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maio.2021
você disse que sua carta de morte não era sobre você, era sobre a gente como quem diz você não me conhece você disse você não me conhece eu não te conheço eu não sei qual é sua comida preferida eu não sei qual cidade você tem mais vontade de conhecer no mundo ou o primeiro livro que você leu na vida eu só sei do seu fraco por cerveja barata sei que você peita quase tudo até mesmo o silêncio até mesmo o vazio a sua capacidade política de não se intimidar em qualquer conversa de saber entrar de ouvir alcione e jazz e um pagode recente que eu não sei o nome de um novo território descoberto nas suas costas da sua incrível capacidade para falar sobre algum filósofo relevante com o mesmo brilho no olho que comenta do azulejo e da pia do banheiro eu não te conheço, você diz e tem razão eu não sou a menina inocente que tá olhando para si através de você eu não sou paciente você fez eu exercitar a minha paciência. te mandei essa música espero que goste então me deixa escrever sobre você enquanto eu ainda lembro como foi encontrar o seu cabelo molhado ouvir o seu silêncio pensar que por um minuto de olho fechado você tava sereno e não com medo ter a certeza que você não era o mais bonito o mais inteligente e que nem mesmo esse é um bom texto mas a gente não se apaixona pelo melhor a gente se apaixona por três sinais nas costas e uma música de madrugada a gente se apaixona quando dá tanto tesão ouvir como você encontra as palavras como o seu corpo se movendo de um lado pro outro do espaço é duro demais não abrir um precedente porque eu só sei gostar em ponto e vírgula o prazer depende de como a gente se estende eu não me arrependo eu não me arrependo eu não me arrependo mas eu não vou ficar por muito tempo não repara a bagunça, eu vim pra brigar como você é bonito como é bom me apertar em você e até mesmo isso até mesmo isso num verbo conjugado errado tudo isso explodindo agora vai passar e essa é a pior parte eu não vim com roupa de transar porque até isso seria mais do que você merece eu vim pra você me olhar no olho e ter o tanto de medo que eu tenho de ainda lembrar do seu cheiro de cigarro com alguma coisa que não tem nome nem nunca vai ter não é possível que eu vou me desgrudar desse corpo dessa cama desse homem que não me ama mas você não tem medo, não ou eu só não te conheço ainda o menino do outro lado do pátio do outro lado da rua do outro lado da cidade do outro lado da mesa me puxando pra dentro e me deixando ir embora você tem razão você tem razão você tem razão e essa é a pior parte como a gente fica bonito quando se olha de perto na bandeira da ridícula ideia de nunca mais te ver, um poema sobre ódio, outro sobre nós dois e um terceiro sobre a terrível existência de duas retas paralelas que nunca se cruzam.
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preciso encontrar alguma palavra que não está em meu vocabulário, mas claramente dará razão à inexplicável sensação de solicitude de algo. me quero de volta, e tenho medo que o protocolo demore. receio que não haja música correspondente a tal vontade, mas não posso simplesmente sair por aí. não posso quebrar o ciclo de acasos que tornariam os encontros banais e esperados. a vida é o não esperar, não se arrumar para nada e então ser o ser mais iluminado, aparentemente sem graça do local. deus, não queria soar blasé, queria não me importar tanto apenas. não tenho mais que cabelo cortar, mas sou só vontade. sou curtas orações com verbos no passado, como se o desejo nunca fosse possivelmente realizável. eu acho que sou perigosa, acho que não estou me aproveitando de mim. "mas você vai", me encoraja e eu tenho medo de ser tão tola, tão pequena. acho que nasci no corpo errado, acho que esse desconectar é providencial, gratidão divino. sou tão fraca e impotente ao que sai de fala minha que me puseram num corpo que finge bem, aparentemente um corpo forte de si, seguro do que é. meu deus será que só eu caio na mentira que me invoco? eu minto tão mal de ser! agora já estou desconfortável, posso sentir. felizmente sozinha, quero muito tudo até que alguém apareça e eu precise desmoronar no pouco que sou. e que precise pintar ou desenhar ou conversar. hoje estou tão dispersa que mais perto de mim que isso não chego. não é seguro me encontrar tanto assim. o que dizer pras pessoas deus? eu tenho amigos, tenho família, mas sou tão pouco o que sou que só o que me resta é essa vontade de ser tudo. olha me desculpa, vamos nos ver de novo? sou sempre vergonhosa assim, mas é que dessa vez precisei fingir que sou forte. é que eu tenho medo, eu sou mais medo que eu, e na maior parte do tempo da certo, porque a não ser que as horas se estendam, finjo bem que to ótimamente não ligando. você estava mesmo me encarando? eu acredito muito no que invento, porque aí é mais forte esse desejo de me rasgar do corpo inteiro e exibir a alma nua como em carnaval de rua. estranhamente sempre me encontro perdida no carnaval, por isso quero fazer o meu antes de época pra ver se me encontro. eu que sou esse ponto fora da curva não me lembro de sua voz ou se você cheira a algo mais que cigarro. eu to muito pouco tentando ser romântica, por favor compreenda. não se trata dessa beleza de qualquer coisa que eu nem achei palavra pra descrever. é sutil, ou descarado demais. eu to tentando tanto não me apoiar em nada que acho que sou muleta das minhas vontades. eu preciso parar, preciso me deixar falar mais besteiras, preciso ter menos medo de errar e aí não soarei tão superficial quando fizer. olha, conversando com uma amiga sobre espontaneidade já mudei tudo o que penso a respeito, eu sou uma completa desvairada senhor. e não quero culpar minha idade, então me deixa continuar assim por toda existência? meu deus, quão relaxante é essa situação de querer nunca mais estar em casa e ainda assim admirar o silêncio do lar mais que qualquer substância? eu não me importo com um mês atrás, não me importo com sotaques nem mesmo com canções próximas. talvez nem me importe com você. o mais triste é que daqui a uma semana você vai ser o que era há uma antes, mas ainda assim é essa sutileza, esse prazer do encontro inesperado e o transbordar do falar. porque há tanto para comentar que sempre fica um fiozinho de nada. é tão surpreendentemente estúpido gastar energia com isso que eu farei com todo o prazer que puder compreender. como a importância do que cabe em compreender e a multiplicidade do sentido. é 2013 novamente, não não é. esse agora que enriquece mais ainda e chega dar dor nas costas é potentemente o que me deixa triste também. sabe, eu tenho memória fraca e já não me recordo de tudo ocorrido no dia anterior, daqui a pouco vira borrão e eu já nem sentirei esse frescor de coisa que nunca explode e por isso sempre tem cheiro de novidade. acabo de voltar do espelho e percebi que ainda faz sol lá fora. hoje choveu e já chega perto de oito da noite mas faz sol lá fora e eu tive uma cãibra que impediu que eu me movesse enquanto me observava. não entendo o que no ato era providencial ou reflexo da posição anterior mas eu acho que um pouco de mim me assusta também. e não é o digitar rápido ou a fúria de querer andar sozinha até encontrar, é essa certeza que o dia de amanhã pode não ser tão interessante e eu vou voltar a responder coisas como eu estou bem e você. eu preciso parar de trocar banalidades, isso é tão pouco, por favor não culpe minha idade. eu não quero ser um ponto fora da curva eu acho, quero muito menos andar na linha ou coisa assim, pai do céu. eu acho que não sei ser gente mesmo. porque é bem menos interessante na pratica, e vou continuar fechando os olhos e tendo muito medo de passar vergonha, e nunca encarando de volta pra ter certeza, e rindo e colocando os braços pra trás. preciso dessa coragem que vem de tudo que tiro de mim, e receio que seja menor que a ansiedade de uma breviedade. eu sou sóbria demais, sou nova demais, sou eu demais pra ser quem sou. o que me sobra de quando eu tiro minha roupa? eu que gosto insanamente dessa nudez física e de alma sou tão pouco funcional quando realmente necessito. eu sou tão alma que não consigo ser mais simpática do que a formalidade manda. preciso me preocupar menos, preciso de menos filtros, menos peneira. porque a ninguém importa a maneira como houve, então é bom que seja necessariamente forte em mim para que não haja necessidade de voltar. aprenda a se divertir, diz o que quer dizer e seja estupidamente sincera. primeiro com você mesma.
eu me quero muito sendo eu.
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Não gosto de feriados normalmente. Sei que é bobagem e até carência, mas a rua estranhamente quieta me incomoda, juntamente com a ausência de transportes e comércios abertos. Hoje, no entanto, o dia amanheceu diferente. Lembro exatamente do que fazia há um ano atrás, e apesar de certas semelhanças já não encontro a mesma pessoa no espelho. Que tristeza. Que maravilha mudar. Acordei tarde como não fazia em muito tempo, depois de uma noite de insônia com uma fome do mundo e vontade de viver que não me deixavam pregar os olhos. Queria vestir roupa bonita e sair por aí e conhecer gente e ser muito feliz. Eu acho que eu superei finalmente. Digo isso porque lembro todo dia e não tem uma vez que o fato não me entristeça, mas ainda assim me dei o direito de perdoar-me. Me perdoo por essa vontade de tudo e tanto o tempo todo e nada é mais libertador. Ontem quando voltava pra casa cheguei a conclusão: ok, uma semana antes não estava feliz e hoje estou pensando que meu cabelo é realmente legal, ok. Instantes antes de começar esta confissão abri a lista de reprodução e em um pequeno deslize do computador a melodia que calmamente chegou era o vulcão que em tão pouco tempo tirou tudo do lugar sem sinal de cessar. Mas aí me dei o direito de ouvir também, porque eu que me perdoo em uma quinta feira de aceitar que não faço tudo certo e que não preciso ser igual aos meus amigos ou que a grandeza da minha alma não se reduz a um número de algo que não importa, ganhei em compensação a contradição que me coube "quanto tempo faz que o que passou já não incomoda mais, até me acostumei a não me acostumar". Não sei o nome disso. Gratidão a vida, profundo tapa na cara de realidade em saber que tudo ainda existe ou simplesmente essa vontade de seguir em frente por saber que não existe outro modo, mas as vezes a gente se cura porque é sina saber de si. A arte que transpassa a vontade própria e vai além do juízo ou de qualquer vergonha. Não tenho tempo pra ter vergonha de gostar das coisas, ou pra guardar raiva de tudo o que eu não entendo. Muito menos sou obrigada a registrar com integridade o que passo. Não existe informação isenta de opinião, nem estou interessada em me esforçar para passar o processo aqui. É de graça pessoal dissertar sobre o acontecido ainda que incompreensível, porque entre minhas perdoanças deixei passar sem procurar algum sentido afim de alcançar o que me resta de paz de espírito. Porque a culpa não é minha, descobri. Posso não ser a melhor filha, ou irmã ou e principalmente amiga, mas a culpa do mundo ser desbotado ou as pessoas mentirem sobre quem são não é minha. Volto ao começo da música para mais uma vez rir dessa verdade dita pelo inconveniente e percebo que não conclui o pensamento inicial e que o ato - ou melhor dizer o inato - é característico em minha escrita. Hoje li um livro inteiro com nome de cafés amargos e gostei de borboleta no estômago e cair da tarde do meu primeiro dia de quaseférias. Acho que estou feliz. A percepção soa estranha já que poderia jurar uma semana antes que jamais aconteceria. Estou esperando menos de qualquer coisa e mais do que pode ser assim, é tão bom me ausentar dessa vontade louca de receber mensagem ou checar a vida entediante de uma rede social. Entendi que a vida não é medíocre - algumas pessoas são sim, infelizmente -, não tenho controle de tudo e está tudo bem. tá tudo bem e esse texto é pra engolir a ideia goela a baixo de uma vez por todas.
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saudade doce do carinho que não veio saudade docê e de imaginar venho floreando as farras dessa vontade isenta do ar de liberdade saudade amarga é esse gosto de não poder sentir.
babiferfas
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falta energia e sobra o coração enraivecido de todas as coisas erradas em um outubro de lembrar quem era sua criança. o pai - que derrama tinta no olho, alegre com a nova leitura e maior prejudicado - derrama o balde no chão e agradece a Deus pela pequenez encaixada. porque ninguém nessa vida monta tão bem o quebra-cabeça da nossa alma quanto o um de ser família.
babiferfas
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eu rio nós rios e remaremos rezando pra risada render o dia findar e a dor dormente arregaçar a probabilidade desse nó desatar.
babiferfas
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viver vagando. vagarosamente vadiando vigorosamente vencer viajando ver vento vingando. o que vier: viver
babiferfas
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Valha-me Manoel! dá-me sabedoria de semear flor no barro mais simples sereno e sagrado como desses que nasce sua poesia como esse chão que recebeu seu nome segura minha mão como quem acolhe as dores do tempo e eu finalmente tocar sua asa meu passarinho sem casa poeta da grande felicidade seu nome é lembrado por ser criança na lucidez do tempo passado
babiferfas
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e dai-nos a nudez de espírito que só os desabitados do são possui: construir, caminhar casar, cair pneu furar por fim, o começo cansar fazer da alma casa quentinha que abriga o retornar
babiferfas
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Fazer da solidão abrigo seguro traçar a tentação e sozinha caminhar com pés no chão descalça distante nua tudo aqui é coração
babiferfas
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no vão deste trem a estação inalcançável - agora você vem? contemplar a tentação trazer a sensação. revirar meu avesso vibrar no tropeço de intimidade seu transbordar cabe inteiro nesse meu cheiro de saudade e mais uma noite insone chamando por seu sotaque
(babiferfas)
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Hoje a vida amanheceu diferente. Acordei 4h da manhã e sai do quarto para escrever um poema sobre saudade escondido. Eu que trabalhei de quinta a domingo ainda não descansei porque não tive coragem de tirar de mim o que foi o fim de semana. Hoje amanheci diferente porque já não devo nada a ninguém, então tomei café puro e antes mesmo de escovar os dentes sequei e guardei a louça, na ânsia de não ouvir cobranças. Estou sem fome hoje e ontem e anteontem também. A comida me enjoa porque estou faminta pela vida, faz três dias que não saio de casa mas esse frenesi de viver não passa. Eu quero. Eu quero muito o tempo todo, preciso de respostas às questões que ainda não fiz, preciso de "sim" ou "não" porque é impossível viver do que imagino. Talvez hoje arrume a estante. Os livros estão empilhados, alguns caídos e outros roídos pelas traças, e eu estou observando tudo isso enquanto pergunto ao meu pai se há remédio para o caminho de estrago que os bichinhos deixam no livro. Isso não é poesia, é escrita. Poesia é sempre escrita mas nem sempre escrita é poesia. Escrita é casa, poesia é lar. Hoje me sinto deslocada, gosto da minha cadeira e computador, a água está no fogão e daqui a pouco vou colocar uma música pra tocar, mas ainda assim não me sou aqui. Há anos descobri a diferença entre lar e casa principalmente na língua inglesa e já não me iludo com a fantasia de me encontrar. Essa construção não me é, mas o cheiro de amaciante no meu pijama sim, porque lembra mãe, e mãe não precisa de lembrança maior porque está. As coisas estão em mim tanto que já não separo do que me deixo transparecer, as coisas são parede dentro, e eu sinto a náusea de pertencer. Esse não vai ser meu melhor texto porque há recusa em mim. Não quero usar a palavra saudade - a mesma citada na segunda linha - porque sou precipitada. Minha ansiedade limita até atravessar a ponte e depois disso não tem pra onde correr. O meu problema é que sou de inteira, e isso gasta os esforços que deveria jogar nos livros e ensaios. O meu ensaio mais importante é viver, mas eu nunca alcanço porque o ápice é voltar ao início como no dia que precisei parar no caminho, e já não falo mais para que se entenda, falo de mim, porque sou a única que já corrompi e não coloco mais ninguém nessa teia. Falo de mim no texto porque essa crueza uma hora vira artificialidade, necessidade de ser escutada e mais uma vez trapaça sem fim com fulano que não se importa. Quando quiser falar de mim uso o texto, porque eu sou minha construção, preciso de tijolos e do físico porque desmorono em meios, minhas pernas tremem e eu abraço com força. Não posso continuar. Continuar é contar e quero guardar pra mim. Como sou casa minha uso o texto e guardo os versos para palavras com "s", que felicidade meu Deus! Que angustia. Meu banho estava morno e agora tenho esse cheiro de sabonete que é lar, meu pijama já sujo e surrado, provavelmente vou colocar uma meia e cortar a franja em outro estante - agora ela ameaça cobrir os olhos. Não quero, preciso enxergar bem porque só me resta estar atenta. Tenho meu medo, minha insistência e de resto zero. O meu problema é que sou de sim, de dar as mãos. Mas perco a essência o tempo todo, e em dias cinzentos e silenciosos como esse, essência é só o que eu tenho. Eu preciso parar de me acostumar com o que é breve. Eu preciso parar.
babiferfas
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“o mesmo colchão pra dois cansaços. maria e lampião nosso cangaço.”
Dois, um - Angelo Mundy
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Na minha cabeça sempre é mais fácil, eu nunca tropeço nas palavras ou teimo na ideia. Invento uma história e outra e o caminho das 23h às 00h fica mais fácil. Acho que estou perdendo o dom, acho que vão me descobrir. O que acontece se ficar visível o suficiente que meu dom é falho e que o escrever é farsa de quem vive do que imagina? Coloquei pra tocar um CD bem antigo - música americana para fingir que a letra é o que eu quero e dançar minha música. Estou com saudade de dançar. Não entender, então seguir a melodia e a vontade que sobe da cabeça ao coração e faz o corpo ser o que é por necessidade de feitura. Isso é também o todo de liberdade que a gente esquece quando decide ser grande e viver de minimalismo. Eu queria falar de céu azul, flores e facilidades, mas sou um rio que deságua na poluição, conheço o cinza e a sombra que os prédios causam na rua mal iluminada que propositalmente avisa: aqui é o lugar das solidões. Por aqui milhões de pessoas passam apressadas ou lerdas demais, o sol é quase coberto e não importa quão cedo é, sempre se está atrasado. Sempre sou eu, mas nunca é a hora. Nesse momento, o texto tem a possibilidade de entrar em seu clímax e ser encerrado de forma enigmática que deixe claro a identidade do que sou. Mas não vai, porque o que me resignifica é a estranheza. É a quebra de assunto ou pior, a continuidade que dou a coisas acabadas brutalmente. Gosto dessa música que toca agora, tem a sensação agridoce do momento em que percebi que o primeiro menino - idiota em escalas estratosféricas - que realmente gostei não merecia, e esqueci. E fui embora de mim para dar luz ao que seria a maior mudança antes de aprender a mudar todos os dias. Daí te percebi. Mas eu estava tão bem que me importei muito pouco, e fiquei só te olhando, porque eu tenho essa impressão de que todas as pessoas que eu quero ser amiga vão me odiar profundamente, então fiquei lendo meus livros e rindo com minhas amigas, e descobrindo que a vida é o mistério mais lindo e triste de olhar pro céu e se entender. Mas como tem coisa que precisa existir, fomos apresentados e tenho essa sensação que nos reconhecemos, e não conhecemos. Porque parece que a gente foi amigo de infância desde sempre, e o momento era tão propicio e impróprio, e eu estava indo embora e você chegando na vida dessa forma leve que sua presença nunca pesava e por isso eu queria tanto que estivesse sempre. E daí a gente errou em se acertar tanto, em se dizer tanto que eu tive aquele aperto ridículo que já não me afetava mais da vida. E tive aquela vontade de te mandar tomar no cu por não entender nada de mim, mesmo depois de tanta dica. Mesmo depois de tanta declaração e músicas você continua fingindo que eu não existo e eu que já não me vejo mais nessa coisa de sofrer fico me prometendo que é a última vez. Porque é a coisa mais triste e mais sincera que eu já fiz e por isso você merecia ouvir, que na mesma medida que abriu na minha vida tantas vontades, idas e vindas e dias de sol, me dá essa dor no estômago e a vontade de conversar eternamente sobre isso e tudo menos. E tem tudo mais que eu precisa dizer mas um texto não cobre, um texto nem palavras que registram, era preciso a sensação. Era preciso que você me odiasse um pouco menos e me deixasse falar, era preciso que você entendesse um pouco mais de reciprocidade pra não ter pra que ter tanto medo. E isso é injusto com as circunstâncias e você é um babaca mesmo que eu to ligada, mas isso não retira o resto que é basicamente tudo. Então é isso.
(babiferfas)
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momento do abraço é laço sagrado ninho no nó ponta sem ponto final da felicidade
(babiferfas)
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