marpessest

[marpessest]

ㅤentre──poemas ㅤ & ㅤㅤㅤㅤㅤㅤㅤㅤㅤㅤㅤㅤenigmas

Quando um poeta se apaixona, o tempo se curva diante de seus versos, e o amado se torna imortal nas linhas que o coração dita. Cada traço, cada gesto, cada sombra de sorriso se entrelaça nas palavras, como se a alma do poeta buscasse eternizar o efêmero, transformando momentos em eternidade.

O amor de um poeta não se prende à carne, não se limita ao toque. Ele habita o sopro das metáforas, o ritmo dos silêncios e a delicadeza das entrelinhas. O amado, mesmo sem saber, passa a viver em cada estrofe, seu nome ecoa no papel em branco como um segredo sussurrado ao vento, e seu olhar se transforma em estrelas que brilham em meio à noite dos versos.

Poetas não amam com os olhos, mas com a alma. Não descrevem apenas o que veem, mas o que sentem no mais íntimo de seu ser. Cada batida do coração se converte em poesia, cada suspiro se torna rima, e a eternidade se revela no instante em que a caneta toca o papel.

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  ㅤㅤmonㅤㅤㅤamour

Quando um poeta ama, seu amor não morre. Ele floresce, mesmo no silêncio. Permanece, mesmo quando o tempo insiste em apagar memórias. O amado se torna verso, se torna canto, se torna brisa. E enquanto houver palavras no mundo, ele jamais será esquecido, pois vive na imortalidade dos poemas.

Amar um poeta é se permitir ser lido pelas entrelinhas, é aceitar que cada palavra carrega um pedaço de alma, é saber que, ainda que os corpos se percam no tempo, o amor permanece gravado, eterno, nas páginas do coração.

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𝙰𝙼𝙾𝚁ㅤ   ㅤ❀ ㅤ ٫ㅤao ㅤㅤㅤㅤㅤㅤㅤㅤㅤentardecer

Dizem que há gestos que transcendem a simplicidade de seus próprios significados, como se dentro deles repousasse uma linguagem secreta, falada apenas pelas almas que se reconhecem. Um desses gestos, sutil e poderoso, é o abraço. Mas não um abraço qualquer. Um abraço que se entrelaça no tempo, que se torna refúgio, que dissolve dores e embriaga a alma de uma paz que só se encontra nos lugares onde o amor construiu morada.

Lembro-me da primeira vez que fui envolvida pelos teus braços, como se a própria existência, antes dispersa e incerta, encontrasse repouso no calor do teu corpo. Não era apenas um encontro físico, mas uma fusão de tudo o que fomos antes um do outro, de tudo o que poderíamos ser a partir dali. Senti a brisa de um sentimento antigo e inominável deslizar por entre os fios do meu cabelo, como se o próprio universo sussurrasse: É aqui, é nele.

Os poetas dizem que a conexão mais pura é aquela que não se explica, apenas se sente. E naquele momento, a eternidade foi comprimida entre nossos corpos, tornando cada segundo um verso não escrito, um poema desenhado na pele, uma promessa silenciosa que ecoa no coração. O tempo não ousou interferir. Ficou ali, rendido, assistindo ao espetáculo da vida encontrando seu sentido em um simples toque.

E desde então, cada vez que o mundo se faz tempestade, busco refúgio no santuário do teu abraço. Nele, sou criança outra vez, protegida dos fantasmas que antes vagavam dentro de mim. Sou poeta, que encontra a palavra exata sem precisar dizê-la. Sou a sonhadora, perdida nos traços do teu rosto, nas batidas compassadas do teu coração, que se tornaram a trilha sonora da minha paz.

Há coisas que palavras não conseguem alcançar, pois pertencem ao território do sentir, do transcender, do existir além do que os olhos podem ver. E talvez seja por isso que o teu abraço é poesia, porque nele a alma não precisa de palavras para se declarar. Ela apenas repousa e sabe que ali, naquele espaço entre o silêncio e o infinito, encontrou um lar.