Tumgik
malditajupiter · 7 days
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Nos piores dias, ela volta.
"Você pode abrir a porta pra mim?"
As mãos abrem a porta, e os olhos vêem uma figura hipotética, hipoteticamente aquela é minha mãe.
Ela chora, quase sempre chora.
"Eu preciso ser feliz."
Ela declara, a mesma frase de 4 palavras que não significam nada além de egoísmo e covardia.
Eu olho para aquele rosto e não reconheço.
Eu não sei quem é essa figura hipotética.
Eu não sei porquê preciso me sacrificar para a felicidade dessa figura.
Eu não sei quanto mais preciso chorar.
Ela não sente pena?
Ela não sente pena.
Ela não vai sentir pena?
Minha cabeça roda, e eu não sinto nada.
Minha cabeça roda e eu quero ir embora.
Minha cabeça roda e eu quero gritar.
Minha cabeça roda e eu quero sumir.
"Eu não posso abrir a porta."
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malditajupiter · 9 days
Note
Espero que escreva bastante e compartilhe desse teu ponto de vista único, que ninguém mais pode oferecer. 😊
Obrigada, me sinto mais motivada para derramar minhas palavras por aí 💗
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malditajupiter · 19 days
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Deus é um esmagador.
Ele pisa nos meus sonhos.
Tritura minhas costelas.
Rasga minha carne.
E os outros me olham e sorriem: "isso é provação divina, ele não te daria um fardo que você não poderia carregar".
Deus é um moinho hipotético.
Deus é a culpa.
Deus é a vítima.
Eu sou Deus.
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malditajupiter · 24 days
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Uma figura espelhada, carrega o nome de Eu.
Estou vazia,
Ultimamente.
Esse vazio preenche tudo, e transborda por todos os lados.
Uma eu sem palavras, abominável.
Tenho levado dessa forma, conformada. As coisas me ocorrem, e eu não participo de nada disso.
Sou o agente que sofre a ação, jamais o causador dela.
Vazia assim, transbordando em insuficiência e culpa, sofrendo das mazelas que os remédios e médicos não curam.
Vítima.
Eu odeio ser a vítima, mas nunca fui e nem sei ser nada além da figura vitimizada.
A garota que vai chorar no fim da história, sou eu, para sempre eu, até no inferno, eu.
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Como vão? Estou distante daqui, e me sinto péssima. Fazem 4 anos que criei essa conta, isso de alguma forma, tem cara de lar e conforto, é o único lugar para o qual eu, de fato, posso voltar.
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malditajupiter · 1 month
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Faz um tempo que não escrevo, não sei se pela correria do dia a dia ou pela falta de criatividade. Talvez os dois, talvez nenhum desses motivos. Tenho lido meus últimos textos, tudo muito intenso, gostaria de saber como me tornei tão fria e racional daquele tempo para cá. Gostei muito de alguém, quebrei a cara e virei uma pedrinha perdida, vazia, muito vazia. Mas quero voltar a escrever aqui, é meu único lar, preciso voltar.
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malditajupiter · 2 months
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Eu sinto que nasci em pedaços, e estou destinada a buscar pelos que faltam por toda a eternidade. Esse corpo, que um dia será comido por larvas, nada é perante a imensidão da alma. Minha alma vai renascer milhões de vezes, até que eu esteja completa, é assim que me projeto imortal.
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malditajupiter · 2 months
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É a primeira vez que entro num provador e não quero arrancar minha pele, colocar num saco, e queimar. Nem sei como reagir.
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malditajupiter · 3 months
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Trovões:
Estremecer divino; Sensação de chuva que percorre a alma; O céu que se parte acima de sua cabeça; O julgamento; O medo que retorna.
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malditajupiter · 3 months
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Fim que era previsto, sou agora uma mulher perdida.
Um tempo atrás me perguntei se ele frequentava outras mulheres-lugares.
A resposta é SIM.
Há outra mulher.
E eu cansei.
Me retirei desse espaço.
Não há mais lugar onde eu seja a mulher que ele busca.
Não o quero mais frequentando os espaços onde há pedaços meus.
Tenho estado em pedaços esses dias.
Tenho pensado muito.
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malditajupiter · 4 months
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Essa noite eu sou uma mulher de sal
Meu rosto é sal
Eu posso sentir quando passo a língua nos lábios
E vem o gosto
Sal
Uma mulher feita de puro sal
Uma mulher que deveria ser doce, macia, agradável
É sal
Somente sal
Áspero
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malditajupiter · 4 months
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Chuva
Um ano atrás escrevi sobre a sensação de conforto que a chuva me dá agora que sou adulta. Não sei explicar, esse clima triste me faz sentir reconfortada. Mas mesmo agora, ainda odeio os trovões, odeio a sensação de que o céu vai se partir, de que algo vai desmoronar bem na minha cabeça. E quando os trovões se calam, a chuva grita mais alto. É quase impossível não sentir um medo subindo devagarinho, até que a ideia me toma por completo.
Hoje, não fiz nada do que faço todos os dias, estou doente.
Deitada, sentindo a maresia se infiltrar por meus músculos, encaro a janela, e lá está a grande chuva, esperei que ela viesse por dias, mas agora quero que ela vá embora, egoísta, eu sei. Quando fecho os olhos bem forte, e o som estrondoso chega, eu me sinto uma criança minúscula com medo do trovão, só que sem a parte da mãe para acalentar seu bebê.
Estar deitada tão tensa e relaxada ao mesmo tempo me causa náuseas, minha cabeça está tão leve e pesada, meu corpo está tão rígido e molenga, quase como se não conseguisse decidir o que de fato quer.
Sinto que admitir esse medo infantil é o mesmo que retroceder, de voltar um ano atrás, e apagar as minhas letras. Acho que o que quero dizer por fim é: ainda sinto medo dos trovões igual quando eu era só uma criancinha, e tá tudo bem se sentir assim vez ou outra.
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malditajupiter · 4 months
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Vazio sinônimo de nada
Voltando para casa com nosso grande nada na cabeça. Eu até desliguei a internet, não queria receber mensagens dele, e sentir o coração estremecer de um jeito desinibido no peito. Ontem, na verdade, ontem foi só mais uma gotinha num oceano, eu percebi que é isso. Nada. Ríspido e direto. E também um vazio. Melancólico e inconsciente. Eu finalmente decidi, e a decisão não vai surpreender ninguém que conheça a grande medrosa que sou, vou embora. Ele não vai partir por nós dois, se bem que 'nós' não existe. Preciso fazer o trabalho mais difícil e sujo sozinha, recolher meus cacos, colar os pedaços, engolir a inconsistência do vazio, levar o tapa ríspido do nada, e seguir. Não é o fim do mundo, não vai ser o fim do mundo. Não é o primeiro que vai, não é o primeiro que tira de mim aquilo que já é escasso. Tenho pensado em bloquear e sumir, penso que vou parecer imatura. Mas continuar vendo as fotos, o risco de receber ligações com aquela maldita voz, bom, eu não quero passar por isso. E eu estou com raiva, tanta raiva, não dele, mas de mim. Afinal, eu não quero nada, e no íntimo quero devorar tudo o que ele puder me dar. Bem, agora já não pode. Ponha isso na sua cabeça, maldita júpiter, agora já não pode, repita comigo:
"agora já não pode"
— Agora já não pode.
Isso.
Continue repetindo até fazer efeito.
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malditajupiter · 4 months
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Minha cabeça dói sempre que penso nele.
Então imagine, penso nele toda hora.
Logo, pensar nele é doloroso.
Me dói a cabeça, o coração, a alma.
Fico ansiosa pelas noites, é a hora que ele chega.
Se aconchega.
E solta aquela voz gostosa.
Mas só à noite.
Por muitas vezes penso que para ele eu sou um lugar.
Isso, um lugar.
Daqueles bonitos e contemplativos. Daqueles que não se pode fazer morada. Daqueles que só servem por um momento.
Se eu estiver certa, e for um lugar, espero que ele me frequente por muito tempo. Desfrute da paisagem, do ar, do céu. Desfrute da minha beleza.
Ser um lugar pode não ser tão ruim assim.
Será que existem outras mulheres-lugares que ele frequenta?
Se sim, porque eu fico somente com as noites que são tão melancólicas?
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malditajupiter · 4 months
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Tive um sonho essa tarde.
Enquanto estava embalada em dois lençóis grossos, me escondendo do frio da febre.
Sonhei.
Não lembro de nada desse sonho.
Mas lendo um livro, do modo que estou agora, algumas palavras se acendem em minha cabeça. Quase como se meu cérebro quisesse me dizer algo.
Talvez ele queira me lembrar do sonho?
Não faço ideia.
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malditajupiter · 4 months
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"Ler é viver muitas vidas além da sua."
Essa com certeza é a afirmativa que mais amo e odeio no mundo.
Porque sempre me pego pensando quando vou abandonar as letras de outras pessoas, e então juntar minhas próprias letras e finalmente: viver minha própria vida.
Que não é grandiosa, que não é emocionante. Mas é minha, somente minha.
As letras de outras pessoas rodeiam minha cabeça, invadem minha pele, se derramam por meus olhos. E quando percebo, estou terrivelmente apegada a um ser que não é nada além de letras, que juntas formam palavras, que se agarram e formam textos inteiros, cheios de contextos.
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malditajupiter · 4 months
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Do que sou feita:
Primeiro os ossos,
Esses davam voltas, ondulavam, deformavam.
Um corpo insano, daqueles problemáticos.
Depois, a gordura,
Essa me enchia as coxas, peitos e rosto.
Pingava pelos poros.
Veio a magreza, veio a serenidade de ossos de ferros.
E então, a pele.
Sempre a pele.
Novamente a pele.
Repugnante, nojenta.
No provador, eu gostaria de arrancar todas as manchas com as unhas. Eu queria tirar todo o asco dessa pele horrenda. Ficaria de bom grado em carne viva, sangrando.
Após isso, a raiva, a dor, a decepção.
A certeza de que não mudei.
Por favor, rasgue essa maldita pele, eu posso virar uma cobra, posso brilhar vermelho, posso morrer sem ela.
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malditajupiter · 5 months
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Irmãos
Eu sou uma péssima irmã mais velha. De todos os hábitos, adquiri os da minha mãe. Não o de bater, mas o de gritar e ser rude. Eu não queria ser assim, com toda certeza desse mundo, eu não queria ser assim. E eu tento ser mais legal, mais molenga, macia, tranquila. É uma máscara, quando a irritação me sobe com o sangue, ela cai. E eu deixo transparecer o quão feia eu sou. Uma irmã muito feia e rude, acho que é assim que eles pensam. Eu sinto tanto por isso, eu queria tanto sentir que posso abraçar eles sem aquela sensação de estranheza. Mamãe não nos ensinou a sermos sentimentais, somente raivosos, somente calados, somente sozinhos. Eu não quero esperar que eles cresçam para pedir perdão. Eles são só crianças agora, mas vão ser adolescentes, e depois adultos, e vão ter o mesmo problema, em looping. É exatamente por isso que não terei filhos, eles não merecem uma mãe que não sabe expressar seus sentimentos, não merecem uma mãe assim. Entretanto, eu estou me esforçando para ser uma irmã melhor, uma irmã dessas molengas, que os irmãos menores correm para encontrar e se aconchegam. A minha irmã mais nova é a mais fácil de se aproximar, ela é como uma esponja, absorve todo o tipo de emoção que depositamos nela. E também como um pudim molinho, tão fofa. Às vezes ela age igual a mim quando criança, e é como ver um espelho, que distorce a imagem, aumentando e diminuindo. Ela é explosiva, chora forte pelo o que quer, ela pode até mesmo gritar se é algo que ela realmente quer para si. Isso é lindo nela, nada a impede de conseguir suas próprias coisinhas infantis. Tipo, uma boneca que estava alto demais para ela conseguir pegar ou a atenção de alguém. Ela é linda, inteligente, forte, e eu espero que ela possa ser tudo o que não fui, o que não consegui ser. Tem a irmã do meio, ela é uma adolescente, e é difícil transmitir meus sentimentos para ela, e ocorre o mesmo de sua parte. Nós costumamos estar mais próximas em momentos difíceis, mas nós fáceis eu gostaria de me aproximar também. Ela é ótima em comunicar o que quer, do tipo que reclama sem medo algum, que corre atrás do que quer, e faz o que bem entende. Eu não conseguia ser assim quando adolescente, não tinha coragem alguma. Ela é linda, se parece muito com mamãe e o pai. Ela fica do meu lado nas discussões, e mesmo quando estamos brigadas, ela me chama pelo apelido fofo que me deu desde que era somente um bebê, que eu podia pegar nos braços. Eu sentia inveja dela quando nasceu, devido a divisão de uma atenção que antes era somente minha. Sendo sincera aqui, mamãe nunca me deu atenção de fato, mas dividir o que eu já não tinha, era assombroso na época. Cresci, e amei e amo ela mais do que tudo
Eu juntava dinheiro para comprar bonecas e roupinhas para ela, nunca esqueço o quanto ela gostava. Eu espero que ela cresça forte, independente e tão bonita quanto está agora. Por fim, meu irmão. É o que mais sinto culpa. Porque ele é exatamente como eu, está passando pela fase de se indignar por ter que dividir a atenção que antes era somente dele. Revoltado. Ele é como um tapa forte no rosto, digo assim, pois é assim que sinto nossas interações. Ele não mede as palavras, não precisa medir, é só uma criança que não sabe o que fazer com a raiva de ser "substituída". Mamãe não soube explicar a vinda de outra irmã, e ele considera a irmã mais nova quase como uma inimiga. Eu sei que ele ama e se importa com ela, mas é difícil para ele. E Deus, eu já falei tantas vezes que o amo, mas ele continua achando que todos o odeiam. Não é verdade. Ele é meu irmãozinho, um garotinho lindo e rebelde, que está crescendo forte. Ele é o único que eu consegui dizer claramente que amo, que entendo e que ele não precisa ficar zangado. Mas falho tantas vezes em me comunicar com ele, que acabo me sentindo culpada, chateada. Eu vou melhorar, e explicar mais uma vez que ele é importante, especial e que meu amor por ele é incondicional. Quero que ele cresça feliz, mais do que qualquer coisa, quero que ele possa ser feliz, que sorria abertamente. Eu acabo me perdendo entre o que é fraternal e o que é maternal. Afinal, eu ajudei a criar e cuidar dessas crianças, a mais nova até um tempo atrás me chamava de mãe. Às vezes eles esquecem que eu sou uma irmã, e me pedem a benção. É difícil, eu me perdi nisso, digo, tentando ser o melhor que consigo. No fim, estou afundada na culpa. Eu sinto muito, meus eternos bebês. Eu sou só uma irmã.
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