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Se alguém perguntasse a Marvin Wright qual era a época do ano que menos gostava - não que ele gostasse, particularmente, de alguma - a resposta seria rápida. Ele já havia pensado sobre isso muitas vezes. Em segundo lugar, estava o seu aniversário, no qual ele tinha que aguentar felicitações vindas de todos os lados. Algumas pessoas até mesmo ousavam abraçá-lo. Só não era pior porque dividia a data com Vivienne e ela nunca pareceu se importar em roubar toda a atenção para si. Essa era a única data no ano em que Marvin realmente gostava de sua companheira de útero. Em primeiro lugar, estava o Natal. O Natal na casa dos Wright era... Peculiar. Haviam pessoas demais, espaço de menos e todos eles eram ruivos. Nem mesmo Marvin escapava da maldição daqueles com os fios acobreados e seu temperamento, embora apático durante grande parte do tempo, tornava-o explosivo quando provocado.

Sua sorte é que raramente o provocavam.

Estava sentado na pequena sala de estar, acompanhado de alguns irmãos - não todos, todos não caberiam ali. Havia alguns minutos que Victoire havia se sentado ao lado dele e, com uma revista de fofoca trouxa na mão, tentava provar para que ele que o rompimento dos Beatles havia sido causado pelo ego enorme de John Lennon. Seu beatle favorito. Marvin revirava os olhos a cada afirmação da ruiva – Sinceramente, Victoire, você lê muitas revistas de fofoca. – Virou para o lado, desejando que o mundo explodisse. E que ele fosse o primeiro a deixar aquela realidade cruel aonde o tinham inserido. A irmã não parava de falar. – Não me interessa saber os motivos. As coisas acabam, é simples ass- – Jamais terminou a frase, que provavelmente traria algum insulto a irmã ou menção a como o namoro dela com o garoto gago também acabaria.

Antes que ele pudesse fazê-lo, no entanto, foi atingido por uma magia cor-de-rosa que brilhava como se houvessem jogado purpurina no ar. Seu rosto queimou por alguns segundos, até que ouvisse o irmão mais velho falando. A reação não foi imediata. Olhou para Matthew, que tinha a mesma expressão daquela vez em que havia que havia quebrado o vaso preferido de Virgynia. Marco havia deixado a bola cair e parecia que havia visto um bicho-papão. Vivienne havia se encolhido na poltrona como fazia quando estava prestes a dar uma daquelas risadas escandalosas. E, antes que ele pudesse olhar para Valerie ou Victoire, viu suas mãos. Estavam no tom mais rosado que já havia visto. Como se tivesse ficado muito tempo no sol, como se... Voltou a olhar para Matthew. Não sabia que era capaz disso, mas se levantou numa rapidez que não lhe era comum. Deu alguns passos firmes em direção a Matthew, sentia-se tão nervoso que julgou estar vermelho e não mais rosado. – You Are. Dead – As mãos fecharam num punho, que logo encontrou o rosto sardento do irmão mais velho. Num golpe tão certeiro que tudo o que se ouviu, antes dos gritos apavorados das irmãs, foi o som dos ossos do mais velho se quebrando.

Decorations of TARDIS blue on a green Christmas tree — Am I Wright?

                Era uma criaturinha maligna, Vivienne.                 Matthew frequentemente se perguntava onde, naquele corpo tão pequeno, cabia uma necessidade por confusões de toda aquela dimensão. Por outro lado, porém, muitas pessoas pensavam o mesmo dele. Era a única naquela família, a garota de curtos e ondulados cabelos alaranjados, a dividir aquele gene específico.                 Todos os outros possuíam suas semelhanças e talvez fosse aquilo que os tornasse uma família tão unida. Eram muito diferentes, porém conseguiam se reconhecer uns nos outros em algumas determinadas ações. Até mesmo Marvin, com todo o seu mau humor e o desejo de algum dia descobrir que havia sido entregue pela cegonha na casa errada, possuía algo dos Wright estampado em sua personalidade. Matthew não sabia exatamente o quê. Talvez o sorriso enviesado que ele tentava disfarçar ao ouvir uma de suas péssimas piadas, talvez o modo específico como rolava os olhos aos comentários ferinos de Vivienne. Quisesse ou não, ele era um deles.                 “Você não tem cinco libras, dementor.” ele sussurrou por sobre o ombro. Segurava uma revista em quadrinho por entre os longilíneos dedos e mantinha seus olhos fixos nos quadrinhos, embora há muito não estivesse lendo “E eu espero que saiba mesmo o esconderijo das economias do robô Wright, ou irá ficar em débito comigo. Sei o quanto odeia fazê-lo, posso cobrar a qualquer instante.” Erguendo o olhar em movimentos breves e então tornando a fitar os coloridos quadrinhos estendidos em seu colo, Matthew levou a mão ao bolso de seu jeans. Puxou a varinha com cuidado, como se o barulho da madeira raspando o tecido pudesse ser ouvido por toda a família.                 Ele mirou. Nuwanda cochilava de modo sereno. Não esperava pelo feitiço por vir.                 Nem ele, nem Marco, que segurava uma gigantesca bola prateada que Victoire tirara da árvore de Natal para que o irmão pudesse brincar. Ele jogava para Valentina e tornava a pegar quando ela repetia o movimento.                 A cena foi muito rápida.                 Matthew sussurrou as palavras. Um clarão escarlate saiu da ponta de sua varinha ao mesmo tempo em que os pequenos dedos do mais novo dos Wright deixavam escapar a bola de natal. Enfeite e feitiço se encontravam e a magia cor-de-rosa foi refletida em um ângulo de quarenta e cinco graus.                 Atingindo em cheio o rosto de Marvin Wright.                 “Holy… Bloody… Fuck.”

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what's up, marvel? are you comming home this christmas? can you bring me the next x-men edition? thanks, man!

Oh Lord, that joke again? It's not funny, Matthew. Not funny at all.

And, yeah, unfortunately, I'll see your face again this christimas. Hope you don't explode the turkey this time. Mom got really pissed at you last year.

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Marvin, cada vez mais eu acredito que o único homem são nessa família é você. Papai sempre foi o papai, Matt está cada vez pior e Marco está incontrolável.

Por isso você sempre foi minha favorita, Valentina. Sempre demonstrou uma capacidade observativa maior do que qualquer Wright - além de mim, é claro.

Fiquei sabendo que Marco comeu sua torta de maça. Fico pensando... Vocês já notaram o quanto aquela criança come? É além do normal. Da última vez em que fui pra casa ele acabou com o meu pacote de docinhos vegetarianos, depois olhou pra mim e disse "Isso é horrível, por que você come isso?".

Entende?

Não estou pegando no pé dele quando digo que tem algo de errado. Não mesmo.

Mas, whatever, tudo está errado.

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We’re a big family, and we’re a big mess.

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Comprar revistas de Quidditch. E posters. E bonecos. VOCÊ VIU QUE FIZERAM BONECOS DOS JOGADORES DA EQUIPE FRANCESA? EU. PRECISO. DELES.

Você anda passando tempo demais com o Marco, Vivienne. Por que você tem que se comportar como uma criança que sequer tem idade para estar em Hogwarts ainda?

Bonecos? Yey. Miniaturas de seres humanos, é claro. Porque seres humanos de verdade não eram suficientes. What's wrong with you people?

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Grumpy Marvin.

Is this a new nickname? How funny.

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Eu quero... Tipo... MUITO mesmo. Preciso de galeões. Quero muito mesmo.

Pare de ser insuportável por dois segundos e me responda: Pra que você precisa de galeões?

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Podem ser galeões? Eu quero MUITO galeões.

Pra que você precisa de Galeões, Vivienne?

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O que você vai me dar de Natal?

Ser minha irmã não é presente para toda a vida? Haha. Está vendo? Também sei fazer piadas.

Provavelmente meias. Ou doces. Quando falei com a Ginny que iria perguntar pra todos, ela disse que seria um absurdo perguntar pra você, já que somos irmãos gêmeos (infelizmente) e eu deveria te conhecer melhor do que qualquer pessoa.

Er... Você gosta de Senhor dos Anéis?

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MARVIN O QUE QUER DIZER AMARGO? VIV DISSE QUE VOCÊ É ISSO.

Vivienne disse isso? Por quê eu não me surpreendo? Tamanha petulância só poderia ser obra dessa, com quem tive o desprazer de dividir o útero.

Amargo é o oposto de doce, Marco. Não vejo muitas dificuldades em assimilar isso, se não o fizer, vai ser a prova de que veio com um grande e irreversível defeito nesse monte de massa cinzenta que você chama de cérebro.

Agora pare de me mandar corujas. Eu realmente tenho o que fazer.

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Marvin, o que você quer de natal? Quero comprar algo para você, porque mamãe vai ficar brava se eu só te der uns galeões, mas é dificil saber o que você gosta, visto que não demonstra emoções. (serve uma semana sem te incomodar no salão comunal?)

Só uma semana? Vejo que esse papo de "espírito de generosidade natalino" é só mais uma mentira. Oh, well, pra quê tantas mentiras?

E, sim, serve. Por favor.

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Não que você vá se importar, mas tá nevando lá fora. E a paisagem ficou linda. Encantadora. Magnífica. Não queria entrar, mas meus dedos congelaram.

Congelaram? Poderiam ter caído.

Como é que esse tipo de coisa pode ser considerado maravilhoso, hein?

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MARVIN MARVIN MARVIN MARVIN MARVIN MARVIN MARVIN MARVIN MARVIN MARVIN MARVIN MARVIN MARVIN MARVIN MARVIN MARVIN MARVIN MARVIN MARVIN MARVIN IC ME DEU UM PACOTE DE DOCES VAMOS CONVERSAR MARVIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIN

Ic te deu o quê? Por Melin! Onde ele estava com a cabeça?

É claro. Não é ele quem vai receber corujas hiperativas. Olha aqui, Marco, vai falar com a mamãe e conte que comeu doces demais. Sem me mandar mais corujas, por favor, eu tenho o que fazer.

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O, bro, where art thou?

Nowhere to be found, sister.

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Ginny quer saber se você saiu dessa sua fase de odiar o mundo. Não, ela ainda não aceitou que não é uma fase

Como superar essa "fase" se o mundo fica pior a cada dia? Diga pra Ginny que não. E que ela não devia ter esperanças sobre.

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thom thom thomzinho thomzão meu momozão ):

Quem gostaria?

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verdade que ruivos são esquentados ou

Quer descobrir quão esquentado eu sou?