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mentedeesther · 1 month
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MHA 05
22 de agosto de 2024, Biblioteca de Narthex.
Esther chegou na área designada para a aula exatamente às 07h01, cumprimentando os alunos, dando bom dia a todos e parabenizando os representantes eleitos pelos resultados, desejando a todos boa sorte em suas novas atribuições. Logo depois, Esther reapresentou a Yumi como monitora da disciplina, orientando os alunos que a procurassem caso tivessem dúvidas ou precisassem de ajuda extra. Feito essa introdução, Esther iniciou a aula em si.
“Na última aula, pedi que lessem ‘O processo mágico padrão’, hoje iremos realizar uma atividade prática com base na página trinta e cinco, Fusk apresenta neste capitulo o funcionamento básico de uma runa comum…”, Esther então, ao contrário da última aula, utiliza um cavalete com grandes folhas de papel para desenhar a runa em questão.
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“Segundo ela, a forma desta runa em conjunto com a intenção ao realizar sua confecção funcionam como uma espécie de canalizador, de código, de fórmula especial para que o poder mágico de um ser se molde e transforme-se seguindo regras específicas com resultados pré-determinados”, voltando-se aos alunos, Esther pega o celular de um dos alunos que não estava prestando atenção nela, joga para que Yumi o guarde com ela e volta a explicar, “Podemos pensar nisso como uma forma de gelo. Você pode colocar muita ou pouca água, usar outros líquidos, colocar pigmentos, etc., mas o resultado principal, o cerne da runa, não muda, você apenas adiciona efeitos. Estes tipos de runas o estudo da magilinguística chama de ‘runas simples’ ou ‘runas definitivas’, o que significa que seu resultado é previsível, imutável. Esta, por exemplo…”, Esther estende sua mão na direção do cavalete e a runa brilha em tons de ciano, iluminando o ambiente com uma luz branda e gentil, quase etérea, “brilha”.
“Professora”, uma das bruxas levantou a mão falando logo depois de Esther assentir em sua direção, “a senhora explicou isso já, por que estamos voltando para o básico?”, outras bruxas concordaram com ela.
“Eu entendo seu ponto, Rosa, porém, como expliquei na última aula, algumas mudanças precisão ser feitas para acomodar nossos novos colegas”, Esther fez um gesto sinalizando os especialistas e fadas na sala, “mas não se preocupe, não pretendo ficar no básico por muito tempo. Enquanto isso,” virou para os demais alunos bruxas, “aproveitem esse tempo de revisão para aperfeiçoar seus conhecimentos e ajudar os colegas novos, conto com a compreensão de todos”. Houve algumas reclamações das bruxas, mas Esther as cessou com um sonoro “shiuuuu” e um olhar sério, assustador até. 
“Bem, continuando, para a atividade prática de hoje”, Esther fez sinal para que Yumi ajudasse a distribuir folhas para todos, “quero que as fadas e os especialistas utilizem as canetas que distribui para reproduzir a runa que mostrei e a ativar. Vamos treinar essa habilidade. Já as bruxas, deverão utilizar a mesma runa, mas buscando qual micro variações podemos obter em seu resultado, lembrem-se, ela só brilha, mas se perguntem: ela pode brilhar mais? Pode mudar de cor? Quanto tempo ela dura? , etc.”
Iniciada a atividade, Esther e Yumi se dividiram para atender os alunos. Esther dando atenção as bruxas por conta da tarefa mais complexa e deixando Yumi responsável pelas fadas e especialistas, consideram que eles estavam realizando uma tarefa mais simples.
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Notas OOC:
As canetas que a Esther distribuiu na última aula:
"[...] Ester apontando para um bruxo de cabelos longos que prontamente assentiu e começou a distribuir canetas tinteiro com cabos de madeira preta e um pequeno cristal no topo de acordo com as instruções da professora."
Funcionam da seguinte forma, o cristal no topo é como uma bateria, ele armazena e libera na outra ponta da caneta, imbuindo a tinta que eles usarem com uma pequena quantidade de poder mágico. Esse mesmo cristal pode ser utilizado depois para ativar a tinta mágica usada, revelando o efeito do feitiço que a pessoa escreveu usando as fórmulas que a Esther ensina.
Então basicamente, para a atividade de hoje, as fadas e especialistas precisarão utilizar a ponta tinteiro da caneta para reproduzir perfeitamente a runa que a Esther ensinou e logo depois utilizar o lado do cristal para ativar essa tinta/runa fazendo ela brilhar.
Alguns detalhes sobre as canetas:
1. Elas podem usar qualquer tinta, mas certos feitiços precisarão de tintas especiais, assim como os bruxos também precisam.
2. Elas só podem ser recarregadas por bruxas, a cada uso o cristal na ponta vai ficando mais e mais opaco e escuro, até ficar quase que totalmente preto.
3. Elas foram feitas de forma que só reagem com aquilo que ela mesma ou outras canetas idênticas a ela tenham produzido. Não adianta tentar usar elas para usar feitiços bruxos comuns. Essa limitação quem colocou foi a própria Esther.
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mentedeesther · 1 month
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Execução!
Fevereiro de 1942, Wenus.
Na praça central da Capital de Rivaine, o sol a pino castigava implacavelmente todos os que se reuniam ao redor de um pequeno palanque de madeira, onde apenas um toco manchado de sangue se erguia solitário. Na multidão, logo na primeira fileira, uma menina de tranças apertava a mão da mãe, confusa com toda a movimentação estranha. Sua mãe, distraída, conversava com a mulher ao lado, alheia ao desconforto da filha. Quando o relógio bateu as doze badaladas, o silêncio tomou conta da multidão. Da porta principal da delegacia, guardas surgiram, arrastando por correntes um homem magro e sujo, vestido em trapos de sacos de batata, com uma barba desgrenhada e manchada de sangue.
A multidão explodiu em gritos de fúria, braços erguidos clamando "vagabundo!", "assassino!", "escória!", "bruxo!". A menina, assustada, olhou para a mãe, que agora gritava junto com os demais. O homem foi forçado a se curvar sobre o tronco, a cabeça presa na madeira ensanguentada, suas correntes fixadas ao chão, imobilizando-o completamente.
O povo continuava a xingá-lo, cuspindo e jogando objetos em sua direção, enquanto seus gritos ecoavam pela praça. Mas o homem não reagia; a menina viu lágrimas escorrerem de seus olhos, um sofrimento profundo, o olhar de alguém que havia desistido de lutar. Ela não compreendia tudo aquilo. Minutos depois, o silêncio voltou à multidão quando o capitão da guarda saiu da delegacia e subiu ao palanque. Lendo um documento com voz monótona, ele acusou o homem de bruxaria, de envenenar os rios, de sequestrar crianças para rituais macabros, e de deliberadamente praticar atos malignos. As acusações eram muitas, e a menina, sem conhecer tantas palavras, não compreendia a maioria delas.
Quando o capitão terminou de falar, o povo voltou a gritar. Uma mulher alta e forte aproximou-se, desembainhando uma espada cuja lâmina brilhava sob a luz do sol. Os gritos se intensificaram. A menina fixou o olhar no rosto do homem, que a olhou com os olhos arregalados; ela reconhecia aquele sentimento: medo. A lâmina se aproximava, e a excitação da multidão crescia, todos ansiosos pelo desfecho. Apenas a menina percebeu quando os olhos do homem perderam o foco, um sorriso suavizando sua expressão, enquanto ele parecia adormecer momentos antes da lâmina afiada da executora cortar sua cabeça.
A multidão explodiu em êxtase, mas a menina permaneceu em silêncio, observando o sangue que fluía do corte perfeito.
Escondida nas sombras de uma janela do outro lado da praça, Esther abriu seus olhos marejados, acariciando lentamente um gato marrom deitado em seu colo. "Arake, está pronta para ir?" indagou Zven, ao abrir a porta com o capuz cobrindo o rosto. Esther assentiu lentamente, levantando-se para segui-lo. "Vamos embora."
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mentedeesther · 1 month
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MHA 04: Uma aula inclusiva
Esther havia passado boa parte da noite acordada arrumando os últimos detalhes, o que havia sido péssimo considerando o horário novo de sua aula. Simplesmente não conseguia entender como em menos de uma semana havia saído de uma instituição de bruxos para dar aulas para as três raças juntas e ainda por cima de manhã. Infelizmente não havia nada nas leis que impedissem este crime, ela havia checado.
De qualquer forma, às sete em ponto deu bom dia a turma que já estava sentada em uma área do segundo andar da biblioteca reservada para suas aulas. Longas mesas de estudo dispostas uma do lado da outra com bancos de ambos os lados. Os alunos ficavam em uma espécie de grupo e Esther, totalmente contra a ideia de carteiras enfileiradas e ela em um tablado, colocou a caixa que trazia em cima da mesa do centro e começou a caminhar entre eles.
"Bom dia! Para aqueles que não me conhecem, me chamou Esther Duskfield...", começou explicando quem era e sobre o que se tratava a matéria, a mesma explicação que havia dado no início do ano letivo, mas agora com um adendo, "Levando em conta que não estamos mais em uma sala somente de bruxos, iremos fazer algumas pequenas atualizações na disciplina. Querido, pode distribuir as canetas da caixa aos não bruxos, por gentileza?", pediu Ester apontando para um bruxo de cabelos longos que prontamente assentiu e começou a distribuir canetas tinteiro com cabos de madeira preta e um pequeno cristal no topo de acordo com as instruções da professora.
Quando todos estavam com as canetas em mãos, Esther pegou a última delas para si mesma e chamou a atenção de todos batendo duas palmas bem altas.
"Como sabem, diferentemente dos bruxos, fadas e especialistas não possuem a capacidade inata de expandir seu poder mágico para fora de seu corpo em estado natural. Sendo assim, as canetas que possuem agora foram devidamente preenchidas de poder mágico puro através de um processo mágico, elas funcionam como canetas comuns, mas ao escreverem, adicionam uma pequena quantidade de poder mágico na escrita, permitindo que usem os feitiços que iremos aprender, de forma reduzida", Esther esperou o momento de burburinhos e comentários se encerrar antes de continuar, "como qualquer objeto mágico, necessitam de constante suprimento de magia e manutenção, por isso, fiquem atentos para sempre recarregar elas, lembrando que para isso precisaram da ajuda de algum colega bruxo."
Mais comentários e burburinhos até que Ester deu um assobio alto o suficiente para deixar o ouvido de todos zumbindo por longos segundos, "Adaptar-se à nova realidade faz parte da vida, doa a quem doer, estamos aqui para trabalhar juntos e é isso que faremos. Temos séculos de ódio, guera e morte em nosso passado, mas eu definitivamente não quero ver isso no futuro de vocês. Não preciso que se amem, na realidade, não preciso nem que gostem um do outro, mas na minha aula irão se respeitar e fingir civilidade. Agora silêncio e prestem atenção!" disse num acesso de seriedade, todas as palavras ditas com perfeita clareza e dicção. "Hoje iremos rever as bases da MHA, hoje pela tarde espero a presença de todos os alunos novos aqui mesmo na biblioteca alugando todos os livros que estão na listagem que irei escrever no quadro em cinco minutos. Vamos pessoal, ao trabalho" completou Esther dando por encerrado o assunto e iniciando a aula.
Como dito, Esther explicou um pouco sobre o conteúdo da aula, mostrando que historicamente várias raças utilizavam runas e palavras de poder junto a rituais para invocarem as forças da natureza e realizarem o que hoje são conhecidos por feitiços. O uso de runas, círculos mágicos e coisas do gênero não era exclusivo dos bruxos, porém era uma habilidade inata desta raça, já que diferente das demais, possuía a capacidade de externalizar poder mágico para fora de si de forma pura, diferente das demais que possuíam uma base específica de poder e ficavam restritos a ela.
Duendes, trolls, elfos, sereias e outras espécies também possuíam está mesma limitação, por isso, ao estudar estes povos é comum encontrar feitiços extremamente específicos ligados a natureza mágica peculiar de cada um.
Com a chegada dos não bruxos nas aulas, Esther iria lhes ensinar a compreender e utilizar runas e encantamentos em forma de padrões escritos, círculos mágicos, fórmulas, independente do nome dado, era um processo que se resumia em criar uma espécie de molde para que ao se derramar poder mágico dentro seja possível executar um efeito específico. Para isso, inicialmente iriam utilizar as canetas cedidas por ela, pois fariam o papel de derramar esse poder mágico puro nos moldes. No futuro, outros métodos poderiam ser ensinados.
Esther finalizou a aula entregando a todos uma listagem de mais de quinze livros e recomendou que pelo menos o primeiro deles, "O processo mágico padrão, de Fusk D" fosse lido até a próxima aula. O livro tem 200 páginas. Encerrada a aula, Esther despediu-se de todos e reforçou que está à disposição para dúvidas, basta lhe procurar na biblioteca.
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mentedeesther · 3 months
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Ataque em Toien
10 de Junho de 2024, o dia após o ataque. [TW: Gore, corpos]
Assim que os especialistas a mando de Soren terminaram de colocar os últimos corpos aos quais Esther requisitou, a bruxa gentilmente pediu que a deixassem a sós, um pedido que ficaram muito felizes em atender diante da montanha grotesca e fedorenta de monstros empilhados e da trilha de sangue que havia ficado no caminho. 
A batalha de domingo não havia sido de fato assustadora, no máximo, estressante e bem distante daquilo que ela havia se proposto a fazer com o finalzinho do seu fim de semana. Havia ficado muito preocupada com os mais novos e a ideia de que tal ataque havia os unificado era ao mesmo tempo gostosa, como também perigosa, pois já havia percebido os comentários que circulavam, aparentemente, no momento em que os bruxos não eram mais necessários para expulsar os demônios, eles passaram a ser os culpados pelo problema que ajudaram a eliminar.
Entendia, é claro, de onde vinham tais comentários. 
Sabia da longa lavagem cerebral que fadas e especialistas haviam sofrido para acreditarem que os bruxos eram a escória da sociedade e não podia negar que feitiços como o de Nazar na segunda e como o que ela mesma estava para realizar ajudavam a aumentar esta fama.
Pretendia, no entanto, mostrar pelo menos para Soren e seus alunos, que existia algo para ser retirado de bom até mesmo das coisas mais perversas do mundo.
“Teko, vigia a porta, sim?”, saindo dentre suas vestes, a pequena lagartixa correu para fora da sala, passando por baixo da porta e montando guarda do outro lado.
Aproveitando a deixa, Esther retirou de dentro da manga de seu vestido uma faca totalmente preta, feita com algo que parecia pedra lascada, o cabo feito de tiras de couro enrolado. A bruxa respirou fundo e rodando a faca algumas vezes entre os dedos, aproximou-se dos corpos já começando a apodrecer.
“Vamos começar” murmurou para si mesma enfiando a faca bem no meio do peito de um ogro e o rasgando com muita facilidade, parecia estar cortando um pedaço de manteiga com uma faca quente. No rasgo, enfiou seu braço quase que inteiro, o sangue manchando-a totalmente e então, com um leve grunhido de força, puxou para fora um coração quase do tamanho de sua própria cabeça. A bruxa olhou para o coração por um breve momento o analisando e então o jogou na direção da porta, “você precisava se exercitar mais” disse ao corpo aberto e então voltou a enfiar seu braço dentro dele.
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mentedeesther · 4 months
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MHA 03
05 de Junho de 2024, Aula de MHA
“Agora que a rádio terminou” disse a turma com um sorriso retornando a área de estudos empurrando um carrinho com várias taças de vidro e uma jarra de água, “vamos começar, mas antes, já agradeceram pelo aquecimento central da biblioteca hoje?”
Alguns alunos riem assentindo enquanto olhavam lá para fora com o clima fechado e o céu cheio de nuvens. Seguindo o inicio da aula, Esther vistoriou a atividade passada, repassando as taças para todos os grupos e os auxiliando em pequenos ajustes nos feitiços quando necessário, explicando que a maioria dos problemas enfrentados por eles foram justamente o desafio que Cassandra, que resolveu o problema e ganhou o único 10 da turma, havia apresentado anteriormente, as finalizações arredondadas dos caracteres utilizados.
“Embora esteja satisfeita com o resultado geral, preciso que atentem-se mais a história daquilo que estão aprendendo” disse chamando a atenção da turma inteira após falar com os grupos privadamente, “Todo feitiço é criado com um objetivo em mente, para suprir uma necessidade e de forma semelhante, nossa língua e nosso sistema de escrita também possui sua história, suas limitações, suas características. Foco!”, completou.
Finalizando as correções, Esther trouxe para a análise dos alunos uma lamparina mágica que utilizava no lugar de uma chama, um cristal azulado que emitia luz ao ser energizado magicamente. Ela explicou que nas últimas décadas, estas lamparinas haviam sido substituídas por meio da expansão cada vez maior da eletricidade, que havia sido convertida e disponibilizada de forma mais abrangente até mesmo aos seres não mágicos.
E que embora o feitiço utilizado na luminária em si não fosse muito complexo, o mesmo apresentava uma estrutura aberta a manipulações, tendo uma origem inclusive associada às minas de pedras preciosas em Axiria pelos seus operários, que aproveitavam a presença de cristais para iluminar as próprias minas.
“A tarefa então de vocês vai ser duas, primeiro quero que reproduzam esse feitiço utilizando o cristal que será distribuído a vocês”, imediatamente a fala dela, pequenos cristais do mesmo tipo daquele na lamparina, porém um pouco menores, surgiram em frente aos alunos. “E a segunda parte da tarefa, vai ser modificar esse feitiço em um material diferente, quanto mais inusitado, melhor. Sejam criativos!”
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mentedeesther · 4 months
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Um rei bruxo para o baile das fadas
Maio de 1984, três dias antes do Baile Anual de Seun.
Sentada de frente ao espelho de sua penteadeira, Esther observava seu rosto, quadriculado, movimentando-se e, fechando os olhos, permitiu-se ser carregada para o passado. Uma das belezas de sua magia era poder reviver suas memórias, estar lá mais uma vez, mas agora como uma observadora, incapaz de alterar o que já havia acontecido, bem, isso se quisesse continuar a lembrar do que realmente havia acontecido.
Em sua lembrança, ela caminhava pelos corredores de Seun, porém à noite e em silêncio. Suas longas vestes de bruxa ocultavam sua face, o mesmo feitiço que usara hoje, tornando seu rosto num vazio completo, numa sombra. Ao seu lado, caminhava uma fada já idosa, com longos cabelos brancos e expressão cansada.
“A beleza de Seun sempre me fascinou”, disse Esther por trás de seu capuz, sua voz melodiosa parecia falsa, como uma voz artificial de um computador a ser inventado anos depois. “As fadas realmente sabem como unir praticidade e beleza em uma coisa só”.
“Agradeço o elogio, Penelope”, respondeu a fada com um sorriso fraco no rosto, Esther ouviu seu nome falso com familiaridade. “Mas acredito que não esteja aqui para me dizer o quão bonitas são as paredes da minha escola”.
Esther virou-se na direção da fada, o vazio de sua face escondendo a expressão triste que fazia. “Como sempre, direta”.
“Apenas não gosto muito da ideia de ter uma bruxa como você caminhando pelos meus corredores”, respondeu a outra com uma expressão fechada, “não somos exatamente amigas”.
“Infelizmente”, disse Esther. De entre os tecidos de sua roupa, surgiu seu braço envolto em uma longa luva preta de seda; na mão ela carregava um envelope que entregou à outra. “Em três dias, um grupo de bruxos mais radicais pretende atacar Seun durante o baile”.
A expressão da fada à sua frente se enrijeceu, claramente irritada e chocada pelas palavras de Esther. “O que ganha me dizendo isto?” foi a única coisa que a outra conseguiu dizer.
“Nada”, disse virando-se novamente para as grandes janelas e observando a lua brilhando belíssima lá fora, dali era possível ver a fonte do castelo e uma parte das decorações para o baile já sendo montadas. “Os detalhes do ataque estão descritos no envelope, os poucos que consegui”.
A fada abriu rapidamente o envelope e começou a ler, sua expressão ficando horrorizada com o que lia. Pelo que dizia ali, um grupo pretendia envenenar o suprimento de alimentos e bebidas do baile para causar uma diminuição na capacidade de usar magia das fadas, junto a isso, um grupo menor pretendia invadir Seun aproveitando a distração das fadas com o baile e dividir-se pela instituição, espalhando runas de invocação pelos principais pontos do castelo e por uma magia proibida que usa a própria vida do usuário como pagamento, invocariam monstros para atacarem os professores, alunos e convidados já debilitados magicamente. Tudo planejado para causar uma verdadeira chacina em um dos dias mais felizes do ano.
“Isso é horrível…”, disse horrorizada vendo que o envelope também continha uma lista de possíveis suspeitos e detalhes de por onde pretendiam realizar o ataque. “Mas não entendo, por que me contar tudo isso?”
“Muitos anos atrás, conheci uma fada que sonhava com um mundo de paz. Uma fada que se tornou professora na esperança de ensinar seus alunos a amarem mais do que odiarem”, respondeu Esther virando-se novamente na direção da fada, o mesmo vazio profundo no lugar de seu rosto. “Acredito que esta fada mereça a oportunidade de salvar seus alunos”.
“Irei falar com o novo diretor”, respondeu a fada abaixando a cabeça.
“Ah, é verdade, Gaspar não é?”, indagou Esther recebendo um aceno de cabeça. “Ele compartilha do seu sonho?”
“Ele acredita mais do que eu mesma”.
Abrindo os olhos, Esther voltou a se ver diante do espelho. Em silêncio, ela pegou um paninho desmaquilante e, com cuidado, levou ao seu rosto que voltou a aparecer normalmente no espelho conforme ela limpava as runas em seu rosto, finalmente sendo capaz de voltar a se ver.
“Um rei bruxo para o baile das fadas… O mundo é realmente cheio de surpresas”.
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mentedeesther · 4 months
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MHA 02
29 de Maio de 2024, Aula de MHA
“Boa noite, queridos” cumprimentou os alunos como de costume conforme se aproximava da seção de estudos da biblioteca, “sei que muitos ficaram tristes com as notas da avaliação de segunda, mas não podemos desanimar, sim?” completou parando de frente a cabeceira de uma das mesas, um local onde todos conseguiam ver ela sem problemas.
“Eu achei injusto sermos avaliados apenas por porções” reclamou um aluno bufando.
“Só porque você é péssimo nelas” respondeu o colega dele rindo e lhe dando um tapa na nuca.
“Ronald” repreendeu Esther com um olhar direto para os olhos do rapaz, mas com um sorriso no rosto. “Seu amigo levantou uma questão válida que merece ser respondida” completou vendo os alunos balançando suas cabecinhas em concordância. 
“A escolha da atividade não é feita ao acaso, na realidade, algumas semanas antes, o corpo docente se reúne e faz uma avaliação conjunta do andamento das disciplinas” começou a explicar enquanto caminhava entre os alunos, “cada docente apresenta um relatório sobre o progresso dos alunos em sua disciplina e se faz uma comparação entre os conhecimentos que tinham no começo do semestre e agora, além é claro de um levantamento dos conteúdos programáticos que já foram repassados” Esther para perto do carrinho de café com biscoitos que tem em todas as suas aulas e se serve uma xícara de chá.
“Com base nesta reunião, foi analisado que o Professor Zven havia avançado de forma satisfatória no conteúdo a ser ministrado e que estava obtendo bons resultados em suas aulas, acredito que todos vocês estejam familiarizados com suas atividades semanais” sorriu vendo alguns alunos bufar e revirar os olhos, “por estes motivos, sua disciplina foi considerada válida para ser escolhida como parte central da avaliação semestral”.
“Então….” começou uma aluna no outro lado da sala com a mão levantada, “que se o Rubio foi mal é porque ele é burro mesmo?” completou levando a turma a rir.
Esther apenas sorriu gentil.
“Agora, chega de papo, temos muita coisa para ver hoje” disse chamando a atenção de todos com uma palma bem alta. “Conforme prometi, hoje faremos uma atividade prática com base no livro ‘1942, O Cerco de Branwen: 100 dias no inferno’, mas especificamente falaremos do capítulo 13, onde o autor cita o trabalho de uma das bruxas da fortaleza, Arimancia”
“Professora” ergueu a mão uma de suas alunas, “o Professor Brennsteiner falou dessa batalha na aula dele, ela envenenou as fadas, não foi?”
Esther sorriu, “Bem, sim, ela participou do plano de envenenamento das fadas, mas o capítulo em questão faz referência a outra coisa. Quem pode ler para mim o terceiro parágrafo?”, um dos alunos levanta a mão, “Obrigada, Nicholas”.
“Não bastando o racionamento de alimentos e água causado pelo cerco das fadas, o verão de Brawen avançava implacavelmente e o calor continuava a aumentar cada vez mais, as noites não sendo mais capazes de resfriar nossos corpos e nos aliviar da implacável Stella e sua luz cegante. Nosso único alívio foram as poucas câmaras frias que a Conselheira Arimancia conseguiu criar com sua estranha magia, até hoje não consigo dizer o que estava escrito naquelas paredes, mas ainda sou grato por cada segundo que passei nelas me recuperando da insolação”, Esther levantou a mão e o aluno parou de ler.
Esther continuou a aula explicando que com base em outros relatos da época e em até mesmo cartas trocadas entre a Conselheira Arimancia e as forças militares bruxas, foi descoberto que ela havia utilizado um feitiço tribal do Clã Marfi do extremo leste de Branwen. Um feitiço até então considerado perdido após extinção de tal grupo pelo menos 30 anos antes da batalha em si.
Ela então explica que o feitiço era utilizado principalmente para a manutenção de alimentos, já que resfria objetos sacrificando poder mágico para tal. Arimancia, no entanto, utilizou-se desse feitiço nas paredes internas de salas previamente preparadas, gerando uma espécie de refrigerador que manteve estas salas em temperaturas médias de vinte a vinte e cinco graus. Para manter o feitiço funcionando, os próprios bruxos dentro da sala forneciam seu poder mágico, por isso o tempo limitado de uso foi estabelecido.
“Tendo isso em mente e com base no que aprendemos sobre o feitiço” disse Esther após uma longa explicação das implicações técnicas e sociais do feito de Arimancia e apontando para o quadro preenchido com vários diagramas e exemplos, “quero que se juntem em duplas ou trios e façam uma caixa refrigerada usando nada além do que aprenderam hoje. A caixa deve ser capaz de atingir pelo menos zero graus em até cinco minutos depois de ativada. Afinal, estamos falando de uma caixa pequena, não de um salão feito de pedra”, Esther sorriu e olhou o relógio no pulso, “Por hoje é só, estão dispensados”.
Notas OOC:
A Arimancia D. citada na aula é a própria Esther e embora os alunos não tenham como saber, os mais estudiosos ao pesquisarem sobre o assunto podem notar que muitas das coisas que ela falou não estão em lugar algum.
O feitiço citado por ela possui quatro etapas:
Escrita do círculo mágico utilizando as runas e alfabeto utilizado pelo Clã Marfi. Obrigatoriamente tendo que ser escrita a mão.
Recitação do feitiço em Samiraal Antigo (alunos que falam a língua moderna poderão ter mais facilidade) para ativação do mesmo.
Manutenção do feitiço através do fluxo constante de poder mágico através do mesmo.
Todos os grupos receberam uma caixa de madeira de 30cmx30cm para realizar o feitiço.
As falhas são bem comuns de acontecer, já que tanto a escrita quanto a recitação devem ser perfeitas, e os resultados disso podem ficar a par dos players.
Esther estará disponível para ajudar e tirar dúvidas sobre a tarefa sempre que precisarem.
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mentedeesther · 4 months
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Uma visita noturna
Junho de 1979, Mansão do General Especialista Edgwr Trusk.
"Quem é você?! Guardas!" gritou o homem em seus pijamas ao abrir os olhos de seu sono merecido e encontrar uma figura encapuzada no canto de seu quarto, coberta dos pés a cabeça com tecidos negros como noite com detalhes dourados feito ouro.
"Lamento, mas não costumo dizer meu nome para pessoas como o senhor" respondeu a figura encapuzada, praticamente deslizando pelo chão como um fantasma em direção a janela.
"Guardas!" gritou o homem outra vez já ficando vermelho.
"Não se preocupe, general, seus homens estão dormindo", respondeu novamente sua voz melodiosa, mas genérica, como toda e qualquer voz que dá avisos na rádio. "Soube que recebeu informações importantes hoje, algo sobre os planos de ataque que seu povo fez contra o meu".
"Você é uma bruxa!" gritou o homem tentando levantar-se da cama e pegar a espada ao seu lado, mas no mesmo instante sua visão escureceu, ficando um total breu e seu corpo parou de sentir a brisa da noite, o toque de suas roupas, o corpo. Ficando totalmente suspenso na imensidão do vazio. "O que você fez?!" gritou sentindo seu corpo cair, mas sem tocar em nada.
"Relaxe, o veneno está fazendo efeito, logo irá passar" a bruxa encapuzada surgiu no vazio, imóvel à sua frente, sendo sua única referência de cima e baixo no total breu que se encontrava, "mas, antes, o senhor vai me dizer tudo o que o senhor sabe"
"Nunca, prefiro morrer", proferiu o homem, tentando ao máximo reunir suas forças, usar seus poderes de especialista, mas estava se sentindo cada vez mais fraco. Sem reação.
"Mas, general, você já me contou", disse a bruxa e no breu de sua mente surgiu a figura do general em pé, de uniforme, batendo continência.
Logo o breu foi dando lugar a uma sala de reuniões, com outros homens de farda e medalhas, todos reunidos ao redor de uma mesa cheia de papéis. Portas e cortinas fechadas. Conforme a cena se desenrolava, o general real jogado no chão arregalava os olhos, vendo sua própria memória daquele dia se desenrolando à sua frente.
"Não se preocupe, amanhã, tudo terá sido um sonho" sussurrou a bruxa, que mesmo estando a metros de distância dele, parecia ter falado ao seu ouvido.
E então o general sentiu seu corpo afundar novamente nas próprias sombras de sua mente, desaparecendo.
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mentedeesther · 4 months
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MHA
Março de 2024, Primeira Aula do Semestre
"Boa noite, turma," disse Esther ao chegar à área de estudos da biblioteca, empurrando um carrinho cheio de livros. "Agradeço a compreensão de todos sobre a mudança de última hora do local da aula, mas acredito que a biblioteca seja o melhor lugar para conversarmos, visto que precisaremos de muitos de seus recursos," continuou, colocando algumas pilhas de livros em cima das mesas e pedindo que os distribuíssem entre si.
"Para aqueles que ainda não tiveram a honra de visitar a biblioteca durante o dia e me conhecer, sou Esther Duskfield e atualmente estou como Bibliotecária Chefe, além, é claro, de ser a docente desta disciplina de Magilinguística Histórica Aplicada, ou MHA, se preferirem. Agora, alguém sabe do que se trata a disciplina de MHA?"
Uma das alunas levantou a mão. "Seria, tipo, estudar língua morta?" A turma riu e Esther levantou a mão para chamar a atenção. Ela sorriu e assentiu para a aluna.
"Boa resposta, Regina. Aprecio a coragem de falar em público," disse, piscando para a menina, que ficou surpresa por Esther saber seu nome. "Mas, para darmos um pouco mais de detalhes sobre, acredito que o melhor seja destrincharmos um pouco o próprio nome da disciplina." Esther então pegou um giz de uma caixinha no carrinho de livros e começou a escrever com ele no ar.
"Magi-linguística," disse, separando os dois termos na fala. "Seria o estudo dos efeitos da linguagem na magia. Basicamente, o estudo das palavras mágicas. Abracadabra e etc." Logo depois, começou a caminhar pelas mesas enquanto falava e escrevia no ar, porém as palavras não surgiam imediatamente na ponta do giz e sim flutuantes ao lado da primeira. "'Histórica' significa que o nosso foco será no passado, em línguas antigas, muitas delas até mesmo já consideradas línguas mortas, outras sendo específicas de povos e culturas que com o tempo sofreram alterações sociais que dividiram uma língua comum em outros dialetos."
Esther viu um aluno mexendo no celular e deu um tapinha em seu pescoço, assustando-o e pegando o aparelho da mão dele, ignorando totalmente sua expressão irritada.
"Por fim, 'Aplicada' significa que iremos não só estudar essas línguas, mas também colocar em prática seus conceitos. Nós iremos fazer magia com elas, aprendendo na prática suas implicações, pontos fortes e fracos. Alguma dúvida?"
Os alunos se entreolharam, alguns com expressões entediadas, outros animados e outros visivelmente confusos. Mas nenhum deles levantou a mão. Esther sorriu, colocou o giz de volta na caixinha do carrinho de livros, o que fez as palavras flutuantes sumirem imediatamente, e bateu uma única palma bem alta, chamando a atenção de todos.
"Página 105, Druídico Nortenho. Vamos começar."
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mentedeesther · 4 months
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A Partida
Maio de 1889
Quando chegou nos portões de Ravine, Esther travou. Seus olhos marejaram e respirar tornou-se pesado, sentindo cada movimento necessário para este ato. Não porque seria a primeira vez dela saindo de sua cidade natal, não, já havia viajado por toda aquela região junto com seu pai, conheci cada um dos mercados e centros comerciais próximos e muitas vezes até mesmo havia ido sozinha.
Não tinha medo da viagem, não, mas daquela vez tudo parecia diferente.
A mochila em suas costas estava mais pesada do que o costume, o abraço de despedida em seus pais ainda dava para ser sentido ao fechar os olhos e o mundo a sua frente parecia bem maior do que era.
Ela estava partindo. Oficialmente e derradeiramente. Depois de anos de preparação, dias e mais dias de estudo, decorando rotas e caminhos, aprendendo as línguas dos povos vizinhos e muitas discussões com sua família, ela estava com tudo pronto. Estava livre para passar por aquele portão e ver o mundo que sonhava ver, mas não só isso, estava pronta para o devorar. Saber tudo que era possível saber. 
Quando atravessou os portões de vez enquanto acenava para o guarda de sempre que fazia a ronda naquele horário, foi como se uma chave tivesse sido virada dentro de sua cabeça. Em um instante, ela estava sozinha.
Ela e o mundo todo. Sozinhos.
Esther sorriu, riu e depois gargalhou sozinha no meio da floresta.
O mundo era dela.
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