Tumgik
maephoenix · 2 years
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Um sonzinho rouco escapou de Clementine num riso baixo, quase debochado, diante do comentário de Luke. Tinha sido estúpido e bobo mesmo, concordara dois minutos antes, só que — olhe bem! — era bem difícil não considerar que aquilo ali saía da boca de alguém que estava com ela naquela sala; ele não tinha lá muita moral para palpitar. Tontão. Ela riu e assentiu para Maeve como quem diz um tá tranquilo, sinceramente achando uma graça a coreana defendendo-a para o amigo. “É… E é por isso que a vista tem que valer a pena, certo?” E ela realmente considerava tentar de novo. Só podia estar perdendo a cabeça. Pirando na batatinha de vez. Mas havia algo em Maeve que despertava o mesmo sentimento passional, insensato, que mais cedo a inflamou e guiou seus passos através daquele plano. Luke estava certo, era estúpido. Só que talvez fosse isso que Clementine precisava ali, naquele dia. Apenas alguns instantes sem se preocupar com o depois e suas consequências. Sem pensar nos pais, na família, nos colegas, em… só, em tudo. E quem melhor que a garota que havia acabado de admitir, com tanta despretensão, ter mandado logo o professor Murray pastar com suas notas e toda a prepotência delas?                                 Certo. Certo. Certo, certo, certo. Então aceite logo antes que resolva dar para trás!                                  Bonitinha. Ai, céus. Reunindo toda a coragem que ainda lhe restava, a loira apenas escorregou os pés para o chão e disse: “Só se tiver mais cigarros com você.” Fitou Luke meio de lado e arqueou as sobrancelhas, dando de ombros como se concordasse com a ideia de Maeve. Um vigia era bom. Necessário, até. E encontrando os olhos da coreana, a sombra de um sorriso ainda que incerto pairando nos lábios, concluiu: “Nunca se sabe quem vai precisar subornar nas escadas, não é?” Era uma falsa confiança, a que emanava dali. Sentia-se como uma jammer correndo pela pista sem o capacete. Porém, não era de todo ruim. Era a ansiedade gostosa, aquela que fluía quando corria direto para uma ladeira e sentia as rodas do patins raspando no asfalto, o vento chicoteando seu rosto e seu coração prestes a voar e voar e voar. Tudo isso sem saber se conseguiria frear sem quebrar todos os dentes. Daquela incerteza ela gostava, porque sabia que teria valido a pena.                                  Clementine foi até sua carteira e enfiou a folha da redação na mochila, caçando às cegas algo que se tivesse sorte o bastante, estaria dando sopa ali depois do lanchinho que C.J. quisera comer na tarde anterior. Vamos lá, só um sachê. Então bastava um pouquinho de perfume e água e guardanapo ou papel e… Um suspiro frustrado. Nada. Ok, um vigia apenas então. “Caso a sra. Lee volte antes do tempo”, ela instruiu Luke, o tom semelhante ao que usava nas reuniões de classe — aquele mesmo que dizia: toma aqui as rédeas, são suas. “Só diga que tive ‘problemas de garotas’ e pedi a Maeve que me acompanhasse até a enfermaria por um buscopan.” Não seria tão fácil de acreditar, mas era o melhor que tinham. E dito isso, lançou um olhar impaciente e cúmplice para a coreana. Vamos? Para que debandassem para fora da sala de aula.                                  Espiando os corredores, ela seguiu Phoenix quando conferiu que estavam vazios. Aquele frio na barriga já virava uma presença constante. “Você realmente suborna o zelador com cigarros?” Ainda se dividia entre achar a história ultrajante e o cúmulo da comédia. No fim, talvez entendesse mais ou menos o funcionário. Ele não estava nem aí. Provavelmente só tinha delatado Clementine por receio dela dedurar a ele e o cheiro do cigarro primeiro. “No final valeu a pena?”, então questiona de repente. Soava mais curiosa, contemplativa, do que a pergunta em qualquer outro contexto implicaria. “Mandar Murray enfiar a nota dele, sabe, onde quer que tenha mandado enfiar.” Ela ri, observando Maeve e suas madeixas coloridas. O movimento suave no caminhar. 
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“Valeu a pena, ver aquele bigode e aquelas sobrancelhas grossas franzindo em fúria?”
                Maeve concordava. Valia a pena. Mesmo que ela chegasse lá e fosse apenas um ambiente cinza de concreto, mesmo que o tempo fechasse e não conseguisse ver o pôr do sol, mesmo que tentasse e tentasse mas fosse pega toda vez. A inspiração valia a pena. A adrenalina valia a pena. A memória valia a pena. Tudo que nos movia e convencia de fazer loucuras como aquela valia a pena. 
                Um sorriso satisfeito de aprovação surgiu nos lábios da coreana quando Clementine concordou em seguí-la. Mae vai até a sua mochila e tira de algum bolso escondido um segundo maço de cigarro. “Sempre tenho um pacote barato por precaução.” Ela joga o pacote em direção a Clem, esperando que a loira pegasse e o guardasse. Então, veste seu terno do uniforme, enfiando nos bolsos seu maço de cigarros bom e o isqueiro, junto com alguns outros objetos que havia pegado na mochila e poderiam ser úteis durante o caminho. Da mesma bolsa térmica que ela tirou os cigarros, pega uma latinha de balas, dentre as bolinhas coloridas, pegando uma verde sabor limão que era sua favorita antes de estendê-la para a alemã. “Para o hálito.” Já seria ruim o suficiente se fossem pegas, se sentissem o cheiro de cigarro saindo de suas bocas seria pior ainda. Sobre o cheiro da roupa, Maeve sempre dava a desculpa que sua mãe fumava - o que não era mentira, mas sempre via a calhar. 
                Virou-se para falar com Luke, mas Clem foi mais rápida ao instruir o garoto. Mae se manteve atrás dela e apenas assentia em concordância. Aquela era uma boa ideia. Ela conhecia muito bem aquele olhar no rosto do amigo, sabia que ele ficava preocupado quando aprontava uma daquelas, não era a toa que ele havia ficado em detenção apenas para evitar que ela se metesse em mais confusão. Mas ele também a conhecia muito bem, e sabia que não importa o que dissesse, quando Phoenix decidia algo ela simplesmente ia e fazia. “Você sabe o sinal.” Disse indicando o celular que tinha em mãos. Então as duas saíram para os corredores vazios da escola. Se tivessem muita sorte, conseguiriam chegar até as escadas sem encontrar nenhum professor.
                  Franziu o cenho para a pergunta de Clementine, apesar de entender da onde aquela confusão vinha. “Por que eu inventaria algo assim?” Olha para loira brevemente antes de dar de ombros. “Quanto mais você anda nesse colégio mais descobre que cada adulto tem seu preço.” Se observasse com cuidado, podia ver atitudes como aquela em todo canto. Como a professora de inglês sempre deixava Mary Anne fazer trabalhos extras para ganhar nota, pois a aluna dava chocolates a ela toda sexta-feira. Ou o professor de educação física que deixava o grupo de nerds faltarem às aulas porque eles gravavam seus seriados favoritos em DVD para ele. Ou pior, o professor de física que dava notas mais altas às alunas que usavam saias mais curtas e trocavam risinhos com ele. Todos tinham um preço, alguns mais baixos e outros mais altos.  E, ah, ela adoraria saber o preço do Sr. Murray. “Deixar qualquer professor com aquela cara de ‘não acredito que teve a audácia de me dizer isso’, vale a pena. Principalmente a do Murray.” Ela teve que rir ao lembrar da cena, de como ele havia ficado em choque por longos segundos tentando raciocinar o que ela havia dito. “Mas ainda considero estupidez. Ele provavelmente vai sentir mais satisfação ainda quando me der o próximo F, o que significa que provavelmente bombarei em história.”
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                Maeve vira próximo corredor, que era contrário da saída de emergência mais próxima. “Melhor irmos pelas escadas perto dos laboratórios, aquela é a única porta que literalmente não grita quando abrimos.” Começa a explicar, olhando com atenção para o corredor caso alguém decidisse sair de surpresa pela porta de alguma daquelas salas. “Podemos atravessar o ginásio, não há treinos de quintas.” Por isso mesmo, quando chegaram no local ele estava completamente vazio. Mae checou bem antes de entrarem ali. Mas antes de sequer darem dez passos adentro o local, alguém saiu do vestiário feminino, e a coreana não pensou duas vezes em segurar a mão da loira e puxá-la para trás das arquibancadas. Depois que estavam escondidas e seguras ela conseguiu reparar quem era. “O que ela está fazendo aqui? Era para ela estar na sala dos professores.” Sussurrou para que a Sra. Lee que atravessava a quadra não ouvisse. Então, para surpresa das duas, o professor de educação física saiu em seguida do mesmo local. Maeve arregalou os olhos e se virou para Clementine, se segurando para simplesmente não cair na gargalhada com a cena.
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maephoenix · 3 years
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“Peguei emprestadas”, ela contesta num tom bem-humorado — meio tímido, meio espertinho — que ia melhorando paulatinamente. Não enxergava nenhum julgamento ali, não de Maeve e Luke pelo menos, e longe dele, começava a se sentir mais confortável. “Eu não planejava ficar com o molho todo, só precisava checar qual era a certa e devolver o resto pra trás da mesa da srta. Ives.” E a falta só seria dada caso alguém dali de fato quisesse, por qualquer motivo que fosse, chegar até o terraço. Podia ficar com a chavezinha média de metal acobreado por pelo menos uns dois dias, e não dariam falta. “Depois das duas ela sempre passa uma meia hora no banheiro, depois de tomar aquele frappuccino dos Tully’s. Acho que ela é intolerante a lactose, e não liga muito pra isso.” Conhecia Claire Ives, a secretária, razoavelmente melhor que o restante dos funcionários da escola. Mãe de Amélie Ives, a garota de cabelo raspado na lateral que participara ao seu lado na competição de patinação de Eugene (logo nas férias de verão do ano passado) e que a ensinara a gostar de Joy Division, Roller Derby e cigarros não-mentolados. Mais divertida do que a carranca revelava, nessa parte ambas a mãe e a filha combinavam. Clementine não conhecia o zelador, no entanto, e essa ignorância, pelo que parecia, não tinha sido muito favorável naquela tarde. Ela não acreditou de imediato no que Maeve dizia. “O quê?” Ainda buscou na coreana algum sinal de zoação, sem saber se ria entre uma careta e outra. “Você tá de brincadeira comigo.” Luke só deu de ombros, confirmando. “Ele me deu todo um sermão sobre desvio de conduta!” Se puxasse agora da memória, bem que podia lembrar de distinguir sutilmente o cheiro de nicotina que pairava na base das escadas, vindo degraus acima de onde ele a surpreendeu. “E como é que você sabe disso?”                                  ‘Ele só estava fazendo o trabalho dele’, era o que havia pensado. ‘Não posso culpá-lo…’ Muito inteligente, Clementine. Aquilo teria mudado umas coisas e tanto. “Bem…” Os lábios se franziam numa expressão quase cômica de frustração. O que já foi, já foi, não é? “Bom saber disso agora. Eu acho.” Algumas cinzas caíram em cima da mesa quando ela se inclinou e apoiou os antebraços nas coxas. “Lei de Murphy ainda reina suprema em Red Oak Academy, ao que tudo indica.” Ela então sorri para Maeve. Não, não era um plano muito bom, não. Variáveis demais. Um bom plano traria a informação do zelador junto. Phoenix só estava sendo gentil. “Já parou pra ver como o campus fica no pôr-do-sol?” Um último trago e só a bituca do cigarro pendia de seus dedos agora. Clementine o apagou no peitoril da janela. “O sol se põe de encontro à baía, bem pra cidade, e o céu reflete aquele perolado — e o laranja, e o rosa — nas árvores e nas construções, e delas às vezes se projetam umas sombras chinesas no gramado que você só repara olhando de cima. Não importa de qual janela e ângulo da biblioteca veja, é sempre…” Especial? Inspirador? Tentar não soar romântica demais quando falava de qualquer coisa voltada para fotografia era um desafio. “Uma vista e tanto, sabe? Não consigo nem imaginar como é de cima do terraço.” Conseguia, e adoraria ver com os próprios olhos. “Talvez quando reformarem lá em cima de vez, calharia ao Bob pedir que instalassem um binóculo público. Nunca se sabe.” 
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Lembrar que compartilhavam o mesmo extracurricular de Artes Visuais talvez fosse um dos motivos que a fez se sentir livre para responder com naturalidade. Maeve era espontânea, direta e sem amarras. Contagiante, à própria maneira. Por isso de igual forma pouco a surpreendeu a resposta sobre a nota baixa. Ainda bem que não tinha visto aquilo, ou não sabia se teria autocontrole suficiente para não rir. “Meu Deus.” Ali, porém, ela podia. “Talvez, mas você fez o que metade da sala tem vontade de fazer há umas duas semanas.” O que ela, na verdade, tinha vontade quando o ouvia falar. Por mais que nunca tenha tirado uma nota inferior a B+. “É difícil não questionar a inteligência da escola quando nos colocam um professor de história reaça pra ensinar. Por mais temporário que seja.” E, por favor, que de fato fosse temporário. Clementine descansou a batata da perna debaixo da coxa, puxando as meias ¾ do uniforme preto. “Ok, prazer, Maeve.” O Maeve também foi dito num tom de quem dizia igualmente: é, eu sei quem você é.                                 Deteve-se, então, no  não  imediato à pergunta, fitando a rebelde como quem tentava ler através do que ela dizia. Podia sentir seu pulso decolar só com a ideia. Ela entrelaçou os dedos no colo, remexendo na saia, incerta. Claro que continuava pensando. E queria. Queria sim. “Por quê? Pensando em me ensinar a arrombar portas?”
                      “Pegou emprestado?” Arqueou as sobrancelhas, dando um sorriso de lado com aquele tom de Clementine. Aquele tom espertinho. Seus lábios repuxando de uma forma que indicava aprovação e divertimento. E com um olhar de canto comprovou que Luke tinha o mesmo olhar divertido, mas com certeza não com o mesmo gosto que tinha no de Mae. Talvez a loira fosse muito mais esperta e destemida do que ela sequer poderia julgar. Definitivamente, ali, contando como ela havia roubado um molho de chaves da portaria, ela não parecia tão sem graça quanto seus amiguinhos populares. “Não sabia o que a mantinha fora da secretária por algum tempo, mas espero que ela continue não ligando, porque esses trinta minutos onde a secretaria fica sozinha são muito úteis.” De verdade, não tinha ideia do que mantinha a Srta. Ives longe da secretaria por alguns minutos, Maeve reparou no padrão mas nunca se perguntou a causa. A adolescente sempre aproveitava aqueles minutos a seu favor, sendo apagando emails que seriam enviados aos seus pais do computador ou tirando fotos e provas que estavam na copiadora. Por um lado, ela se sentia culpada de se aproveitar daquele pequeno descuido da Srta. Ives pois era um dos únicos adultos ali que não a olhava torto. Talvez porque a filha dela também era a garota de cabelo diferente e personalidade forte. Ainda sim ela fez uma anotação mental de que se precisasse aprontar algo na secretária era só oferecer um frapuccino a mais velha. A coreana soltou uma risadinha com a surpresa de Clementine, achando certa graça na expressão. “Deixe-me adivinhar, ele deu todo um discurso sobre como seguir as regras da escola é importante, principalmente para seu futuro e bla bla bla.” Revirou os olhos ao final. Aquela bronca parecia ser decorada por todos os responsáveis daquela escola. Adultos. Falam de nós mas são todos iguais também. “Todos nós já ouvimos eles.” Olhou brevemente para Luke esperando que ele concordasse. “Sinto muito que tenha ouvido também.” Deu um pequeno sorriso de compreensão como se desejasse força para a outra em um momento difícil. “Tive sorte de pegá-lo no flagra. Agora posso suborná-lo com cigarros para poder ir e vir aonde quiser pelas escadas.” 
                      Ficou com certa pena da frustração da loira. Ela sabia muito bem qual era a sensação de ser pega fazendo algo errado por descuido próprio. Com o tempo Mae ficou boa em fazer aquele tipo de plano, e se Clem quisesse chegar ao terraço, também aprenderia algumas coisas tentando. Deixou que a outra discorresse sobre o tal terraço enquanto terminava seu cigarro. Dando as últimas tragadas ao escutar sobre o céu e as cores daquela forma tão… apaixonada? Sinceramente, Maeve não lembrava a última vez que havia reparado no pôr-do-sol, na maioria dos finais de tarde estava enfurnada naquela sala. Porém, Clementine falava daquilo com tanto sentimento e paixão que começou a pensar que a vista devia ser realmente bonita. “Então, está tentando entrar lá pela vista?” Não soava decepcionada, nem um pouco. Curiosa sim, como se quisesse entender os motivos dela. Luke murmurou ao seu lado algo sobre aquilo ser uma ideia estúpida, levando uma cotovelada da amiga pelo comentário. “Não liga para ele. Se te inspira não é estúpido.” Maeve entendia, pois correria o mesmo risco se fosse algo relacionado com a sua música. Sabia que Clem tinha afinidade para artes, e acreditava que toda a história do pôr-do-sol estava relacionada com aquilo.
                      “Bom, alguém tinha que fazer, não aguentava mais aquele homem só favorecendo quem ele gosta” Ainda achava sua atitude uma burrice, mesmo que não se arrependesse. Xingar o professor não mudaria sua nota. Mas depois de fazer um trabalho que ela sabia que merecia pelo menos um B-, não conseguiu segurar a própria língua e soltou o insulto na frente de todos. Um ato muito comum da coreana, para falar a verdade. Mae deu um sorriso de lado e piscou para loira ao ouvir o modo que ela pronunciou seu nome, um modo discreto de dizer que havia entendido o recado. 
                      A pergunta de Clementine atiçou algo na Phoenix, como se tivesse um convite escondido ali. Não que a pergunta anterior não tivesse, porque tinha, e a loira pareceu entender. “Se tiver a fim de aprender, será um prazer ensinar.” Mae olha novamente para janela, imaginando aquele pôr-do-sol que Clem havia mencionado enquanto escutava Luke atrás de si dizendo que não acreditava que ela faria aquilo. “O que? Se está com medo pode ficar aqui de vigia.” Desceu do parapeito da janela, o som das botas batendo ao chão ecoou pela sala. “Temos uns quarenta minutos até a Sra. Lee voltar.” Disse ao analisar o relógio que se encontrava em cima da porta, então se voltando para a loira novamente. “O que me diz, bonitinha? Está a fim de ver o tal terraço?”
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maephoenix · 3 years
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𝐌𝐀𝐑𝐆𝐎𝐓 𝐑𝐎𝐁𝐁𝐈𝐄 𝐆𝐈𝐅 𝐈𝐂𝐎𝐍𝐒
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maephoenix · 3 years
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Areung in Extracurricular (2020) dir. Kim Jin Min
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maephoenix · 3 years
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O sol queimava debilmente colégio afora, raiozinhos fracos atravessando galhos de árvores cujas folhas amarelavam com a chegada do outono, rodopiando e caindo no gramado e terreno escolar numa dança bem-humorada ao vento. Mais alguns dias e a folhagem seca cobriria toda a extensão das construções, um manto vivo e colorido de laranja, amarelo e verde ao redor de um prédio com ramificações históricas. A biblioteca, situada no extremo oeste do colégio, é o melhor lugar que há para visualizar o campus, vivo e encantador quando contemplado de cima, e se subisse dois andares a mais… Clementine conseguia visualizar o que a esperava do terraço: estudantes se deslocando abaixo como formiguinhas pelas interseções do gramado, entrando e saindo do imperioso prédio principal de tijolos vermelhos e arquitetura colonial, se esquivando escondidos para algum canto além de sua visão, ansiosos, alegres, irritadiços. Um córrego de vida e histórias que ela pode observar sem ser observada, capturar à distância um pedaço bonito do que a alguns anos seria apenas uma memória. Suspensão, detenções, suicídio social, no entanto… Ainda não sabia dizer se a vista valia a pena ou não. Não quando de nada seus esforços valeram ao ser pega na metade do caminho. Uma parte sua teria rido diante do sobressalto de Maeve, não estivesse tão concentrada em só não pensar demais, mas a loira se limita a um dar de ombros, gesto que parece forçado até para si mesma ao estender os dedos e apanhar o cigarro. “Obrigada. Trato é trato.” Nunca havia fumado dentro do colégio — não tão perto dos prédios, pelo menos — e agora acendia um dentro da sala de aula. Será que chamaria o episódio de licença poética? Surto coletivo? Perda de lucidez temporária?                                 Com o filtro do cigarro entre os lábios, ela afasta as madeixas lisas para atrás da orelha ao se aproximar do isqueiro de Maeve, puxando o primeiro trago conforme levantava da cadeira e caminhava para a janela aberta, uma bem ao lado da coreana. Clementine apoia os braços no peitoril da janela, olhos azuis espiando lá embaixo, checando se ninguém a via, e olha de volta para o amigo de Maeve, depois para ela. “Peguei as chaves da secretaria”, responde, a confiança na voz vacilando como se algo ali teimasse em admitir aquilo em voz alta. “O zelador é uma das únicas pessoas que tem uma chave extra. Pode tentar adivinhar quem resolveu dar um trato nas escadas logo hoje.” O terceiro trago relaxou seu peito, amansando a tensão dele como se afrouxasse um nó, e aquela inquietude e ânsia insuportáveis iam aos pouquinhos se dissipando junto às cinzas que caíam no peitoril. Clementine bate a ponta ali e as sopra para longe, sentando na mesinha da carteira mais próxima. Ela cruza as pernas, ajeitando as dobras da saia plissada. Mais fácil conversar assim, redirecionando e descontando uma aflição traiçoeira em algo externo. Dividindo atenção. “Ah… Não sei arrombar portas?” Meio incerta, avalia Luke meio de rabo de olho, como se questionasse se aquilo era algo banal entre eles. Talvez fosse. Talvez só seja difícil pensar que está conversando tão casualmente com Maeve Phoenix, presa numa detenção e que a garota lhe acendera um cigarro. E comentava sobre arrombar portas. Soava tão surreal e risível quanto dizer que nevaria naquele outono. A situação lhe despertava um misto de sentimento arredio responsável pela mesma inconsequência de mais cedo. Clementine admirava e invejava Maeve. Invejava sua rejeição pela autoridade, admirava o aparente descaso com que os outros pensavam, a espontaneidade tão despojada e natural. Todo aquele misto tornava as circunstâncias meio desconcertantes. “Mas o truque teria me poupado um trabalho. Não sei dizer se foi má sorte ou burrice.” É claro que sabia: um combo dos dois. “E você, como é que veio parar aqui? Má sorte ou burrice?” Falava diretamente com Maeve. 
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“Sou Clementine, por sinal.” Apesar de ter noção que era meio difícil alguém ali não saber disso. Elas compartilhavam alguns períodos juntas até. “Qual você faria no fim das contas? Se precisasse escolher agora? Roubar as chaves ou arrombar a porta?”
                      Outono era a estação favorita de Maeve. Talvez fosse a paisagem alaranjada, as folhas caindo no chão ou o clima frio, o ambiente trazia certo gosto para ela. Também tinha o Halloween, um de seus feriados favoritos. Outubro era o único mês onde o cabelo colorido e as roupas diferentes não recebiam olhares tortos pela cidade, como se ela estivesse fantasiada o ano todo e naquele mês era aceitável pois era permitido se fantasiar. Sua mãe gostava de chamar aquela fantasia de “uma fase”, apesar da mulher sempre dizer que a filha deveria ser quem ela queria ser. Sabia que o termo usado era mais para acalmar seu pai, dar esperanças a ele que algum dia as roupas, o cabelo, a maquiagem e a atitude fossem embora. Já havia ouvido mais de uma vez seu pai dizendo para os amigos que aquilo era apenas “uma crise adolescente”, como se por ter dezesseis anos Maeve não soubesse quem era e o que queria. Agora, olhando para Clementine, pensou que seu pai adoraria ter uma filha como ela. As notas, o comportamento, o namorado. Só faltava seu pai obrigá-la a arranjar um, algo que não estava nos planos de Mae nem de longe. Ele não sabia, na verdade, ninguém sabia que a Phoenix não se sentia atraída por meninos. Gostava de garotas, sabia daquilo há algum tempo, e se a cidade não aprovava nem uma mecha de cabelo de uma cor diferente quem dirá alguém que gosta de pessoas do mesmo sexo. Ela já havia reparado algumas vezes em Clem, nos olhos claros e no longo cabelo loiro, e no momento se pegou reparando novamente nos traços delicados enquanto a outra fumava tão naturalmente debruçada na janela, como se fizesse aquilo frequentemente. 
“Você roubou as chaves da secretaria?” Sua voz é um misto de aprovação e surpresa. Se alguém lhe contasse que Clementine havia roubado as chaves da secretaria e tentado entrar em uma área proibida e por isso havia parado na detenção, ela não teria acreditado. Estava admirada de certa forma, apesar de ainda não saber qual era a motivação de Clem. Rebeldia? Impulsividade? Adrenalina? Por qual razão uma garota tão certa quanto Clementine von Flemming havia saído da linha. “Ele não estava dando um trato na escada, o zelador se esconde nas escadas para fumar e ficar assistindo vídeos no celular.” Apenas sabia disso pois havia pegado o homem no flagra uma vez, não que fosse uma surpresa tão grande, o mais velho cheirava a cigarro barato e algumas vezes a álcool também. No final a situação veio a calhar, pois agora subornava o zelador com cigarros para poder usar as escadas quando quisesse. “Isso é coisa da Mae.” foi a resposta de Luke ao interpretar o lhar na loira, com um tom que dizia “não, não são todos nós que sabemos arrombar portas”. Maeve apenas sorri divertida de canto enquanto traga seu cigarro. Roubar chaves era algo trabalhoso, e ela gostava de entrar em lugares proibidos, parecia um truque útil de se aprender. “Foi má sorte, você parecia ter um bom plano.” Estava sendo sincera, tirando a parte das chaves poderia ter sido algo que a própria Mae tivesse bolado. “Mas qual é a do terraço? Tem algum motivo que queira entrar lá ou é apenas pela diversão da coisa?” O questionamento seguinte fez a coreana encolher os ombros e em seguida abrir um sorriso quase travesso. “O professor de história me deu um F injustamente, eu apenas educadamente sugeri a onde ele podia enfiá-lo. Talvez burrice então, porque eu poderia ter ficado quieta.”
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 Soltou um risinho com a apresentação. “Eu sei quem você é.” Duvidava que alguém não soubesse, era isso que acontecia quando andava com os populares. “Mas caso não saiba, sou Maeve.” Fez a apresentação mesmo que esperasse que a outra já soubesse, afinal tinham algumas aulas juntas e por mais que Clem fosse popular ela não parecia ser metida a ponto de nem se importar de saber com quem estuda. “Eu arrombaria a porta, mas apenas porque sei fazer isso e pouparia uma chance a menos de ser pega.” A pergunta da garota pareceu ser até sugestiva, ou talvez Mae só estivesse curiosa com o terraço, mas depois de uma breve olhada na janela ela voltou a fitar Clem para perguntar: “Continua pensando em tentar chegar no terraço?”
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maephoenix · 3 years
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Uma redação, algumas horas a mais entre mesas e carteiras, um sermão vazio e fatigado. Não podia ser tão ruim. Pelo menos, é claro, até chegar na direção. E então até seus pais. Burrice, é como chamaria aquele episódio; burrice, descuido, inconsequência — três palavras que só seriam associadas a Clementine em seus antônimos. Mas dizer que não pensara racionalmente ao roubar aquele molho de chaves da secretaria não seria justo; afinal, seu único arrependimento é o de que havia sido pega. Por essa razão, e por essa apenas, sentia-se péssima e inconsolável. De ombros tensos, ela se recostava desconfortável na cadeira enquanto ouvia a professora falar, a atenção propositalmente distante aos olhos dos alunos que sentia em suas costas, no seu rosto, em sua postura que gritava um não pertenço aqui. As mãos se entrelaçavam sobre a mesa com dedos inquietos, dígitos brincando suavemente um com os outros em um — de vários — de seus gestos pacificadores preferidos quando sentia a ansiedade revirar seu estômago naquela onda incerta que alimentava, em simultâneo, uma apreensão e mal humor precários. Então Maeve Phoenix entrou, e Clementine tomou coragem para espiar entre os estudantes: a sra. Lee dava as costas para a detenção, os saltos batendo contra o chão no ritmo do relógio ao caminhar e rebolar até a porta; um sujeito sem a gravata do uniforme, de camisa desabotoada e bolsa sob os olhos, amassava a folha de redação e jogava a bolinha para cima (e de novo, e de novo, e de novo); uma garota ruiva de maquiagem pesada puxava um delineador da bolsa e retocava os olhos; outra, só levantou e começou a mascar chiclete inclinada à  janela; e Maeve, Maeve falava com Clementine. De repente autoconsciente demais, seus olhos correram para a porta, alerta para a presença de qualquer responsável que pudesse voltar e pegá-la no pulo caso se atrevesse a fazer o que de fato pensava em fazer. Já estava atolada na bosta mesmo, como diria CJ; se sujar mais um pouco não faria diferença alguma.                                  “Não deduro ninguém” ela começa, encontrando o olhar de Maeve, a voz macia escapando num intermediário entre diplomacia e humor, tom que assumia quando o intuito era retomar certo controle dentro de si mesma, empurrando aquele revirar no estômago bem pra baixo da superfície “se acender um desse pra mim.” Um olhar para o cigarro na boca de Maeve. “Se quisessem alcançar o terraço da biblioteca, a partir daquela entrada onde só alguns funcionários tem acesso” uma bolinha de papel voa por eles, e a loira só olha de um para o outro, demorando-se em Maeve como se ali, de fato, quisesse uma resposta além da que já respondia a ela “qual seria o melhor plano pra chegar até lá?”
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                    Apenas quando virou-se para falar com Clementine que percebeu como a loira parecia desconfortável e tensa por estar ali. O que fez Mae se questionar novamente o que a outra poderia ter aprontado para parar na detenção. Conseguia concluir que provavelmente a garota devia ter sido pega no flagra fazendo algo errado, e não era algo tão simples como esquecer uma lição de casa ou chegar atrasada para aula. De fato, Clem se destoava de todas as pessoas ali. Era a única que estava com o uniforme arrumado e completo. A própria Phoenix estava sem gravata, os primeiros botões da camisa branca sem graça estavam abertos, usava uma meia arrastão que já estava rasgando no joelho esquerdo e tinha seus queridos coturnos que nunca tirava dos pés. Maeve esperou, o cigarro apagado entre o dedo médio e indicador, Clementine olhar para porta como se garantisse que não havia nenhum adulto para escutá-la antes de responder. A resposta fez um sorriso de aprovação aparecer no rosto da coreana que olhou para o amigo como se dissesse “tá vendo?” e levou o cigarro até os lábios. Mas o pedido da outra a fez parar no caminho de acender o cigarro, fazendo-a levantar os olhos castanhos em completa e total surpresa. “Você fuma?” A pergunta saiu tão chocada quanto Mae realmente se sentia. Mesmo assim, pegou um cigarro e estendeu a Clem, acendendo o dela antes de acender o próprio. Parte dela estava esperando a loira se embaralhar, engasgar na primeira tragada como se aquela fosse a primeira vez que tivesse fumando algo. Ainda assim, sendo a primeira vez ou não, precisava admitir que a ação tão firme de Clem havia a agradado. A pergunta arrancou uma risada sarcástica de Luke, que chamou aquela ideia de missão suicida. “Missão suicida não, no máximo uma missão suspensão.” Nenhuma missão naquele colégio era suicida, uma das vantagens de ter dinheiro e estudar em um lugar como aquele é que você nunca era punido de verdade. A escola dependia do dinheiro dos pais para funcionar, então o máximo que eles recebiam eram suspensões, como se ficar uma semana sem pisar naquele lugar fosse um castigo. “Eu diria para ir pelas escadas de emergência até o último andar, assim você evitaria atravessar a biblioteca, depois é só arrombar a porta.” Deu de ombros, para ela a ideia parecia fácil, mesmo que o terraço não a interessasse. “Você poderia roubar as chaves, mas sentiriam falta logo o que chamaria atenção de que alguém está aprontando algo errado.” Maeve balança a cabeça, jogando os cabelos que tinham mechas azuis desbotadas para trás, enquanto sopra a fumaça para além da janela. “Foi pega tentando chegar lá?”
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maephoenix · 3 years
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                    Estava exatamente quinze minutos atrasada para a detenção, o que com certeza renderia a Maeve alguns minutos a mais de castigo aquela tarde. Sinceramente, a garota não se importava muito. Estava encrencada por ter sugerido ao professor de história um lugar bem específico a onde ele podia enfiar o zero que havia lhe dado injustamente no último trabalho, um atraso não poderia piorar tanto assim a sua situação. E a detenção definitivamente não era tão ruim quanto soava, apesar de sempre ser a mesma coisa. Normalmente um de seus amigos estava de castigo com ela, e haviam mais três ou quatro alunos que também gostavam de causar pelo colégio e acabavam pegos, a professora não ficava na sala e eles acabavam sempre fazendo o que queriam pelo resto da tarde. Porém, Mae parou por alguns segundos na porta da sala ao ver que havia uma presença diferente naquela tarde. “Carne nova, huh?” Luke - o amigo que lhe acompanha daquela vez - comenta, apontando a garota de cabelos loiros com o queixo. Maeve revira os olhos e dá uma cotovelada no amigo em um gesto de desaprovação antes de ir se sentar no fundo da sala em seu lugar usual. Realmente, o fato de Clementine estar na detenção era novidade. A garota era uma das comportadas e não conseguia sequer imaginar o que a outra poderia ter feito de errado para estar ali. A professora fez alguns comentários sobre as regras da detenção e deu mais meia hora de castigo a Maeve e Luke pelo atraso, e então sai da sala com a promessa que voltaria em uma hora. A sala começou a se movimentar como sempre fazia após a saída da professora. Pessoas se viravam para conversar, ou mexer nos seus celulares. No caso de Mae, ela apanhou seu maço de cigarro e o isqueiro que estavam escondidos dentro da sua bolsa térmica, onde tecnicamente deveria levar seu lanche, e foi se sentar no parapeito da janela. Luke então fez uma pequena careta e questionou se ela faria mesmo aquilo na frente da mais nova integrante da detenção. “Ela não vai dedurar. É uma de nós agora, não é mesmo?” Virou-se para @photobombing​, usando de um tom divertido. Sabia que Clem agora não era exatamente uma rebelde e sairia aprontando pelo colégio como eles, mas tinha certeza que a garota não era dedo-duro e contaria a professora o que Mae estava fazendo. “Na verdade, estou intrigada. Podemos saber o que você fez para parar aqui?"
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