Text
Catalina observou Lydia em silêncio por um momento, notando os ombros rígidos sob a luz dourada do fim da tarde, a tensão mal disfarçada no jeito que ela mantinha as mãos pousadas sobre a pedra fria da fonte. A fonte. Lembrava-se dela de maneira diferente. Em sua memória, o mármore branco reluzia ao sol, e a estátua de Diana era imponente, quase vigilante, os olhos esculpidos parecendo seguir cada movimento das crianças que corriam pelo jardim. Mas agora… agora tudo parecia menor. A água parada e esverdeada refletia o céu de um jeito turvo, e a estátua não passava de uma silhueta desgastada pelo tempo e pela negligência. Catalina sentiu a brisa fria do outono passar pela pele exposta dos braços e desviou o olhar da fonte de volta para Lydia. "E como foi?" As palavras saíram saiu filtro, mas não sem intenção. Ela se sentou ao lado de Lydia sem hesitar, sentindo o frio da pedra contra as pernas através do tecido fino da calça. Seu olhar vagou pelos detalhes desgastados da fonte, os dedos roçando levemente a superfície áspera da pedra, antes de ela falar novamente, a voz um pouco mais baixa, quase como se estivesse confessando algo:
COM: @meowsinger ONDE: fonte QUANDO: por volta das 14:00
apesar das temperaturas outonais, o sol da tarde era forte o suficiente para que lydia tivesse se livrado do pesado casaco de lã, o deixando na mesa preparada pela senhora banks, antes de começar a perambular pelos jardins. apesar de não ter um destino em mente, seus pés acabaram lhe levando para a fonte. nas suas memórias de infância, a fonte era um monumento imponente de mármore branco, em que a deusa diana olhava diretamente para qualquer um que se aproximasse. agora, ela estava coberta de lodo, com o rosto de diana começando a desaparecer, seja pela erosão ou sujeira. será que as marcas do tempo sempre estiveram ali, mas seus olhos infantis não eram aguçados, ou pessimistas, o suficiente para percebê-los? ela estava prestes a se levantar da beirada da fonte quando percebeu alguém se aproximando. catalina. "meu avô morreu aqui." lydia, honestamente, não tinha certeza do porque as palavras saíram de sua boca. uma explicação de porque ela estava lá, ou talvez uma maneira de afugentar catalina, ou então de fazê-la se aproximar mais, fazer perguntas.
3 notes
·
View notes
Text
Catalina soltou uma risada baixa, um som que parecia flutuar no ar entre elas, mas havia algo mais ali – um eco de algo que ela mesma não sabia nomear. O jogo era fácil, a provocação vinha naturalmente, mas o que realmente a prendia naquele momento era a forma como Lydia a olhava. Catalina conhecia aquele olhar. Viu muitas vezes antes, nos palcos, nos bastidores de bares esfumaçados, em corredores escuros onde as palavras eram trocadas em sussurros e olhares diziam mais do que frases inteiras. Ela inclinou a cabeça para trás devagar, apoiando-se nos cotovelos, as pernas esticadas no chão como se estivesse completamente confortável ali, na casa que não era sua, mas na qual se movia como se pertencesse. "Ah, então é assim?" A voz dela carregava aquele tom arrastado, uma leveza ensaiada, como se nada naquilo fosse realmente sério. "Preciso te agradar para ganhar o direito de escolher a trilha sonora da noite?"
Observou por um momento mais longo do que o necessário, deixando os olhos passearem, absorvendo os detalhes da expressão de Lydia – o arquejo das sobrancelhas, o modo como os lábios dela se curvavam em uma linha de desafio disfarçado. Catalina sorriu, um daqueles sorrisos lentos, carregados de algo que poderia ser charme ou malícia. "Bom, nesse caso…" Fez uma pausa dramática, os dedos tamborilando contra a própria coxa, como se estivesse considerando suas opções. "Vou adivinhar o que você deseja.” O tom era quase teatral, carregado de algo que poderia ser brincadeira, mas também poderia ser um teste. Deu de ombros e pensou que deveria desfazer as malas. Teriam mais oportunidades de conversar. "Preciso desfazer minhas malas ainda. Te vejo depois, Lydia."
encerrado.
catalina sempre parecia tão descontraída, um sorriso fácil e uma provocação na ponta da língua. foi isso que atraiu lydia quando elas se conheceram em um bar no meio de londres, mas no momento ela estava começando a odiar aquele sorriso. não era justo que alguém pudesse estar ali e não se sentir como um fio elétrico cortado ao meio, soltando faíscas e pronto para explodir a qualquer momento. "nós nos lembramos do que queremos lembrar, eu suponho." ela tinha ouvido isso de alguém a muito tempo. talvez da senhora banks.
lydia balançou a cabeça enquanto ria, revirando os olhos com a provocação de catalina. pelo menos isso era fácil, provocar e ser provocada, nenhuma conversa difícil sobre o passado ou o presente. "tecnicamente, eu sou a dona da casa... acho que você tem que me agradar." ela se aproximou de catalina, ainda sentada no chão, com as sobrancelhas arqueadas, um olhar de provocação. "ou então eu posso colocar os melhores hits da senhora banks para tocar. mas acho que nenhuma de nós quer isso."
57 notes
·
View notes
Text
Ouviu tudo em silêncio, sem desviar o olhar dele, sem se mexer. Não foi porque não tinha resposta – pelo contrário. Foi porque, pela primeira vez naquela noite, ela não sabia se queria responder. O peso das palavras de Edmund, carregado por um ressentimento quase palpável, se instalou no peito dela como um soco. Não era como se não esperasse aquilo, mas ouvir as sim, dito em voz alta, tornava tudo mais real. Ela sabia que tinha sido cruel. Sabia que o tinha afastado, e, na época, parecia a coisa certa a se fazer. Mas agora… agora Edmund estava ali, e entre os traços de raiva e mágoa, ela ainda via o mesmo homem que conhecia desde sempre. O mesmo Edmund que tentava carregá-la de volta quando ela insistia em correr no sentido oposto. O mesmo Edmund que, no fim, sempre voltava. A expressão dela oscilou entre arrogância e algo mais vulnerável, mas foi apenas por um instante. Catalina não gostava de admitir culpa, e não gostava ainda mais de admitir que sentia falta de alguém. Principalmente dele.
Ela inclinou a cabeça de leve, uma sobrancelha arqueada. "E eu estava errada? Eu sempre estou errada, não é mesmo?" A voz veio mais baixa do que o normal, sem a leveza provocativa de sempre. "Eu sei exatamente o que esperava que você fizesse, Eddie. O que sempre faz: me julgar, tentar me salvar de mim mesma. A triste Catalina, sempre tentando se destruir." Ela riu sem humor, tomando um gole da bebida que segurava. "Só que dessa vez eu estava cansada. Cansada de ser tratada como uma bomba-relógio que precisava ser desarmada." A voz continha mágoa e estava sendo o mais honesta que conseguia. Para ser bem sincera, mal lembrava da briga entre eles. Durante a tour, Catalina aproveitou para experimentar coisas que ela nunca tinha feito... E isso incluía drogas. Ela deu um passo à frente, sem quebrar o contato visual. "Mas você quer saber a verdade? Eu esperava que, pela primeira vez na vida, escolhesse acreditar em mim quando eu disse que tinha tudo sobre o controle. Nunca fiz nada que fosse me afetar permanentemente você sabe disso. Ainda estou viva, com dois braços, duas pernas e um coração batendo." Mesmo que dissesse que não deveria se preocupar, Catalina sabia que não era algo que ele poderia evitar. Não eram mais adolescentes, no entanto, e a irritava profundamente que ele continuasse agindo como se fossem. Era uma mulher, madura o suficiente para tomar as próprias decisões. Não era papel de Edmund contestar aquilo.
edmund se manteve à margem da sala, os braços cruzados em frente ao peito, como se isso fosse o suficiente para se proteger da turbulência de sentimentos que catalina sempre conseguia provocar. ele a tinha notado, claro. como não notá-la? ela irradiava presença, como sempre, com aquela aura de caos encantador que parecia acompanhá-la por onde passava. mas ele hesitava. hesitava porque sabia que, se olhasse por tempo demais, as memórias viriam à tona: a amizade complicada de infância, os momentos caóticos na tour da banda black cats, e, claro, o último ano deles.
quando finalmente cruzaram olhares, edmund sentiu um peso familiar no peito. ele sabia que ela tentava se aproximar; havia sentido isso o tempo todo, mas não sabia como responder. o que ele diria? que ainda se importava? que ainda sentia o mesmo ímpeto de protegê-la, mesmo depois de suas palavras duras terem ecoado por tanto tempo na sua cabeça?
“— pensei que seria mais fácil te ignorar.” ele finalmente disse, o tom baixo e levemente amargo. “— mas você nunca facilitou as coisas, não é?” edmund soltou um suspiro, descruzando os braços. caminhou até uma das poltronas próximas, mas não se sentou. em vez disso, manteve a postura rígida, como se a tensão no ar não lhe desse outra escolha.
“— você deixou bem claro na última vez, catalina.” ele respondeu, o olhar fixo nela, como se tentasse desvendar o motivo por trás daquela aproximação. “— você pediu que eu sumisse se não quisesse mais te ver fazendo besteiras. então me diga: o que exatamente você esperava que eu fizesse? ficar e assistir você se destruir? ou virar as costas e fingir que nada daquilo importava?” sua voz oscilava, carregando um misto de ressentimento e algo mais sombrio, quase melancólico. “— quando você me mandou embora, eu fiquei com tanta raiva... não por ter ido, mas porque você sabia exatamente como me afastar.” ele fez uma pausa, o peso de cada palavra pairando no ar. “— suas palavras finais foram como uma porta se fechando na minha cara. firmes, definitivas.”
3 notes
·
View notes
Text
Inclinou a cabeça levemente para o lado, observando Lydia com aquele olhar aguçado que reservava para momentos em que sentia algo escapar por entre os dedos—algo que não podia nomear. O sorriso brincava em seus lábios, mas seus olhos traçavam os contornos da mulher à sua frente, como se tentassem reconciliar as memórias desencontradas. Lydia, de quinze anos atrás, era uma sombra tímida nos corredores de Thornhill, alguém que ela temia quebrar se arrastasse para suas aventuras. Soltou uma risada curta, sacudindo os ombros. "O hipocampo, é? Isso explica muita coisa, mas eu acho que algumas memórias são mais teimosas do que a biologia permite. Elas ficam... mesmo que distorcidas." O que era que estava acontecendo. Talvez uma parte de si tenha insistido em esquecer do local e do que vivenciariam ali. Aos poucos, Catalina se lembrava dos motivos de ansiar em fazer as outras crianças sorrirem, mesmo que fossem por breves momentos. O ambiente continuava sombrio e triste, como se algo nas paredes lamentasse algo que aconteceu.
Lydia não a havia reconhecido. Algo nisso cutucou um canto incômodo de sua mente, embora Catalina tentasse afugentar a pontada de orgulho ferido com uma nova tragada de álcool. Bem, não deveria se surpreender. Eram vidas diferentes, tempos diferentes. Mas ainda assim...Arqueou uma sobrancelha ao ouvir a pergunta sobre os discos, seus lábios se curvando em um meio sorriso. Balançou a cabeça devagar, como se ponderasse a resposta, girando a garrafa entre os dedos. "Talvez." Sua voz saiu arrastada, carregada de uma provocação implícita. "Quem sabe eu coloque para tocar... se pedir com jeitinho." O olhar de Catalina deslizou para Lydia, avaliando sua reação, testando o limite daquela conversa que parecia dançar entre o passado e o presente. Ainda assim, mantinha um sorriso brincalhão nos lábios, afinal o bom humor continuava sendo uma de suas principais características.
“você trouxe? finalmente uma notícia boa!” ela disse com um sorriso, antes de olhar para a catalina e franzir o cenho. era como se ela tivesse vendo duas imagens diferentes, uma nítida e uma turva, submersa: catalina há apenas alguns meses, em um bar escuro, na sua cama, seus lábios e mãos e tudo mais. catalina há quinze anos atrás, a garota rebelde que lydia por vezes gostaria de ser. tentar ver as duas como a mesma pessoa estava deixando lydia com uma dor de cabeça.
"eu também não esperava te ver." lydia falou automáticamente, antes de balnçar a cabeça e tomar mais um gole de bourbon. "memórias de infância não são confiáveis. você sabia que o hippocampo não se desenvolve plenamente até os 20 anos? ele é o lugar em que memórias se formam." ela tinha ouvido isso há muito tempo, de um dos diversos médicos que frequentava assiduamente. segundo eles, ter memórias de infância confusas era completamente normal.
“não, eu não te reconheci.” ela respondeu, tentando pensar em uma desculpa adequada; a última vez que eu ti vi aqui foi há 15 anos. você mudou muito desde aquela época. francamente, todas o tempo que nós passamos juntas foi no escuro, quando eu estava bêbada ou chapada. nenhuma dessas respostas soava boa, então lydia simplesmente tomou mais um gole de bebida, e encarou catalina. "você disse que trouxe alguns discos? algum deles é da sua banda?"
57 notes
·
View notes
Text
Soltou uma risada rouca, carregada com a familiaridade de anos de amizade. O vento bagunçava os cabelos escuros que emolduravam seu rosto enquanto ela cruzava os braços, observando Milo com aquele olhar que era uma mistura de desafio e carinho. "Primeiro: se eu quisesse te matar, Milo, eu faria isso de uma forma bem mais criativa do que um susto." Ela inclinou a cabeça, os olhos brilhando com uma malícia divertida. "Segundo: cirrose é um preço pequeno a pagar para encarar a Senhora Banks novamente. Vai me dizer que não sentiu falta das broncas dela? Aposto que você até sente saudade do cheiro de chá velho misturado com desespero." Pegou o frasco de volta, ignorando a careta de Milo, e tomou um longo gole, como se estivesse provando a ele que o gosto não era tão ruim assim. O líquido queimava, mas era um calor que ela conhecia bem — um calor que lembrava as noites no palco, sob os holofotes, cercada pelo barulho ensurdecedor de aplausos e a sensação de estar viva. "Você ainda se deixa levar porque, no fundo, você sabe que eu sempre tenho razão." Catalina sorriu de lado, o tipo de sorriso que era impossível de não retribuir. "E porque, sem mim, sua vida seria muito mais entediante. Admita, Milo. Você sente falta das minhas ideias insanas."
"Definitivamente não é uma boa ideia, mas estou curiosa pelo que vai acontecer." Deu mais um longo gole na frasqueira, esperando que fosse o suficiente para que aliviasse os pensamentos conflitantes que continuavam aparecendo em sua mente. As memórias apareciam em sua mente de forma torrencial, em uma angústia misturada com felicidade. Lembrava-se de quão sincera eram as risadas que dava enquanto estava em Thornhill. "Tenho certeza que agora vai ser diferente. Estamos mais velhos, mais maduros. Eu mesma só consegui me reconectar com alguns quando já estávamos mais velhos." O pensamento foi brevemente para Richard, a quem considerava um amigo, mesmo que o odiasse quando eram menores. O nariz arrebitado tinha uma grande parte nisso. "Veja isso como uma segunda chance e é claro que importunar a Senhora Banks sempre será um prazer." Havia um sorriso travesso nos lábios dela, que a memória de importunar aquela mulher horrorosa ainda era algo que a agradava, mesmo após anos.
Milo tinha um cigarro entre os lábios, tragando profundamente antes de soltar a fumaça em um lento fluxo, como se isso pudesse aliviar o peso que sentia. Não era um hábito comum — ele só fumava em momentos de extremo estresse, e voltar para Thornhill certamente era um deles. Normalmente, seus pais faziam questão de visitá-lo em Oxted, poupando-o de retornar àquela região que, há anos, evitava em nome de sua sanidade mental.
Tão perdido em seus pensamentos, ele se sobressaltou ao sentir um toque repentino. A carranca que começava a tomar forma em seu rosto se desfez no mesmo instante ao encontrar o olhar familiar da amiga. Foi substituída por um sorriso genuíno.
— Está tentando me matar antes mesmo de chegarmos a Thornhill? Porque, se sim, quase conseguiu, Srta. Vocalista. — ralhou, em um tom brincalhão, mas a suavidade do sorriso que logo surgiu mostrou o quanto estava aliviado. Ele não estava sozinho nessa jornada, e, acima de tudo, estava na companhia de Catalina. Era ela quem sempre o acompanhava em suas ideias mais insanas — ou, melhor dizendo, nas ideias insanas dela.
Pegando a garrafa das mãos da amiga, Milo levou o frasco ao nariz, franzindo o rosto ao sentir o cheiro forte de álcool.
— Está tentando morrer de cirrose só para não ter que ver a Senhora Banks de novo? — provocou, antes de tomar um gole. O líquido desceu queimando por sua garganta, deixando um rastro de calor até atingir o estômago como uma pedra. Ele fez uma careta.
— Não sei por que ainda me deixo levar pelas suas ideias, Catalina. Isso é horrível! — devolveu o frasco, levando o cigarro de volta à boca, como se isso pudesse apagar o gosto amargo do álcool.
Depois de um momento de silêncio, ele lançou um olhar pensativo na direção dela.
— Você acha mesmo que é uma boa ideia voltar, Cat? — perguntou, soltando a fumaça junto com a dúvida que o corroía. — Eu suportava metade deles e detestava o restante. E, sinceramente, acho que o sentimento é recíproco.
2 notes
·
View notes
Text
(( onde )) perto da fonte
(( quando )) perto das 23h
com @dethrcned
Em algum momento, principalmente após a morte do pai, Catalina parou de se preocupar com as pessoas. Mesmo que as risadas ainda fossem sinceras e os olhos tivessem a travessura de sempre, havia a tristeza que parecia persegui-la de uma forma que jamais tinha feito. Quando estava em Thornhill, tudo o que tinha perdido se tornava ainda mais real, mais próximo. Jamais tinha sido aquela criança novamente, mesmo que fosse rebelde o suficiente para aceitar o destino que almejava. Em um mundo que as preocupações eram como um peso para as outras pessoas, considerava-se sortuda por ser quem gostaria que fosse. Era estanho como o passar dos anos fosse o suficiente para que encontrasse Richard em uma festa e que desenvolvesse um estranho afeto por ele. Sempre foram opostos, mas, ainda assim, muitas vezes sofriam do mesmo problema e, se havia algo que Catalina sabia falar, era a respeito de expectativas frustradas e o anseio em almejar algo que não poderia ter.
"Você está bem?" Mesmo que soubesse que não deveria se preocupar com um homem adulto, lá estava ela, procurando no rosto alheio qualquer sinalização de que estava se sentindo mal. Tinha sido um dia intenso para todos que estavam lá, ainda mais que alguns fazia anos que não os via. Richard tinha sido uma criança insuportável, isso não tinha como negar. Lembrava-se de como desgostava dele quando eram menores, revirando os olhos para o quão certinho ele era. Maduro demais para a idade, enquanto Catalina sempre foi uma força da natureza. Mesmo que tivesse tentado controlá-la com regras e normas, ninguém jamais havia conseguido com êxito. Sempre fez o que desejava. Era uma ironia do destino que tivesse, quando adultos, formar alguma espécie de conexão que nem mesmo a mulher conseguia compreender. "Não esperava que fôssemos nos encontrar nessa situação. Vendo você aqui faz quase que eu me lembre do Richard criança, completamente irritante." A provocação saiu com um sorriso, mesmo que se tratasse de uma brincadeira. O cigarro ficava em seus dedos, um conforto depois de um dia cheio e de reencontros que não estava preparada. "Talvez eu devesse ter levado você para jogar lama nas janelas para provocar a Senhora Banks. Sabe, nunca é tarde demais para você começar." Piscou em direção a ele, mesmo que o bom humor continuasse permanecendo em suas palavras.
1 note
·
View note
Text
(( onde )) sala de jantar
(( quando )) após jantar com a senhora banks
com @thdamned
Daphne Allerton tinha sido um nome que sequer pensara nos anos que passaram após Thornhill. O que lembrava era de quanto ela a irritava com seu jeitinho certo e como parecia sempre ser aquela que julgava quando tudo que estava fazendo era se divertir. Se encontraram brevemente, anos depois, e tudo que Catalina percebeu era o quanto ela parecia ter se tornado uma pessoa desprezível. Uma garrafa de champagne em uma festa de um conhecido por ambas, já que estavam incluídas no meio de artistas, foi o suficiente para que falasse o quanto estava decepcionada com o que tinha se tornado. Era apenas mais uma das diversas mulheres que simplesmente tinham desistido do que eram por um marido. Não se imaginava desistindo de cantar por homem nenhum. Não queria conversar com ela de jeito nenhum, mas, de alguma forma, acabou ficando a sós com ela após o jantar.
"Daphne, você parece..." Horrível. Mal vestida. Esquisita. Todas as piores palavras vieram em sua cabeça, já que parecia um cupcake ambulante. A outra parecia uma representação de tudo que desprezava e a discussão de quando se encontraram pela última vez continuava repassando em sua cabeça. Não que esperasse de algo diferente para ela, mas esperava que, pelo menos, criasse alguma personalidade própria. Quando olhava para ela, no entanto, tudo que via era alguém que era exatamente o que esperavam dela. "Fofa." Finalizou a frase, tentando forçar um sorriso nos lábios, como se fosse um elogio. Era explícito, no entanto, como estava mentindo. Nunca tinha sido a melhor em esconder as próprias emoções.
3 notes
·
View notes
Text
FLASHBACK !
(( onde )) estação de trem
(( quando )) antes de chegaram a thornhill
com @outsidegarden
Os olhos dela brilharam de alívio quando encontrou o dono dos fios escuros que tanto conhecia. Tinham combinado de enfrentarem o que ia acontecer juntos, principalmente porque Catalina não estava tão ansiosa para encontrar todas as figuras que tinha deixado em um passado escondido. "Finalmente te achei." Colocou a mão suavemente no braço alheio, um sorriso brilhando nos lábios, apenas para chamar a atenção dele. Tirou um pequeno frasco metálico da bolsa de couro, que já sabia muito bem o que tinha ali. Tinha planejado especificamente para aquela ocasião, tirando a tampa e tomando um longo gole. O bourbon escorreu pela sua garganta, queimando e reconfortando os pensamentos caóticos que ecoavam de dentro da sua cabeça. "Quer um gole? Talvez a gente precisa de algo forte para enfrentar o que tiver lá em Thornhill." Estendeu em direção a Milo, aguardando para que recebesse o frasco.
2 notes
·
View notes
Text
LILY JAMES as DONNA SHERIDAN in mamma mia 2 : here we go again.
377 notes
·
View notes
Text
Um sorriso estendeu-se pelos lábios dela, facilmente humorada. Seria tolo da sua parte falar que não recordava-se da jovem de fios loiros que tinha passado uma semana em sua cama, mas é claro que não acharia que a encontraria ali. Demorou alguns minutos para que as lembranças a atingissem e finalmente se lembrasse: a Thornhill mais nova, aquela que mal participava das brincadeiras que inventava. Naquela época e como a tratavam, Catalina temia que fosse quebrá-la se a levasse para pular janelas e correr de uma Senhora Banks furiosa. "Quase nula, mas ainda bem que trouxe alguns discos comigo na mala. Precisamos de um pouco de música para afastar a má energia desse lugar... E, quando falo isso, falo do terrível gosto para decoração. Sem ofensas, é claro." Uma risada leve saiu dos lábios dela, já que obviamente a intenção dela era ofender aquele lugar que parecia hediondo, ainda pior do que se lembrava. As mãos permaneciam ao seu lado, mesmo que, quando se aproximou alguns passos, o anseio era colocar uma das mechas do cabelo loiro atrás da orelha alheia.
"Sabia que não esperava ver você aqui? Acho que minha memória apagou vários fragmentos importantes dos anos que passei aqui." Não que desejasse lembrar, de qualquer forma, então deu de ombros, já que para ela não importava tanto aquele fato. Claro que tinha memórias boas, apesar de tudo. Lembrava-se da risada altas dos colegas quando fazia alguma brincadeira, assim como quando faziam alguma pegadinha com a Senhora Banks. "Fiquei me perguntando: será que veio como acompanhante de alguém? Então eu lembrei. A Thornhill mais nova." As palavras continham um humor, quase rindo com a obviedade que pareciam ter. Os olhos verdes de Catalina analisaram o corpo dela de forma quase involuntária. Naquela época, jamais imaginaria que Lydia ficaria assim. "Quando nos vemos, você tinha me reconhecido? Sabia quem eu era?"
STATUS: aberto
ONDE: sala de estar
QUANDO: por volta das 21:00
o relógio mal tinha batido nove horas e lydia já estava com um copo de bourbon em mãos, tomando o líquido âmbar em goles pouco elegantes. sua câmera estava jogada em algum dos sofás, esquecida rapidamente após dois cliques que fizeram a garota lembrar do porque ela não tinha mantido nenhuma foto de infância. é mais fácil se livrar de memórias do que de filme fotográfico. apesar de a casa estar cheia, mais cheia do que em anos, o silêncio pairava como neblina, forte o suficiente para fazê-la se levantar em direção ao velho toca discos, um dinossauro de madeira e metal. "quais as chances de nós encontrarmos um disco do elvis na coleção pessoal da senhora banks?" ela indagou para a pessoa que acabara de entrar no cômodo, um sorriso quase pernicioso surgindo em seus lábios.
57 notes
·
View notes
Text
(( horário )) 22:00
(( onde )) sala de estar
com @theeprotector
Tinha tentado chamar atenção de Edmund a noite inteira, mesmo que todas as tentativas tivessem se demonstrado falhas. Toda vez que achava que tinha conseguido capturá-lo para que pudessem conversar, algo ou alguém aparecia para incomodá-los e, então, era obrigada a desviar o olhar para outra pessoa. Já fazia algum tempo que não se falavam e era estranho. Sentia falta do homem, que era tão certinho, na sua vida. Claro que achava que a discussão seria mais uma daquelas que tinham tão frequentemente, que eram decorrência das tão diferentes personalidades. Enquanto ele gostaria que ela fosse mais cuidadosa, tanto em relação a si quanto em relação aos outros, Catalina gostaria que ele vivesse mais a vida. E, então, a tour chegou e as novas experiências vieram. Obviamente, o amigo não aprovou as escolhas que a López realizou.
"Quanto mais tempo você vai passar me ignorando, Eddie?" O apelido dele saiu de uma forma cantada, demonstrando uma leve provocação da parte de Catalina. Como uma boa estrela, odiava ser ignorada, ainda mais por alguém que tinha sido amiga durante tanto tempo. Mesmo que soubesse que Edmund provavelmente a odiava naquele momento, sentou-se ao lado dele sem nenhuma hesitação, enquanto mantinha um sorriso largo nos lábios. Não permitiria ser afetada pela indiferença que poderiam apresentar um ao outro. "Você sabe que não consegue fazer isso por muito tempo."
3 notes
·
View notes
Text
Era uma das suas coisas favoritas em Thornhill (tirando a sala de música, é claro). No entanto, parecia que estava em um dos seus pesadelos novamente, mesmo que ele parecia muito mais vivo dos que costumava ter. Posicionou-se ao lado da amiga, não deixando de um sorriso automaticamente aparecer em seus lábios. Sabia que a mansão não tinha sido gentil com ela, já que foram tempos complicados. Era uma criança com uma imaginação muito grande (ou, pelo menos, era o que dizia para si mesma para que dormisse melhor durante a noite). "Adorável." Saiu uma risada alta dela, já que nenhum pôr de sol faria com que ansiasse voltar para lá. Alguns minutos naquele lugar e já parecia mais triste do que se lembrava. Sentia como se uma parte de si já estivesse levemente mais cansada, como se uma parte dela, repleta da mais pura energia e felicidade, estivesse sendo sugada por aquele lugar. Precisava pegar logo o violão para que se lembrasse do que amava tanto. "Tem fogo?" Prendeu o próprio cigarro entre os dentes, fazendo o sinal para que Cassandra entendesse ainda mais do que queria. Tinham se encontrado muitos anos após voltar para Londres. Quando a viu novamente, era como se tivesse visto uma pessoa completamente diferente. As memórias, mesmo que ainda meio enevoadas, faziam com que pensasse sempre nela como a criança de olhos arregalados que parecia sempre estar vendo demais.
Starter: Aberto Local: Jardim Horário: 18:00
Cassandra não sabia ao certo como se sentir, pela primeira vez depois de tanto tempo em Thornhill. Em parte, suas emoções eram nubladas pelo coquetel de remédios que tomava todas as noites, talvez sendo seu amigo mais fiel, mas nem mesmo toda a medicação do mundo seria capaz de apagar a dor aguda no fundo de seu peito por estar de volta. Talvez, depois do sanatório, aquela mansão fosse o lugar que mais temia; não por uma repulsa sentida, como era o caso do primeiro, mas justamente pelo contrário. Não era Thornhill, afinal de contas, o lugar onde as vozes falavam mais alto? Não era ali que sua reputação de louca havia sido consolidada? Não queria voltar àquilo; havia lutado demais para abafar aquela parte de si. Sem coragem de enfrentar a casa por hora, se refugiou no jardim após guardar suas coisas no seu quarto antigo e, com um cigarro aceso entre os lábios, assistia o pôr do sol, como fizera tantas vezes antes. Abriu um sorriso curto ao ouvir os passos atrás de si, se aproximando. "É lindo, não é? O pôr do sol aqui. Não existem cenas assim em Londres."
46 notes
·
View notes
Text

essa é catalina lópez perambulando pelos corredores de thornhill? antigamente ela era conhecida como a boêmia, mas hoje em dia é uma vocalista da banda de rock black cats. eu me lembro de sua disposição carismática e charmosa mas também de seu temperamento explosivo e temperamental. eu espero que cat ache seu caminho para fora desses portões.
counting all of the beautiful things i regret ...
( pinterest & headcannons & edits & povs )

Desde pequena, Catalina era uma explosão de criatividade, refletindo a própria essência naturalmente rebelde. Crescendo em uma casa dividida entre a paixão vibrante de seu pai cubano, que estava sempre carregando o violão de madeira escura, e o pragmatismo rígido de sua mãe londrina, Catalina aprendeu cedo a dançar entre extremos. Obviamente, no entanto, a escolha dela sempre foi ser a maior versão de si que conseguia. Adorava quando recebia atenção, por menor que fosse, mesmo que isso significasse ofuscar outros de alguma maneira. Sempre foi dona dos mais largos sorrisos e da risada mais alta, que parecia contagiar cada pessoa com quem tinha contato.
Catalina sempre teve uma personalidade que se destacava em Thornhill, mesmo quando criança. Desde pequena, ela rejeitava a rigidez e as regras da mansão, preferindo viver em um mundo de cor e caos. Enquanto as outras crianças se conformavam com as imposições de Thornhill, Catalina transformava os corredores sombrios em palcos de performances improvisadas, onde a imaginação era o único limite. Ela adorava desbravar os espaços proibidos da mansão, rindo das normas e se tornando a líder de um pequeno grupo de crianças que compartilhavam seu espírito rebelde. O jeito da garota era um reflexo do medo que sentia por dentro, ignorando quando escutava ou via algo que não era apenas a sua imaginação. Lembrava-se claramente de, por poucos segundos, o sorriso desmanchar quando sentia os arrepios, tão familiares, percorrem seu corpo. Como desejava não assustar nenhum dos mais novos, voltava a sorrir, tratando aquilo como uma brincadeira.
Ao se estabelecer em Londres, após a morte do pai, ela se viu perdida por um tempo, mas o destino logo a guiou para um cenário vibrante e caótico: a cena musical da cidade. Jogou-se de cabeça na boemia londrina, frequentando bares e clubes onde a música era o único remédio para as almas cansadas. Foi em um desses locais, durante uma noite abafada e elétrica, que Catalina cruzou com os Black Cats, uma banda de rock em ascensão, mas ainda sem a notoriedade que buscavam. Ela estava em busca de algo mais, algo que a conectasse com a sua verdadeira essência, e logo percebeu que os Black Cats tinham o espírito rebelde que ela tanto ansiava.
Virou uma integrante da banda quase como um acidente. Após um show onde ela subiu ao palco para cantar uma música que sabia de cor, o vocalista ficou impressionado com sua energia crua e sua presença magnética. A química foi instantânea, e ela logo foi convidada a integrar o grupo. Sua voz poderosa e rouca, misturada com a atitude desafiadora e sua habilidade de se conectar com a plateia, logo fez com que os Black Cats se destacassem na cena musical. Ela se tornou o centro das atenções, não apenas por sua habilidade vocal, mas por sua presença de palco arrebatadora e sua capacidade de transformar cada performance em uma experiência única. Sua postura fazia com que a banda ganhasse uma base de fãs devotada, e logo começaram a tocar em locais maiores, até assinar com uma gravadora. Catalina não era apenas uma cantora; ela era uma força da natureza, uma mulher que, com sua atitude e energia incontrolável, se tornava a estrela de cada show, refletindo o caos criativo que sempre a acompanhou.
6 notes
·
View notes
Photo
♪ There ain’t no words to the song I’m here to sing. No, there ain’t no words to the song I came to sing. Oh, I just don’t know the words, babe, to tell you what I mean. And I’m at the end of my mind, trying to do the right thing. ♪♪
DAISY JONES & THE SIX Track 10: Rock ‘n’ Roll Suicide
2K notes
·
View notes