes que eu perguntasse e logo meus olhos viram o que eu sempre fui treinado para enxergar nos últimos anos. Uma coleira de sub quase escondida na gola da camisa. Ele sorriu de canto – Sim, somos cunhados pelos dois lados, Yuto, a irmã da Bianca é minha dome. Barbara, acho que ainda não a viu, Ba não vem para escola, medida de segurança. Vamos entrar, teremos tempo de conversar bastante no intervalo.
E ele enganchou o braço no meu braço bom e praticamente me guiou para dentro da escola e então… E então eu senti o que era ter milhões de olhos sobre mim. Gemi internamente.
JYJ era lindo, mas tinha uma aura “não fale comigo, suas anêmonas” agora o gêmeo descolado parecia brilhar por onde andava como um flower boy dizendo “Eu sou lindo não sou? Babem”.
Como podiam ser tão diferentes sendo iguais?
— Sabe qual a melhor coisa de ser um baby da minha família, Yuto? – Ele disse baixinho em determinado momento quando atravessamos o pátio em direção ao corredor das salas de aula. Eu neguei, estava meio perturbado pela exposição, senhor, aquilo eram as princesas da escola sorrindo como idiotas para o DZ? – Todos vão saber exatamente o que acontece quando tentam nos tocar. Só podem nos admirar a distância, porque somos intocáveis. Legal, não é?
DZ era narcisista? Quase ri. Nos trocaram no berço e ele era filho do Jongin, só podia… E então estávamos não na minha sala, mas na biblioteca, dez minutos antes de tocar o sinal de entrada.
— Pacote entregue, priminha!
Luhana se ergueu da mesa e me sorriu animada. Ao redor dela duas pastas etiquetadas com o título do meu trabalho que eu tinha de entregar e que esqueci devido a tudo o que houve e ainda um pen drive com um post-it com a minha letra nele, escrito ‘dados importantes’.
Oi? Eu não escrevi nada daquilo…
— Mia, minha irmã sabe copiar letras com perfeição, eu dei a ela a sua ontem e ela fez todas as anotações para você. Só precisa dar uma lida caso o professor te questione. Está tudo aí, e ainda tem slides com os tópicos relevantes. Eu mudei meu lugar também, agora sento a sua frente. Dúvidas eu posso te passar por ponto eletrônico, mas vai se sair bem.
Ela apontou algo minúsculo dentro do ouvido e estendeu outro para mim. Eu só a encarei chocado. O que era aquilo, uma missão James Bond?
— Bem-vindo a nossa família, Yuto. Nos vemos no intervalo!
E DZ saiu dali me deixando mudo com minha colega de sala à lá espiã.
Meu deus… Aquilo era real?
Quando o sinal bateu para o intervalo eu tinha uma nota dez no meu trabalho extraclasse e um olhar chocado do professor. Eu também não estava muito normal com aquilo então eu o entedia e quase o encarava com compreensão.
Não era algo comum para nenhum de nós dois.
Arrumei minha mochila de forma lenta pois meu cotovelo resolveu me dizer oi e arder, mas logo Luhana veio para mim e terminou minha tarefa.
— Precisa movimentar menos o braço até semana que vem, Yuto, senão, não vai cicatrizar, eu sei do que estou falando.
— Você cai muito?
— Eu caio sempre, na verdade – E ela me piscou risonha, como ela sorria, senhor – Minha infância foi meio selvagem, podemos dizer. E eu vivia em uma aldeia a beira da praia.
— Nossa, devia ser legal! Eu adoro praia!
— Eu também.
— Ai estão vocês! – E Nini, o tal popular alienado entrou na minha sala agora só com nós dois e veio para mim me estendendo um sanduiche caprichado da cantina. Não me passou despercebido o jeito que ele estava vestido, ninguém ficava tão alinhado como ele naquele uniforme sem graça, ele era mesmo muito, muito lindo… – JYJ me mandou entregar, ele está resolvendo um problema na diretoria, mas já nos encontra no pátio.
— Diretoria?
Congelei, eu tinha más experiências naquela sala dos demônios!
— O que aconteceu?
Luhana questionou, Nini sorriu:
— Nada demais eu acho, tio Chul está lá.
Eu não sabia quem era esse tio deles, mas eu conhecia o olhar que trocaram, era o mesmo olhar que os doms da minha família trocavam quando queriam dizer algo sem dizer. Eu quase bufei, mas não disse nada, afinal eu ainda precisava conhecer eles mais… Ainda não sabia como agir com eles e minha timidez não ajudava, nenhum pouco.
— Ok, vamos lá!
E Luhana colocou uma mochila em cada ombro - a minha e a dela - e me empurrou com suavidade para a porta.
Se um dia me dissessem que eu iria entrar para uma família mais estranha do que a minha eu teria gargalhado, mas eu me dei conta de que sim, existia gente mais estranha e isso ficou óbvio quando eu cheguei no pátio – Eu sempre ficava meio que sozinho pelos cantos da escola tentando ser invisível para não ter problemas – E fui recebido por uma dúzia de pessoas que nunca tinham trocado uma palavra comigo, mas que agora pareciam receber um parente querido que viajou por anos. Eram da família e Luhana apresentou uma a um para mim enquanto nos sentávamos em uma mesa espaçosa:
— Meus primos Himchan Yongguk, HY, Júnior e Júnior ou se preferir, J&J e DZ que já conhece. Essas são Júlia e Julieta, também irmãs dos trigêmeos e meus irmãos Mia, PCY, Chechen e Júnior. Meu irmão Chin já terminou a escola e ainda não começou a faculdade e prima Ba vai fazer as provas finais direto. Os quadrigêmeos, irmãos da Bi e da Bá ficaram em casa hoje.
— E você é o famoso Yuto! – HY, outro garoto a cara do JYJ, mas que parecia bem mais sério e com um olhar quase preguiçoso me disse com seus olhos cravados nos meus – Um baby, não temos muitos entre nós. Só DZ e Chechen.
— Baby?
Repeti pensando se aquilo era um elogio, um título ou algo da América. Recebi um abraço de Luhana sentada ao meu lado:
— Baby é um nome carinhoso para um sub que não é só sub… As vezes nem é sub, como tio Tao, por exemplo… Ou tia Michelle. Olha, o significado entre nós é meio diferente do significado técnico. Mas no geral é isso.
Eu assenti embora não tivesse entendido bem. Minha mente ainda estava assimilando cara e nome. DZ e HY eram mais fáceis porque pareciam JYJ. Nini também porque eu o via mais frequente pelos corredores, os menores estudavam no outro prédio, na área dos menores mesmo, mas aparentemente todos lanchavam juntos.
Entretanto eu precisava ser justo, ao menos todos me olhavam com carinho real. Não era forçado, ainda que fosse meio louco.
E então eu parei de comer quando ela se aproximou. Minha ex crush, Bianca… Porque ela tinha que ser tão linda?
— Todos bem?
— Apresentações feitas, comida na mesa, trabalho entregue e com nota máxima antes do intervalo. Trabalho da manhã realizado com sucesso!
Luhana disse como se reportasse notícias para uma oficial, como um drama que eu tinha visto ano passado e eu quase ri. Mas elas eram meio doidinhas, não?
Bianca assentiu e então se sentou à minha frente me sorrindo suave:
— Como está o braço?
— Er… bem.
Respondi evitando gaguejar, caramba, eu precisava mesmo resolver isso!
— Então hoje vamos te levar para tomar sorvete como queria, combinado?
— Nossa Bi, seu sorvete é bem melhor dos que eles têm aqui, faça em casa mesmo ué!
Nini rebateu sorrindo animado e eu ofeguei. Jesus… Que água esse povo tomou para ter aquele tipo de sorriso?
— Tomar sorvete fora de casa é uma ação social de namorados, Nini, aqui é meio que “comum” – Luhana respondeu como se fosse alguma tradutora de costumes locais fazendo aspas na palavra comum – Eles não vão tomar sorvete por tomar sorvete, eles vão ter um encontro, entendeu?
— Ahhhhhhhhhhhhhhhhhh…
Eu sabia que tinha ficado vermelho porque as gêmeas riram baixinho e DZ piscou murmurando “Eles são assim, ignora”.
Mas por fim um senhor se aproximou e todos se ergueram quando o homem se aproximou da mesa. JYJ estava ao lado dele e me sorriu amável. Eu alternava o olhar do meu namorado… Ahhh eu ainda não acreditava que ele era meu namorado! – Para o ajussi alto e bonito ainda que devesse estar na casa dos sessenta ou algo assim:
— Está feito, crianças. Vocês têm a segunda feira livre, vamos acampar!
A mesa se tornou uma algazarra e eu fiquei olhando tudo aquilo de forma confusa. Hein?
— Agora só falta falar com os pais do Yuto, tio Chul!
Luhana disse animada voltando a me abraçar. Eu quase engasguei, oi?
Então ele me olhou e eu quase dei um passo para trás. Caramba… Ele era um Dom?
— Isso será feito, será feito. Bem-vindo a nossa família, Kim Yuto.
E por algum motivo aquilo me fez ter certeza absoluta que sim, eu tinha entrado para a família deles…
Que loucura!
Mas quem acampava na segunda feira?
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Contrato Inviolável - Capítulo IX
O pedido

Quando se entra na adolescência a gente meio que pensa como vai ser quando namorar, certo, o pedido de namoro e essas coisas, não é? Quer dizer, a gente normal, no meu caso nunca achei isso aquelas coisas a não ser pela parte da coleira bonita e valiosa – o que não era verdade no início porque quando fui obrigado a usar uma como castigo, achava o cúmulo do absurdo, até adotar como artigo indispensável - mas sabe como é né, isso não é lá muito normal, logo eu não entedia nada de nada de namoros.
Mas realmente jurava que o início não seria como aquilo.
A loucura começou quando um por um dos pais voltaram para casa depois do almoço e não saíram mais. Foi quando pensei “Não, eles não iam fazer eu passar aquele mico né?” Mas me dei conta que sim, eles iam. Então tio BM surgiu do nada para tomar um café com pai Soo. As três da tarde! E logo tio Yixing também entrava discutindo algo aleatório com pai Jongin.
Aquilo seria uma inquisição espanhola?
Eu fui ficando apreensivo e nervoso, mas o pior... O pior foi quando a campainha tocou e eu fui me erguer do sofá onde já desejava me enterrar para sempre com a cabeça enfiada no vão das almofadas, e pai Sehun me olhou questionador:
— Desistiu?
Eu gemi alto choroso e desesperado. Aquilo ia ser “as trevas”, eu sentia...
E então os dois estavam lá e um pouco do pânico se foi como mágica me deixando o mesmo bobo babão de manhã. JYJ usava uma camisa polo amarela e jeans bonito e organizado, alinhadíssimo, com o cabelo escovado de lado e sorriso seguro enquanto Bianca usava uma jardineira amarela e tênis baixo. Parecia uma modelo de capa de revista teen.
Porque eles eram tão lindos e arrasadores? E porque tanto amarel... Ah, Yuto! Era por isso, a pergunta era sobre aquilo!
Eu pensei quase rolando os olhos e rindo de modo imbecil. Se apaixonar tinha um efeito louco em mim, não era possível!
— Boa tarde, senhores Kim! - JYJ disse como uma desenvoltura de um palestrante de universidade, nenhum pouco intimidado pela reunião exagerada e já tirou algo do bolso entregando certeiro ao pai Soo que o encarou surpreso – Um presente ao dono da casa.
— E quem disse que é ele?
Pai Jongin disse com um sorrisinho de canto quase irônico e JYJ devolveu um sorriso digno de Tom Cruise para ele:
— Cresci com muitos babys, daddys, doms e subs, senhor Kim, conheço o coração de uma casa apenas em olhar. Vocês todos estão em volta dele e de Yuto, direto ou indiretamente. Fazemos isso em casa sem nem percebermos – Ele se voltou para mim e eu quase ofeguei – Como está o braço? Tomou o analgésico da tarde?
— Tomei.
Respondi sem gaguejar e quase fiz high five comigo mesmo me parabenizando. Pai Channy me encarou sorrindo e falou divertido:
— Gostei dele!
— Claro que gostou, Chan, claro que gostou – Pai Sehun disse suave e então apontou os sofás – Por favor.
E logo todos se sentaram nos três sofás de quatro lugares cada um da imensa sala, e eu claro, ficando sozinho com a única poltrona do ambiente porque aparentemente era meu pescocinho lindo e delicado a leilão. A situação era bizarra, mas os dois pareciam tão tranquilos que acabei me tranquilizando também, Bianca então falou pela primeira vez.
— Meu nome é Jang Bianca Campone e meu primo se chama Bang Jongup Youngjae Júnior, mas o chamamos de JYJ. Viemos pedir para namorar o Yuto, como ele já nos disse que vocês são casados acreditamos que não tenham problema em nos ter os dois com o Yuto, estou certa?
— Vocês têm mesmo dezoito anos?
— PAI!
Resmunguei alto e Jongin riu baixo:
— O que? Ela parece ser mais velha oras, quem fala desse jeito com dezoito anos?
— Ela é da América do Sul ‘tá! Para com isso!
Disse entre os dentes, Bianca me olhou sorrindo suave:
— Tudo bem Yuto, seus pais tem o direito de me fazer esse tipo de pergunta, é normal.
Eu assenti vencido e então foi que Jongin me encarou surpreso:
— Ela, você ouve!
— PAPAI!
— Chega os dois – Sehun nos disse em ordem baixa e eu suspirei, que ótimo, já levando bronca... – Sim, nós não vemos problema nisso, senhorita Bianca, mas vocês são quase três anos mais velho que meu filho e ele nunca namorou, acredito que entende minha preocupação, ele é muito novo para certas...
— Ai papai! – Me ergui nervoso encarando Sehun quase tremendo já – Não vai falar sobre isso né! Poxa eles estão me pedindo em namoro, não em casamento! Eu nem beijei ainda imagina se eu vou tran...
Arregalei os olhos e parei de súbito quase mordendo a língua e querendo desaparecer da face da Terra. Eu não disse aquilo, não disse...
— Não se preocupe com isso, senhor Kim – JYJ - agora eu poderia apelidá-lo de o inabalável perfeitinho das exatas – Disse sorrindo suave e tranquilo para Sehun – Não pretendemos cruzar nenhuma linha que seja definida por vocês até quando Yuto se tornar adulto. Aliás eu e minha prima somos virgens também, nós temos laudos médicos de todo nosso histórico e até decodificação genética. E claro, meu pai que é inclusive um dom da nossa família pode atestar nossos antecedentes. Temos a melhor das intenções para com o filho de vocês e vamos cuidá-lo, provê-lo e amá-lo de acordo com a conduta também.
— Dezoito anos? Duvido!
Jongin resmungou rolando os olhos enquanto eu virava uma poça mentalmente desmaiada na poltrona enquanto fisicamente congelava em uma estátua viva paralisada e em choque perplexo.
Aquilo era uma miragem, um sonho psicodélico, eu não podia ter ouvido aquilo... JYJ era um dom? Ai deus... AI DEUS!
— Nossa família passou por um período turbulento nessa transição de mudança e nova casa, mas agora estamos estabilizados – Bianca acrescentou de forma suave – Podemos oferecer ao Yuto tudo o que ele necessitar. Vamos levá-lo e trazer da escola se necessário. Garantir que ele passe a usar o capacete também assim como todos os aparatos que ele não tem usado. Fará isso não é mesmo, Yuto?
Engoli em seco e assenti. Jongin me encarou fulminante:
— É mesmo?
— Amor, depois.
Pai Soo disse baixo e nem olhou para o papai, mas ele deixou de me encarar e desfez a cara de assassino de aluguel. Ok, eu fazia escândalo sobre o equipamento de segurança, puxa, me incomodava, mas né... Como eu ia dizer não para minha ex crush e namorada oficial caso eu sobreviva aquele inquérito?
— Bom, se for assim eu não vejo problemas, mas caso algum de vocês faça meu filho chorar...
— Eu lhe dou a minha palavra que ele jamais vai chorar se depender de mim, as mulheres da minha família têm um lema, senhor Kim. Nada atinge quem amamos, nada.
Bianca disse isso firme e me encarou fixo. Eu desmaiei outra vez mentalmente e espiritualmente querendo me abanar e tremer como um louco. Se aquilo não foi a afirmação mais emocionante da minha vida eu não sabia o que era. Meu deus!
— Vocês são filhos de doms, é bem óbvio. Gostaria de conhecer sua família.
Tio BM disse levemente interessado e JYJ assentiu:
— Quando quiser. Meus pais e tios gostam de fazer um almoço de domingo especial, um hábito do Brasil que adquirimos. Estão todos convidados nesse fim de semana.
— Convite aceito. Agora tenho que ir, foi um prazer, crianças!
Tio BM se levantou, me deu uma piscadinha animada e eu fiquei vermelho, o que era aquilo, aprovação? Eu hein! Doms! Aigo...
Bianca e JYJ se ergueram em respeito ao tio BM, mostrando uma etiqueta impecável também, e então Sehun assentiu com um sorrisinho, pela primeira vez:
— Todos iremos, gostaria muito de conhecer a sua família. Se for mesmo possível.
— Claro que é, serão bem recebidos.
— Ótimo. Kyung?
Sehun se virou para pai Soo que assentiu:
— Eu aprovo.
Channy fez joinha para mim e Jongin me encarou como quem diz que íamos ter uma longa e irritante conversa depois e foi assim, nesse clima maluco, o meu pedido de namoro. Nada românico outra vez, mas quem ligava?
Bom, eu ligava um pouquinho, contudo quando, amém deus! Todo mundo saiu da sala e nos deixou ao menos um pouquinho sozinhos, eu logo esqueci da cena péssima em que caímos de cabeça e me senti em um misto de alivio e ansiedade. Eu estava agora mesmo namorando, oficialmente, definitivamente!
— Tudo bem? Você está bem?
Bianca perguntou vindo para mim e se agachando na minha frente. Eu assenti, tinha que treinar falar com eles, mesmo, era urgente, mas naquele segundo apenas suspirei e sorri um pouco emocionado:
— Estou. D-desculpe por isso...
— Eu não esperava nada menos.
Ela respondeu tranquila e logo JYJ se agachava ao lado dela:
— Fomos bem, não acha?
Eu assenti de novo meio que viajando no olhar dele, um olhar todo animado e vitorioso. Éramos um trio estranho mesmo, incrível! Suspirei por fim:
— Será que ainda podemos sair para tomar um sorvete ou algo...
— Hoje não, YUTO, hoje temos uma conversa você e eu.
Jongin disse da cozinha e eu gemi, droga, DROGA!
— Do que se lembra?
— De nada, eu não me lembro eu... Estava com sono, foi isso, era quente...
A voz do garoto tremeu e Wooyoung se sentiu um crápula por forçá-lo a lhe dizer algo. Agora ele estava vestido com roupas quentes e menos descabelado, mas ainda parecia um peixe fora da água e constantemente abria boca como se respirasse por ela. Ele não sabia nem seu próprio nome, só sabia que abriu os olhos, estava com frio e entrou no “monstro negro” para dormir.
Quem chamava um carro de “monstro negro”?
Conferiu a pulsação e a temperatura, estava baixa, mas nada muito fora do normal.
Nick era o psicanalista deles, ele devia estar ali, mas seu irmão parecia muito perturbado aquela manhã e se recolheu no quarto desde que chegou. Ele não o culpava, afinal eles saíram de madrugada para irem até peixaria, mas foram até o litoral e voltaram com um baú cheio de ouros e pedras preciosas e um homem muito perturbador com amnésia aguda. Tudo bem que nos últimos anos coisas estranhas aconteciam ao redor do Chanyeol, mas aquilo... Era mesmo perturbador e louco. Extrapolava a razão... Até a gravidez dele era mais lógica que um baú de tesouros.
— Está tudo bem, vamos descasar um pouco sim?
Disse suave e o garoto logo fechou os olhos e se encolheu no sofá parecendo muito cansado. Ele parecia ter um vinte e poucos anos, mas poderia ter menos. Ou mais, ele não sabia direito, Baek tinha quarenta e três e aparentava ter trinta...
Se ergueu do sofá e se virou para chamar um dos babys quando viu Tao escorado na porta com um olhar pensativo:
— Ainda bem que agora teremos dinheiro para alimentar mais uma boca, ou os Kim iam fazer um drama mexicano dessa vez!
— Como assim? Vamos mesmo usar aquil...
—Young-ah meu bem, o Baek já foi trocar no mercado negro pelo menos uns vinte rubis. Cavalo dado não se olha os dentes, não é esse o ditado? Não estamos podendo olhar nem as cáries do dito cujo. Pense pelo lado positivo, as crianças gostavam dele. Se ele quiser ficar...
Wooyoung não sabia bem o que sentir... Mas voltou a encarar o estranho desmemoriado que já dormia no sofá como se não houvesse amanhã.
Podia ser mais louco?
Contudo o sorriso suave que ele deu ainda que no sono mexeu consigo de um jeito que deu um passo para trás assustado. Não, não podia ser...
— Cuide dele ok? Eu tenho que sair.
E saiu dali o mais rápido possível. Não Wooyoung, não, ficou louco!?
Foi se reprendendo dali até a rua...
“Ignora isso, ignora agora!”
Mas o sorriso dele o seguiu como uma entidade o fazendo choramingar como um idiota, era absurdo, não podia acontecer, não mesmo!
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Contrato Inviolável - capítulo VIII
Nós, o baú e outros milagres

— Ahhhhhh o mar, senti falta!
Chan suspirou colocando a cabeça fora da janela do carro e Nichkhun sorriu. Sim, também sentia falta e assumiu que tinha feito bem em se prontificar a trazer o baby para a praia.
Tudo começou horas atrás quando ele tomava um chá na cozinha e Channy desceu dizendo que queria comer peixe. Entendia o mais novo, afinal eles comiam peixe quase todos os dias antes, o passatempo de Amber na vila litorânea era pescar.
Então se ofereceu para ir até o mercado de peixe, mas Channy lhe deu um dos seus sorrisos reluzentes e disse:
“Porque não vamos na praia e pegamos fresquinho?”
No mercado era fresquinho, mas tente dizer não a aquele baby? E fora que queria ver o mar também, foi sua rotina diária por tantos anos que bem... Ele sentia falta, muita mesmo.
Então arrumaram tudo e saíram antes mesmo do sol nascer. Claro que teve missa do Suho sobre cuidados, mas né, nada que não fosse normal.
E agora lá estavam os dois diante do oceano, de janelas abertas e sentindo a maresia que o acalmava como nada daquele mundo caótico fazia melhor. Se tornou um homem do mar, era um fato.
Parando para pensar nunca saiu de Seul para ir para a praia antes de acabar na aventura da família dos amigos que agora era a sua também. Porque nunca tinha feito? Parecia tão tolo agora...
— Está com cara triste, Nick, qual o problema?
A voz de Channy soou preocupada e ele suspirou procurando uma vaga na pequena orla para pisarem um pouco na areia antes de irem para o mercado de peixes local.
— Estou pensando em como sinto falta do mar também e que nem sempre foi assim.
— Viramos uma grande família de pescadores.
Ele brincou rindo baixinho e Nick riu também, fazia sentido.
— Mas acho que o mar não te trouxe sorte do amor, nem para você nem para seus irmãos, sinto muito por isso, sabe Nickie.
— Não sinta, Chan, não era para ser.
Respondeu sincero, a verdade era que ele e seus irmãos não se importavam muito com o amor antes e depois que foram para o Brasil as tentativas foram falhas, porque nenhum dos amantes aceitavam compartilhar. E se antes para eles era importante, com a convivência com a família dos amigos se tornou essencial.
Ele precisava de alguém que amasse seus irmãos do mesmo modo ou então ficaria solteiro para sempre, o que não seria muito mais já que tinha completado cinquenta anos poucos meses antes. Sabia que ele e os irmãos não aparentavam a idade que tinham, eram bem-apessoados e o mar – Ao contrário do diziam – Tornou todos mais braçais, contudo também, mais fortes. Eles eram um ótimo partido lá na cidadezinha onde moraram por tantos anos, mas a poligamia não era bem vista. Aliás quando ela era bem vista?
O baby fez um muxoxo e suspirou:
— Um baby para vocês é o que está no topo da minha lista de pedidos aos céus sabia, mas parece que ainda não deu certo!
— Acho que um tesouro perdido deveria estar no topo da sua lista – Brincou com o baby que agora era mais do que um amigo para si. Channy era o coração da imensa família. Era a pessoa mais amorosa e querida que ele já teve o privilégio de conhecer, ele faria qualquer coisa por aquele homem doce – Olha, vamos passear um pouco para irmos comprar seu peixe e voltar ok? Temos que voltar com o mesmo tanque ou Kai vai brigar com a gente.
Channy rolou os olhos, mas assentiu. Ele conhecia bem o marido ex piloto controlador do carro. Não o julgava já que sabia que os recursos agora eram poucos e que foi um luxo eles fazerem aquela pequena viagem. Não queria estressar mais os Kim.
Assim ambos, já descalços, saíram do carro e foram para a areia da praia que estava vazia ao nascer do sol. Ele amava o nascer do sol, ou o poente... A vida era tão preciosa...
— Hummmm será que podemos mergulhar?
Channy perguntou animado e Nick sorriu. Sabia que os Kim não deixariam, não conheciam a praia, nem a corrente marítima dali, nem nada, mas ele não via problema algum, Channy nadava como um peixe, melhor que ele aliás. Ele ensinou os filhos, todos eram peixes, verdade fosse dita.
— Se for nosso segredo, eu deixo.
Disse divertido e Channy gargalhou antes de tirar a camisa e correr para o mar. Nick foi atrás, deixando as roupas secas em lugar seguro e amarrando a chave do carro na corrente que mantinha no pescoço.
Ambos entraram no mar como duas crianças e logo já mergulhavam mais para o fundo. A água ali não era cristalina como lá, mas era fresca e tinha certa visibilidade. Eles nadaram um pouco mais fundo voltando para a superfície para tomar folego – Agradecia aos anos de mergulho assim, porque se fosse antes morreria afogado – E logo encontraram uma caverna rasa submersa que Channy parecia eufórico por encontrar. Nick fez sinal de ‘rápido’ e logo ambos nadaram até ela animados com a pequena aventura.
Os Kim iriam esganá-lo de quantas formas?
Era tudo o que se perguntava quando Channy entrou e sacudiu os braços para ele sorrindo com os olhos.
Subiram para a superfície para respirarem e então Channy pode falar eufórico:
— Você viu o que eu vi, Nickie!?
—Aqui é uma costa acidentada, Channy, tem cavernas mesmo.
— Eu vi um baú lá dentro, um baú! - Nichkhun rolou os olhos, mas Channy tinha uma imaginação imensa mesmo. Impressionante... – Não me olhe assim, e se tiver algo de dinastias antigas lá hein? Vamos pegar? Vai que seja algo legal! As crianças iriam adorar!
— Tudo bem Chan, vamos pegar...
Concordou vencido pela euforia dele e logo ambos voltavam para as profundezas não tão profundas e ele entrava na pequena caverna e pegava o baú médio... Sim era um baú mesmo, um baú velho e bem antigo... E pesado, senhor!
Arrastou até uma parte aberta e então Channy o ajudou a levar para cima. Nadaram com mais dificuldade até a água rasa e Nick foi se dando conta de que aquele objeto era mesmo muito antigo, mas não desfragmentara ao ser arrastado e içado.
Channy estremecia de animação e ele começou a entrar no clima.
O baby era o centro de milagres, a começar pela gravidez inexplicável de Chansonie e Laila e depois das alterações hormonais e do próprio corpo que teve durante a gestação. Não havia explicação científica para aquilo, era apenas milagre e aquele pensamento o fez sentir um arrepio sobrenatural por toda a pele. Aquilo parecia outro daqueles milagres doidos dele.
Mas aí já seria demais, não é? A vida real não era um filme de piratas e tesouros perdidos e...
— Nick, olha isso!
Já estavam na areia da praia e o sol ainda saía, como se o tempo que ficaram na água fossem meros minutos e não muito mais tempo como sabia que foi.
Channy limpava a lateral do baú pesadíssimo e ele se curvou para olhar. Era um tridente com um escudo côncavo que tinha o seu centro talhado com um cachalote imenso que parecia lhe encarar fixo.
Nick deu um passo para trás tremulo.
Droga, aquilo era um pouco perturbador, mas Channy apenas fazia sons de ahhh e ohhh como uma criança diante de uma descoberta mágica.
— Um tesouro perdido? O que tem aqui dentro, será?
— Chan, acho que devíamos devolver e... – Ficou mundo quando viu o baby passar os dedos pelo cadeado pesado maior que a mão dele e simplesmente a coisa se abrir. Se alguém lhe contasse, ele não acreditaria, mas estava acontecendo diante dos seus olhos, deus! – Chan... Meu deus!
Dentro havia tanto e tanto ouro reluzente e pedras preciosas que os joelhos de Nick dobraram e ele caiu ao lado do amigo chocado demais para falar algo.
— Uau! Olha isso Nickie!
Ele esfregou os olhos perturbado, mas a cena continuava a mesma, um baú cheiro de tesouro que provavelmente valia bilhões e bilhões... Não era possível...
— Vamos levar? Achamos não é, isso quer dizer que é nosso certo? Os daddys vão ficar felizes não vão!? Será que dá para ficarmos tranquilos agora com as contas e tudo isso? Eu não sei quanto vale... Nick, Nickie?
Ele viu que Channy o sacudia, mas seu cérebro entrou em pane. C-como... Como...
— Isso é impossível!
— Talvez, mas nós achamos então é nosso né! Venha, vamos levar para o carro, ainda temos que comprar peixe.
Nick ajudou o baby automaticamente, mas sua mente rodava com a situação toda. Um baú do mar com tesouros? Não era possível, não mesmo...
O tempo então passou como vulto e se alguém lhe perguntasse como voltou para casa ele não saberia dizer. O fato era que quando entrou na garagem, eram nove da manhã e assistiu perturbado Channy entrar no prédio todo animado chamando os babies...
Saiu do carro olhando o estranho baú no banco de trás sentindo um pouco de calafrio outra vez. Aquele símbolo era sinistro, de alguma forma perturbadora. Suspirou e abriu o porta malas para pegar a caixa de isopor e quase deu um pulo para trás.
Um par de olhos assustados o encarou junto de um sorriso sem graça.
O garoto parecia um gato molhado e descabelado, mas o coração de Nick pulou dentro do peito, nunca tinha visto olhos tão lindos...
— Bom dia?
Ele disse enrolado em tom de pergunta e Nick ofegou. Aquele dia era real?
— Quem é você e o que está fazendo no porta malas?
— E-eu v-vi aberrrrrto e-e est-tava c-com s-sonoooo...
Nichkhun abriu e fechou a boca várias as vezes até ouvir a voz divertida da pequena Mia ao seu lado:
— Papai disse que trouxe peixe, mas eu pensei que era de comer e não um sereio. Legal!
— É tritão – PCY corrigiu em seguida passando por ele até o porta malas - Nick estava em choque ainda – E encarou o invasor com um sorriso suave – Oi, você está com fome? Você parece um peixinho afogado, é fofo, podemos ficar com você?
— Porque não foram para escola hoje?
Disse quase que automático outra vez, os dois se voltaram para ele e o encararam confusos:
— Mas são seis e meia da manhã, tio Nick, ainda vamos.
— Hein?
Ele olhou de volta no relógio e viu que sim, não era nove e sim, seis e trinta e cinco. Ele tinha batido a cabeça?
— Eu preciso de ar.
Saiu rápido da garagem e foi até perto do portão e olhou para o céu. Ainda estava raiando o dia...
O que era tudo aquilo?
Sacudiu a cabeça fechando os olhos.
— Respira Nichkhun, só respira, isso, respira...
Mas ele acabou mesmo foi caindo no chão e olhando para o céu matutino. Estava sonhando, era isso, sonhando...
☺♀♥♂☺
Michelle olhou para o amigo estirado lá embaixo no chão e riu baixo. Acabava de descer do quarto da irmã e não esperava ver Nick em surto existencial outra vez. Isso porque ele era um psicanalista de renome.
Então Channy a alcançou e pelo sorriso de orelha a orelha ela soube que algo muito grande aconteceu:
— Mimi, prepara o coração! Eu e Nick fomos comprar peixe e encontramos um baú com tesouros, eu juro, tem tudo lá! Estamos resolvidos, agora não vamos mais ter problemas com dinheiro, não é maravilhoso?
Michelle engasgou com o café e ofegou. Hein? Que história é essa?
— Channy meu bem, conte do começo, sim.
— Então, foi assim...
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Contrato Inviolável - Capítulo VII
Eu estou mesmo namorando!

Barbara entrou no quarto que dividia com a irmã e sorriu ao vê-la olhando distraída para o espelho. Sabia o que ela sentia, afinal eram gêmeas idênticas e tinham laços muitos fortes que Bi sempre negava, mas ela jamais julgaria a irmã, Barbara entendia que Bianca só queria viver tranquila. Respeitava a irmã, claro, mas não deixava de ser engraçado.
Bi estava apaixonada, esperou muito tempo para ver alguém balançar o coração dela e a verdade era que em sua opinião o garoto era feito sobre medida para ela e para o JY, só que vivia em uma realidade bem diferente da deles, e aquilo sabia, era o que mais preocupava a irmã. O garoto era inocente demais.
O que podia ser contornado.
Foi até a irmã e pegou a escova se posicionado atrás dela e começando a escovar o cabelo longo e bonito que Bi deixava mais longo que o seu. Sua irmã era clássica, ela era a rebelde.
— Vai dar certo, Bi, confie nele.
Sua irmã suspirou pesado e então a encarou pelo espelho de forma séria:
— Eu espero mesmo que dê. E o ciclista?
— Sumiu – Respondeu chateada, queria pegar o delinquente mas ia ficar para a próxima – Mas Seul é uma selva curta, vou achá-lo em breve.
— Os pais?
— Chegaram com a mamãe e antes que pergunte, sem os diamantes. Tio Min está com eles – Barbara se curvou e apoiou o queixo no ombro dela – Devíamos ir atrás de você sabe quem, ele nos deve, eu o faria pagar.
— E a mamãe te enterra viva – Bianca resmungou antes de a encarar mais tensa – Esqueça isso, Barbara, somos adolescentes normais aqui, só isso. Não podemos invadir propriedades nem transgredir as leis...
— Tão certinha...
— Ainda bem que eu sou – Sua irmã terminou sorrindo – O que namorados fazem sem ser clichê? Se depender do JY nós ficamos em casa comendo biscoitos!
— O fofinho topou namorar vocês dois?
Perguntou divertida, sua irmã assentiu e então riu baixinho:
— Os pais dele são casados em uma união poligâmica, não é legal?
— Claro que sim, já quero conhecer os sogros... Espera, tem sogra também?
— Não sei, não entramos em detalhes... O que eu faço Ba!? Ele é um sub!
Barbara gargalhou e então deu um beijo na bochecha da irmã se afastando:
— Tio Kyungsoo terá todas as respostas, ou tio Guk. Tio Zhoumi... Nossa variedade é grande, porém indico tio Soo, o fofinho parece bem manhoso pelo o que vi.
Sua irmã rolou os olhos e assentiu:
— Certo, tio Kyungsoo ou...
— Tia AMBER!
Acabaram gritando juntas e então gargalharam, tia Amber... Uau! Em caso de dúvidas recorra a uma Dome, eis o lema de casa...
Então sua irmã se ergueu e olhou para a porta:
— Não me espere.
— Jamais.
Respondeu sorrindo e assistiu sua irmã sair pela porta animada. Alí, Barbara se sentiu orgulhosa. Finalmente sua irmã ia aceitar quem era... Finalmente!
☺♀♥♂☺
Eu acordei com o despertador soando e ao me movimentar, me lembrei que estava com o cotovelo machucado. Fiz cara feia para o meu teto e então suspirei.
Iria ficar em casa hoje, os pais tinham decidido, mas pela primeira vez eu queria ir para aula, afinal lá, na escola, estariam meus dois namorados...
Namorados.
Sorri extasiado, chocado e um pouco animado demais para quem tinha o cotovelo ardendo outra vez. Mas o que era um cotovelo doendo em comparação com a minha crush e o perfeitinho da exatas? Nada, absolutamente nem chegava aos pés...
JYJ...
Quando ele desligou o telefone e me encarou naquela saleta onde minha crush dizia que sim, ia me pedir em namoro, e me disse que seriamos um trio...
Eu quase desmaiei, só não fiz porque estava em choque demais para pagar mais mico, só por isso. Como assim ele gostava de mim? Como assim eles topavam namorar em três? Como assim eu estava em euforia com um pedido tão sem graça?
Enfim, não se podia exigir muito dos caras de exatas, isso eu já sabia bem. E eu não estava em mim naquela casa, esse era o fato determinante.
Então ficamos ali meio que encarando uns aos outros e eu mal vi o tempo passar, até ouvir a buzina doida do pai Soo. Kyungsoo era muito zeloso, eu sabia e adorava, e me dei conta que foi com ele que JYJ conversou...
Então fui levado para baixo por ele, que tipo assim, me pegou no colo e me desceu como se eu fosse uma pena... Ele e Bianca pareciam fazer aquilo tão normal... E então eu não pude me conter, eu gritei internamente, gritei muito, gritei de loucura e não me lembro muito bem em como fui parar no carro, no que ele e meu pai conversaram, mas no caminho para casa eu levei dois tapas na orelha por ter me machucado e por estar com cara de idiota. Mas pai Soo sacou logo e por fim concordou que minha crush e o perfeitinho eram bonitos mesmo.
A piadinha em casa, depois de verem que eu estava vivo e tudo, foi que no fim eu tinha ido sim para a casa da minha crush.
Jongin tinha sorrido com aquele sorrisinho irritante de quem sabia de tudo enquanto eu não sabia de nada e se eu entrei no meu quarto com cara de mal a culpa era dele!
Aishi... E então eu esqueci minhas divergências com meu pai.
Namorando...
Chutei o ar gargalhando internamente e pensando que eu era um idiota, mas um idiota feliz! E o melhor era que eles sabiam sobre subs, sabiam sobre relacionamentos múltiplos, eles eram tudo de bom! Meus instintos de sub de família eram bons mesmo, tio Suho precisava saber...
Arg, é claro que ele já sabia, pai Soo deveria ter falado ontem à noite, claro.
Então olhei pela janela e sorri de novo, o dia estava tão bonito... Eu devia me levantar? Devia ficar bonito e ligar para eles? Agora eu tinha o número dos dois... Eu tinha um número... eu devia...
Espera, eu não precisava ficar bonito, certo? Eu estava de cama, tinha que parecer mal para ganhar visita!
— Não, isso é exagero...
Murmurei para mim mesmo e então sacudi o edredom com os pés eufórico.
Minha crush era minha namorada agora, o perfeitinho da exatas também, eu tinha dois namorados, doissssssss!!! DOIS!
— Yuto, meu filho, você está bem?
Sehun enfiou a cabeça pela porta e eu parei de me mover um pouco sem graça. Ops...
— Sim?
Disse um pouco envergonhado enquanto meu pai já vestido para o trabalho, entrava no meu quarto e vinha se sentar na beira da minha cama tocando minha testa. Eu rolei os olhos:
— Não estou febril, papai.
— Hum, você parece estranho hoje.
— Eu machuquei meu cotovelo!
Fiz drama e bico. Ele sorriu de canto:
— Sei... Hum então Jongin tem razão, você ainda está eufórico com ontem, certo?
— Pai!
— Yuto, meu filho, eu sei que está empolgado, mas você sabe que você é nosso único filho e temos que cuidar de você, não conhecemos a família deles hun? Vá com calma, Kyung disse que os dois viriam em casa hoje e...
— Eles vão vir, MESMO? - Estremeci e me sentei na cama mexendo no meu cabelo – Eu devo cortar as pontas, estou meio desleixado, né pai?
Eu procurei por um espelho, mas meu pai pegou meu rosto e me fez encará-lo:
— Você gosta mesmo desses dois? Não acha que é só empolgação platônica?
Estreitei os olhos e me senti chateado embora firme:
— Nada de platônico, papai.
— Muito bem, eu virei para casa depois do almoço e você só vai sair com eles ou pensar em ter algo de verdade se eu aprovar, fui claro?
Abri a boca um pouco perdido.
Ok, Sehun era meio Dom sem ser dom, se ele fosse um eu votava nele, acho que já disse isso né, mas eu me sentia meio assim com ele, contudo não pensei que ele diria algo assim... Quer dizer, foi legal, mas hummm... Eu me senti confuso, sei lá...
— Vai fazer tipo um questionário ou algo do tipo?
— Você tem quinze e os dois quase dezoito anos, claro que vou fazer.
— Entendi... Pega leve ‘tá? Eu gosto deles, papai.
— Kyung disse que o garoto é bem sério, quero ver com meus próprios olhos. Agora volte a dormir e não, você está lindo como sempre.
Recebi um beijo na testa e Sehun se foi me deixando duas vezes chocado. Ele disse que eu estava lindo? Ohhhhhh...
Sehun não era de elogiar, mas quando fazia ele era bem sincero.
Eu estava lindo... Sorri outra vez, eu era bonito mesmo né, fazer o que?
Então meu celular vibrou, eu peguei ele por reflexo, vi a foto da Bianca e congelei. Eles além de gravarem os números também colocaram fotos? Onde eu estava quando isso aconteceu?
No seu mundinho feliz e alienado, né! Só pode!
Minha mente respondeu irônica, eu surtei outra vez, ahhhhhhh o que eu faria, o que, O QUÊ?
Atendi meio tremulo e a voz dela soou do outro lado suave:
— Te acordei? Queria saber se vai para aula hoje ou não.
— Eu não... Quer dizer não vou, isso, não vou...
Respondi rápido e quase bati na minha testa, mas estava difícil hein, eu tinha que me controlar, controle, controle...
— É melhor, está tomando os analgésicos que meus tios te passaram?
Analgésicos?
Olhei pela cama e vi o vidrinho jogado no tapete. Ops dois...
— Eu esqueci... vou tomar!
Disse mordendo os lábios e uma voz invadiu a ligação. Era ele...
— Eu disse que tínhamos que te ligar ontem à noite e relembrar, eu disse para ela que você ia dormir e esquecer. Tome um comprimido, Yuto.
Não soou como ordem, mas soou uma afirmativa direta e eu ofeguei. Nossa, então ‘tá né...
—‘Tá! - Peguei o vidrinho que estava perto e agradeci por pai Soo sempre deixar um copo de água na minha cabeceira e engoli o comprido pequeno – Pronto.
— Agora volte a dormir e descanse, eu vou dizer a sua professora que faltou porque se machucou. Levaremos seu skate a tarde, seu pai disse que ia nos esperar para conversar. Você prefere que cor?
— Oi?
Cor de que? E como eu tinha esquecido do meu skate? Eu nunca esqueci do meu skate... Gente, eu estava mesmo alienado ontem à noite...
— Qual é a sua cor favorita, Yuto – A voz da Bianca voltou – JYJ não sabe perguntar as coisas, desculpe por isso.
— Qual a parte do você prefere que cor, não é explicativa?
Ouvi ele resmungar e acabei sorrindo bobo, aquilo era fofo de um jeito ridículo.
— Eu gosto de amarelo, amarelo é quente e bonito. Não sei, as vezes muda, mas eu gosto de amarelo.
— Anotado. Agora volte a dormir, até mais tarde!
O perfeitinho disse animado, eu podia sentir mesmo na ligação.
— Descanse sim?
Bianca terminou e a ligação foi cortada. Eu tremi entre animado e receoso e tudo aquilo as seis e meia da manhã.
Mas quem ligava? Eu não, afinal eu estava namorando... NAMORANDO!
☺♀♥♂☺
Amber assistiu as crianças saírem para escola e só quando elas viraram a esquina, se afastou da janela e encarou sua irmã que tomava sua inseparável xícara de café e a observava com seu típico sorrisinho divertido:
— Espero que tenha sido bem explicativa, sabe como é a Bianca, ela vai ponderar e ponderar e no fim agir com a razão de maneira exagerada, tenho pena desse garotinho, Bi e JYJ são tão robozinhos...
— Não seja assim Mi, eles são jovens, estão na fase do primeiro amor, do encantamento, eles vão se descobrir sozinhos, eu só dei uma diretriz. Só expliquei que o que ela sente é normal e que deve deixar que tudo aconteça de forma natural, eles fizeram bem em casa ontem, eles vão se sair bem. Não é com eles que devemos nos preocupar – Amber olhou para o marido adormecido na cama no outro ambiente do quarto deles e suspirou abaixando o tom – Não concordo com o assalto, acho que devemos usar você sabe quem, ele ficou com metade das ações dos Kim, de todos os Kim, as indústrias de cosméticos Kim era trilonária. Se mamãe não jogou no limbo, ainda temos uma chance. Pegue o Fanfan, Mi, ele é o melhor hacker da atualidade em Seul, vamos usá-lo, tenho quase certeza que dará certo.
— Não confio em ex meninos de recado, Amber, não gosto disso.
— É isso ou a senhora Park. Protegemos a senhora Park até hoje para que ela não corresse riscos, acha seguro tirar ela da ignorância? Ela pode requisitar tudo, toda a fortuna, mas teria de tomar a frente, corvos de todo o país cairia sobre ela, Channy ficaria doente no mínimo... Não podemos arriscar. Ela vive bem com as amigas e até tem namorado agora. Ele viveu todos esses anos deixando que ela acreditasse que tinha morrido só para protegê-la de tudo isso, seria cruel usarmos a mãe dele, não acha?
— Eu não sei, acho que ela é mais forte do que pensamos, acho que ela iria querer conhecer a família, ver os netos grandes, conhecer os menores, ela é uma mulher, nós nascemos guerreiras, acredito que foi nosso único erro em tudo isso, deixá-la acreditar na morte do filho.
Amber suspirou, ela temia o pior, conhecia os inimigos, conhecia os riscos...
— Vamos tentar com o meu ex ratinho, se falharmos nisso, então levamos o assunto para o geral, combinado?
Sua irmã ergueu e a xícara e sorriu.
— Vamos voltar à ativa, irmãzinha.
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Contrato Inviolável - Capítulo VI
Eu, meu primo e o sub mais fofo do mundo

Há algo em minha família, e eu não sei bem dar nome, mas era um instinto, um bom instinto. Instinto que nos dizia quando o mundo deixava de ser o entorno e se tornava algum ser em específico.
Eu tinha entendido o sentimento no momento em que aquele garoto baixinho e de olhos arregalados chorou quando eu disse que iria cuidá-lo. Foi uma atitude que para qualquer outra pessoa soaria sem sentido, mas não para um submisso. Nunca para eles.
Não se promete algo a um submisso sem tem a certeza de cumprir, são as regras, regras invioláveis.
A dúvida foi plantada em mim, mas eu custei a acreditar, não era possível, não era e então ele reconheceu as coleiras, eu vi seu olhar ir do tio Baek para tio Chanyeol. Ele sabia muito bem do que se tratava e ali foi meu xeque e mate.
Ele era um submisso e eu tinha oferecido proteção a um, sem saber, ou melhor... Meu instinto soube desde o início. O instinto que minha irmã sempre ouvia sem pensar duas vezes e eu relutava até o último segundo.
Minha crise em se tornar uma lunática extremista controladora como ela caiu por terra e eu estava prostrada diante daquele serzinho choroso e lindo de um modo absolutamente irreversível. E agora eu sabia que não era a única.
O que JY diria quando soubesse?
O que meu primo diria quando soubesse que tio Channy já tinha arrastado o Yuto para debaixo das asas também? A verdade era que nunca deixávamos estranhos invadir o núcleo familiar, estranhos eram problemáticos, cheios de preconceitos, cansativos.
E eu pensei que Yuto fosse um desses, por mais quietinho e aparentemente fofo que fosse, ele era um coreano e as chances de ser conservador eram altíssimas. Mas depois do olhar consciente e aliviado que ele deu ao processar o que seus olhos viam eu pude mesmo, mesmo relaxar e sorrir de verdade. Ele era perfeito, perfeito...
Mas... ainda havia o assunto poligamia...
Nem tudo estava resolvido.
Por isso eu me mantive controlada e silenciosa enquanto subíamos para a sala do terceiro andar todos juntos no elevador maior. Yuto disse que podia ir andando e eu fiquei ao lado dele o tempo todo, mas não o toquei. Se ele fosse mesmo um submisso – E eu tinha certeza que ele era – Eu não poderia tocá-lo sem permissão. Tio Soo iria arrancar minha orelha fora, ainda que quisesse ajudá-lo com os movimentos, a anestesia estava passando, eu podia sentir ele respirar mais pesado, eu podia sentir seus olhares intensos sobre mim, ainda que desviasse o olhar todo tímido antes de eu encará-lo.
Ele era a versão mais cute e graciosa do tio Minmin, ele ia me enlouquecer de glicose antes que eu pudesse colocar uma aliança no dedo dele...
Então ofeguei em choque mudo e um pouco de epifania atrasada e insana.
“Ficou louca Bianca, ele tem quinze anos sua idiota!” Tio Soo vai esganar você, esganar!”
Maldito sangue Campone!
— O pitelzinho da Lulu!
— Ai como ele é fofinho!
— A gente pode ficar com ele!?
Acordei do transe quando tio Ghan e tio Minmin se ergueram do sofá e vieram em nossa direção como uma manada de elefantes de dois. Sim, eles eram juntos uma pequena multidão louca, para dizer o mínimo.
Algo sobre minha família, todos os babys eram doidos por crianças.
— Se controlem vocês dois e você, Jeongmin! Não ia comigo no clube, porque está vestido de pijama, criatura!?
Meu tio fez cara de quem aprontou e eu evitei sorrir. Minha mãe tinha algo naquilo?
— Desculpa Baekie, mas Woohyun volta para casa hoje talvez, eu quero ficar com o meu marido!
— Você não tem certeza, Min...
Tio Ghan disse de bico, tio Min rolou os olhos e deu de ombros:
— Quero esperar!
— Jura que todos vocês vão ficar em casa mesmo? Jura? – Tio Baek bufou e então como se estivesse ligado por um fio invisível, talvez estivesse porque tio Baek era o sub mais temperamental que eu conhecia, tio JB entrou na sala e foi direto para o tio Baek o abraçando por trás.
— O que meu marido já está reclamando ai, hun?
— Nós demoramos uma vida para decidir ir no clube da cidade e agora Mimi desaparece e o Jeongmin muda de ideia!
— Vai como o Yoongi e o Key então amor e se divirta. Min está ansioso com os Jang, se fosse você ia ficar também.
E para enfatizar tio JB mordeu o pescoço do tio Baek que assentiu na hora.
Um “ai meu deus” baixinho soou e eu despertei para a realidade. Yuto estava assistindo tudo.
Meus batimentos aceleraram e eu me virei para ele que para meu completo choque, mas satisfação interna, veio para mim e puxou a barra da minha camiseta escondendo o rosto no meu braço. Ele estava vermelho e eu quase mordi as bochechas dele... Meu deus Bianca, você enlouqueceu!
— Quem é esse garoto?
A voz do tio JB me tirou do transe que cai de cabeça em segundos ao sentir o rosto um pouco gelado na pele do meu braço e tomei consciência que ele precisava de um agasalho melhor e que meus tios rasgaram a manga e destruíam o tecido para fazer o curativo. Eu estava sendo relapsa, droga! E por fim eu olhei para tio JB respondendo direta:
— Ele é meu, tio JB, e não está acostumado a ver cenas assim...
— Na verdade meus pais se beijam as vezes na minha frente, mas é estranho ver isso fora de casa, eu... Hum... – Então ele virou o rosto para meu tio Baek o encarando divertido – Mas gostei dos saltos.
Todo mundo encarou ele um pouco chocado – Pela segunda vez - mas eu entendi que o circo devia acabar antes que ele saísse correndo dali, já que ele se encolheu de novo. Então fiz a única coisa que pensei ser a mais racional no momento – Tomando como base que ele me tocou primeiro e isso demonstrava confiança, ou seja, eu podia tocá-lo certo? Eu precisava seriamente conversar com os doms de casa! – E me virei para ele erguendo o baixinho no colo e levando ele para a outra sala lateral.
— Vou falar com os pais dele, eu lido daqui - Quase gritei fechando a porta com o pé e encenando a Bianca das cavernas que evitei a vida toda. Arg... - Coloquei ele no pufe gigante e olhei o agasalho arruinado com preocupação – Vou resolver seu agasalho e você liga para seus pais, tio Chany logo traz um lanche, sim?
— V-você m-me... Colo... er...
Ele gaguejava meio catatônico, mas eu assenti sabendo que agora era assumir a responsabilidade sobre aquilo. E eu queria, queria que ele me visse como alguém confiável. Por mais louca que fosse toda a situação:
— Eu te prometi não foi? E agora sabe que não sou uma garota normal...
— Você é uma dome? Sério?
— Olha, nunca parei para pensar nisso, sei lá, mas quem sabe? Você é um sub, certo?
Ele engoliu em seco e assentiu;
— De família, guarde isso, sou um sub de família!
E ele fez um biquinho todo mordível e eu sorri. Droga, eu estava tão ferrada:
— Um sub de família hein? Então vou enfrentar um pai bravo super protetor e que vai me fazer doida antes que eu consiga o direito de te visitar nos fins de semana? Ou que vai me ameaçar de morte agonizante caso eu te faça chorar?
— Hum, sabe, na verdade eu tenho quatro pais... – Ele disse olhando para os dedos no colo e eu sorri, que ótimo, eu tinha sete; Assunto poligamia resolvido – E tenho uns quarenta tios Doms e bem, eles moram no mesmo prédio que eu... Mas tio Xing é o pior, e tio BM, sério, tio BM é bravo...
Ops. Eu meio que me retesei, aquilo sim era tenso, como assim tanto dom junto? Seul tinha ficado mais louca depois que saímos de lá? Meia dúzia de doms em casa eu já achava um barril de pólvora... Então entendi, meu deus...
— Yuto, você é um protegido, um sub protegido?
O garoto assentiu e eu juro, tremi pela primeira vez na vida... Caramba! Que loucura!
— Você está brava né! Puxa eu achei que ia ser pior se você fosse uma garota comum, mas tipo assim, saber sobre isso agora parece pior... quer dizer, do que eu ‘tô falando? Você nem me pediu em namoro ou coisa assim... Quer dizer... Ahhhhh o que eu ‘tô dizendo! Deus, me leva...
Ele terminou choramingando e dessa vez eu ri divertida, ele era uma gracinha!
— Você quer que eu te peça em namoro, Yuto?
Eu perguntei o encarando e sabia que ele ia me devolver o olhar só que bem chocado e foi dito e feito. Ele ergueu aqueles olhos grandes, lindos e todo expressivo e mordeu os lábios em um tique aflito que eu achei a coisinha mais fofa do mundo.
Estávamos bagunçando tudo? Sem dúvidas. Atropelando toda a coisa da paquera e se conhecer? Absolutamente. Eu tinha que dizer a ele que não era única doida por ele? Seria o correto, mas naquele segundo, naquele segundo eu só queria me ajoelhar diante dele e fazer uma promessa decente e irrevogável.
Agora eu entendia um pouco mais a Barbara e a loucura dela com o DZ, minha irmã era uma pitt bull feroz e eu sempre achei um exagero desmedido. Até agora, e verdade fosse dita, DZ era um ladino, era manhoso sem dúvida, mas era um espertinho de marca maior, Yuto não era, ele era completamente inocente, absurdamente protegido, injustamente lindo e era meu, meus instintos gritavam na minha pele como se quisessem rasgar o meu copo e tomar posse do meu juízo. Aquele bolinho apertável e doce era meu e era minha obrigação cuidar dele até meu último suspiro.
Mas tudo aquilo não me isentava da responsabilidade, ele era mais novo que eu, era um adolescente normal, de uma família de doms, ok, mas pessoas de boas, normais. Eu era uma Jang Campone, vivíamos com documentos falsos, tínhamos um histórico tenso e minha tia era a ex presidente da Córeia que desapareceu deixando a sósia no lugar.
Como eu ia envolver aquele serzinho doce naquela confusão?
A porta abriu e eu já me ergui olhando atravessado - Eu queria resolver o assunto primeiro antes de ter que lidar com minha família - Até ver o JY entrar com uma bandeja de biscoitos e chá.
— Exatas!
Yuto choramingou e eu arquei as sobrancelhas trocando um olhar com meu primo confuso.
“Não faço ideia”
Ele disse só mexendo a boca em português. Eu quase revirei os olhos, mas dei de ombros.
“Ciclista?”
“Depois te conto”
E assim terminou nossa rápida conversa silenciosa e ele veio para o lado do Yuto colocando a bandeja no colo dele:
— Coma, meu tio cozinha muito bem.
— Biscoito de chocolate caseiro, jura?
“Sabe como eu mantenho seus tios felizes! - Tia Jess dizia sempre rindo – Pelo estômago, Bi, pelo estômago’’
Eu era péssima em cozinha.
Rolei os olhos, mas sorri ao mesmo tempo vendo ele comer esfomeado. Ele estava com fome e eu divagando coisas idiotas. Mas eu era péssima naquilo, que ótimo jeito de causar uma boa impressão, Bianca!
— Tem muitos de onde esses vieram, pode sempre vir comê-los, se quiser - JY disse como quem não queria nada e eu o encarei querendo socá-lo, que tipo de coisa era aquela, ele estava barganhando? Mas era um Bang mesmo! Ele ignorou meu olhar fulminante e continuou com voz sedosa imitando descaradamente o tio Dae – Minha mãe faz de brigadeiro, tem mais chocolate e é mais doce, ela poderia fazer todos os dias para você, se visse em casa, claro...
— JY!
Acabei dizendo falsamente doce e entre os dentes, ele me sorriu analítico e respondeu:
— O que, querida prima? Estou dizendo alguma inverdade?
“Sem pressão!”
Eu quase lati para ele sem som, ele rebateu se fazendo de inocente:
“Claro que sim”
Eu quis rosnar, mas que droga!
E naquele segundo o celular dele tocou. Yuto deu um pulo no puff claramente receoso. Um sub fora de casa depois do anoitecer e ainda por cima machucado, eu entendia o temor dele em atender o celular. Mas ele deveria porque...
— Eu cuido disso.
Meu primo em dois passos largos pegou o celular da mão do menor e atendeu sorrindo para ele como um ator de cinema hollywoodiano.
Quando ele desenvolveu aquele dom que eu não vi? E Yuto o olhou todo encantado esquecendo inclusive de mastigar.
Ele se sentia atraído pelo meu primo também, isso resolvia uma das minhas preocupações, mas eu não estava feliz. JY era um Bang, Bangs tinham históricos de confusão, muita confusão...
— Boa noite senhor, meu nome é Bang Jongup Youngjae Júnior e Yuto está em casa... Ele está com a boca cheia agora senhor, sim ele está lanchando... Vou levá-lo para casa em seguida, senhor, claro que sim... Tenho dezoito anos senhor, claro senhor...
Meu primo sorria enquanto ouvia a pessoa do outro lado e eu queria esganá-lo, mais que infernos, porque ele estava agindo daquele jeito!?
Olhei para o Yuto sentado no puff e imóvel encarando meu primo como um... bom, um cervo diante de faróis e a bandeja estava pronta para cair do colo dele.
Corri e segurei a bandeja pegando ela quase no ar e foi então que ele me encarou e piscou muito ficando corado outra vez:
— Ele está falando com o meu pai!
— Nem me diga.
Murmurei meio bufando e então ele sorriu de orelha a orelha e lá estava eu, chocada e pasma com a fofura daquela criatura. Meu deus, porque ele era tão lindo?
— Eu gosto disso.
— Hum, isso é bom, porque tenha certeza que meu primo não é de voltar a trás, nenhum de nós é, estou pedindo desculpas adiantadas, Yuto. Sério, perdoe minha família, nós somos meio doidos...
— Você vai me pedir em namoro?
Ele sussurrou como se fosse um segredo, eu sorri:
— Pode apostar, eu tenho sete vidas, é da minha genética, acha que dá para enfrentar seus tios e seus pais?
Ele fez joinha e sorriu, eu pisquei fazendo sinal de ok.
E foi assim que começou o namoro mais ortodoxo do qual eu já ouvi falar, mas aquele éramos nós, o que mais eu esperava?
Longe dali, horas antes
Michelle pulou o muro e entrou na antiga casa agora abandonada. Tudo ali estava tomado pelo matagal e malconservado, mas ao menos vazio. As terras e tudo dentro da antiga vila era propriedade privada e tinha ficado na mão das contas antigas e por isso mesmo intocadas. Não podiam comprar ou vender, era deles ainda que não.
Ali viveu bons anos, aquelas paredes agora abandonadas tinham histórias e lembranças. Sabia que era um lugar importante para os maridos, treze anos fora do país não mudariam aquilo nunca.
Alcançou seus homens, que não via há quase um mês para ser exata, reunidos na antiga sala diante da lareira. L foi o primeiro a vir para ela e abraçá-la forte.
— Ei bombom, senti sua falta.
Sussurrou no ouvido dele que a apertou mais forte.
— E eu a sua – Ela ergueu os olhos e viu os outros seis a olhando em vários níveis de saudade e felicidade, mas uma sensação de todos eram unanime. A maior carta na manga estava descartada – Vamos dar um jeito, sempre damos.
— Não sei mais que saída teríamos daqui, amor – Hoya disse tenso – Tudo o que tínhamos aqui está confiscado, a fortuna do LJS está no fundo do oceano e o resto dos bens do pessoal já está em outras mãos há muito tempo. Se assumirmos de vez nossas identidades falsas podemos trabalhar, mas vai levar tempo e temos muitas bocas para alimentar, se voltarmos da morte como éramos, podermos exigir a fortuna, mas chamaríamos a atenção dos nossos inimigos, eles estão ainda por aí e a máfia quer nossas filhas. Eu evitaria esse caminho.
— Todos evitaríamos, todos - Sunggyu disse pensativo vindo para ela sério – Existe na verdade um homem que ainda vive aqui e me deve um favor, um garoto que agora já é um homem. Eu prometi a mim mesmo que só ia até ele se chegássemos ao fim da linha. Não quero envolver ele em nossos problemas, ele tem família agora... Mas Dongwoo levantou o nome dele e é um nome válido.
Michelle se voltou para Dong que deu de ombros:
— Nós tiramos eles das drogas, demos emprego e um carro, o garoto era bom em cobrança de fornecedores salafrários. Na época foi um bom investimento, ele agora está no ramo de segurança pessoal, saiu da Infinite’s assim que sumimos. Ele tem contatos, gente que pode entrar no cofre do banco central e pegar todos os diamantes que mantivemos lá em um fundo falso. Ninguém sabia disso além de nós, está lá, sem dúvida.
— Seria um roubo, vocês sabem, ainda que seja nosso, tecnicamente se invadíssemos seria visto como roubo, os investidores têm posse do cofre agora, não tem, e se já acharam?
— Mas estava em seguro total, só poderia ser aberto depois de cinquenta anos de óbito do Sunggyu – Sungyeol disse sorrindo de canto – Ou seja, ainda está lacradinho nos esperando. E estamos fora há tempo demais, eu preciso de alguém de dentro para passar todos os detalhes e um bom hacker, aliás um ótimo hacker rastreador.
— JYJ pode fazer isso.
Michelle disse rápida, os maridos negaram:
— Não, ele é perfeito em decodificar, mas não em vírus e quebra de segurança nesse nível, precisamos de um cara com prática. BM tem os contatos.
— Se for assim eu entro em contato com a mamãe.
Ela disse suspirando, que droga!
— Melhor não, vamos evitar que isso chegue na máfia.
Sungjong rebateu preocupado e ela entendia a sensação, sim, aquilo era só em caso de vida e morte.
— Vamos convocar uma reunião geral, se for da escolha da maioria, nós faremos isso. Você e N agilizam o esquema enquanto eu farei a planta baixa dos locais - Sunggyu cruzou os braços – Aqueles diamantes são seus, meu amor, vamos recuperá-los.
— Eu senti falta disso, você sabe – Michelle brincou indo até ele e pulando no seu colo, abraçando a cintura do seu marido com as pernas – Tiros, invasões, explosões, adrenalina... É tão excitante.
— É difícil satisfazer uma Campone.
Hoya brincou e ela riu, aquilo não era verdade, mas okie. Então ela beijou o marido e o empurrou para a lareira, ainda tinham algumas horas, certo?
— Me prenda na parede que você vai me satisfazer.
Sussurrou e então ninguém falou mais nada depois daquilo.
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Contrato Inviolável - Capítulo V
Morri e fui para o céu?

Eu abri meus olhos confuso por sentir uma mão no meu rosto. E não era qualquer mão, porque se fosse qualquer uma eu ia gritar, tenho bons pulmões, ia colocar o lugar abaixo… Mas não, era uma mão quentinha e cheirosa… Era a mão da minha crush.
Minha crush… Senhor!
Defina choque agudo, depois duplique e era eu naquele segundo.
Encarei ela sentada ao lado de onde eu estava deitado…
Era uma maca? Sei lá, eu não me atentei aquele mero detalhe tendo Jang Bianca Campone tocando minha testa e mexendo na minha franja. Tudo o que vi foi a camisa do greenpeace branca com as letras verdes, os cabelos longos amarrados em um rabo de cavalo e o olhar grudado no meu. O que vi, foi aquela garota linda por quem eu era caidinho ali, diante de mim, perto o suficiente para que eu pudesse ver o tom esverdeado dos olhos dela. Puxa… Era legal!
E então ela sorriu e eu juro que se tivesse algum lençol sobre mim eu teria me escondido debaixo, porque sou desses e não sei lidar com essas coisas não, não sei mesmo. Mas eu não tinha e o jeito foi fechar os olhos e desejar chamar meu pai, não o Jongin, mas o Soo porque ele ia me levar dali e evitar que eu passasse ainda mais mico.
O que eu ia dizer? O que eu podia fazer? Eu sabia respirar de novo?
Aquilo era algum teste dos céus depois de ter sido quase morto por um ciclista doido?
— Está doendo em algum lugar, Yuto? Meus tios aplicaram anestésico além de fazerem um bom curativo, mas sei que esse tipo de corte com arranhão arde bastante. Você não teve febre então significa que sua cicatrização vai cuidar do pior, mas quero que me diga se está se sentindo mal de alguma forma. Yuto?
Eu abri um dos olhos e engoli em seco.
Meu deus, ela estava falando mesmo comigo, ela sabia meu nome de verdade e aparentemente o cara da calçada era tio dela. O mundo estava conspirando ao meu favor? Eu teria furado a fila da sorte alheia? Seria injusto eu agradecer a qualquer divindade responsável por aquilo e desejar ter outro acidente como aquele no futuro?
Era assim ficar apaixonado? Deixa a gente mais louco do que o comum mesmo ou era só comigo? E espera, eu estava na casa dela…? Isso significava que o perfeitinho das exatas também estava ali…? Ai deus, AI DEUS!
— Me diga que estamos no hospital!
Disse atropelado. Ela arregalou os olhos e então negou:
— Minha casa tem enfermaria, é de praxe em nossa família, muitas crianças… Tios bagunceiros… Coisas assim. Você está bem, Yuto? Parece que está tonto… Respira hun, não comece a hiperventilar, vai fazer mal a você, respira… Respira hun, isso, assim…
— Eu estou na sua casa… sua casa mesmo?
Eu deveria parecer algum lunático porque no fim ela riu baixinho e segurou minhas duas mãos sorrindo para mim e ficando tão fofa, mais tão fofa que eu quase desmaiei, não sei lidar com isso gente, não sei, juro!
— Você está seguro aqui, está tudo bem, só me diga se está se sentindo melhor e eu vou ligar para sua casa e…
— Não liga! – Gritei e depois tremi me sentindo um idiota, meu deus, me leva! – Quer dizer, eu mesmo ligo e bem… Sabe, minha família é meio preocupada demais e eu me machuquei… Ahhhh… quer dizer, não é isso, eles são legais mas bem… esquece.
Desisti de falar porque tinha certeza que já tinha estragado qualquer ínfima chance que eu podia vir a ter com ela. Meu deus Yuto, meu deus!
Eu pensava frenético, mas então, então… Eu senti ela se aproximar e arregalei os olhos pronto para desmaiar, porém acabei assistindo impactado ela bater na minha cabeça de leve com a mesma mão macia que segurou as minhas frias e suando segundos antes – eu estava meio em transe – Tocando em mim como se eu fosse um gatinho e sorrir um sorriso que nossa, mais dois desses e eu ia ficar cego:
— Vai ficar tudo bem, confia em mim, ninguém mais vai brigar com você, nem te machucar, é uma promessa.
Meu espírito desprendeu do meu corpo e eu tive a maior epifania da minha vida.
Eu estava loucamente apaixonado, era um laudo irreversível, ponto final. Poxa, não se diz aquele tipo de coisa para um sub de família como eu, não se diz, é pecado mortal. A gente fica mole, fraco e com pensamentos submissíssimos do tipo me dê colo e faz cafune na minha cabeça e diz que eu sou seu para sempre. Esse tipo de coisa errada… Ela era uma pessoa normal, eu não podia ter aquele tipo de pensamentos gente! Ai deus, me leva dois!
— Yuto, diz alguma coisa sim? - Ela pediu com voz mansinha e pronto, eu virei uma poça de choro antes que me controlasse. Por que eu pago mico meu deus!? – Ei, ei… Tá tudo bem…
— Não ‘tá não! – Disse soluçando – Você é uma garota normal, mais velha, legal, bonita e agora me faz uma promessa dessa? É injusto!
— Como…?
E então ela me encarou piscando e depois deitou a cabeça de lado como se estivesse com um problema de matemática na cabeça e não soubesse resolver, fala sério, ela e os primos dela eram geninhos! Aishiii…
A vida era mesmo cruel. Porque eu fui me apaixonar por uma garota que não sabia o efeito daquele tipo de palavras em mim?
Enxuguei meus olhos e encarei a ponta dos meus dedos sobre meu colo, me senti derrotado, pior do que o herói no drama que estava acompanhando quando levou um fora da mocinha pelo rei chato e do mal:
— Pode pegar meu celular, por favor?
— Claro.
Ela se levantou e eu quase chorei chamando ela de volta.
Assim que voltasse para casa ia pedir ao meu pai para me levar no psicólogo que aquilo estava indo longe demais. Além disso eu tinha a Luhana me esperando e…
— Como ele está?
A voz da minha colega de classe me fez erguer os olhos assustados e olhar para a garota na porta com um sorriso leve e um bebê no colo. Um bebê a coisa mais linda do mundo que tirou de mim um sorriso bobo e um awnnnnnn soprado.
Toda a tragédia grega da minha vida foi deixada de canto enquanto eu olhava para a menininha de lacinhos rosa nos poucos fios de cabelo e um olhar que me era muito familiar… Nossa, parecia o pai Channy. A versão neném, fofinha, feminina e cute do amor dele…
— Essa é a minha irmã mais nova, Yuto. Laila. Quer pegar ela no colo?
— E-eu posso…?
— Claro que sim. Aqui.
E ela me trouxe a bebê que eu peguei com todo o cuidado do mundo evitando resmungar do meu cotovelo que passou a arder como uma entidade maligna alheia e invasora do meu corpinho sensível.
— Ela tem dois anos, mas parece ter um, não é?
Minha crush disse de forma suave e eu assenti sem ter coragem de olhar para ela, ao invés disso eu encarei minha colega de sala, confuso:
— Você mora aqui?
— Sim, eu moro – Então ela piscou divertida – E você já conhece minha prima Bi, pelo visto.
Meu deus, elas eram primas, da mesma família, ahhhhhhhhhhh!!!
Surtei internamente, mas por fora eu consegui me controlar e apenas abracei mais forte a bebê para que ela não se mexesse e caísse do meu colo, eu estava sobre uma maca em uma espécie de salão misturado com sala de médico. Aquilo era uma mesa de tomografia no canto, ou era impressão minha? Quem tinha aquilo em casa?
— Quantos médicos tem aqui, desculpe a pergunta?
Perguntei para a Luhana um pouco chocado, ela gargalhou:
— Seis. Mas dois são da área de psiquiatria, acredite, é pouco.
Abri a boca chocado. Hein?
— Nossa família é bem grande, Yuto – E minha crush voltou a se sentar ao meu lado e me estendeu o celular – Somos mais de cem pessoas ao todo.
— E eu achei que a minha família fosse tumultuada, senhor!
Disse e então me senti quente e envergonhado, porque eu não sabia ficar quieto? Eu ‘tava louco? Mas graças a minha continua sorte estranha daquela tarde, elas riram e concordaram. Até a bebê gargalhou me deixando todo bobo e querendo roubar a menina para mim.
Não me julguem!
— Opa que estou ouvindo minhas meninas rirem animadas aqui dentro.
E um homem entrou no salão médico bizarro e eu quase cai da maca.
Pela segunda vez meu espírito saiu do meu corpo e voltou tamanho o susto. Era meu pai, mas não era meu pai. Era a versão mais velha do Chanyeol e acho que mais alta. Não sabia dizer, não sabia, mas a voz era mais baixa, mais suave e algumas diferenças eram bem claras, contudo era como ver meu pai, só que sua versão um pouquinho mais velha. Os cabelos estavam longos também e a pele dourada, como se tivesse tomado bastante sol. Só que o sorriso, era exatamente o mesmo, um sorriso caloroso que aquece a gente por dentro e da vontade de correr e abraçar.
— Papa!
A bebê ergueu os bracinhos e eu fiz auwnnnnn de novo porque ela era uma fofa cute que dava vontade de morder e guardar em um potinho. O Chanyeol versão praiana veio para nós, pegou ela no colo com uma das mãos e fez um carinho suave no meu rosto com a outra: Quase fiz auwnnnnn outra vez.
— Como está nosso pequeno skatista? Eu estava preparando um chá para você já que Luhana estava toda animada com o amiguinho novo e fiquei preocupado quando soube que tinha se machucado. Tomei a liberdade de pedir aos meninos que adiantassem a tarefa de vocês para não terem problemas, tudo bem? Nini está com a lição lá dentro. Acha que consegue ir andando ou quer que eu chame um dos meus maridos para pegá-lo? Ainda não liguei para os seus pais, estávamos esperando que você acordasse, mas já são quase sete na noite, eles devem estar preocupados, não?
Eu não sabia se estremecia de medo com a bronca que eu ia levar, se eu ignorava mais uma hora da minha vida de castigo e aproveitava a comida da casa da minha crush, se me fazia de forte e falava que eu ia andando, se faria manha e ganharia colo ou se ficava ali ainda muito chocado, por sinal, com a versão de um dos meus pais só que estilo dono de casa amável e que fazia eu ter desejo de deitar em um sofá e pedir para cantar para mim. Eu amava meus pais, amava mesmo e todos os meus tios e tias, porém aquele homem passava uma vibe tão calorosa que eu me senti muito consciente que nunca tive alguém me olhasse daquele jeito… e eu não sabia explicar, não sabia mesmo.
E no meu coração surgiu do nada uma tristeza imensa de que aquilo devia ser o que uma mãe amor seria. Inclusive ele pegava a bebê como as mães que eu via na rua e invejava no silêncio da minha infância, ele me olhava como uma mãe olha para suas crianças e eu… Eu era um estranho…
— Lulu, pegue sua irmã.
Eu pisquei quando vi ele entregar a criança para minha colega de sala e vir para mim e me abraçando e colocando minha cabeça no peito como se eu fosse um bebê também, talvez eu fosse…
— Não se preocupe, meu querido, está tudo bem hun, tudo bem.
Minhas costas foram esfregadas de leve e recebi um beijinho na cabeça como naquelas cenas de dorama dramático que eu chorava horrores e eu fraquejei de vez. Eu nunca fui abraçado assim, e eu queria ter sido abraçado assim ao menos uma vez pela minha mãe… Mas minha mãe era do mal, não toda do mal, mas ela definitivamente não tinha nascido para ser mãe. Será que se eu pedisse para ir lá dia sim e dia não só para ser abraçado, eu ia parecer maluco?
Será que era porque ele parecia o pai Channy, mas uma versão pai/mãe/amor/extramilhaodevezesquentinho?
Havia uma energia estranha ao redor dele, uma coisa inexplicável.
— Pronto, Channy pegou mais uma cria, como se já não tivesse filho suficiente, porque a gente não abre uma creche não é mesmo? Íamos ganhar dinheiro pelo menos!
— Não implica com o filhotinho, Baek!
— Não implica com o filhotinho, Baek! – A pessoa que chegou disse forçando a voz para o grave e foi tão engraçada que eu acabei rindo. Fui solto do abraço gostoso e encarei o homem recém-chegado só para dessa vez quase cair da maca em choque duplicado.
Tio Baek? Digo, tio Baek versão platinada, mais velha e de salto? Oi?
Puxa ele era mais bonito, não dava para negar, os olhos estavam marcados a lápis e ele usava uma roupa toda negra e bonita. Parecia pronto para ir para uma balada… Ou a um clube de doms.
Engoli em seco, meu deus, eu estava vendo coisas? Ele tinha coleiras? Não só coleiras como braceletes em um modelo que eu conhecia bem, muito bem aliás. Eu não daria mais de trinta anos para aquele Baek versão mais velha, linda e fashion. Eu tinha caído na toca da Alice, não era possível!
Então desviei os olhos para o homem que segundos antes tinha me dado o abraço mais materno da minha vida e vi que ele também tinha coleira e estava perto o suficiente para eu enxergar nomes nela. Não… Não era possível… Gente, não podia ser…
— S-sub, v-vocês são subs?
Todo mundo olhou para mim de olhos arregalados - Até a bebê, meu deus - e eu quase saí correndo, ai deus, eu e minha boca grande, se joga da ponte Kim Yuto!
Mas quem falou foi quem eu menos queria que pensasse que eu era um lunático, óbvio que era a minha crush:
— Você conhece submissos, Yuto?
— Bem… Er… sim?
Respondi em tom de pergunta agarrando a barra do meu agasalho de nervoso e cheio de tensão. Então todo mundo sorriu como se eu tivesse passado no teste da nasa e Bianca veio para mim outra vez apertando meu nariz como pai Sehun fazia:
— Você é perfeito, Yuto, perfeito.
— Bom, já que o problema foi resolvido, vamos tomar chá então?
A versão do Channy praiana disse de forma animada e eu suspirei fundo. Meu deus, eu tinha morrido, só podia ser, era aquilo, não tinha outra explicação.
Você é perfeito, Yuto, perfeito.
Ahh como eu estava ferrado, muito, muito mesmo!
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Passando para dar um oi geral e avisar que em breve tem mais de Contrato Inviolável!!! Bem vindo a todos :D!
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Contrato Inviolável - Capítulo IV
Eu, eu mesmo e o garoto dos olhos de cervo

Eu sabia o que Luhana planejava, mas não deti minha priminha, e foi por um motivo todo egoísta. Eu queria ver a reação dele em casa. Eu queria saber se ele era apto para ser um de nós.
E aquilo não era justo, não era mesmo, mas enfim, o mundo não era justo.
Por isso eu fui mais cedo para casa - Ignorando ambos na sala deles - já tinha todas as minhas tarefas adiantadas de todo modo – Escola para mim era só um agrado a mamãe e a tia Mimi, eu sabia mais do que todos os meus professores juntos – e planejei ficar na janela da sala de leitura onde teria uma boa visão do pátio que Lulu adaptou para o garoto. A filha mais velha dos Kim sabia andar com qualquer coisa que tivesse rodas ou lâminas, skate então era brinquedinho de criança, mas o garoto não sabia disso, por isso ela tirou as coisas mais avançadas do pátio que também era a pista dela e dos menores. Eles jogavam de vôlei até manobras de patins.
Eu queria assistir com tempo e atenção, desejava analisar o futuro namorado da Bi em nosso território, ao invés da escola... Na escola eu não tinha conseguido ver as nuances mais finas, infelizmente, lógico que era só por desencargo de consciência, claro. Aqueles olhos fofos, a boca bem desenhada, o jeitinho atrapalhado, a timidez contínua, o esforço em estudar, mas sempre deslizava e acabava na mira dos professores – Ele era o centro da diversão de Lulu e desde o primeiro dia ela narrava as confusões em que o skatista se metia na sala deles - Ah e aquele riso fácil, mas tão difícil de tirar dele... Não, nada daquilo tinha a ver com isso, não mesmo...
Eu não podia estar apaixonado, não é? Não podia!
Destranquei o portão e joguei minha mochila nas costas determinado a ir direto para meu ponto de vigia quando vi tia Mimi vindo para a saída do prédio com olhar fixo e em fúria e todos os meus alertas íntimos soaram. Minha família podia ser gigante, mas éramos ligados uns aos outros por fios invisíveis e muito fortes.
— São os tios?
Perguntei antes que ela passasse por mim e saísse.
Só tínhamos um carro em casa e era proposital – Seul não era uma cidade perdida litorânea barata, ela era uma capital e custava caro viver nela - e eu sabia bem que papai estava com ele naquela manhã. Ele e tio Kyungil estavam fazendo compras para casa e a SUV ia ficar indisponível até a tarde.
Tia Mimi parou ao meu lado e me olhou de canto:
— Os diamantes que tínhamos escondido na velha casa foi saqueado, e eles estão rastreando isso a duas semanas, você sabe... – Eu sabia bem, e aquilo também estava me preocupando – JYJ, Teo roubou os diamantes, como? Eu não sei, era nosso segredo, mas aqueles dias foram turbulentos e enfim, ele voltou para cá quando deu fuga ao Ren anos antes, pegou os diamantes e fugiu de novo, claro que ele teria de ter feito, as Kim na época o mataria depois dele ajudar o Renren a fugir delas... Mas era nossa apólice, Sunggyu e os meninos então loucos, e com razão. Eu preciso ir acalmar meus homens e pensar em outra alternativa, eles não voltam para casa há semanas... Que droga! Jeongmin está triste, eu odeio ele triste!
Eu suspirei, entendia ela e a situação.
Vinte anos atrás eram os homens da minha família, os tio Kim, os tios Min, Im, Park, todos os meus tios e meus pais... Bem, eles eram os donos de Seul. E então tivemos que fugir, nosso submarino naufragou e tudo se perdeu. Estávamos mortos para o mundo, ponto e a fortuna legal não podia ser recuperada. Usávamos os mesmos nomes, mas nossos passaportes e documentos eram americanos, nosso pouco dinheiro “oficial” vinha do Brasil em aplicações feitas por tio Heechul e tia Amber e a verdade era que não havia muito mais... Todos os bens antigos e legais, já eram, e os ilegais estavam sendo garimpados na surdina, debaixo dos panos, e não era fácil.
Aquele prédio era dos Cha e reformá-lo não saiu barato também. Os mais velhos não podiam circular em lugares conhecidos ou seriam reconhecidos e nós, eu, meus irmãos e primos tínhamos de agir como crianças inocentes... Era uma droga, na verdade.
Agir como um adolescente quando se é um homem, com preocupações adultas, ainda que a família não fosse em nada culpada e sim sua mente... Bem, era irritante!
Contudo voltar tinha sido a melhor das alternativas, Chansonie e Laila, os gêmeos e filhos mais novos de tio Chanyeol, passaram a chamar muita atenção, olhos demais sobre eles, a vila do Brasil se tornou insegura e instável e antes que houvesse algo pior, resolvemos voltar para Seul.
Eu ainda não sabia bem se tinha sido bom, mas era onde tínhamos mais dinheiro recuperável. Foi uma aposta de trinta e sete por cento de acerto, valia a pena.
— E no antigo caixa forte da matriz da antiga joelharia dos tio Jang? Se ainda for protegida por senhas binárias, eu posso decodificar em segundos. Me coloque lá dentro tia Mimi e eu faço o resto.
Eu disse pensando no óbvio, a joalheria Infinite Blanc era dos tios, por direito, mas agora era de acionistas, contudo havia pequenas coisas que podiam ser recuperadas, se fossemos rápidos e ágeis, afinal as vezes o óbvio não era tão óbvio, as probabilidades eram boas.
— É improvável meu amor, mas uma boa ideia, vou ver os tios e então se rolar, eu te aviso – Tia Mimi me deu um soco leve no peito e sorriu amável – Já te disse hoje que você é um docinho de manga, meu bem?
Ri baixo e assenti, ela piscou e saiu me dizendo para não esquecer de verificar minhas irmãzinhas. Em casa, todos que saiam, voltavam e deixavam claro que estavam bem para os demais. Podia parecer que éramos meio paranoicos, mas em uma família de mais de cem pessoas, aquilo era apenas precaução.
E minhas irmãzinhas eram as contadoras oficiais de todos nós. As gêmeas amavam câmeras e vigília então receberam a honra de cuidar disso na nova casa, ou prédio, eu ainda não tinha me acostumado a morar na vertical. Sem praia e sem o som do mar me parecia tão vazio...
E elas adoravam a “responsabilidade”, ah, elas pareciam tanto a mamãe...
Sorri, eu amava minha família.
Entrei em casa e subi para a sala de leitura me colocando no ângulo perfeito e acionando meu intercomunicador pessoal. Todos tínhamos um e o meu era adaptado no meu relógio aparentemente simples.
— Estou em casa, meninas.
Disse e então abri meu livro de física quântica avançada, colocando em meu colo com cuidado. Eu teria de esperar um pouquinho, mas ia valer a pena, eu tinha certeza. Enquanto isso eu estudaria um pouco mais, afinal eu precisava encontrar um jeito de injetar dinheiro em casa sem que os mais velhos soubessem e aos meus olhos, a ciência podia ajudar. Muito.
De um jeito ou de outro.
☺♀♥♂☺
— Já vai sair?
Papai tinha ficado aquele dia em casa e passamos um tempo juntos assistindo séries e eu senti que Jongin estava tentando mesmo ficar mais próximo de mim, eu não podia ser um chato total né, meu pai merecia uma chance, afinal já nos dávamos bem e eu o amava, só não perdoava muito seu passado promíscuo.
Eu era romântico e queria mesmo casar virgem e todas essas coisas que hoje o povo pensava ser babaquice aos olhos das pessoas em geral. Mas funcionou com pai Soo, ia funcionar comigo!
Eu peguei meu skate de estimação e assenti:
— Vou na casa de uma colega estudar, deixei o endereço na geladeira qualquer coisa, papai e não vou desligar o celular, só preciso mesmo da ajuda dela no trabalho de amanhã – Eu fui até a sala e sorri para ele que ainda estava esticado no sofá assistindo um filme de ação agora, não vou negar, senti inveja, eu e o sofá éramos inseparáveis, mas emergências exigiam atividade física, fazer o que? – E é no bairro vizinho também.
— Tudo bem Yuto, eu sei que para sair de casa a essa hora deve ser bem emergencial – E Jongin me sorriu divertido – É a sua crush?
— O QUÊ? – Eu quase tive um treco, mas meu papai continuou olhando a TV como se nada tivesse acontecido – Quem te falou... Humm... Sehun, claro...
— Eu não posso saber se meu filho está apaixonado?
— Pai, nem é ‘tá, crush é tipo... Tipo o biscoito de leite integral puro e doce para quem tem lactose e diabetes, lindo e intocável, algo assim...
— Ok. Bom estudo.
Ele continuou sorrindo e eu saí bufando, esquecendo que meu pai era legal. Mas que droga!
Sabia que meu rosto estava vermelho, mas me saí bem com o capuz do agasalho, escondendo metade da minha cara, meu cabelo estava mais longo que o comum então ele ajudava a esconder minha vergonha do mundo também. Falar da minha crush com Jongin era pior do que falar de sexo com o tio Xing.
Não rolava, não mesmo!
E por pensar nela...
Eu não tinha visto ela hoje, nem ela nem o perfeitinho das exatas, eles não tinham ido na aula hoje? Aconteceu algum problema? Ué... eles não eram de faltar...
— Sai da frente seu idiota!
E do nada um cara de bicicleta quase passou por cima de mim vindo de uma rua paralela em velocidade alarmante. Eu fiz uma manobra emergencial para não cair no trânsito e fui parar no jardim beirando a calçada, caindo com força no chão. Protegi a cabeça, mas bati meu cotovelo e senti a dor subir até minha mente em segundos.
Poxa, esses loucos ainda iam matá-lo!
— Ei rapaz, ei... – Uma voz me chamou, mas eu continuava deitado sentindo medo de abrir os olhos e ver algo meu fora do lugar. Um osso, o que era pior e sabia que ia ficar de castigo até ano que vem se abusasse, fale sobre proteção paterna e comece a pensar na minha família... – Ele está entrando em choque, Chansung, preciso da minha maleta.
— Temos de voltar para casa, Tae, mas levá-lo assim pode...
A conversa foi sumindo e eu soube que estava mesmo apagando. Desmaiei segundos depois.
☺♀♥♂☺
— Tio Tae está entrando em casa com um garoto desmaiado no colo! Ai deus! – Mia, a filha do meio de tio Chanyeol e que tinha doze anos, mas parecia ter mais idade por ser alta e muito bonita para a paz familiar com aqueles cabelos negros ondulados e sorriso amplo, entrou na sala de leitura vindo para mim de olhos arregalados - Ele caiu do skate, segundo tio Sung, um cara de bicicleta quase o atropelou, puxa, esse trânsito daqui é mesmo perigoso não é não?
— Skate?
Eu me ergui na hora, assustado e com minha frequência cardíaca indo a milhão, não podia ser, não é? Tinham vários skatistas em Seul, não podia ser...
Mesmo assim eu desci correndo indo para a sala médica improvisada no que era antes o salão de festas do prédio – Irônico, mas aquela era minha família – E vi a movimentação conhecida dos meus tios médicos quando estavam com um paciente. Tio Chansung e Taecyeon gostavam de caminhar no fim da tarde e aproveitavam para observar a vizinhança também, mas se eles trouxeram alguém para casa ao invés de mandar para o hospital era porque não devia ser algo grave, mas precisava de atendimento rápido.
Eu entrei ao mesmo tempo em que tio Wooyoung e congelei ao ver quem estava na maca. Era ele... Era ele...
— Droga!
— Você conhece o rapaz, JYJ?
Tio Tae perguntou enquanto rasgava a manga do agasalho e eu via a ferida feia no cotovelo do garoto. Meu sangue ferveu, quem foi o filho da mãe que machucou o meu baby? QUEM?
Senti minha mente vasculhar quase que autonomamente o perímetro, pensar em ao menos dez formas diferentes de rastrear a criatura e de finalmente usar o soco inglês que meus tios Cha adoravam. Nunca senti tanta vontade de socar alguém como naquele segundo.
Nunca.
— JYJ?
— Eu vou matar esse ciclista!
Meus três tios se voltaram para mim surpresos e silenciosos e sim, eu também estava. Minha resposta era mais denunciadora do que tudo e oficialmente nem mesmo tinha falado com o skatista, apenas bisbilhotado ele discretamente na última semana. Mas eu era filho dos meus pais mesmo, impressionante.
— Hummmm isso é um sim?
Tio Sung perguntou ainda de sobrancelhas arqueadas, eu assenti:
— Vou avisar a Bi, cuidem dele por favor, ele é sensível e meio chorão, mas vai engolir o choro na frente de estranhos e correr, prendam ele na maca se for necessário, eu volto já!
Saí dali com pressa, tinha que avisar minha prima, não queria chamar ela pelo interfone e fazer alarde, mas não era fácil achar alguém em um prédio de doze andares... subi as escadas em dúvida do que fazer, mas topei com a Barbara e o DZ de beijinhos na porta do terceiro andar e quase bufei, mas esses dois!
— Onde é o incêndio para subir pelas escadas?
Ela alfinetou, mas já erguia DZ e me encarava preocupada, aquela era a Ba e ela tinha um bom faro para encrenca, quase como eu. O fato de eu me conter e ela não, era o que nos diferenciava.
— Ei JY, ‘tá tudo bem?
Meu irmão perguntou um pouco tenso, ele sentia a fúria em mim, óbvio.
— Yuto está em casa, tio Tae está cuidando dele, ele caiu de skate próximo de casa por culpa de um ciclista idiota. Preciso avisar sua irmã. Agora!
— Ela está com a gêmeas no quarto da tia Jess. Quer que eu a chame, esse é o chuchuco dela?
— Não, vou lá, obrigado.
Passei por Ba e DZ e fui até o sétimo andar indo para o andar dos meu pais e entrei no quarto da minha mãe após bater na porta. Minha prima explicava algo para as minhas irmãs no notebook sobre a cama grande, ela ergueu os olhos assim que entrei e eu a chamei sem som.
Bianca saiu do quarto dizendo que voltava logo e me encarou do lado de fora:
— Que é?
— Vá para a enfermaria, Yuto está lá.
Minha prima congelou e eu sabia que ela sentia o mesmo que eu, de verdade. Aquele garoto tinha mexido com nós dois naquela intensidade? Dela ao menos eu não precisava ter dúvidas, era bem óbvio. Talvez o teste de Luhana fosse inútil, quando um de nós escolhia alguém, escolhia e ponto final e nem sempre era consciente, na verdade.
— Obrigada.
Ela saiu do transe e correu para escada, mas eu a alcancei e antes dela descer, peguei em seus ombros e falei sério, talvez o mais sério da minha vida até agora:
— Eu também me sinto assim, Bi, eu também, ele...
— Ele é nosso, entendi. Vou cuidar dele JY.
— E eu vou rastrear o idiota, qualquer coisa me chame, vou estar fora, avise os outros.
Ela me deu um ok determinado e eu a deixei ir. Bi era a mais controlada emocionalmente de nós dois, era melhor que ela estivesse com ele, afinal como disse aos tios, eu sabia que o garoto era manhoso, tinha analisado o perfil dele bem antes de falar com ele ontem no corredor da escola, pretendia soar brincalhão, mas só fiz o menor fugir. Ia ter que fazer abordagens diferentes... E aceitar que gostava mesmo dele.
Até agora eu menti a mim mesmo que era curiosidade apenas, mas vê-lo naquela maca, mexeu comigo em níveis subatômicos.
Ninguém machucava um de nós e saia inteiro!
Eu ia cuidar do culpado...
— Ei Ba, quer dar uma voltinha comigo?
Perguntei pelo intercomunicador, ela riu e eu sorri.
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Contrato Inviolável - Capítulo III
Sobre quem eu sou e mestre do skate

Eu estava entediado por fora, e pensativo por dentro.
Sim, eu sei, não faz sentido, mas minha vida não é muito de fazer sentido mesmo. Eu amava ela como era agora, tirando as vergonhices em que me metia, ainda assim não era a vida toda filosoficamente com sentido. E depois da noite anterior, ficou ainda mais louca.
Conversar com tia Indy e tia July me deixava leve e me fazia rir, mas ainda não tinha resolvido meu problema.
Eu ainda estava chocado por me descobrir bi, mas tia July era paz e amor e achava que com amor tudo se resolvia, não importava se fosse homem, mulher, trans, o que fosse, já tia Indy era a pessoa mais encrenqueira que eu conhecia e segundo ela eu devia fazer o que eu queria porque eu não era obrigado a nada e se alguém dissesse algo diferente disso, eu devia levar o nome para ela que ela dava um jeito.
Andei em círculos como sempre, mas ao menos eu ri e assisti meu drama favorito acompanhado. Em resumo estava confuso, mas feliz. Então voltei para casa esquecendo por um momento minha crise existencial - agora tinha dois crush, podia ser pior? – E Sehun me esperava na sala com sua cara de “temos de ter uma conversa séria” e pronto, lá estava meu eu dramático de volta em meu corpo pronto para surtar.
Sehun era meu pai mais paizão, se podia classificar. Ele era o responsável, o “quase dom” dos outros três. Quase porque ele não era dom, não tinha desejos por coisas mais intensas no sexo – Eu era virgem e BV, mas morava naquele prédio o suficiente para saber as diferenças ali – E Sehun era apenas ele mesmo, um quase dom e meu pai “ Nas coisas sérias”. Afinal Jongin não tinha a cara deslavada de ousar me dar bronca, ele era pior que eu, todos sabíamos, Channy era manteiga derretida e era para quem eu corria quando precisava me safar de bagunças que fiz, ele jamais me daria bronca e meu pai Soo, bem... Ninguém quer o Soo dando bronca em mim, minha orelha sempre saia um pouco maior das conversas com ele então Sehun foi escalado para aquelas situações. Eu conhecia a cara dele, bem demais.
— Boa noite, pai – Disse indo me sentar ao lado dele no sofá macio que era minha segunda cama, tinha melhor lugar do mundo que meu sofá? Eu achava que não – Tio Xing te disse, né?
— Sim, ele disse – Sehun se voltou para mim e me sorriu discreto – Meu filho está crescendo, acho que é a hora de sim, conversamos sobre sexualidade, Yuto, mas eu te entendo em não querer falar com o Zhang, eu também não ia querer...
Então eu ri e acabei relaxando e abrindo minha boca:
— Ele ia vir com aquelas histórias de amar, prover e proteger e que não importava se fosse garota ou garoto um relacionamento é muito sério e blá blá blá... Poxa eu só tenho quase dezesseis, papai, nunca beijei, como eu vou ser o responsável?
Sehun riu baixinho e então cutucou meu nariz com carinho:
— Não se preocupe com essas coisas, se seu coração escolheu uma boa pessoa, tudo vai caminhar com mais tranquilidade do que imagina, se foi uma má escolha, então teremos de conversar de novo mais seriamente sobre a pessoa. Não importa se é garota ou garoto Yuto, paixão é paixão hun? Mas precisa saber se a pessoa concorda com você, esse é o primeiro passo. Não vai querer que seu primeiro beijo seja sem ao menos um pouquinho de sentimento recíproco. As vezes confusões acontecem, é inevitável, mas se puder ter uma boa experiência, será melhor para ambos.
— Eu não quero ser como o papai!
Resmunguei meio infantil. Sehun ergueu meu queixo e me encarou sério dessa vez:
— Seu pai é um homem maravilhoso e eu fico muito grato por você ser tão parecido com ele, tanto em personalidade como em aparência. Ele pode ter cometido muitos erros, mas tem um coração imenso que mal cabe no próprio peito – Eu fiquei um pouco chocado com aquilo, jamais ninguém falou do papai assim, mas Sehun parecia tão sincero... – Nós, eu Channy e Soo amamos seu pai tanto que se ele fosse tão ruim como imagina, jamais seria capaz de retribuir, mas ele faz, ele nos completa, ele é nosso coração, Jongin é maravilhoso, Yuto e está na hora de enxergar isso hun? Seu pai ficou tão triste por não poder te ver crescer, nem saber da sua existência que não faz ideia, nem um pedacinho de ideia disso. Ele foi um namorador desregulado? Sim, ele foi, mas sempre foi consensual, seu pai jamais tocou em alguém que não quisesse o mesmo e eu sei que esse mesmo senso de dignidade existe em você e é por isso que sou feliz que seja tão parecido. Porque isso me dá a certeza que embora confuso, vai fazer dar certo. Dê um pouco mais de crédito ao seu pai, meu querido. Ele te ama.
Eu assenti quase choroso, nossa, eu... Sei lá, eu amava ele também, poxa... Será que estava sendo injusto da forma que parecia? Mas meu pai...
— Ele beijou um monte de gente, pai – Dessa vez mais resmunguei mesmo e então suspirei – Eu não quero isso, eu quero ser de alguém e pronto.
— De alguém ou vários alguéns?
Sehun frisou os vários e eu me senti quente e envergonhado, aishiii, TIO XING!
— Não é assim! – Falei alto e depois me encolhi de bico – Só são dois alguém, e eles são primos, veja só, é quase como a tia Jiwoo, ela tem tio BM, tio J.Seph e tia Somin. Quer dizer eu só estou levemente interessado na minha crush e no primo dela... Como eu pude fazer isso?
Resmunguei de novo no final, só para ter meu nariz cutucado outra vez:
— Porque você se interessa mais pela pessoa do que pelo sexo dela, simples assim. Mas o que precisa pensar primeiro é se é reciproco, precisa saber para não passar a viver apenas com esse amor platônico, meu filho.
— Eles vão me achar bizarro.
— Ou, assim como nós, podem te achar um fofinho, é relativo – Sehun suspirou – Mas claro, as chances de ser péssimo são reais, mas é preciso enfrentar isso, ou vai acabar entregando seu coração pela primeira vez e sofrer com isso, mas é melhor uma rejeição limpa do que uma ilusão perpétua.
— Você tirou isso de um livro não foi?
Eu perguntei desconfiado, Sehun acabou sorrindo, mas não disse qual livro, sempre o mesmo... Bufei.
— Eu sou todo desastrado pai, como acha que vou ter a coragem de chegar naqueles dois e dizer, oi, eu gosto de vocês, vocês gostam de mim também? Oi? – Torci o nariz - Aqui é o Yuto falando, não tio BM!
Dessa vez ele riu e assentiu:
— Tem razão, acho que não conseguiria ser assim, mas veja só, já aceita que está apaixonado por uma garota e um garoto. Viu só como ser bissexual não é nada de outro mundo? Ficou nervoso à toa. Outra coisa, como disse eles são de fora, chegaram há pouco tempo na Coréia, eles foram criados provavelmente em uma cultura mais aberta do que a nossa. Talvez suas chances sejam melhores do que imagina, porém só vai saber se tentar...
— Pai, eu ia desmaiar antes que conseguisse abrir a boca, eu passei por isso hoje, fiquei afônico! Eu sou um sub total, vamos aceitar que dói menos.
Então Sehun rolou os olhos e suspirou mais pesado:
— Às vezes penso que os subs te influenciam demais.
— Isso é sério? Olha para mim, até eu sei que sou quase tio Suho só que mais alto, fala sério! Pai, de boas ok? Sou virgem, mas não idiota né! Essa tarde quando ela me olhou, eu juro, se ela me mandasse ir com ela eu só assentiria e agarraria a manga da blusa como um cordeirinho a seguindo até o além, eu vivo com doms o suficiente para conhecer esse efeito, estou perdido, se ela for uma garota comum vamos ser duas plantas encarando um ao outro, eu jamais daria o primeiro passo, nem que fosse possuído. E o gênio das exatas? Ele chegou depois e perguntou para ela se eu falava ou ia ficar encarando eles como um cervo a luz de faróis. Eu devia chutar a canela dele, certo? Ele estava zoando comigo? Mas o que eu fiz, saí correndo porque sou desses, eu quis chutar a canela dele, juro, mas ele é lindo e eu fiquei com remorso. Não tenho salvação...
— Não gosto desse garoto – Meu pai determinou e eu ergui os olhos para ele um pouco confuso até enxergar um brilho meio letal ali – Se ele te magoar, meu filho, eu acabo com ele.
— Credo pai, você está andando com o tio BM?
Sehun não respondeu, mudou de assunto e acabamos por ir dormir depois de tomar chocolate quente. Eu estava mais calmo, mas outras dúvidas me acometiam. Nunca vi Sehun agir daquele jeito... Foi estranho.
— Kim Yuto, a janela está tão interessante assim?
A professora de Inglês parou do meu lado e me encarou com aquele olhar meio maquiavélico e eu engoli em seco, aishiiii, eu já tinha tido aquela aula, poxa, porque ela implicava comigo, eu estava quietinho na minha ali no meu cantinho pacifico...
— Desculpe, senhora Han.
Me desculpei ainda assim porque sabia do gênio do mal daquela mulher.
— Quero o seu trabalho sobre a influência da América na Coréia do Sul, toda em inglês culto na minha mesa até amanhã e vai valer ponto da media final. Seja impecável e nada de copiar, eu saberei se será você ou um dos seus tios fazendo para você.
Ela me deu um sorriso digno de ajummas muito más dos dramas históricos e saiu de lá com certeza dando pulinhos mentais. Eu suspirei, o pior de tudo era que ela tinha razão, eu sempre pedia ajuda de alguém, não era como seu eu soubesse inglês naquele nível, mulher do mal!
O sinal bateu e eu fiquei na sala ainda perturbado pela tarefa cruel a que fui submetido, porque ela não me jogava na masmorra então? Para que me atormentar com aquelas coisas, eu nem fiz nada, poxa!
— Ei, Yuto, não fica assim, eu te ajudo, sei bastante sobre o assunto, meu pai gosta muito de história política global.
Hein?
Me virei um pouco assustado, já que achava que estava sozinho na sala e vi uma garota sentada na mesa do fundão me sorrindo fofa. Minha mente tentou se lembrar e então me dei conta de que era aluna nova que chegou no meio do bimestre. Ela tinha quatorze anos – Isso ficou colado na minha cabeça porque ela tinha pulado um ano para estar ali, por méritos e notas, segundo senhora Han - e se a senhora Han elogiava alguém, esse alguém era um herói aos seus olhos.
Ainda assim, nunca tínhamos nem cumprimentado um ao outro. Porque ela queria me ajudar?
— Me ajudar?
— Sim, te ajudar, encare isso como uma troca – Ela piscou e depois riu e o som era encantador – Eu tenho procurado por um skatista nessa cidade e você é bom, eu já te vi andar por aí. Eu te ajudo com o trabalho, você me ensina a andar de skate. Que tal?
— Bom... – Para falar a verdade eu era mesmo bom no skate, sem falsa modéstia e eu precisava de ajuda, uma que a senhora Han não desconfiasse. Uma mão lavava a outra, não é? – Como posso confiar que você não vai contar para ela depois?
— Porque eu sou filha dos Kim, e os Kim não mentem nunca para um amigo, é questão de honra. Se eu te der minha palavra, Yuto, ela vale até minha morte.
Ok, aquilo foi estranho.
Parecia coisa do tio Xing e até me arrepiou, Jesus, ela era filha de algum dom? Se não fosse eu votava na fé que era ainda assim. Aquele olhar era tão direto quanto tio Xing rezando a missa da coisa das regras de um sub e tal, caramba!
Engoli um pouco em seco e assenti:
— Ok, vou confiar em você, mas se você me trair...
— Eu jamais vou te trair, Yuto, nós não traímos família.
Mano, aquilo agora soava como a máfia. Ficava cada vez mais estranho e eu cada vez mais curioso, ela podia ser louca, vai que né? Mas aquilo me enfeitiçou como um truque de mágica boba, eu me tornava família por ensinar ela a andar de skate?
— Isso tudo por que vou te ensinar a andar de skate?
Ela sorriu de canto – Mano, juro que parecia o poderoso chefão – e então saltou da mesa e veio para mim colocando algo sobre minha mesa:
— É, podemos dizer assim, eu te espero nesse endereço, depois da cinco, vou levar áudios sobre o assunto, você só tem que adaptar para sua própria linguagem para despistarmos a senhora Han. Nos vemos mais tarde, shifu.
Ela saiu da sala e eu engoli em seco, shifu? Shifu não era mestre em mandarim? Gente que garota bizarra.
E então eu abaixei os olhos e vi um bilhete com um endereço e o nome dela em cima:
Kim Luhana.
Kim Luhana... que garota estranha...
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