meochili

[meochili]

o que tiver que doer vai doer, infelizmente é assim que funciona. eu queria entender porque é que sempre tem que terminar assim, como se nada do que tivesse acontecido antes valesse de algo. talvez exista sim um problema nessa situação. ou as vezes, o problema sou eu. é que eu queria te bloquear e nunca mais ver a sua cara, mas isso não anularia ou apagaria o pouco que a gente viveu. é que dói tanto ter encerrado assim. as vezes eu queria mandar uma mensagem, mas não queria soar emocionada ou grudenta, é que na verdade eu nem sei o que você pensa. eu tento colher o melhor de tudo isso, mas o que eu queria mesmo, era não gastar mais um segundo do meu tempo pensando em tal coisa.

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Depois de tanto tempo, eu finalmente consegui colocar um ponto final em tudo isso. Por mais absurdo que fosse, eu não queria perceber o quão tóxico isso era para ambos. Dizem que deixar ir é melhor do que segurar e, eu sabia disso, mas pra mim era tão difícil, mas não era como se o mundo fosse acabar, então porque eu agia como se fosse? Todo aquele brilho que eu tinha nos olhos quando estava com você, sumiu. Eu não te amava mais. Demorei um ano inteiro pra entender que eu não iria morrer por causa dessa decisão que, talvez feita com antecedência, teria evitado muita coisa. Já passou da hora de eu parar de insistir no erro e me afundar mais e mais. Tem meses que eu precisava botar isso pra fora, mas não pra alguém ouvir e sim pra eu finalmente entender o que eu senti depois disso tudo. No fim, todo esse sofrimento valeu a pena? realmente valeu a pena ou resultou em nada, como sempre? Apesar de não te ver mais como figura romântica, não é como se eu te odiasse, só não acho justo viver desse jeito.

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e depois do término, durante algumas semanas, eu não conseguia assumir nem para mim e nem para ninguém que a gente tinha terminado. era vergonhoso. como pode, alguém ter se esforçado tanto para algo que durou tão pouco. e doeu. e como doeu. eu passei dias apática, apontando cada erro de algo que não tinha sido planejado. eu não tinha como prever, não era minha culpa, nunca foi. meus dias foram monótonos. é que sempre foi assim, sempre dou um jeito de me sabotar e, talvez, no fundo tenha sido sim culpa minha. desculpa, mas eu nunca vou conseguir parar de botar defeito nos meus atos. mas então eu me questiono, se você soubesse o quanto aquilo doeu, você faria de novo? a resposta dói porque eu também recebi muito mais que isso. depois do nosso término, eu ouvi você falando de outras pessoas e eu fingia que isso não me afetava porque eu queria saber de quem se tratavam para no final da tarde, começar com as minhas comparações. é que talvez você não seja a pessoa certa, mas eu não sei como faço para me convencer disso. sou taxada como boazinha e empática, mas se quer saber, isso é mentira. você me dizia, "se você tem amor a sua vida, então porque você se corta?" e, por mais que eu tenha parado, eu continuo me automutilando. é que eu ainda tenho esperanças que um dia as coisas possam dar certo. mas você tem razão. se eu tivesse amor a minha vida, eu não estaria correndo atrás de você. eu deveria parar um pouco de ser boa de mais para os outros e começar a ser boa para mim mesma. quem sabe, eu já até teria arrumado coisa melhor. mas também dizem que amor fácil não faz história. sabe, as vezes, tarde da noite eu me pego pensando se ainda vale a pena. mas eu também penso que se fosse recíproco, você estaria tentando na mesma intensidade que eu. é que eu sou nova, não deveria me prender tanto a alguém. você não é diferente. você só me fez perceber o quão verdade é o que falam sobre os homens. mas eu gosto do jeito que você me abraça, eu gosto do jeito que você me protege quando a gente atravessa a rua. são coisas pequenas em que eu encontrei aconchego. eu não quero dizer adeus mas talvez seja o melhor a se fazer. uma hora ou outra, tudo vai se repetir de novo e eu só queria saber quando esse ciclo vai acabar.

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eu costumava viver em uma realidade onde ninguém podia me entender. eu queria ser inalcançável, não acho que isso seja uma coisa que eu tenha mudado. eu tenho minhas dificuldades, minhas dores, minhas lembranças, que carrego comigo sempre e, tem certas coisas que por mais que sejam trabalhadas, não mudam. eu queria construir um castelo de areia, mas não consegui. eu queria muito construir um castelo de areia, mas ele sempre desmoronava, as pessoas sempre o destruíam. hoje, vendo por outra perspectiva, talvez a culpa não era de mais ninguém além de mim. percebi que em cada ponto final que eu dava, era sempre a mesma coisa. as expectativas, elas acabam comigo. talvez eu nunca tenha pedido socorro. e se tudo não passou de uma encenação para que alguém me notasse? eu penso nisso todos os dias. tenho medo de não ser ninguém. tenho medo de não ser lembrada. será que um dia, vai existir alguém que consiga entender tudo o que se passa dentro da minha cabeça? será que um dia, eu vou conseguir construir o meu castelo de areia? as perguntas não acabam e já nem me lembro onde guardei as respostas. é que já faz tanto tempo, eu nem me lembro mais como é a sensação, mas não doía, não ardia, era como se eu soprasse o sofrimento para fora de mim, era revigorante mas, acho que num desses sopros, as borboletas do meu estômago partiram, se é que um dia já estiveram lá. eu pensava em garotos, garotas, dinheiro, poder, mas era como se eu não pensasse porque nada me dava motivação para continuar. todo mundo tem que estar viciado em alguma coisa para poder continuar vivendo, todo mundo é escravo de alguma coisa, todo mundo. eu gostava de praia, música, dança. mas o que me pegava mesmo, era o motivo de eu estar ali. todo dia era um mistério e, essa era a graça. todo dia era uma pista do que eu nasci pra ser nesse mundo, essa era a graça. depois que me conheci a fundo, descobri que o meu vício eram as energias. eu adorava dopamina, todos os dias eu queria acordar e sentir o meu cérebro liberar dopamina, mas percebi que isso não ia mais acontecer se eu continuasse nas condições em que eu me encontrava. eu quero deitar na grama, fechar os olhos e morar no meu sonho mais lindo. quero encerrar um ciclo que já deveria ter se posto há tempos. quero viver no volume máximo, quero experimentar a risca o que realmente significa viver. talvez o motivo de eu ter nascido, tenha sido só para descobrir que há males que vem para o bem, nem tudo vai me matar.

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têm coisas que nunca mudam e, uma coisa é certa, tudo que vai bem de mais uma hora acaba desmoronando.

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se você soubesse quantas lágrimas aquilo me custou, você falaria de novo?

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até que o para sempre desmorone.

como naquela noite em que ele disse a ela que seria para sempre e não, não foi. não era uma mentira maligna, no fundo, ambos sabiam que o para sempre acabaria se desmoronando por inteiro. está tudo bem acabar se iludindo um pouco, vivendo na lucidez, todos fazem isso. uma hora, tudo acaba. parece que quanto mais a gente cresce, menos tempo a gente tem para sonhar, menos tempo a gente tem para se perder naquela onda que é a reflexão mais pesada da madrugada; aquela que te faz inchar os olhos de tanto chorar, que faz doer a cabeça de tanto pensar, que faz balançar as pernas de tanta ansiedade. o mundo é duro e isso é óbvio. mas me diga, o que você aprendeu até chegar aqui? quais foram as escolhas que você fez que te trouxeram até aqui? em quantos ovos você teve que pisar para finalmente parar de se cobrar tanto? e  você vai mesmo deixar que partam seu coração milhares de vezes porque você precisa se sentir suficiente para alguém que não seja a si própria? Está tudo bem, você não precisa mais chorar, você sabe que fez tudo o que podia e, mais uma última pergunta, se você soubesse quanto o para sempre dura, você ainda estaria disposta a fazer tudo isso? você não tem culpa de se doar de mais para os outros, eu sei que você sabe que tudo vale a pena, se não virar amor, vira poema, vira história pra contar na rodinha de amigos de um domingo a noite. é que algumas vezes você precisa entender que nem tudo é pra ser, se não der nem pra ser história, que sirva de aprendizado. você é perfeita mesmo o seu coração sendo um museu de versões de si morrendo sem fôlego, mesmo que sua intensidade acabe sempre dominando a ti por completo. fraqueza é para aqueles que tiram as conclusões sem ao menos tentar e você sabe que é do contra e vai até o fim por que pra você, tem que ser aquilo a todo custo. a maneira da qual você escolheu viver é fantástica, é poema, é vida. e deixe-me te contar uma coisa, o para sempre uma hora, sempre vai acabar por se desmoronar, então viva, viva até que o para sempre desmorone.

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e é como se no instante em que eu abrisse meus olhos, eu percebesse que, tudo aquilo, não passava de uma miragem.

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Ás vezes é preciso fingir não saber o que se sabe.

Blair Waldorf    (via cultivastes)

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lembrete

livrar-me da ansiedade antes que ela se livre de mim

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Tenho um lado bem bobo que ainda acredita na bondade das pessoas. Só que a vida me trouxe um lado que desconfia, ergue a sobrancelha e fica com o pé atrás.

Clarissa Corrêa  (via cultivastes)

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cinco meses e meio. cinco meses e meio e você realmente vai ficar sentada esperando o tempo passar? não é como se você não pudesse fazer algo. você pode, então porque não o faz?

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se pelo menos eu pudesse controlar isso, eu não estaria sozinha. mas eu entendo, todas as ações têm consequências 

[meochili]

o problema sempre vai ser sentir falta de algo que eu nunca vou alcançar

[meochili]

mostrou-me o paraíso e depois o destruiu. prometeu que não me soltaria e depois me derrubou de um penhasco.

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como salvar uma vida

a oportunidade de salvar uma vida pode ser possível se você souber estancar o sangue da fissura, se souber colar os cacos, cuspir os sapos e costurar os trapos. ou talvez nenhum desses métodos sejam úteis para salvar uma vida, mas, sempre ouvi que para todos os problemas, há receita que ameniza o machucado e que talvez depois disso, seu coração ainda se veja restaurado, mesmo que seja de esparadrapo. houve um dia em que estancar o sangramento, já não servia mais para salvar determinadas vidas. houve um dia em que os cacos não puderam ser colados e não havia receita alguma que ensinasse como construir outro caminho através de pó de vidro. houve um dia que cuspir os sapos e costurar os trapos, já não era mais o suficiente para salvar alguém do inferno. as pessoas tentaram procurar outros modos de salvar uma vida, mas só tentaram porque mesmo descobrindo outros métodos, ainda haviam pessoas morrendo. e se todos precisarem de uma cura diferente, quantos livros de receita, precisarão ser escritos? no fim, talvez precisamos entender que há determinadas vidas que não têm cura. pessoas morrem e nem todas as vidas podem ser salvas. dói e eu sei o quanto isso destrói e parece queimar todos os nossos órgãos. acredite, até os cabelos eu tentei arrancar para ver se minha cabeça exausta, fazia silêncio. sempre escuto que não devo me entregar, porque a morte não me merece, então me diga, o que eu vou fazer, se todas as borboletas que eu vejo, sempre viram cortes no pulso. eu sinto muito, mas as vezes a melhor cura pode ser deixar ir, porque também houve momentos em que eu não aguentei e uma âncora eu virei, presa, no fundo de um poço em que nem o céu podia ser visto, de tão fundo. dentre estiletes, lâminas para barbear e até um mero estilhaço de latinha, eu descobri algo que pudesse ser tão cortante quanto todos esses listados. a lâmina do apontador. apesar de toda dor, eu acho que valeu a pena ter estado viva até esse momento. eu vivi uma vida feliz e eu peço desculpas, por ser uma dessas pessoas que não possui uma cura. quando apontei para o meu pescoço, pensei que um corte só poderia encerrar tudo de tão afiado e então senti que gostaria de me despedir antes de cometer essa atrocidade. obrigada. e desculpe a quebra de expectativa, mas se eu soubesse como salvar uma vida, não estaria acabando com a minha.

[meochili]

até o final do ano, eu espero ter escrito sobre todos vocês.