magicwithaxes
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those fairy eyes.
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nataliaㅤekaterinaㅤpavlovadaughter of hecate, chaotic good
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magicwithaxes · 8 months ago
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boa tarde, gente linda! então, depois de um tempinho pensando, meu tempo no silence chegou ao fim. agradeço a cada um de vocês que tiveram a paciência e me deram a oportunidade para desenvolver plots. de verdade, vocês são demais! quem quiser continuar em contato comigo, sintam-se à vontade pra me chamar no telegram (vixeneyes) ou no discord (miss_nanami). a gente se vê por aí 💕
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magicwithaxes · 8 months ago
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Se ele tivesse partido, talvez ela pudesse começar a entender e analisar o próprio estrago. Arrastar-se até o chalé, enrolar-se nos lençóis e chorar até dormir. Acordar, pensar novamente e tentar não se deixar afundar na tristeza. No entanto, Raynar permaneceu ali, disposto a reafirmar suas razões — mais motivos que ela mesma havia pedido e que agora pareciam uma tortura.
Por um instante, ela desejou resgatar a antiga personalidade, aquela que gritou para que ele não carregasse as caixas, irritada com a forma mesquinha como ele havia lidado com a situação, insistindo mesmo assim, arrastando-a pelo acampamento até o chalé vinte e um. Mas, no fundo, o coração dela transbordava apenas amor. Mesmo querendo machucá-lo de alguma maneira, sabia que estaria traindo a si mesma, ferindo-se junto com ele. Natalia virou-se para observá-lo mais uma vez, atenta às suas palavras, sentindo o peito expandir-se enquanto parecia ser esmagado ao mesmo tempo. As lágrimas, antes contidas, agora escorriam torrencialmente, sem hesitação. No entanto, sua expressão continuava neutra: lábios comprimidos em uma linha reta, respiração controlada, lutando para não ceder ao desespero. Cada palavra a atingia como um golpe. O mantra dos filhos de Zeus não era segredo para ninguém, mas a carga que isso representava para Raynar era o que insistia em prender Natalia ao seu lado. Ela queria estar com ele, ajudá-lo, ser a pessoa em quem ele pudesse confiar. Por que ele não se permitia isso? Por que se entregava tão completamente ao destino que os deuses impunham? Ela pensou em se aproximar, agir por impulso, tocá-lo, deixar que o silêncio respondesse e trouxesse as respostas. Mas seu corpo parecia pesado demais, o coração em guerra com a mente. Ela havia desejado tanto, sonhado tanto, e esses desejos só se intensificaram nos últimos momentos que passaram a sós. Para aquela tarefa, Natalia precisava ser incisiva, agir até o último recurso, fazê-lo enxergar que ele podia, que eles podiam mais. Os riscos eram compreensíveis. Ele, como filho de Zeus, nascera com um alvo nas costas, atraindo monstros que declararam guerra ao rei dos deuses. Não era algo fácil de ignorar, mas também não era assustador. Claro, ela não se comparava a ele, mas sabia lutar. Ela poderia lutar. Não era tão frágil, tão fácil de quebrar ao primeiro toque. Será que ele não confiava nela? Será que era tão fraca assim?
Natalia pensou em reagir, talvez movida por uma súbita vontade, impulsionada pelo desespero que insistia em se infiltrar entre todas as emoções em conflito. Mas permaneceu em silêncio. Respirando, observando, apenas existindo. O diálogo, então, mudou de tom. E o que ela sentia também. Vê-lo tão aberto, exposto como nunca antes, a tocava profundamente. Aos poucos, ela descobria uma nova faceta dele, a de um homem vulnerável, lutando contra os próprios demônios. Diante disso, a fagulha da esperança parecia reacender lentamente, instigada pela melodia diferente em sua voz. Antes que pudesse agir, colocando em prática algo que a ajudasse a contornar a situação, foi surpreendida pela aproximação do semideus, cuja expressão — marcada pelo desmanchar da típica carranca — mostrava o quanto aquilo o havia impactado. O toque foi recebido com uma respiração acelerada e um breve gemido, que expressava a satisfação de sentir, mais uma vez, a textura de sua pele. A mão dela apertou a dele sem qualquer hesitação, embora a força aplicada não causasse efeito algum. A que repousava em seu rosto foi coberta pela outra mão livre, cujos dedos o tocavam delicadamente, como se quisesse gravar cada detalhe, por mais insignificante que fosse, na memória. Talvez fosse a última vez. A última vez que teria a oportunidade de tocá-lo, e, por isso, havia a necessidade de guardar tudo e qualquer coisa na memória.
Pronta para expor tudo o que estava sentindo, Natalia foi desarmada mais uma vez. As poucas barreiras que ainda mantinha ao redor de si caíram de uma só vez. O que ele dizia, o que tentava explicar... Ela não estava enganada, certo? Sem mais delongas, se aproximou ainda mais, erguendo o rosto para não perder a conexão que seus olhos mantinham com os dele. “Você está se ouvindo?” Disse baixinho, com a visão embaçada por uma nova leva de lágrimas que aparecia prestes a romper. “Não pode viver assim, não pode sair por aí pensando que este pode ser o seu último dia de vida... Não é justo. Não é justo com você.” A voz vacilava, forçando-a a respirar rápida e profundamente pela boca. “Raynar, se você puder dar uma chance, acreditar só mais um pouquinho em si mesmo, e não no futuro que Zeus tem a oferecer... Não precisa passar o resto do tempo pensando no inevitável. Com seus irmãos... Com outra pessoa... Que seja. Não precisa ser assim.” fungou, sentindo o nó na garganta apertar, enquanto lutava contra a vontade incessante de desabar. “Você pode ter um futuro brilhante. Você é um homem bom. Um pouco bravo,” tentou rir, deixando que um pequeno sorriso curvasse seus lábios tristes. “Mas você ainda tem potencial para uma vida... normal. Precisa se dar essa chance. Apenas isso. Você lutou por tanto tempo. Agora se dê a chance de viver. Que se dane Zeus! Que se dane todo o resto do Olimpo! Você não é ele. Por favor.” Tinha mais razões, muitos outros argumentos que poderia usar, mas temia que fossem ignorados e que acelerassem o fim daquela conversa. Ainda assim, a insistência era sua aliada. Se ele ainda estava ali, se não havia ido embora, mesmo depois de ela ter pedido várias vezes, e se continuava arranjando explicações para algo que parecia tão claro minutos antes... Só podia ser isso. Ainda havia esperança. “Você não pode fazer escolhas por mim!” Afirmou rapidamente, mas com calma. “Você realmente não consegue enxergar? Não consegue mesmo?” Impulsionada pela emoção, Natalia guiou a mão dele, que segurava a sua, até seu próprio peito. Seu coração batia descompassado, causado pelo nervosismo e pela urgência de ser mais assertiva no que tentava transmitir. “Eu sei que tudo aconteceu tão rápido, principalmente para você, mas se me der uma chance, por menor que seja... Posso tentar te mostrar que não é tão ruim assim. Que você tem chances, como todos os outros. Que pode se permitir a chances, como todos os outros.” Frio. Sua pele se arrepiava, e ela tremia, tentando manter a compostura, sem deixar que o medo a abalasse ainda mais. Natalia pressionou a mão dele contra o próprio peito mais uma vez. Agora, esticou-se para tocar o rosto que tanto encantava sua visão, roçando os dedos ali por alguns poucos segundos, depois repousando sua mão sobre o peito dele, procurando sentir seus batimentos. Eles estavam acelerados, como os dela. “Não é justo que você pense assim, sem ao menos se dar o prazer de tentar. Não é justo comigo, nem com você, Raynar, e você sabe disso. Não é justo... Você está aqui. Não foi embora ainda. Se não quisesse, já teria partido. Mas está aqui...” As próximas palavras custaram a sair. Carregavam um peso enorme e significativo. Ainda assim, de alguma forma, precisavam ser ditas. Era o momento de finalmente revelar algo que nem mesmo em seu diário havia ousado escrever. E bom, havia começado com tudo aquilo, não faria mais sentido se não começasse por ela também.
“Eu amo você.”
Falar abertamente foi um risco que ela precisou correr. Raynar tinha total direito de afastar-se, tomar conclusões precipitadas, taxá-la como maluca e ir embora. Quem amava outra pessoa assim tão rápido a ponto de proferir tais palavras tão facilmente? Para a filha de Hécate não havia explicação. Quando finalmente entendeu o que estava acontecendo, quando o coração e a mente entraram em harmonia, ela soube que não era apenas uma história fictícia, um crush bobo que surgiria e com o tempo também iria embora. Sua lista de "primeiras vezes" era longa, principalmente naquele quesito. Mas a falta de experiência não a impedia de ter certeza do que estava sentindo, e que irrevogavelmente, ele era seu primeiro e grande amor. Ao menos, quando chegasse o momento de encerrar tudo definitivamente, ele saberia a verdadeira razão. Talvez, até conseguisse entendê-la, nem que fosse só um pouquinho; era maluca e terminalmente apaixonada por ele. "Não é justo ser tão direto ao dizer que não me quer, e ao mesmo tempo dizer algo que esperei ouvir por tanto tempo, ainda que não com as palavras que idealizei." Seu corpo parecia um ímã, atraído pela energia que emanava do semideus, aquecendo sua pele apenas ao imaginar o contato definitivo. Natalia deu mais um passo, perigosamente perto. "Não peço muito. Só uma chance. Eu não sei como isso funciona, mas podemos descobrir juntos. Você e eu. Só nós. Sem se importar com o futuro, apenas com o presente. Podemos fazer isso juntos! Eu sei que podemos!" O sorriso, que antes surgira tímido, começava a crescer, iluminando os traços antes tristonhos. Mesmo com os olhos cheios de lágrimas, ela tentava transmitir otimismo, como se estivesse desenhando um futuro em que tudo funcionava perfeitamente. Seriam apenas eles dois, em algum canto do mundo, mas juntos. "Meu amor por você pode ser suficiente para fazê-lo enxergar tudo de outra forma… Não peço muito." Tentou argumentar. Os tremores que sentia se intensificaram. Ela agradecia pelo peso do corpo que a mantinha firme, segura sobre os próprios pés, ou já teria fraquejado. "Só você. Se puder." Sussurrou, a voz embargada, mas sem perder a suavidade que tentava manter no rosto. "Só você."
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Era normal olhar para si, suas próprias experiências, em nome da comparação. Passado que moldava o futuro, colocava um caminho mais lúcido no que parecia uma repetição. Quer dizer, se você tivesse algo assim. A última vez tinha sido de gritos e duas forças batendo de frente, acusações trocadas de tal forma que feria mais do que esclarecia. Veias saltando no pescoço, vozes alteradas e o ressentimento descendo em forma de lágrimas. Mas existiam outros fatores. Poderes e influência, de compatibilidade que tinha sido mal interpretada. Eles eram duas pessoas iguais, próximas no temperamento, e precisou um incêndio formar na velocidade da luz para entender que não tinham futuro. Era reativo, ele queria se defender, porque tinha argumentos. Ele estava certo.
E agora? Onde certo era o exato oposto do que estava?
O passado não mostrava soluções, não trazia uma visão nova e diferenciada para resolução de problemas. Não. Ele trazia na mão um espelho polido, reflexo tão perfeito que eram... Iguais. Duas pessoas completamente diferentes, mas tão facilmente confundidas se olhasse. Visse cada um daqueles pontos em imensidões azuis, dançando naquela valsa que procurava um lugar decente para girar. E a cada passo, deslizar de sapatos e mãos dadas, abria uma rachadura. E outra. E mais uma. Pedaços caindo do céu, buracos abertos e aquela incerteza... O frio na barriga de quando seria a última vez que se encostariam. Raynar viu aquela mudança com clareza nos olhos de Natalia, no exato momento que lançou a pedra na superfície delicada da filha de Hécate. Cada trinco se transformando em veias quebradas, teias de aranha, e antes que despedaçasse, o rosto virou de maneira egoísta.
Aquela criança em si olhando para cima, puxando o homem que era pela mão e perguntando o que estava acontecendo. Olhos úmidos de tristeza pela mulher, lábio trêmulo de choro contido. Por que ela está assim? Voz inocente e inquisitiva, olhando para algo que ele não enxerga. Por você não vai lá? O silêncio era retumbante no filho de Zeus, onde um mover de olhos soaria como tiros de canhões. O pequeno garoto de cabelos loiros quase brancos puxou de novo sua mão, a livre apontando adiante. Podemos ajudá-la. A criança reconhecia a própria tristeza em Natalia. A versão infantil sentindo o mesmo quando a mãe recusou seu braço estendido e os fechou ao redor de si, expressão triste e determinada. Segurando uma espada de aparência antiga.
O silêncio, no entanto, era só em sua cabeça. A respiração lentamente pegando velocidade e diminuindo em profundidade. Uma linha bem definida agitava em frenética atividade, enquanto os olhos tempestuosos encaravam o tampo da mesa gasto por milhões de mãos. De atividade. Raynar acompanhava os veios em desespero, as marcas de uso fincadas por outros instrumentos. Contando até perder os números, até que eles perdessem o sentido e ele voltasse para o início, na mesma onde estivera uma pulseira de pedras. O mundo ficando abafado sem realmente estar, porque cada palavra de Natalia cortava profundamente e ele não... Os músculos tensionavam, a mandíbula tão apertada que os dentes poderiam explodir em milhões de pedaços pelo esforço. O queixo indo para cada vez mais longe de onde vinha a voz, diminuindo ao máximo a chance de vê-la.
De enxergar o que tinha feito.
Mais uma e ele fechava os olhos, a perna vibrando embaixo da mesa com a incapacidade de funcionar perante ordem tão simples. O corpo não respondia aos seus comandos quando ficava tenso, tão tenso, que ele era um músculo só preso numa cãibra. E ele abria os olhos para ver o nada, piscando para tirar a umidade que acumulava pelo... Pela... A boca fechada não permitindo uma segunda passagem de vento, da respiração, a garganta contraída e em tantos nós... Tantos... Que cada engolir era uma batalha para não sufocar.
E aquela outra vozinha, diferente e estranha, alegando que estava certo. Se ela ficou assim só com isso, imagina o real?
Mas o que era o real?
O que era ele e o que eles tinham feito? O que o colocava naquele estava de não conseguir respirar e se mexer e argumentar e falar e agir como sempre?
E o coração batia acelerado no peito, compensando a respiração irregular. Massacrando as costelas pelo lado de dentro, deixando-o tonto e incerto. Irregular. O mundo saindo do eixo, mas precisando continuar a girar. SAIA. A voz retumbava e ele se levantava de supetão. O movimento tirando o equilíbrio, deixando a cabeça leve e o desmaio marcou presença na visão escurecida. Um mero piscar de consciência que foi logo recuperado: com o corpo jogado para frente e as mãos, espalmadas, firmando-o sobre os dois pés. A cadeira quebrando os sinais de descompasso naquela cacofonia perturbadora e exótica, quicando atrás de si.
⸤ ⚡ ⸣ ⸻ Não é justo com você. , A voz ainda mantinha alguma normalidade, mesmo que o resto estivesse numa bagunça que o tirava qualquer vontade de permanecer ali. A pele estava orvalhada de suor, pegajosa ao toque, fria como a morte. Pálido, mas a cor subindo. Trêmulo, teimoso. O rosto fazendo caretas e os lábios torcendo, comprimido, repuxando. ⸤ ⚡ ⸣ ⸻ Não é justo que precise passar por tudo o que eu passo porque eu quero-. , A mão direita desceu com força na madeira, estalando-a sem querer. Aquele novo poder, aquelas novas aquisições de seu tempo ali. Coisas que não queria. Nunca pedira. A genealogia, os poderes, a fama, o descaso, o pai, a traição, a fuga de casa. Nada. Nunca tinha pedido nada, e agora... Agora? ⸤ ⚡ ⸣ ⸻ Toda missão que eu vou, minhas intenções nunca são de voltar vivo. Eu não nutro nenhuma esperança de retorno. Não espero a gentileza das parcas de manter meu fio intacto. , A vida transformada em objetivo de armamento. Uma arma estratégica e disponível, em nome daqueles que eram criados sem o consentimento. Filhos daqueles que se diziam donos de alguma coisa, mas negligentes no papel mais importante. ⸤ ⚡ ⸣ ⸻ Eu não saio porque sou uma ameaça. Eu permaneço porque sou uma vantagem. Sou o fruto mais velho da pior traição. Do matrimônio, do tratado do Olimpo, da existência amaldiçoada. Eu não tenho- Eu não vou sair disso. ,
Ainda sem conseguir olhar para trás. Ou para os lados. Ou para qualquer lugar que não entre os dedos brancos de esforço, do sulco suave do soco agressivo. ⸤ ⚡ ⸣ ⸻ Natalia, eu não tenho nada para oferecer. Nada para acrescentar além de desgraça. E não é justo com você. Não é. , Ele piscou, secando aquelas últimas lágrimas que se avolumavam e não saiam. Recusadas antes de derramar, exorcizadas para outro canto. Outro momento. Porque ele virava e buscava ela, nem se surpreendendo de não vê-la exatamente onde a visão a tinha pego pela última vez. Raynar estava despido. A carranca de lado, a atitude esnobe no chão. Orgulho? Ironia? Superioridade? Apatia? Desprezo? Estes formavam um motinho que ele passava por cima para segurar-lhe as mãos com uma das suas. A outra subindo ao rosto e encaixando com tanta facilidade, tanto carinho que acentuava a tristeza de sua expressão. De homem já nos últimos suspiros. De corda ao redor do pescoço olhando para frente, esperando o comando do chão abrir sob seus pés. ⸤ ⚡ ⸣ ⸻ Não é justo que eu a queira tanto a ponto de não conseguir pensar. Não é justo amarrar seu futuro ao meu quando você... Você tem tanto, Natalia. Você é tanto e pode ser mais. Você é-. , Ele balançou a cabeça, o polegar acariciando o rosto. Por que a enxergava e decorava tudo? Por que parecia a última vez antes de um fim derradeiro? E por que elogio algum saía? Uma palavra para descrevê-la? A impetuosidade, a gentileza, a graciosidade, o amor. Quando o próprio nome, Natalia, era adjetivo e descrição e tudo. Um mundo reduzido a Natalia. ⸤ ⚡ ⸣ ⸻ My love wouldn't be enough to cover the cost of your happiness. ,
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magicwithaxes · 8 months ago
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O efeito da bebida poderia ser considerado um problema, especialmente após um longo período sem o hábito de beber. Natalia se lembrava de caminhar, aproveitando a atmosfera calma e agradável, e de ter tomado alguns drinques que pareceram tentadores, silenciosamente prometendo melhorar a noite. O rosto de Atlas fazia parte dessas lembranças, embora fosse vago lembrar se eles haviam conversado. Mesmo assim, sentiu-se aliviada ao perceber que nada de mais havia acontecido. Sua falta de memória para alguns momentos da noite anterior devia-se ao teor alcoólico, e não a algo de que se envergonharia e teria apagado da mente. Natalia sorriu, aproximando-se do semideus e roçando o ombro no dele, em um gesto leve e intencional. "Se nada aconteceu, então, me livrei de uma péssima primeira impressão, certo?" Agora, um pouco mais confiante, ela se sentia à vontade para conversar sem pedir desculpas, e ainda por cima, poderia conquistar uma nova amizade. Nem mesmo a leve dor de cabeça que sentia naquele momento seria capaz de atrapalhá-la. "Mas o que exatamente os seus belos olhos viram? Talvez algo que possa compartilhar comigo? Eu não fiquei muito tempo, só passei para dar um oi e depois voltei para o chalé dormir. Aconteceu algo extraordinário? Engraçado? Algum filho de Ares exagerou na bebida e fez uma cena digna de comédia?"
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☽ … ❝Atlas nunca foi muito fã de cafés da manhã como uma refeição. A primeira coisa que via pela frente nas caixas dentro do carro era o que comeria. E sempre foi assim. Sempre preferiu pequenas refeições mais frequentes do que grandes refeições duas ou três vezes ao dia. O que contradizia um pouco o fato de ser normalmente quem cozinhava e sua família mais próxima não ter hábitos alimentares parecidos. Enfim, isso tudo para chegar ao ponto que: o chá e o mingau pareciam estar com ótima cara. Balançou um pouco a cabeça, focando no momento atual, e na sopa que ainda precisaria comer. " Sim. Nadica de nada " Disse, tentando tranquilizá-la. Talvez não parecesse tão confiável apesar de tudo, mas tentou parecer mais certo de suas palavras. " Várias coisas aconteceram durante o luau, eu não interagi muito, mas com certeza observei bastante. E esse meu poder, tenho certeza que só o rio Lete pra me fazer esquecer "
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magicwithaxes · 8 months ago
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flashback.
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Talvez fosse a brisa fria causando-lhe arrepios. Ou o pensamento de que jamais teriam paz. Cicatrizes eram marcas que mostravam o perigo e o tempo de vida de cada semideus. Natalia não tinha muitas, e por um tempo considerou-se sortuda por não ser frequentemente escolhida para missões de alto risco, ainda que desejasse provar seu valor. Mas aquela cicatriz em especial, nas costas, era um lembrete diário de que ela já havia tentado desistir, esquecido como lutar, ou pior: desejado que tudo acabasse rápido para, no fim, poder descansar. Recentemente, esse sentimento havia retornado. Quando teve suas energias drenadas, sentiu-se envolta num misto de luto e uma sensação quase invencível de impotência. Talvez fosse uma provação. Apesar de provar um pedaço do inferno, Natalia conseguiu se reerguer. Novos desejos, novas perspectivas de futuro. Ela merecia. Tinha certeza disso. Viver apenas para esperar o próximo golpe de seu maior algoz — sua própria mãe — não era mais uma alternativa. Hécate a machucara demais, causara problemas e depois desaparecera. Provavelmente estava em algum canto, lambendo as feridas, preparando-se para o próximo movimento. Contudo, isso já não importava mais para Natalia. Seu objetivo era sobreviver, para depois viver de fato e nenhum deus estaria em seu caminho. Depois de tudo que sofreu, ela escreveria seu próprio destino, viveria o presente e se preocuparia com o futuro mais tarde. Embora mergulhada em devaneios, Natalia observava atentamente o filho de Hefesto, prestando atenção em suas palavras. "É impressionante que você também tenha sobrevivido." Para suavizar o clima, ela sorriu. "É mais um motivo para seguir em frente, um impulso para continuar. Já não acredito no destino que os deuses têm para nós, mas na nossa própria força de vontade. Apesar dos estragos — muitos deles irreparáveis —, você teve uma segunda chance para recomeçar. Assim como eu tive. Assim como todos nós." Essas palavras eram ensaiadas. De tempos em tempos, ela parava em frente ao espelho e conversava consigo mesma, criando situações de esperança e confiança. Quando não era para si, testava essas falas em outros e via o efeito que causavam, o que lhe trazia uma satisfação peculiar. "Nossa vida nos obriga sempre a ter 'segundas expectativas'. Recentemente, aprendi a não ser tão frágil quanto pareço." Aproximou-se, por fim, e tocou seu ombro, oferecendo um aperto gentil.
Voltando sua atenção ao objetivo principal de estarem ali, Natalia analisava a cena à sua frente, estudando o ambiente como se pudesse oferecer um olhar mais criterioso ao habilidoso semideus ao seu lado. Era evidente que tudo o que ele fizesse seria infinitamente mais prático e eficiente do que qualquer coisa que ela pudesse fazer. Por isso, ouvir suas sugestões primeiro parecia a melhor escolha. "Um tesouro falso é uma boa ideia. Não seria possível deixar os pregos mais atraentes? Algo que torne a isca mais interessante ao primeiro olhar, para que o ser não se depare logo de cara com um monte de ferro sem valor." Ela colocou as duas mãos na cintura, refletindo sobre hipóteses que pudessem contribuir para a visão de Kaito. "Montar tudo é a parte mais divertida, sem dúvida. Só espero que não haja nada explosivo aqui... Eu odiaria ativar alguma coisa antes da hora." Era uma possibilidade. Com sua propensão à distração, Natalia sabia que poderia atrapalhar facilmente os planos de Kaito naquele dia, mesmo sem intenção. Se acontecesse, ela esperava que ele a compreendesse e relevasse. "Posso ajudar ou apenas observar, como preferir. Pra mim, tanto faz." Ela sorriu, sacudindo a cabeça em confirmação, como se quisesse reforçar suas palavras. "Ah, e você poderia me mostrar o que tem na bolsa? Adoraria algo assim também. Ter tudo o que eu preciso em um compartimento tão pequeno resolveria muitos dos meus problemas."
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Existia uma forma muito particular de se portar diante de todas as coisas. Kaito era uma pessoa que, normalmente, não se importava com a opinião de outras pessoas, entretanto, vinha carregando o peso daquela cicatriz fazia tanto tempo que, de certa forma, qualquer olhar direcionado a ela se convertia na voz no fundo de sua mente frisando de novo e de novo como havia falhado. E, para o seu bem e o bem de todos que se importavam com ele, não poderia simplesmente deixar que isso acontecesse. O motivo de mostrá-la a Natalia era esse e, estando em uma posição tão vulnerável, atentou-se a qualquer mínimo sinal de julgamento. Ele sabia que não haveria um, e que quem se julgava era apenas ele mesmo, contudo, seu racional e suas emoções iam para caminhos diferentes. ❛ Irada? ━━━━━ Questionou, e o riso que soltou foi por estar incrédulo. Ao seguir da conversa, assentiu com a cabeça, a imagem mental surgindo à mente do fatídico dia. ❛ Leão de Nemeia. ━━━━━ Respondeu, e, depois, fechou-se em quietude para prestar atenção na amiga. ❛ É impressionante que tenha sobrevivido. ━━━━━ Respondeu, realmente surpreso ao tentar imaginar algo assim. A dor das garras do leão quase o fez desmaiar, imagine estar em tanta desvantagem e, mesmo assim, conseguir se virar? Estava certo quando julgou que a força de Natalia era um de seus destaques, apenas não sabia o quanto. ❛ E, bom, não sei como deuses devem se sentir, mas nos últimos anos nossa taxa de mortalidade diminuiu, e no fim, o que importa é isso. ━━━━━ Arriscou, tentando deixar nas entrelinhas que nada deviam aos deuses e era realmente uma vitória estarem vivos.
Conseguia se sentir mais confortável na própria pele agora, em especial após a filha de Hécate ter sido a primeira a falar sobre sua cicatriz que, tal como a dele, havia sido extremamente dolorosa. ❛ Ele não fez só isso, sabe? ━━━━━ Começou, após respirar fundo. ❛ Também me tirou isso. ━━━━━ Apontou para ambos os ouvidos. ❛ E, bem, tirou uma vida que estava sob minha responsabilidade, além de me roubar de toda uma vida construída nos últimos oito anos. Aquele maldito leão. ━━━━━ Havia uma raiva muito bem delineada no tom de voz, do tipo que não era comum escutar vindo justamente dele, sempre tão calmo. ❛ Mas, talvez eu deva pensar nisso de forma mais positiva. ━━━━━ Concluiu, e sabia que o caminho até a aceitação era longo. ❛ Pensar mais como você. ━━━━━ Concluiu, oferecendo um sorriso amigável e genuíno.
Atento à Natalia, concluiu que era melhor que ela fosse na frente, de fato, pois podia mantê-la em seu campo de visão e ajudar de maneira mais efetiva caso ela precisasse. ❛ Podemos tampar a entrada com uma armadilha. Acho que consigo pensar em algo engenhoso, provavelmente com algum chamariz, que vai garantir que realmente haja uma queda. Pensei em um tesouro falso. Na bolsa, eu tenho um baú, mas está cheio de pregos. ━━━━━ Começou a maquinar mais a fundo a ideia enquanto Natalia escalava e, quando chegou sua vez, aceitou a ajuda prontamente. ❛ Um pouco, mas tenho experiência com escaladas. ━━━━━ Mais do que gostaria, inclusive. Utilizando a mão para se impulsionar, realizou a subida de forma ágil, para não desgastar sua companhia mais do que o necessário. ❛ Obrigado. ━━━━━ Agradeceu, de forma polida. E então, analisou o novo ambiente com um nível renovado de empolgação. ❛ Em breve vamos chegar na minha parte favorita: a montagem.
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magicwithaxes · 8 months ago
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muito tempo antes da ilha de circe, flashback!
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Como não sentia há muito tempo, Natalia se animou com a ideia. Diferente de antes, ela já não encontrava prazer na dança ou em qualquer outro tipo de exposição artística. A pressão constante que sua avó paterna exercia sobre ela era um fardo que, por muito tempo, foi obrigada a carregar, sem espaço para escolha ou voz. Agora, porém, envolta em uma atmosfera mais leve, com alguém que não a sufocaria da mesma forma, a filha de Hécate viu algo promissor. É claro, uma apresentação logo de cara poderia mergulhá-la no mais profundo embaraço. Mesmo que ele tivesse gostado de uma pequena dança momentos antes, ela estava enferrujada, e seu corpo poderia não responder bem a algo mais exigente. Ainda assim, ela queria tentar. Havia passado tempo demais presa ao passado, remoendo antigos ressentimentos e mantendo-se cercada por uma barreira que a protegia de qualquer perturbação. Após tudo o que vivera, precisava se libertar, despir-se da velha casca e permitir que uma nova mulher emergisse para a realidade. As mudanças começaram naquele aspecto, especialmente depois que finalmente colocou as cartas na mesa com James. Após tanto tempo se esquivando, eles tiveram a conversa necessária, e mesmo com dificuldades para expressar seus sentimentos, Natalia conseguiu ser o mais direta e concisa possível. Não havia mais nenhum peso sobre suas costas, e vê-lo tão receptivo ao incluí-la no clube foi a confirmação de que estava no caminho certo. Natalia balançou a cabeça, primeiro aceitando o convite em silêncio. Além disso, o sorriso largo no rosto era outra comprovação. "Seria maravilhoso me envolver, em qualquer aspecto, para ajudar todos no clube, James. De verdade, fico muito feliz por me considerar. Sim, eu quero! Em qualquer coisa. Qualquer uma. De verdade." Ela não sabia se também tinha liberdade para fazer exigências, mas, tomada por uma boa dose de confiança, se aproximou do semideus, erguendo os olhos para fitá-lo melhor, considerando a diferença de altura entre eles. "Se eu aceitasse dançar, posso usar máscara?" Perguntou. Poucos sabiam de seu "passado artístico", além de Kit, e talvez Antonia, em alguma conversa casual. "Uma máscara que cubra todo o meu rosto. Não sei se estou preparada para me expor tão de imediato..." Riu, um pouco sem graça. Se havia se sentido tão vulnerável dançando de surpresa para uma única pessoa, apresentar-se para todo o acampamento parecia uma realidade ainda mais assustadora. Se pudesse passar despercebida, teria mais confiança para enfrentar qualquer outra coisa, até mesmo cantar. "Sei que você provavelmente já tem tudo planejado, mas se puder me manter longe dos holofotes por um tempo, vou agradecer bastante." Tentou conter um suspiro, mas falhou. Seus ombros caíram, e ela assumiu uma postura mais relaxada, balançando o corpo de um pé para o outro. "Mal faço parte e já estou impondo condições, né? Mas tudo no seu tempo. Só preciso de um pouco mais de coragem. Por enquanto, posso saber o que você tem em mente? Se eu puder ajudar com alguma coisa... adiantar cenários, ou sei lá... estou pronta para qualquer tarefa que você me delegar... chefinho."
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FLASHBACK [ antes da ilha de circe ]
Observou o sorriso silencioso de Natalia, contente em ver que o casaco lhe trouxe algum conforto. Ele esperava que o gesto fosse percebido como uma tentativa de oferecer mais do que calor físico - queria proporcionar uma sensação de segurança para ela. Quando ela começou a falar, ele ficou surpreso pela franqueza, mas manteve sua expressão aberta e receptiva. ━ Bom, eu agradeço por isso, então. ━ respondeu, com um tom leve e amigável, tentando suavizar o clima. ━ Mas "usar" é uma palavra forte, não acha? ━ Ele riu, mantendo o tom descontraído. ━ Acho que não é fácil saber lidar com essas coisas, ainda mais quando já estamos gostando de outra pessoa. De qualquer forma, a gente vive e aprende, né? E eu vou ficar feliz se as coisas não ficaram estranhas entre nós. ━ De alguma forma, ele conseguia compreendê-la. Quando estava apaixonado, só tinha olhos para essa pessoa, e até poderia arriscar ir em outro encontro para superar um amor não correspondido, mas não estaria sendo totalmente honesto. Assim, parecia mesmo melhor não ir ou simplesmente fugir, como ela havia feito. ━ Eu entendo o que aconteceu, de verdade. Às vezes, o medo faz a gente agir de um jeito que nem reconhecemos depois, mas o importante é que estamos aqui agora, e está tudo bem. Ou vai ficar. ━ James sorriu novamente, dessa vez com um olhar mais compreensivo. Ele apreciava a honestidade dela e estava contente por terem finalmente tido essa conversa. Poderia estar sendo um peso para ela, e por mais que não tivesse tirando o sono do filho de Dionísio, ele ainda se incomodava toda vez que a via por não saber o que aconteceu. ━ Escrota? Não diria isso. ━ Ele inclinou a cabeça, sorrindo com a suavidade característica. ━ Eu diria que uma pessoa escrota é alguém preconceituoso, maldoso, que pisa nos outros para chegar onde quer. Você só estava confusa e com medo. E eu realmente fico aliviado por você não ter corrido por pensar algo errado de mim. ━ Chegou a cogitar que a garota havia escutado alguma mentira e acreditado, ou que ele poderia ter feito algo a ela que não se lembrava. A pergunta dela sobre entrar no clube o fez sorrir de orelha a orelha. James estava sempre animado para incluir novas pessoas no clube de teatro, especialmente aquelas que pareciam interessadas em explorar algo novo. ━ Bom, o co-líder é o meu irmão Brooklyn, e ele também precisa aprovar. Mas tenho certeza que ele aceitaria. Estamos mesmo precisando de cantores e uma bailarina talentosa como você seria uma adição e tanto. ━ Lembrou-se de alguns anos atrás, quando sugeriram "Lago dos Cisnes" mas ninguém ali possuía talento exímio para o balé. A ideia foi abortada, mas voltava a pipocar em sua mente agora, imaginando-a no clube. ━ O clube é sobre se expressar com arte. Do seu modo. Se você se sentir insegura com a sua atuação, estamos aqui para ajudar a melhorar isso. ━ Garantiu, com sua típica confiança que exibia toda vez que o assunto eram as artes dramáticas. ━ Às vezes, é até mais divertido quando as pessoas que acham que não são boas tentam. Elas acabam descobrindo coisas incríveis sobre si mesmas. ━ Ele esfregou as mãos, já empolgado com a ideia de contar sobre os próximos planos do clube do teatro. ━ Bem, nosso próximo projeto é ambicioso, sim. Estamos planejando uma peça que vai precisar de muita ajuda, não só de atores, mas também de quem trabalha nos bastidores. Adoramos quando todos se envolvem, mesmo que seja só dando ideias. E a pressão, bom... é uma parte divertida, na verdade. Eu gosto de pensar que é um desafio, não um peso. Se a gente puder fazer as pessoas esquecerem os problemas por um tempinho, já vale a pena. ━ Ele piscou, sempre confiante. Claro que, naquela época, eles não faziam ideia de que tudo iria desandar de forma desastrosa, mas a empolgação naquele momento era quase palpável. ━ Então, tá interessada? Prometo que o ambiente não é nada tranquilo, mas muito acolhedor.
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magicwithaxes · 8 months ago
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Se pudesse, faria aquele momento durar para sempre. Natalia envolveu o amigo com os braços, tomando cuidado para não amassar a pequena lista que havia recebido momentos antes. Não sabia exatamente como definir o que sentia, mas a paz era algo que a envolvia por completo. Sentindo essa satisfação, apertou-se um pouco mais, buscando o calor que só alcançava naquele contato. “Juro para você que serão só alguns dias. Três, talvez.” Probabilidade. Quanto mais acolhedor ele fosse, mais ela se aproveitaria para prolongar a estadia, desde que não parecesse estar atrapalhando. “E seus pedidos serão uma ordem, senhor.” Afastando-se, Natalia aproximou a lista dos olhos, analisando cada tópico com atenção, certificando-se de que não esqueceria nada quando fosse marcar todos aqueles pequenos quadrados. “Por que o grimório, aliás?” Sua curiosidade sobre livros mágicos havia crescido mais do que esperava. Ela sentia a magia, tentava absorvê-la e, de alguma forma, aplicá-la, mesmo que ainda não soubesse exatamente como. Claro, antes que o livro chegasse às mãos do filho de Hefesto, ela daria uma boa olhada no conteúdo, aproveitando sua excelente memória fotográfica. “E farei melhor do que levar só ervas aromáticas. Você será o primeiro, em todo o acampamento, a ser cobaia dos meus perfumes.” Natalia ergueu a cabeça para fitá-lo, deixando que um sorriso confiante moldasse seu rosto. Se ele estava em busca de paz, após horas de trabalho, ela sabia que com ela por perto seria difícil encontrar essa tranquilidade. Tinha tantas ideias para compartilhar com o amigo... Todas precisavam ser testadas. “Estudando as possibilidades, você, meu querido amigo, é o semideus mais vigoroso que conheço. Pelo menos, o único que aceitaria minhas loucuras. Considerando todas as variáveis, acho que você não teria alergias tão facilmente.” Para reforçar sua pose determinada, ela deu alguns passos para trás, dobrou cuidadosamente o papel e o guardou no bolso do cardigã. Depois, levou as mãos à cintura, assumindo uma postura que combinava com a expressão confiante em seu rosto. “Ainda são só poções, na verdade. Por isso preciso de alguém disposto a testá-las para mim. Mas não se preocupe, estarei preparada com todos os tipos de remédios para qualquer eventual falha. E então, o que me diz? Quer ser o primeiro a me ajudar no meu pequeno empreendimento?”
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⸤ 🔥 ⸣ ⸻ Primeiro erro: assumir que eu tenho um horário definido para fechar contrato com a cama. Seu aviso vai ser com a antecedência de trinta minutos, mas não precisa esperar por mim. Tenho habilidades de mexer em qualquer semideus sem ser percebido. , E ele ouvia com um sorriso no rosto, xícara nas mãos, aqueles pequenos semideuses acordando em suas camas e achando que era mágica. Que os deuses tinham descido do Olimpo e colocado em suas camas, quem sabe os próprios pais! Aquela experiência não seria retirada por Kit enquanto ele tivesse força para fazê-la. ⸤ 🔥 ⸣ ⸻ Traga um cobertor também. Travesseiros. Lençóis. Aquele saquinho de ervas aromáticas que você coloca embaixo do colchão. O que mais... Livros para passar o tempo e um dos grimórios de Pietra. O preto pequeno. Ela vai saber que é para mim. , E para provar que não estava brincando, tirou um pedaço de pergaminho do bolso e escreveu todos os itens em formato de lista. Um quadradinho vazio na frente para serem preenchidos. Dobrou e colocou na mão alheia, sorrindo convencido. ⸤ 🔥 ⸣ ⸻ Acho que devemos ser gratos por não presenciar interrupções. Três dias prometidos, três dias entregues. E muito bons. É... É realmente admirável nossa sorte nessa ilha. , O cenho franzido, mas a cabeça balançava em concordância. Flynn não tinha visto ao vivo... E Kit queimaria mais oferendas para ele, contando as mesmas histórias com detalhes que tinha esquecido. ⸤ 🔥 ⸣ ⸻ Reagimos igual porque somos iguais. Quer dizer, eu tenho mais filhos do que ele. Gerações e gerações passando por mim e... Ainda continuo mole quando usam esses golpes baixos. Não vai? , Outra pessoa teria ficado arisca, ou rejeitava tamanho grude. Kit? Os olhos acenderam e o coração de um duplo carpado de costas. ⸤ 🔥 ⸣ ⸻ Vou adorar isso. , Avoz baixa, embargada, mas o rosto sorridente. E rapidamente enterrado no topo da cabeça da amiga quando a puxou para um abraço.
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magicwithaxes · 8 months ago
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Talvez estivesse pronta para continuar naquele assunto, mesmo que a filha de Afrodite não estivesse ou tivesse se ofendido com o tom que havia usado antes. Na verdade, surpreendeu-se com a confissão. Natalia jamais seria capaz de julgá-la, mesmo que o tema não fosse bem recebido pela sua consciência. Primeiro, entendia que expressar sentimentos era uma tarefa difícil e complicada. Por muito tempo, lutou contra dois impulsos que a impediam de ser clara e objetiva: o de fugir dos problemas e o de enfrentá-los. Até então, a primeira opção sempre havia prevalecido. Depois de tanto apanhar da vida, a russa se via mais aberta a novas possibilidades. Começou com passos pequenos e calculados e, agora, precisava evoluir na maneira de agir e se expressar. Não poderia se conter a vida toda, deixando passar oportunidades e possibilidades. Preso a esse devaneio, foi trazida de volta à realidade com a explosão — como considerou — de perguntas da amiga. Seu primeiro reflexo foi se deixar tomar pelo embaraço. As bochechas ficaram vermelhas e quentes, e teve certeza disso ao se ver rapidamente no espelho atrás da semideusa. Sabia que aquela reação seria combustível para Gigi, especialmente depois de tê-lo mencionado, mesmo que de forma indireta. Natalia não escondeu o alívio ao ouvi-la falar sobre a falta de interesse em outra pessoa. Não queria ser mesquinha, mas Raynar era atraente aos olhos de todos. Seria cedo demais para sentir ciúmes? Seria tolice? Ela não sabia ao certo onde estavam na relação, mas não conseguia controlar o que sentia ao imaginar outras mulheres por perto. Reativa demais, sentia-se afetada por alguém que ainda nem "pertencia" a ela. Suspeitando que a amiga entenderia, Natalia abaixou a cabeça e suspirou. Ainda assim, como Gigi, achava difícil expor seus sentimentos em palavras. "Eu não escondi, Gigi. Simplesmente aconteceu, e desde então, estou só... imaginando, fantasiando o próximo capítulo dessa novela." Soltando as mãos, ela abraçou o próprio corpo, apertando os braços ao redor de si mesma. "Sim, aconteceu. Nós nos beijamos. Mais de uma vez. Desde então, as coisas entre nós mudaram." Como explicar aquilo? Ela o respeitaria até o fim, mas também tinha outras vontades, e não sabia por quanto tempo conseguiria se segurar, estando tão próxima dele sem a chance de tocá-lo novamente. "Deuses, mulher, não, eu não estou dormindo no chalé dele. Por que eu faria isso? Ele odeia aquele lugar. Foi bem claro sobre o quanto detesta estar lá. E, além disso, não sei se terei outra chance..." As palavras pareciam se embaralhar na mente, não tomando o rumo esperado para expressá-las. "Mas por que você invadiria o meu quarto? Você sabe, é modesto, com apenas uma escrivaninha, um pequeno guarda-roupa e uma beliche — que, por sorte, eu uso sozinha, já que não tenho mais ninguém para dividir o espaço."
A temperatura havia subido, ou seria apenas Natalia? Endireitando a postura, ela usou as mãos para se abanar, especialmente o rosto. Talvez devesse voltar ao primeiro assunto, colocando Sophie novamente no centro da conversa. "Você pediu desculpas?", perguntou, trazendo o tema de volta. "Não quero ser insistente, mas é normal ele vê-la dessa forma. Você feriu o orgulho dele, e isso é difícil de superar. Mas, se já não sentia o mesmo, por que não conversou com ele e encerrou tudo de uma vez? Se abrir é complicado, mas envolver outra pessoa na história... isso é errado." Os romances que tanto lia mostravam situações como essa, mas, ao contrário da ficção, na vida real tudo era mais complicado, mergulhado em um drama que poderia durar para sempre. "E o filho de Apolo? Ele também não saiu... como posso dizer... prejudicado nessa história? Não quero julgá-la, de verdade, mas ele sabia no que estava se metendo? Ou foi pego de surpresa também?" Natalia levantou-se da cama e começou a andar em círculos. Sem perceber, tirou o pequeno casaco de lã e o jogou perto da amiga. "Gigi, pelos deuses, você parece ter saído direto de um dos livros que eu tanto leio!"
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꒰ ♡ ꒱ nos momentos em que ficava nervosa, a loira costumava falar exageradamente e entregar informações que normalmente esconderia a sete chaves, mas a confissão não tinha sido um deslize da sua parte. talvez fosse a sua consciência pesada, tarde o suficiente para que não valesse de nada, e mesmo assim, a expressão confusa de sua amiga não a causava nenhum constrangimento; a indignação alheia causava alegria, o coração quentinho por nutrir uma amizade que não tinha rodeios em repreendê-la diante dos seus erros. “ eu gosto ” aquele era um deslize, considerando que o seu sentimento atual não era exatamente o descrito. já tinha passado tempo o suficiente para que seu coração não o enxergasse como um pretendente a namorado, mas não queria ter causado mágoa ao homem. “ eu gostava dele, claro, e não posso te dizer que foi um erro, porque não foi, mas merdas acontecem, eu acho ” existiam outras milhões de respostas que gostaria de oferecer à amiga, mas não sabia ainda como colocá-las para fora sem que parecesse se colocar no papel de vítima. o drama percorria todo o seu sangue, afinal. “ e não, não foi parecido... ele é um cara incrível, então ter me flagrado com um filho de apolo não foi algo possível de ignorar ” na época, a última coisa que esperava era ser flagrada pelo homem, mas, se pensasse por um momento, saberia que era uma missão difícil esconder uma traição enquanto estavam presos indeterminadamente no acampamento. “ se você não gosta, eu dou razão à você. para mim, é um acessório que uso quando quero me mimar ” entendia que natalia não gostasse dos itens de maquiagem, lembrando-se de que as suas primeiras vezes tentando aprender tinham sido marcadas por muito estresse. “ tenho alguns de morango na minha gaveta, pode ficar com todos! eu gosto daqueles ardidos agora, prometem deixar os lábios maiores, mas nem ligo... é legal sentir a boca ardendo! ” um sorriso largou tomou conta dos seus lábios ao relatar a experiência, embora imaginasse que sua amiga não fosse gostar nada de um produto que causasse ardência. estava pensando em quantos produtos tinha que pudessem ser dados como presente à filha de hécate, quando ela retomou o assunto anterior e o seu sorriso lentamente desapareceu. não se importava em falar sobre seu passado, mas não havia motivos para sorrir nas raras vezes em que tratava do tema. “ não foi legal e eu me arrependo do que fiz, nati ” ela confidenciou, por fim, sem saber se já tinha dito tais palavras ao homem traído. de qualquer forma, não o faria; depois da quebra de confiança, aquelas eram declarações em vão e que talvez gerasse apenas mais mágoa. “ eu nunca o mereci, mesmo antes de toda a sacanagem que aprontei, e quando percebi que não existia chances daquele relacionamento terminar bem para mim... eu precisava não me magoar primeiro, sabe? não me importava com o filho de apolo, foi o caminho mais fácil porque ele não tinha como me magoar ” ela deixou escapar o retrato da sua insegurança, do sentimento constante de não pertencimento e da certeza de abandono. “ não lido bem com sentimentos românticos, sabe? eu fico apavorada e deixo escapar o pior de mim, mas o meu carinho nunca cessou, ainda que ele finja me odiar sempre que me vê pelo acampamento.” uma risada baixa escapou ao final da sua explicação, soando tão brutalmente honesta quanto conseguiria ser nas vezes que abria o seu coração e confidenciava aos outros a dimensão de toda a sua confusão romântica. “ não estou preocupada com romance, então vou só deixar que a vida se encaminhe disso por mim ” ela deu de ombros, sincera, enquanto o sorriso voltava a surgir em seus lábios, dada a forma como a sua amiga a escolhia olhar, como a própria filha de afrodite faria se estivesse escondendo algo (ou apenas o seu constrangimento, no mínimo). “ por que você... ” começou a questionar, curiosa para saber o que estava oculto, quando a ouviu mencionar uma altura muito específica que a fez estreitar os olhos em direção à morena.
“ eu não acredito que você ia me esconder isso, natalia! ” quase gritou, juntando as peças em sua cabeça, mas o seu tom era nitidamente empolgado. “ eu posso garantir que existe um desinteresse mútuo entre a gente, no caso de ser uma preocupação sua ” não sabia se aquele era o objetivo dela, mas fez questão de prestar a garantia. “ especialmente agora, sabendo do seu interesse no gigante filho de zeus! eu sabia que você me traria grandes alegrias românticas algum dia, viu? ” estava empolgada ao falar, contente em poder se alimentar com as histórias românticas de sua amiga e ter uma nova fonte de inspiração para as suas próprias invenções. “ e aconteceu alguma coisa? quer dizer, acho que não faz seu estilo marcar território, sem que tenha rolado alguma coisinha entre vocês! foi um encontro? ou um encontro quente? ai, minha afrodite! ” não fazia nenhuma questão de esconder a sua curiosidade, nem mesmo para evitar que a sua amiga se virasse uma poça de constrangimento ou de vermelhidão. “ vou invadir o seu quarto em breve, mas, por favor, me diga que não está dormindo lá porque o gigante está te hospedando no chalé dele! ” uniu as palmas da mãos, a expressão radiante ao encarar a amiga, como se a confirmação daquele seu delírio fosse o suficiente para iluminar todo o seu mundo.
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magicwithaxes · 8 months ago
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Como explicar o que estava fazendo? Natalia observou Pietra, acompanhando-a no riso. Antes, era complicado. As coisas reagiam fora de seu controle, até mesmo quando dormia, perdida demais para perceber. Agora, tentar visualizar e colocar em prática, desde que fosse com objetos menores, não parecia tão difícil. Claro, não saía exatamente como imaginava, mas Natalia fazia o seu melhor. Com o tempo, haveria outros caderninhos, maiores e com folhas mais bonitas, dos quais ela se orgulharia. "Para falar a verdade, não sei como consigo fazer isso de forma tão fácil, e é assustador pensar que você explodiria no meu lugar. Mas é natural. Eu imagino, crio a imagem na mente e deixo a energia fluir pelos meus dedos. Deve ser assim para você também, já que temos o mesmo poder, certo?" Muito tempo antes, Natalia pensou que Pietra poderia ser a ajuda de que precisava. No entanto, sua teimosia e o desapego ao lugar que um dia chamou de lar se tornaram grandes empecilhos para isso. Ao passar os dedos pela superfície lisa, ela percebeu que havia esquecido algo essencial para qualquer anotação: um lápis ou caneta. Concentrando-se novamente, com as mãos livres, Natalia tentou mais uma vez. Suas mãos começaram a brilhar, com fagulhas verdes surgindo aos poucos. Um lápis começou a se formar entre seus dedos. Era pequeno, mas com a ponta perfeita. No entanto, algo saiu do controle; em vez de parar como tinha feito antes, ela continuou. Talvez, levada pelo ego, Natalia ignorou sua inexperiência e forçou ainda mais e o resultado para seu erro veio em seguida: o lápis escapou de suas mãos, transformando-se em uma ameaça. O pequeno objeto saltava de um lado para o outro, até explodir bem na frente das duas. Natalia se virou para ver a reação da irmã, sorrindo sem jeito. Antes de receber qualquer resposta, ela agarrou a página recém-rasgada, admirada ao ver que outra surgia no lugar logo em seguida. Era mais uma coisa que precisava aprender, já que era tão desastrada e propensa a acidentes. "Muito obrigada, de verdade." Com a mão livre, limpava o colo sujo pelos restos da tentativa fracassada. "Por onde você acha que eu devo começar?"
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Apesar de não ser filha da deusa da feitiçaria, Pietra tinha herdado a capacidade de realizar encantamentos assim como a irmã, tomada as devidas proporções. Ela tinha se afundado durante anos nos livros e nos estudos, focando seus treinamentos puramente em evoluir sua capacidade magica até que a realidade pudesse ser moldada a sua interpretação dos feitiços. "Obvio que tentaram roubar! Tem coisas que não devem ser vistas por ninguém. Nem por mim! Mas como digo, caiu na minha rede então é peixe" brincou com o riso nos lábios. A magia corria em suas veias tão facilmente como seu sangue, e foi difícil se adaptar, mas se tornou parte do seu dia a dia exteriorizar quem era. Assim que viu o verde da magia aparecer na mão da irmã e o caderninho ser conjurado, Pietra não resistiu em bater palminhas toda da animada "Pelos deuses! Nat! Se eu tivesse feito isso quando eu tava começando esse caderno ia explodir em mil e um pedaços" confidenciou rindo toda animada com a ideia de dividir com ela mais do que apenas laços divinos. "Desde quando você faz isso?" A morena olhou para o livrinho antes de fazer o próprio grimório vermelho sumir em seus dedos, ficando apenas com a pequena 'agenda' azul "Para quem tá começando serve sim, sugiro tentar fazer um maiorzinho na aula de artesanato. Tem que parecer uma bruxa digna de filme quando tiver em batalha..." ela se ajeitou no lugar procurando um feitiço que gostava e rasgando a folha. Foi automático, assim que a folha rasgou outra apareceu no lugar com o mesmo feitiço, realimentando o grimório com o conhecimento 'perdido', um mecanismo que tinha inventado para não acabar perdendo feitiços se a batalha fosse um pouco intensa demais "Não precisa ficar por aqui para treinar Nat, eu não ligo de ir para outro canto. Bem, eu não te dou o meu para você copiar porque né, não vou dar tudo de mão beijada. Mas esse daqui, podemos dizer que é o meu presente de boas vindas mágicas"
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magicwithaxes · 8 months ago
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Natalia estava sem palavras. Seus olhos alternavam entre o semideus e a pintura. As palavras pareciam ter escapado de seus pensamentos, tornando difícil se expressar. A imagem, por si só, já a elogiava, mas a forma como ele a lisonjeava em palavras... Deuses. O rosto queimava, e ela sabia que suas bochechas estavam vermelhas, como sempre acontecia em momentos como aquele. Antes que pudesse dizer algo, Natalia riu – uma risada estrondosa e um tanto esganiçada. Era difícil não ficar sem jeito. Ela voltou sua atenção para a pintura, observando todos os detalhes da obra. Certamente, parecia uma deusa – não que se considerasse uma. Mas a maneira como ele a havia retratado... e depois reafirmado em palavras... "Assim você me deixa sem jeito", murmurou, levando uma mão aos cabelos, enrolando uma mecha solta. "Mas fico feliz de ter te inspirado. Com certeza vou pendurar isso em algum lugar, bem em frente à minha cama. Acordar com essa imagem todos os dias não será nada mal... Será como acordar com o pé direito! Você me fez parecer que estou em um sonho... Muito obrigada, de verdade!" A ideia de ser usada mais uma vez como inspiração parecia tentadora. Ser a musa de alguém nunca tinha passado por sua cabeça, mas a forma como ele a descreveu com algumas pinceladas a fez acreditar que não seria tão ruim assim. Ela até tinha tempo de sobra para isso... Natalia se ofereceria sem hesitar para ser retratada novamente daquela forma. Era, sem dúvida, uma boa dose para o ego, que há tempos não era afagado. "Não precisa dizer mais nada, já somos amigos." Sorriu, dando alguns pulinhos breves. "Promete que vou poder ficar com mais uma ou outra obra além desta? Pode parecer narcisismo, mas é claro que quero mais dessas espalhadas por todo lado. Você me deixou muito bonita!" Vendo a oportunidade, Natalia se aproximou um pouco mais e, com a mão livre, segurou gentilmente a mão do semideus. "Se ainda não me conhece, deixe-me apresentar." Ela o tinha visto muitas vezes no acampamento, mas nunca interagido por muito tempo. Talvez um ou outro cumprimento, mas nada além disso. "Sou Natalia!" disse animadamente, o sotaque russo marcando suas palavras, como acontecia de vez em quando. "E você é um filho de Fântaso, certo? Agora entendo como você conseguiu dar esse toque onírico tão perfeito à pintura."
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Havia criado um fundo com flores que flutuavam em torno da semideusa, que havia recebido uma aura etérea e mágica que parecia encantar a todos os outros elementos presentes na tela. Ao seu redor, havia uma floresta iluminada por vagalumes onde as luzes naturais incidiam sobre a pele e os cabelos charmosamente bagunçados; cabelos que emolduravam o rosto que tinha sua expressão e um olhar praticamente vivos captados pela tinta e pincéis. O vestido simples salpicado por cores de poções, havia sido pintado para emoldurar ainda mais a beleza de sua modelo. Na tela, pequenos animais silvestres escondidos nos arbustos e árvores, olhavam para a semideusa com expressão de admiração. No chão onde a grama se extendia, um tapete de flores parecia ser fruto das pegadas da mulher. Peculiarmente, nesse cenário natural também havia objetos aleatórios dispostos sobre a relva, como uma poltrona, uma boneca, trens de brinquedo, um relógio, uma TV e uma pequena cadeira, e eles também a olhavam encantados, surrealistamente.
"Não precisa agradecer, eu quem sou grato. Você me trouxe inspiração e alguns momentos como esse são quase etéreos... então, obrigado. Fico feliz que você tenha apreciado." Disse Sabik sinceramente, olhando-a de maneira gentil. A pintura ganhou uma bela moldura que a morena materializou com seus poderes e ele observou com olhar admirado. "Bem, acho que os objetos a admirando na obra tem alguma semelhança com a realidade, afinal," riu baixo, "E você não precisa sentir que tem que me retribuir, sabe? É notável sua gentileza e recíproca, mas está mesmo tudo bem. Aceite como um presente de um futuro amigo, que certamente a usará como musa para telas mais vezes no futuro."
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magicwithaxes · 8 months ago
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O cenho de Natalia franziu, e instintivamente, ela deu alguns passos para trás, tentando analisar melhor a irmã. "O que você quer dizer com 'mais algum deus'? Que eles vivem brigando não é novidade, mas outro deus por trás de tudo isso..." Sua desconfiança era palpável. Deuses sempre procuravam qualquer motivo para serem notados, mais uma página da história escrita à base de traumas e abusos, especialmente contra aqueles que, no mínimo, mereciam compaixão – algo que, é claro, jamais havia acontecido. A filha de Hécate observava a irmã, seus olhos rápidos estudando cada detalhe de sua expressão, buscando respostas silenciosas antes de se permitir fazer mais perguntas. Onde havia caos, os deuses nunca poupavam os mortais. Um calafrio percorreu seu corpo ao pensar no pai. Se Hécate ou outro deus fizesse algo a ele... Não, nem queria imaginar! O simples pensamento inflamava suas emoções, e ela sentia aquela nova, porém perigosa, energia emergindo de seus poros, tornando tudo ainda mais caótico. O farfalhar das folhas no chão parecia mais alto, e aquela corrente de ar atípica, que percorria apenas o espaço entre as duas, tornava-se cada vez mais evidente. Ela só notou quando viu os cabelos da irmã esvoaçando e pequenas pedras saltitando atrás da outra. Antes que perdesse o controle, abriu os braços, sacudindo as mãos com força, mentalmente ordenando que aquilo acabasse. Para Dahlia, não seria surpresa – elas compartilhavam o mesmo sangue divino. "Você sabe de algo? Claro que sabe." Tentou manter a calma, mas o tom ríspido escapou, apesar de sua adoração pela irmã. "Aquela maldita soube mesmo como fazer um show, não é?" O riso forçado que seguiu revelou toda a sua frustração. Natalia respirava lentamente, seguindo os conselhos que sua instrutora e Quíron lhe deram para evitar chegar ao limite. "Se pensarmos bem, são dois deuses ctônicos... Não me diga que há alguém ainda pior por trás deles... Como Nyx." A ideia de uma deusa primordial, ligada à criação do universo e ao submundo, não parecia absurda. Apenas pensar nisso lhe causava arrepios. "Além disso, nunca há uma razão plausível para uma briga entre eles. Talvez alguém esteja se aproveitando da situação. E, como sempre, nós é que sofremos as consequências, como bons filhos." O exaspero e a tensão eram palpáveis em sua voz. Ela estava prestes a continuar, mas parou. Havia prometido a si mesma não se deixar levar dessa forma. "Me desculpe, Lia. Infelizmente, você verá muitas reações assim por aqui."
As mãos foram aos cabelos, prendendo-os em um coque frouxo, suficiente para mantê-los longe do rosto. Deveria focar no presente, em vez de imaginar um futuro que pouco lhe agradava. Ao se lembrar do convite da mais velha, Natalia tentou esboçar um leve sorriso no canto da boca, agora interessada em descobrir o que a outra havia trazido. "Seria ótimo viajar o mundo com você... mas eu não estaria sozinha. Ele é importante, e não consigo me imaginar fazendo isso sem ele no futuro..." Aceitando o gesto carinhoso, Natalia se aconchegou no abraço da irmã, aproveitando aqueles breves segundos de paz que apenas pessoas especiais conseguiam lhe proporcionar. "O que você trouxe? Além da bebida, é claro. Tenho certeza de que há uma boa e linda garrafa de vodka cem por cento russa entre seus pertences. Poderíamos nos distrair com alguns goles... acho que estou precisando. Talvez, só talvez, uma ressaca amanhã não seja tão ruim." Ela sorriu, entrelaçando os dedos da irmã nos seus. "E sim, eu sei que ainda não passa das duas da tarde. Mas se nos escondermos, e de preferência nos trancarmos, não haverá problema algum."
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"Eu trouxe coisas, pra ser mais exata." Um riso breve lhe escapou enquanto julgava mentalmente a si mesma; além da Russia, em quase todos os outros país pelos quais passou, Dahlia havia comprado ou simplesmente levado alguma coisa com algum significado local ou que simplesmente a lembrasse da irmã. No fim, havia trazido consigo uma generosa e diversificada coleção de itens. "Talvez, mas sei que um deles me ensinou um suco de laranja batizado com vodka que é sensacional, compensou a hostilidade dos outros." Seus ombros se ergueram levemente enquanto soltava uma nova risada, despreocupada. Enquanto falava, seus dedos traçavam carícias aleatórias nos braços de Natália, um gesto afetuoso quase inconsciente. No entanto, a mudança súbita na expressão da irmã despertou sua curiosidade. Dahlia franziu a testa, ouvindo atentamente até que seus olhos se arregalaram ao ouvir o nome da mãe mencionado. Agradecida por não precisar interromper, ela apenas observou Natália, sentindo o nervosismo no olhar da irmã e o aperto em seus braços. Estava atônita. Quando Natália falou sobre suas energias terem sido sugadas quase por completo, Dahlia reagiu instintivamente, apertando-a de volta. "Traidores...? Mas ela estava atrás do grimório... O que... Ah não."
Assim que se deu conta, seu queixo caiu. Claro que ela precisaria de formas diferentes de acessar o interior do Acampamento, e como o grimório estava aqui, bastava alguém ler o feitiço... E assim nascia um traidor. "Quem eram os traidores?" Dahlia não era inocente a ponto de achar que os deuses se importavam com os filhos a ponto de poupa-los de sofrimento, especialmente se isso trouxesse alguma vitória pessoal para eles mesmos, mas ouvir sobre os feitos da mãe definitivamente a pegou de surpresa. Porém, levando em consideração as coisas que havia visto fora dali, não achava que Hécate e Hades fossem os únicos responsáveis por todo aquele caos. "Com certeza eles tem culpa mas... Não sei se começou exatamente por conta deles..." Seu tom era baixo enquanto as peças pareciam se juntar em sua cabeça. A quantidade de humanos com visão, as tempestades e ressacas marítimas, a rapidez com a qual os monstros pareciam renascer... Imagens do último pesadelo vieram a mente e ela piscou algumas vezes para afasta-la. "Tem algo bem maior acontecendo, acho... Acho que todos eles estão brigando, mas difícil é saber pelo que dessa vez."
"Quíron parece uma opção mais viável que o senhor D depois daquele discurso todo sobre a gente não ter recebido o chamado dele." Aquela era outra dúvida que assombrava seus pensamentos desde a chegada; por que um grupo tão pequeno não havia recebido o chamado? No cenário atual, o que isso indicava? Deu um passo na direção de Natália e a envolveu de modo carinhoso em seus braços. "Voltei, e só saio de novo quando você aceitar viajar o mundo comigo." Ela sorriu, deixando um selar entre os fios de cabelo dela em seguida e então. "Por que nós não vamos com calma nessa parte de notícias ruins e damos uma pausa pra eu te mostrar toda a bugiganga que eu trouxe, hm?"
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magicwithaxes · 8 months ago
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onde: cachoeira mágica.
com: @arktoib.
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"Não é lindo?" Pela primeira vez preparada para a ocasião, Natalia se aprontava para um banho frio. Antes de receber uma resposta, deixou o par de chinelos de lado e retirou o vestido longo que cobria todo o corpo, revelando o maiô escuro que escondia por baixo da roupa. A filha de Hécate caminhou até a margem, mergulhando um dos pés na água para medir a temperatura, e o sorriso em seus lábios aumentou ao constatar que estava perfeita. "Este se tornou um dos meus lugares favoritos. Há uma passagem estreita atrás da queda d'água," disse, apontando para o encontro de duas rochas que levava a um espaço oco. "Em resumo, é o meu refúgio, e eu tenho estudado magia ali. Ninguém me incomoda, consigo fazer meus exercícios e, de quebra, fico longe de problemas." A cada palavra, ela dava um passo mais longo em direção à parte mais profunda, até que apenas sua cabeça e ombros ficaram à mostra. Antes de mergulhar completamente, Natalia se virou para observar a amiga, piscando e inclinando levemente a cabeça, convidando-a a segui-la. "Além disso, dizem que este lugar é mágico. Consegui sentir algo por aqui, mas nada forte o suficiente para realizar desejos. Mesmo assim, pensei que seria legal virmos juntas, aproveitar essa energia e, quem sabe, fazer alguns pedidos. O que acha?"
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magicwithaxes · 8 months ago
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GILMORE GIRLS 4.11 | In the Clamor and the Clangor
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magicwithaxes · 8 months ago
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De repente, sua atenção no céu se desfez, voltando-se completamente para o rapaz que lhe agraciara com sua companhia naquele dia. Os grandes olhos azuis acompanhavam cada movimento leve e breve, estudando-o, tentando decifrá-lo. Embora tivessem passado parte do tempo separados — ele vivendo sua vida fora dos domínios do acampamento, longe da influência divina, e ela ali, sem grandes expectativas, já aceitando aquela vida como suficiente — algo lhe dizia que, ao mesmo tempo, nada havia realmente mudado entre os dois. Natalia sentia-se incrivelmente à vontade na presença de Victor. Diferente dos outros amigos, a leveza que ele transmitia era imediata, algo que a envolvia, penetrando seus poros e trazendo uma sensação de calma. Para ele, a filha de Hécate só tinha a oferecer sorrisos. O tempo que compartilhavam certamente a distraía, mesmo que o assunto que ela menos gostava de abordar ainda pairasse como uma pauta inevitável. “Aqui, o sentimento é quase o mesmo", disse ela com um suspiro. "Mas podemos usar outra metáfora: somos pássaros à espera da boa vontade de nossos 'donos', que decidem se nos libertam ou nos condenam a mais dias de infelicidade." Natalia começou a se mover. Suas pernas buscavam se esticar, e agora ela dava passos lentos pelo espaço onde estavam. O leve nervosismo também era evidente; seus dedos se mexiam inquietos, e para controlá-los, agarrou-se ao tecido solto da saia. Riu ao comentar sobre a recente visita da deusa da feitiçaria, parando a poucos passos de Victor para encará-lo. “Desta vez, os rapazes se comportaram. Nada de ultrapassar limites.” Pelo menos, eles haviam aprendido um pouco de paciência. Outra deusa relacionada à magia desferindo algum tipo de castigo era algo que todos preferiam evitar. “Então esse convite é tentador. Não poderei recusar... a menos que algo se sobressaia a esses planos.” Apesar do sorriso, ela não sabia ao certo o que o futuro lhe reservava. Seus pensamentos confusos sobre o assunto permaneciam em segredo; não queria preocupar ninguém. “Mas, Sibéria... Assim você vai acabar me conquistando, Victor. Nada melhor do que desbravar a Mãe Rússia!” O filho de Atena inspirava nela uma sensação de lar. “Ensinar também é um ótimo caminho, meu amigo.” Ela se aproximou novamente, ajustando a postura enquanto tentava ver algo pelo telescópio. Sabia que aquela pergunta surgiria mais cedo ou mais tarde. Era inevitável. Antes de focar sua atenção no instrumento, ela lançou um olhar breve e pensativo para Victor. “Não sei, talvez sim. Ouvi falar muito de lá... Semideuses idosos vivendo em paz. Legados. Muitos legados que geram outros... Uma vida normal.” Conseguiu captar uma estrela — ou talvez apenas tivesse imaginado. “Talvez o 'sim' seja uma alternativa mais forte. Meu tempo aqui está contado. Estou velha demais para continuar no acampamento. Logo, não terei mais espaço... isso, claro, se algum deus não decidir me eliminar antes.” Parecia tão natural falar sobre isso agora. Em outros tempos, mencionar a morte com tanta leveza, mesmo que hipoteticamente, não seria típico dela. A atmosfera caótica havia criado novos hábitos. “Morrer de velhice não me parece uma ideia tão ruim.”
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ㅤㅤㅤㅤㅤㅤㅤㅤㅤㅤㅤ“ah,  não  estou  falando  lá  de  cima,”     victor  riu,      “mas  desse  mundo  aqui  embaixo,  o  que  vivemos  aqui  e  agora.  faz  tempo  demais,  tenho  certeza  que  tem  algumas  histórias  interessantes  pra  contar?”     seu  olhar  era  divertido,  e  os  dedos  tamborilaram  distraidamente  a  superfície  do  telescópio.  no  início  da  noite,  quem  sabe  pudessem  ver  a  cruz  do  norte,  ou  pelo  menos  deneb,  a  cauda  do  cisne,  despontando  próxima  da  lira?  talvez  a  primeira  agradasse  natalia.      “mesmo?  fico  feliz  em  ouvir  isso.”      dada  as  circunstâncias,  o  acampamento  precisava  daquela  moral,  mas   acho   não  era  uma  palavra  que  dava  a  victor  tanta  confiança.    “sei  que  não  deve  estar  sendo  fácil.”  ele  parou,  e  por  alguns  segundos  só  se  apoiou  no  telescópio,  avaliando  as  feições  da  semideusa.  o  otimismo  estava  ali,  delicado  mas  firme—uma  combinação  adequada  para  definir  natalia—porém  também  havia  o  cansaço,  uma  sombra  sob  os  olhos  de  quem  já  suportara  coisa  demais,  recentemente  demais.  “sinceramente?”  victor  balançou  a  cabeça,  soltando  o  ar  num  riso  cansado.      “de  cabeça  para  baixo.  sinto  que  o  mundo  foi  enfiado  num  globo  de  neve  e  algum  deus  só  resolveu  chacoalhá-lo  por  capricho.  por  um  tempo,  escolhi  acreditar  que  era  o  curso  natural  das  coisas:  ligue  a  tv  e  verá  as  guerras  políticas  de  sempre,  os  mesmos  escândalos  jornalísticos,  as  mudanças  climáticas,  e  todo  o  nosso  sobrenatural  só  encontra  um  jeito  de  se  incorporar  aí  dentro,  mas  é…  não  é  mais  a  mesma  coisa.  algo  tem  mudado,”     não  sentiu  a  necessidade  de  medir  as  palavras  com  natalia,  ela  merecia  aquela  verdade.      “mas  não  perdi,  é?”  brincou.  “mortos  voltando  à  vida,  crateras  terrestres  e  histórias  de  spas  em  ilhas  distantes  me  dizem  o  contrário.  de  todas  essas,” acrescentou,  só  para  guiar  o  tópico  num  caminho  mais  leve,  mais  tranquilo,   “talvez  não  ter  recentemente  visto  nenhum  porquinho  da  índia  rondando  os  chalés  seja  a  que  mais  me  surpreende.”  era  curioso,  no  entanto,  pensar  que  em  todo  esse  tempo  havia  considerado  o  acampamento  como  o  lugar  mais  seguro,  um  santuário  onde  os  amigos  estariam  a  salvo  enquanto  victor  deliberadamente  escolhia  se  manter  fora  por  pura  teimosia  e  obstinação.  mal  sabia  ele.    “me  dê  mais  alguns  anos  fora  daqui  e,  caso  algum  dia  tenha  interesse  em  me  acompanhar  numa  expedição  arqueológica,  faço  questão  de  enviar  o  convite  com  uma  cópia  de  razão  e  sensibilidade—só  como  uma  segurança  de  sua  lealdade,  pra  quando  estiver  atolada  comigo  em  uma  ruína  qualquer  da  sibéria  questionando  suas  escolhas  de  vida,”  declarou,  embora  achasse  muito  menos  graça  na  lembrança  de  ter  abandonado  seus  estudos.  “mas  atualmente,  infelizmente  eu  só  ensino.”  a  noite  estava  ali,  e  victor  gesticulou  sutilmente  com  a  cabeça  para  que  natalia  se  aproximasse  para  tomar  seu  lugar  no  telescópio.  “depois  que  tudo  isso  acabar,  tem  interesse  em  ir  pra  nova  roma?” 
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magicwithaxes · 8 months ago
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Lembrar dos mais novos era motivo suficiente para deixá-la estressada. Depois de dez anos de sofrimento e experiências que a fizeram desejar um basta, o que sentia pelos que estavam apenas começando era puro medo. Apesar de querer manter-se a quilômetros de distância do lugar que havia considerado um lar — agora repleto de memórias dolorosas que ela lutava para esquecer —, Natalia e seu coração sensível poderiam impedi-la de ir mais longe. Sabia que Hécate não pararia e que, um dia, surgiriam outros filhos, comportamento típico dos deuses que se apaixonavam e depois dispensavam seus parceiros humanos. Isso era parte do ciclo imposto pelo deus dos deuses, que cortava qualquer possibilidade de uma ligação mais profunda com os mortais antes mesmo de começar. Natalia gostaria de ter uma resposta mais clara e concisa. "Infelizmente, o destino tem sua própria vontade. Somos velhas, Tony. Nosso tempo aqui está acabando, de uma forma ou de outra." A risada sem graça escapuliu, mas não durou muito. Na história, não havia um semideus que tivesse sobrevivido tanto para contar histórias fora desses domínios. E se houvesse, Natalia adoraria conhecê-lo. Talvez pudesse obter algumas dicas valiosas sobre como sobreviver com menos dificuldades. Era natural querer se aprofundar nesse assunto, mas, diante de uma situação que desgastava mais do que ajudava, Natalia optou por ficar em silêncio, preferindo deixar o assunto em aberto para quando estivesse mais equilibrada emocionalmente. As palavras da amiga, sem dúvida, seriam analisadas com cuidado. Ela sentiu uma vontade de chorar, mas as lágrimas seriam de felicidade. "Estaremos sempre unidas de alguma forma, mesmo quando separadas, se é que isso faz sentido. Estou aqui para qualquer coisa. Insisto, como sempre faço, para que desabafe. Não se iniba. Posso parecer ser feita de açúcar, mas falar ajuda e eu sou uma ótima ouvinte. Quero ser seu ponto seguro. Pelos dez anos que já vivemos juntas... e pelos próximos dez que farei questão de tornar realidade." O futuro era incerto, mas não impossível. Natalia estava evoluindo de uma maneira que nunca havia imaginado, e talvez, apenas talvez, pudesse realizar um de seus maiores desejos: proteger a todos, sem deixar ninguém para trás. Talvez tivesse sido a escolhida para receber um poder recém-desperto. Finalmente, atingira um propósito. "Antes de explorarmos o mundo, poderíamos tentar visitar Nova Roma. Ouvi muito sobre os romanos. Não acredito que os deuses de lá permitiriam que seus filhos vivessem tanto tempo, então ver um semideus idoso seria uma realização para mim. Depois, podemos reunir nossas coisas e, bem armadas, explorar o mundo. Há tantos lugares lindos que adoraria visitar com você..." disse baixinho, deixando os pensamentos vagarem por paisagens que conhecia apenas através de imagens. "Você, eu e qualquer um que queira se juntar a nós... será perfeito." Era um plano hipotético, mas que poderia ser realizado em algum momento. Enquanto isso, poderiam sonhar acordadas um pouco. Talvez fosse disso que precisavam no momento. Ao menos, esse aspecto parecia escapar à atenção dos outros deuses e alimentava não apenas seu propósito, mas poderia servir para a amiga também.
FINALIZADO.
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por mais que durante todos os anos de acampamento as pessoas tivessem ido e vindo, natalia fora uma das poucas que ficou. e se fez presente, sempre que houve a necessidade. era ótimo que tivesse ela a seu lado, mas sabia que poderia perdê-la a qualquer momento e aquilo a assombrava, da mesma foram que seus pesadelos regidos por morfeu. conforme ela ia falando, balançou a cabeça. dividiam mais de dez anos juntas e a cada ano, era mais forte a ligação que tinham. ⠀⠀"⠀⠀sei que talvez eu não tenha sido a mais presente recentemente, mas eu também quero que saiba que estarei aqui para você. sempre.⠀⠀"⠀⠀devolveu o sussurro. era uma promessa que levaria consigo até o fim. existam poucas pessoas que antonia atravessaria o tártaro para ver bem e a filha de hécate se encaixa entre eles. o afago constante dela em seus cabelos era uma lembrança de que tudo ficaria bem. não conseguiu conter a risada baixinha que escapou de seus lábios quando ouviu a indignação de natalia com os deuses. todos eles tinham motivos, talvez até mesmo ela do que muitos outros, afinal, não deve ser fácil ficar ouvindo por ai acusações só por ser filha de quem era — não que a deusa estivesse facilitando para seu lado também. compartilhava daquele sentimento, queria que todos sumissem e deixassem os semideuses em paz. foi maravilhoso os anos que tiveram, mesmo que tivessem pequenos momentos tristes, nada se comparava com os assolava agora. e que viria no futuro, ela sabia. eles estavam ocupados demais com o próprio ego para se preocuparem com mais um descontentamento dentre seus filhos. e por breves momentos de lucidez em meio a sua desgraça, percebeu que ela estava certa. não havia mais o que poderiam fazer, somente depois que tudo acabasse. . ⠀⠀"⠀⠀apesar de você estar certa, como sempre, como poderemos guiá-los, nati? novos e entregues a guerra, assim como fomos.⠀⠀"⠀⠀apenas a crueldade da guerra contra gaia vinha em sua mente em momentos como aquele. lembrava-se de toda noite ajoelhar e suplicar para que tudo acabasse, para que terminasse o quanto antes. parecia sem fim, e o medo era seu fiel companheiro dia e noite. não queria aquilo para os mais novos. era encorajador tudo que ela lhe dizia e queria acreditar, com o otimismo que natalia tinha que passariam por aquilo. sobreviver a mais uma guerra já seria um marco e pensar no pós nunca lhe ocorreu. deu uma risadinha baixa, assentindo. ⠀⠀"⠀⠀a evelyn é uma ótima companhia. acho que nunca ficaríamos entediadas com ela por perto.⠀⠀"⠀⠀adicionou, genuinamente ao considerar a possibilidade de um grupo de semideuses vagando por ai. chamaria um pouco a atenção mas saberiam se virar.
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magicwithaxes · 8 months ago
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Natalia franziu o cenho, com um semblante atípico, sentindo como se fosse atingida por uma lufada de ar diferente. Ela sabia que as pessoas tinham vidas diferentes, mas imaginar um cenário que não fosse baseado no caminho seguro da amizade lhe causava um leve sentimento de ciúmes. Para fugir temporariamente desse assunto, decidiu se concentrar em sua nova paixão. Já estava acostumada com poções e alquimia, trabalhando com ingredientes naturais que podiam tanto curar quanto ferir. No entanto, explorar feitiços elaborados para o cotidiano, combinados com o novo poder que estava desenvolvendo, parecia interessante. Grimórios eram o caminho mais direto para adquirir esse conhecimento, e além das filhas de Circe, a irmã era a pessoa mais experiente no acampamento que poderia ajudá-la. "Já tentaram roubá-la?" Apesar da surpresa, Natalia parecia já esperar algo do tipo. Um livro com ensinamentos antigos, recitados por qualquer ser mágico, era um objeto de desejo. Recentemente, havia pouco que se comparasse a uma situação como essa; Hécate, a deusa excêntrica, estava atrás de um grimório "perdido". O pensamento fez Natalia questionar: "Dentre tantos que pertencem a ela, você sabe ou imagina a necessidade dela por aquele?" Mesmo enquanto sua curiosidade sobre a pergunta persistia, ela estava maravilhada com a cena diante de seus olhos. No futuro, poderia ter um livro com seu próprio nome, cheio de feitiços existentes e, quem sabe, algo inventado por ela. Eram tantas possibilidades... "Um caderno? Talvez, um caderno..." Natalia tateou a cama, mas não encontrou nada. Suspirou frustrada, reprimindo-se por não ter conseguido encontrar o que queria rapidamente. Até que... Situações como aquela aconteciam, especialmente quando desejava algo com intensidade. A luz esverdeada apareceu na ponta dos dedos e, tentando impressionar Pietra, Natalia moveu os membros, desejando em silêncio que um simples caderno surgisse diante delas. Demorou um pouco e ela precisou ser mais específica sobre o que queria, mas lá estava: um caderno pequeno, mas que atendia ao seu propósito. Algumas folhas estavam fora do lugar, resultado de uma materialização que ainda precisava de aperfeiçoamento, mas Natalia já estava trabalhando nisso. "Esse caderno serve?" Ela exibiu um sorriso pequeno, mas satisfeito. "Podemos começar a qualquer momento. Agora, depois, amanhã... Não tenho pressa de sair daqui tão cedo, especialmente com esse tesouro em suas mãos."
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"Ele costumava aparecer por aqui para conversar comigo? Longa história longa, Nathalia, quem ser esse senhor?" perguntou curiosa tentando rever quais eram os rapazes que tinham intimidade o suficiente para entrar no chalé de Hécate para conversar consigo. "Pelo amor dos deuses, não é nenhum ex meu né?" Eram poucos que realmente entrevam ali, contava nos dedos, afinal tinham que ter anos de amizade para ela convidar a entrar no lar que dividia com os irmãos... Eram quase vinte anos indo e voltando para o lugar, tinha que ter o mínimo de respeito pelo lugar que dormia. O interesse da irmã, porém, tirou o foco ansioso de Pietra para algo mais útil: seus grimórios. Saber que ela queria um, para quem não gostava de magia, era no mínimo interessante "Só se prometer não contar a ninguém isso okay? Não é um segredo, mas já teve gente querendo roubar" ela abriu em uma pagina, que conhecia muito bem, e proferiu o feitiço enquanto sua mão apoiava na folha de papel. Do nada os dedos de Pips começaram a entrar na folha, quase como se ela fosse líquida, sua mão sumiu voltando segurando um livro de couro vermelho. "Agora entende o porque não é tão fácil pegar?" brincou com o riso desenhado nos lábios esticando para ela ver. Tinha alguns detalhes práticos que nunca contaria a ninguém, só depois de sua morte aqueles livros estariam disponíveis para uso e com muitas ressalvas. "Que tal você conseguir um caderno? Tira esse tempo para montar seu grimório, depois a gente selecionar alguns dos meus feitiços mais fácies para você ir aprendendo. Digo com certeza, o de arrumar o quarto é o que mais uso."
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magicwithaxes · 8 months ago
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Ouvi-la falar sobre a cor azul fez com que um sorriso ainda maior, se é que isso era possível, surgisse nos lábios rosados de Natalia. "Sério? Azul também é sua cor favorita?" O sentimento de intimidade tomou a filha de Hécate novamente. Mesmo tendo notado o desconforto alheio momentos antes, Natalia persistiu na aproximação, envolvendo-a novamente em um abraço apertado de lado. Ela via semelhanças notáveis entre Eunha e ela mesma e, talvez por isso, sentia a necessidade de mantê-la por perto. Embora não soubesse explicar muito bem, seu inconsciente e consciente trabalhavam juntos, mostrando um desejo de protegê-la a todo custo, mesmo que não houvesse risco iminente. Com a cabeça inclinada sobre a dela, Natalia se animava com a ideia de trabalharem juntas. Definitivamente, essa atividade seria um fator importante para clarear a mente, um calmante que ela não sabia que precisava, mas que aceitaria de bom grado. "Teremos, então, uma casinha azul, azul como o céu, em breve, em alguma dependência do seu chalé," ela sussurrou, apesar de estarem a sós. "E seria maravilhoso vê-la desenhando algo. Você será a teoria e eu, a prática. Perfeito! Trabalharemos como uma equipe, cada uma ajudando a outra. E, por fim, pintaremos juntas. Para mim, essa é a parte mais divertida." Embora costumasse ser um pouco bagunceira nesse processo, tentaria se controlar na presença dela. "Isso vai ser tão divertido!" Envolvendo-a com os dois braços, Natalia apertava-a um pouco mais, demonstrando toda a afeição que sentia no momento. Ela também suspirava, um pouco extasiada. Definitivamente, a semideusa em seus braços trazia uma sensação ótima, relaxando os nervos, bloqueando sentimentos estressantes e derrubando qualquer barreira que ela mesma impusesse. "Borboletinha, vai ser perfeito!"
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Eunha desejava tanto essa conexão, esse carinho... mas ao mesmo tempo, não sabia como aceitar sem se sentir exposta e única coisa que soube fazer foi sorrir para Natalia, evitando um pouco do contato visual.
"Borboletinha." O apelido a fez sorrir, embora um sorriso tímido, como se estivesse testando se essa palavra nova fazia bem aos seus ouvidos. Nunca tinha pensado em si mesma assim, como algo delicado, gracioso... Sempre pensara em si mesma como um fardo ou alguém esquecível.
— Azul — murmurou, quase sem pensar, enquanto encarava as mãos de Natalia tamborilando na mesa. — Hoje em dia azul é a minha cor favorita. Me lembra o céu, e um pouco de tristeza, mas não de forma ruim.
Ela percebeu que poderia acabar falando demais, e antes que suas palavras saissem sem filtro, se conteve. Mas uma coisa reparou, ao lado de Natalia, suas barreiras que normalmente erguia em volta de si poderiam um dia ficar mais frágeis, mais fáceis de serem ultrapassadas.
— Eu... acho que seria divertido fazer a casinha juntas. — Sua voz saiu baixa, mas animada. A ideia de trabalhar em algo com outra pessoa a enchia de um calor esperançoso que ela não sabia explicar. — Mas não sou muito boa com artesanato. Posso desenhar as formas, talvez? E aí você executa e me ensina um pouco, para não ficar muito difícil para vocÇe.
Ela desviou o olhar, sentindo o rubor aquecer suas bochechas mais uma vez. "Espero que ela não perceba", pensou, se abraçando um pouco. Mesmo com todo o desconforto, havia uma pequena parte de Eunha que queria se permitir mais disso. Mais toques gentis, mais palavras carinhosas, mais risos compartilhados.
Quem sabe, com o tempo, ela pudesse aprender a se conectar de novo.
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magicwithaxes · 8 months ago
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Natalia não havia bebido tanto, mas, por falta de hábito, acordou com uma leve dor de cabeça que logo passaria quando usasse um de seus antídotos. Enquanto isso, decidiu quebrar o jejum. A bandeja em mãos carregava o pedido silencioso que fizera minutos antes: um café da manhã reforçado, mas típico de sua terra natal. Havia uma generosa xícara de café e uma pequena de chá, ovos fritos, uma porção de panquecas, uma tigela cheia de mingau de semolina e alguns cereais cozidos. Pelo aroma, Natalia se permitia imaginar que estava de volta à pequena cidade rural da vasta Rússia. Embora não tivesse vivido nenhuma cena engraçada ou algo que chamasse a atenção, lembrou de Atlas e de como poderia tê-lo importunado durante o tempo em que esteve por perto. As perguntas que fez eram normais, algo que faria com qualquer pessoa, mas um pouco mais intensas do que o habitual. Certamente, tentou se redimir pelo incômodo. Antes que pudesse dizer algo, foi recebida com uma negativa por parte do semideus, como se ele já soubesse suas intenções ou lesse sua mente. "Sério?" Olhou ao redor, tentando confirmar se o que estava acontecendo era real. "Eu fiz perguntas demais. Pessoais demais. Tem certeza de que não há nada... demais?"
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𝐪𝐮𝐚𝐧𝐝𝐨: manhã seguinte ao luau. 𝐬𝐭𝐚𝐫𝐭𝐞𝐫 𝐚𝐛𝐞𝐫𝐭𝐚 ☽ … ❝Atlas não tinha costume de consumir bebidas alcóolicas. Até deixava guardado em Eous uma garrafa de vinho, mas era a mesma garrafa em meses. Meio copo era o máximo que conseguia beber antes de começar a ficar enjoado e ter alguns sinais de intoxicação. Quando pegou o prato e a primeira coisa que veio em mente foi Yutao, tinha a sensação exata do que aparecia no prato, e estar certo o fez soltar um xingamento baixo. Haejangguk, uma sopa coreana específica que vez ou outra via o pai comendo; uma das únicas receitas que viu Zion se esforçar muito pra aprender. De novo, Atlas nunca foi se embebedar, como também não se via como uma pessoa escandalosa quando bêbada, muito pelo contrário. Atlas entrava em um estado de contemplação, e as chances das coisas que aconteciam nunca mais saírem da sua cabeça, em um sentido literal, eram preocupantes. Responder perguntas de pessoas que acabaram sim ficando bêbadas e fazendo coisas era parte engraçado e parte desanimador. " Não, @, ninguém fez isso, e muito menos você, pode ficar tranquile. "
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ou manda um OI para um inter no luau (0/1) ou inter aleatória/plot :D
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