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laguinhobusiness · 10 years
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Em meio a ira de estudantes com aumento de preços, Xerox do Itamar olha para o futuro
PRAIA VERMELHA — A decisão da Xerox do Itamar (BM&FBOVESPA: ITAM4) de elevar em 50% os preços do seu serviço de fotocópias tem provocado ira e revolta entre os estudantes da Escola de Comunicação da UFRJ.
O aumento foi anunciado há 2 semanas em um comunicado ao mercado arquivado na Comissão de Valores Mobiliários e na Secretaria de Fotocópias e Serviços Estudantis do Ministério da Educação, mas os alunos só notaram a diferença na última segunda-feira, 2 de agosto, quando retornaram às aulas para o período de 2014.2.
"Saí da aula de Teoria [da Comunicação] II e vim aqui direto pra tirar xerox do livro A Ideologia Alemã, já com o dinheiro na mão. Para minha surpresa, vi que teria que gastar o dobro", disse o aluno Murilo Anchieta, do 2º período, se confundindo com as contas. Para Sabrina Freitas, do 3º período, "a Xerox do Itamar está agindo de maneira gananciosa, tirando dinheiro dos alunos para aumentar seu lucro". "Vou ter que realmente ler as xerox pra compensar o aumento", conta Rafael Lima, também do 3º período. Nenhum aluno acima do 4º período foi encontrado na Xerox para comentar o caso.
Em entrevista exclusiva ao Laguinho Business, Itamar Albuquerque III, CEO da Xerox do Itamar, diz que entende o descontentamento mas afirma que o aumento é justo. "É apenas o 3º aumento no Plano Real, ou seja, o 3º em vinte anos. Nenhum outro segmento da economia conseguiu segurar seus preços por tanto tempo", justifica o empresário. De fato, como mostram dados de arquivo do Laguinho Business, em 1994 o custo da cópia era de R$ 0,05, passando a R$ 0,07 em 1999 e R$ 0,10 em 2005.
"Estávamos há quase 10 anos praticando os mesmos preços no serviço de xerox, um recorde nos quase 120 anos da empresa", explica Itamar. "Estamos segurando o aumento há dois anos e talvez pudéssemos segurá-lo por mais um, mas o cenário internacional do mercado de fotocópias não nos permite abrir mão de receita. Sabemos que xerox de textos estudantis não existirão mais daqui 10 anos, e precisamos estar preparados e capitalizados para a mudança."
A Itamar Fotocópias e Docinhos S.A., razão social da Xerox do Itamar, foi fundada em 1896 como Empreza de Mimeographos da Guanaraba por José Itamar Albuquerque. (Itamar III é o quarto descendente de José Itamar a controlar a empresa.) A companhia se dedicou exclusivamente a cópias até 1976, quando passou a aproveitar seus pontos de venda em locais privilegiados para o comércio de alimentos e produtos voltados ao público discente.
A participação do setor de fotocópias no lucro da empresa tem diminuido nos últimos 3 anos consecutivos. As previsões do mercado apontam que, mantido o preço de R$ 0,10, as xerox passariam a dar prejuízo para a companhia em 2015. Justamente por isso, investidores reagiram bem ao aumento: as ações subiram 12,3% desde 25 de julho, quando foi anunciado o novo preço. Com isso, as ações da Xerox do Itamar podem fechar seu primeiro ano com valorização positiva desde 2010.
A reação dos consumidores da empresa, no entanto, pode ter um impacto negativo nos resultados. O evento "Boicote à Xerox do Itamar – PREÇO JUSTO" contava com 346 confirmados no Faceboook na noite dessa quinta-feira. Os usuários da rede social postavam mensagens como "xerox mais cara, menos leitura, menos educação, um país mais pobre #triste" e "pago mais caro no Cópia Café mas não compro mais mate no Itamar". O Cópia Café, curiosamente, é um antigo concorrente da Xerox do Itamar que abandonou o setor em 2009 devido à baixa receita, passando a atuar somente como café e lanchonete.
Como o próprio Itamar explica, a importância das xerox está em queda há anos e eventualmente o setor deixará de existir. "Justamente por isso, não esperava uma resistência tão grande ao aumento. A maioria das pessoas nem tira mais xerox, estão reclamando só porque são chatas", desabafa ele.
Sobre o futuro, Itamar mostra não ter medo das mudanças e cita a própria história da empresa como ponto de sustentação. "Há mais de um século nosso negócio é pautado pela boa relação com os clientes, que são os alunos e professores mais brilhantes do Brasil. Trabalhamos para servir a eles. As coisas mudam, mas, no final, o que realmente importa são os momentos de diversão e alegria que passamos ao lado de pessoas que amamos".
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laguinhobusiness · 11 years
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Mais uma empresa responsável por obras no Palácio Universitário declara falência; é a 5ª em 4 anos
PRAIA VERMELHA e ILHA DO FUNDÃO — A empreiteira J. Nunes Reformas e Construções Ltda entrou hoje com pedido de falência na 32ª Vara Cível do Rio de Janeiro e se tornou a quinta empresa responsável pelas obras de restauração do Palácio Universitário da UFRJ a falir e deixar os trabalhos incompletos.
O motivo alegado no requerimento é a alta dívida contraída pela empresa, principalmente por causa das obras no Palácio. O orçamento previa R$ 4,1 milhões para os 24 meses de obra, mas esse valor foi ultrapassado após apenas 4 meses. A empresa solicitou à UFRJ um Termo Aditivo para corrigir o valor da licitação, mas o pedido tramita na Universidade desde julho de 2013 e ainda não tem conclusão.
A J. Nunes é a quinta empreiteira a declarar falência enquanto toca as obras de restauração do Palácio, iniciadas em setembro de 2010. A primeira foi a HLX Construções Ltda, em junho de 2011, meses após a multa milionária pelo incêndio na Capela do Palácio. Depois disso, assumiram a obra e decretaram falência as empresas InCon Empreendimentos SA (fechada em janeiro de 2012), Hillel-Lieber Planejamento SA (novembro de 2012) e Santa Isabel Engenharia e Construção Ltda (abril de 2013).
Em todos os casos, o motivo da falência alegado pelas empresas incluía os custos muito acima do previsto nas obras do Palácio. Os trabalhos já ficaram pelo menos 8 meses paralisados enquanto eram realizadas novas licitações de emergência.
Visivelmente alterado, João Nunes Jr., presidente da empreiteira J. Nunes, disse que as obras no Palácio estão “almadiçoadas”. “É coisa de louco, de louco, não dá mais. Essa obra vai falir todas as empreiteiras do Brasil. Não vai sobrar ninguém. Não dá. Não dá”, contou o Sr. Nunes Jr. em entrevista por telefone ao Laguinho Business.
Por se tratar de um prédio tombado pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN), obras no Palácio Universitário só podem ser realizadas por empresas aprovadas pelo instituto. Com as falências em série, a lista de empresas autorizadas é cada vez menor.
O tombamento também é o principal motivo dos custos elevados da obra. Os materiais e procedimentos da restauração devem ser os mesmos utilizados na época da construção do Palácio, entre 1842 e 1852. “Se o IPHAN levar a sério a necessidade de utilizar materiais e meios da época da construção, vão ter que usar escravos na obra”, brincou em 2012 Amaury Fernandes, então professor e hoje diretor da Escola de Comunicação, cuja sede fica no Palácio.
Futuro Com a falência da J. Nunes, a obra foi paralisada já na manhã dessa terça-feira, 25 de fevereiro. A UFRJ informou que só iniciará nova licitação quando for notificada oficialmente pela Justiça. Esse procedimento geralmente demora 36 horas, mas só deve ocorrer na segunda semana de março devido ao recesso de 10 dias na Universidade por causa do carnaval.
"Vamos rezar para todos os santos para que a próxima empresa contratada não vá à falência e termine a obra a tempo das comemorações do centenário da UFRJ, em 2020", disse por telefone, em tom sério, um representante da Pró-Reitoria de Gestão e Governança, que preferiu não se identificar. "Se necessário, vamos buscar ajuda do Papa Francisco e até de outras religiões".
Enquanto parte do Palácio segue interditada pelas obras, alunos da Escola de Comunicação, da Faculdade de Educação, do Instituto de Economia e da Faculdade de Administração e Ciências Contábeis da UFRJ têm parte de suas aulas em containers provisórios montados há 2 anos.
O aluguel dos containers já custou à UFRJ R$ 8.451.310,00.
Thiago Guimarães, aluno do 4º período de Rádio & TV, diz que até prefere ter aula nos containers, que segundo ele apresentam melhores condições que as salas do Palácio por disporem de ar condicionado, móveis novos e acústica adequada. “Mas estamos pagando caro demais por isso, com o preço do aluguel a UFRJ podia ter construído prédios definitivos”, cobra o estudante. “Mas, no final, o que realmente importa são os momentos de diversão e alegria que passamos ao lado de pessoas que amamos”, encerra o estudante, com voz calma, antes de dar mais um trago no baseado.
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laguinhobusiness · 11 years
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Choppada da ECO injeta R$ 0,01 milhões na economia
PRAIA VERMELHA — A Choppada da ECO, que terá sua edição 2013.2 realizada nesta quarta-feira, 26, introduz direta e indiretamente pelo menos R$ 0,01 milhões (o equivalente a 10 mil reais) na economia. É o que revela estudo de Gustavo Aguiar, economista da Fundação Getúlio Vargas, obtido com exclusividade pelo Laguinho Business.
"Muitos pensam apenas no preço da cerveja ou nos gastos mais visíveis, como o aluguel de banheiros químicos. Mas a conta final considera todas as movimentações ocorridas na cidade em decorrência do evento, e o valor é impressionante", conta o Sr. Aguiar, que em 2011 completou o pós-doutorado em Micro-Economia de Eventos Universitários em Praias na Harvard Business School.
Começando com o orçamento estimado do Comitê Organizador da Choppada, de R$ 0,007 milhões (2/3 investidos em bebidas e o restante em infra-estrutura), o cálculo do Sr. Aguiar inclui também os gastos com transporte, alimentação, saúde e reciclagem de lixo. "Só no mercado de táxis, a Choppada movimenta R$ 0,002 milhões", conta o Sr. Aguiar.
Gabriela Domingues, CFO da cooperativa de táxi Caminhos da Urca, corrobora o estudo. "Em dia de evento na Praia Vermelha, nossa taxa de ociosidade durante a madrugada é quase nula. Em alguns momentos, 100% de nossa frota está rodando a serviço de frequentadores dos eventos", explica a Sra. Domingues.
Vendedores de alimentos também têm a garantia de uma boa noite de vendas durante a Choppada. Antonio Dias, mais conhecido como Toninho do Rodó, vende cachorros-quentes na região da Praia Vermelha há 23 anos e diz que, em dia de evento na praia, ele nem circula pelo bairro. "Quando chega época desses eventos de estudantes, eu nem preciso andar pra vender, tem movimento aqui a noite inteira".
O Sr. Aguiar também destaca os gastos em farmácias, principalmente com remédios no dia seguinte à Choppada, e o lucro obtido por catadores de lixo com as milhares de latas de alumínio recolhidas na praia. "O que parece só um evento comemorativo de universitários acaba criando uma série de mercados paralelos e gerando sustento para várias pessoas desconhecidas, sem que ninguém se dê conta disso. Acho isso fascinante", diz o Sr. Aguiar.
2013.2 A edição 2013.2 da Choppada acontece nessa quarta-feira, 26 de fevereiro, pela 12ª vez seguida na Praia Vermelha. O anúncio oficial foi feito hoje por Rodrigo Esteves, em sua primeira conferência para jornalistas e investidores desde que assumiu o posto de CEO da Choppada, no fim do ano passado.
A Choppada de 2013.2 estava inicialmente marcada para 16 de outubro, mas foi cancelada em cima da hora devido a problemas contratuais.
O cancelamento provocou um enorme prejuízo financeiro à Choppada e gerou uma onda de incerteza sobre seu futuro. Após uma mal-sucedida tentativa de oferta secundária de ações para angariar recursos, as dívidas da Choppada foram sanadas por um aporte milionário de um investidor não identificado. Também foram utilizados recursos públicos do Fundo de Amparo do Centro Acadêmico da ECO.
Terminada a Choppada de 2013.2, deve começar imediatamente o planejamento da edição de 2014.1, sobre a qual os organizadores têm se mantido em silêncio desde a Oferta Pública Inicial aos Calouros, há 2 semanas.
"A Choppada é grande, maior do que pensamos, envolvendo trabalhadores e quantias que a maioria nem ousa imaginar", conta o Sr. Aguiar. "Mas, no final, o que realmente importa são os momentos de diversão e alegria que passamos ao lado de pessoas que amamos".
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