moetrj
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Merj
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«ᴘᴏᴇᴛɪᴢᴀɴᴅᴏ»
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moetrj · 2 days ago
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Carrego bagagens de muitos anos, das quais nunca consegui me livrar, é como uma dor de cabeça fraca, mas duradoura. Se reerguer com todas essas lembranças parece quase impossível, é como se eu nunca pudesse superar o meu passado. Apesar de tudo já ter mudado, ainda parece estranhamente familiar. Os risos das crianças no parque, o cheiro de café forte, o canto dos pássaros e aqueles raros momentos de tranquilidade.
��� Maria Eduarda em Relicário dos poetas.
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moetrj · 10 days ago
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Qual seria uma utopia pessoal? Um mundo onde fossemos um casal, andássemos de mãos dadas por ruas calmas, onde eu olhasse o quão linda você fica na luz do pôr do Sol e que eu pudesse sentir seus lábios a qualquer momento. Ou um mundo onde fossemos só duas adolescentes rebeldes que fogem de casa pra passar a noite juntas se divertindo de todas as formas possíveis. Ou em um reino antigo no qual fossemos rivais para o resto do mundo, mas em quatro paredes fossemos as melhores amantes da história. Talvez em uma sociedade mais evoluída, no qual o mundo inteiro saiba que a gente existe e o que nós somos. Em todas as possibilidades, sempre é você.
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moetrj · 17 days ago
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Tudo passou tão rápido que eu nem tive tempo de me sentir pertencida nos seus braços. Não tivemos tempo de criar raízes, fomos cortados antes mesmo disso. Sem abraços quentes, com cama vazia, sem palavras suficientes e com a mesma melancolia. Foi um trem de carga passando sem destino, caindo na falta de trilho, somos nós que começamos sem motivo e agora tudo que restou foi um gatilho. Você se foi junto com a brisa matinal, sem um “até mais tarde”, como se não fosse nada, você sumiu de mim.
— Maria Eduarda em Relicário dos poetas.
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moetrj · 1 month ago
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Às vezes o silêncio da casa parece um suspiro do mundo, um intervalo entre o caos e o descanso. Há dias em que esse silêncio me abraça como um cobertor leve, quase um carinho, mas há outros em que ele pesa. Parece gritar com os cantos, ecoar pelos móveis, como se a ausência se tornasse presença, uma presença incômoda, insistente, quase cruel. A casa vazia me traz uma falsa sensação de calma, até me lembrar daquele vazio do abandono. Uma sensação que ainda não aprendi a lidar perfeitamente, porque ainda sinto sua presença no meu dia. É estranho como a memória sabe esconder e mostrar as coisas com tanta precisão. Às vezes, me pego sorrindo para uma lembrança breve, quase invisível, uma risada sua na cozinha, o barulho da água fervendo para o café, o tilintar da colher na xícara. E então tudo quebra. Porque seu café já esfriou na sua xícara favorita. Os jornais continuam chegando, como se você ainda os lesse toda manhã, mas agora só servem para acumular poeira na soleira da porta. Seu terno, aquele que você mais gostava, está desbotado, esquecido no canto do armário. E há teias de aranha na porta do seu quarto, como se o tempo tivesse decidido selar sua ausência com fios delicados e implacáveis. Acalento é uma palavra bonita, às vezes a pronuncio em voz baixa, como se ela pudesse me dar o que promete. Procuro por ele nos livros, nas músicas, até no vento que entra pela janela durante a tarde. Tento transformar sua ausência em saudade mansa, mas é difícil. Mesmo tentando buscar acalento para conseguir algum tipo de felicidade, sua falta parece continuar me perseguindo. Mas sigo, porque a vida, mesmo ferida, insiste em florescer. E, vez ou outra, quando o sol entra em um certo ângulo, quando o silêncio da casa parece menos cruel, penso que talvez um dia a calma deixe de ser falsa e o acalento, enfim, me alcance de verdade.
— Diego e Maria Eduarda em Encontro de poetas.
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moetrj · 1 month ago
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Ultimamente o desânimo vem me alcançado rápido demais, às vezes no silêncio do meu quarto, ás vezes no barulho da multidão. Ele sempre me acha. Aquela força que tira todo meu equilíbrio e me faz afundar cada vez mais. Nos dias de sol, na chuva ou até em dias nublados, ele sabe exatamente como me afetar por inteira. Ainda não sei como lidar com ele, mas já me acostumei com a sua presença e isso me desmancha cada vez mais. Aquela sensação de que eu poderia dar o meu melhor, mas perdi todo o ânimo e acabei sendo um desastre como sempre. Ele me tira a vontade de falar, de escrever e de conviver com tudo ao meu redor, me fazendo ser uma pessoa que eu não sou e nem me identifico.
— Maria Eduarda em Relicário dos poetas.
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moetrj · 2 months ago
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Nos dias que eu mais quero poder ouvir o silêncio, é justamente quando o mundo resolve fazer barulho.
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moetrj · 2 months ago
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Queria poder acordar e ver que tudo isso só foi um pesadelo e eu ainda sou uma criança brilhante. Aquela que os pais se orgulham assistindo as apresentações, que desenha uma família feliz em uma paisagem colorida, que não tem problemas em ser ela mesma, que conversa com todo mundo e que sempre é lembrada. Mas sempre que o despertador toca, percebo que não fujo da realidade. Não sou um orgulho para a família e nem um exemplo, sou um ser humano falho e cheio de erros, não sou bonita como meu grupo de amigas, inteligente ou divertida, não sei lidar com as críticas e choro quando percebo que não consigo mudar, sou uma verdadeira bagunça colorida.
— Merj.
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moetrj · 2 months ago
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Mesmo no caos ainda tento curar as feridas de tudo que já me dilacerou, mas estranhamente a sua ferida parece não querer ir embora. Você foi embora e deixou tudo em desordem, seu cheiro no meu lençol bagunçado, o quadro incompleto que nunca terminamos de pintar, seu moletom no balde de roupas sujas, os cacos de vidro da última taça que você quebrou e a sensação persistente dos seus beijos na minha pele. E isso tudo ainda consegue soar como agridoce, mesmo que eu negue odiar a marca que você me deixou, a ferida que você fez ainda tem cheiro de baunilha e flor de lótus.
— Maria Eduarda em Relicário dos poetas.
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moetrj · 2 months ago
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Procurar algo ou alguém para suprir esse meu vazio parece uma corrida sem fim.
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moetrj · 2 months ago
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Sou um ser humano feito de sonhos fúteis e falhas miseráveis, é sempre o mesmo ciclo de esperanças quebradas e decepções. Estou falhando em tudo que coloco grandes expectativas e sempre acabo me magoando com o resultado que eu mesma tive. Os sonhos que antes pareciam brilhantes, agora parecem ofuscados pela minha própria destruição. A sabedoria que antes em mim era tão importante, agora parece ser só mais um motivo de fingir ter algo. Isso não me parece certo, estou completamente acabada pelos meus erros e a cada dia percebo que isso não vai ter fim até que eu mude. Talvez o meu erro tenha sido sonhar acordada demais e ter esquecido de viver a vida real.
— Maria Eduarda em Relicário dos poetas.
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moetrj · 2 months ago
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Antes de tudo eu já sentia a nossa conexão, mas só tive certeza da nossa intensidade quando finalmente segurei a sua mão e compartilhamos do mesmo sorriso no rosto. A intensidade dos nossos olhares disse tudo o que nossas bocas não conseguiram acompanhar, a coisa mais verdadeira que já acreditei. Isso me fez sentir uma alegria que há muito tempo eu não sentia, tive vontade de eternizar nossas primeiras palavras de amor para sempre ficar gravado o que nós começamos juntas.
— Maria Eduarda em Relicário dos poetas.
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moetrj · 3 months ago
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O mundo me assusta, o fato de não ter segurança voltando para casa, de ter medo do que eu possa encontrar a noite ou nas esquinas. Ter medo de perder a vida por andar de mãos dadas, ser de uma cor menosprezada, de um gênero que fragilizam ou apenas ter uma guia no pescoço. Apesar de toda a resiliência e sorrisos, parece cada vez mais difícil colocar um pé na rua com orgulho. Tudo poderia ser mais fácil se só fossemos humanos, sem nos separar por classificações sociais. E isso tudo parece estar sendo normalizado, cada dia que passa perdemos mais pessoas só por serem quem são. Não existem mais lugares seguros, não se sabe mais quando os olhares são bondosos ou quando as palavras de amor são falsas. No fim, nenhum de nós está seguro.
— Maria Eduarda em Relicário dos poetas.
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moetrj · 3 months ago
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Tentei recomeçar após todo esse tempo, no início foi difícil, mas comecei a me libertar das lembranças que me prendiam a você. Estava tentando buscar a paz em meio ao meu próprio caos, até perceber que precisava arrumar a bagunça dentro de mim primeiro. Mas finalmente me encontrei, me desfiz do que me prendia ao passado e segui em frente. Se eu dissesse isso a mim mesma há algumas semanas atrás, eu mesma daria risada de mim, mas agora eu entendi realmente o que era amadurecer. E recomeçar foi meu melhor começo.
— Maria Eduarda em Relicário dos poetas.
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moetrj · 3 months ago
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Chamei por você, mas tudo o que ouviu foi silêncio, um silêncio cruel demais para pensar no melhor. Nossa despedida não teve nenhum “adeus”, você se foi de um dia para o outro, arrancando de mim alguns pedaços, deixando cicatrizes que nunca cicatrizam. São novos os tempos, mas eu ainda me apego ao tempo que perdemos sem motivo algum. O som da sua voz está aos poucos sumindo da minha memória, assim como a sensação reconfortante dos seus braços ao redor de mim e isso me assusta, porque nunca me imaginei esquecendo de você.
— Maria Eduarda em Relicário dos poetas.
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moetrj · 3 months ago
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Nunca aconteceu o nós e nunca acontecerá, mas porque eu ainda acredito que algum dia dê certo?
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moetrj · 4 months ago
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Aquela sensação de vazio que eu havia esquecido achando que tinha sido apenas uma fase, parece ter retornado de uma hora para outra. Nada mais parece ser reconfortante ou afetivo, tudo parece tão sem graça que até as coisas antes eram incríveis e prazerosas me deixam com uma sensação monótona, o que é estranho já que isso havia sumido. Talvez eu deva mudar a rotina, sentir novos sabores ou ter compaixão as pessoas ao meu redor, acho que estou falhando sendo ser humano e isso me preocupa. Mas tenho esperança que isso mude novamente, que eu volte a sentir emoções doces e que o vazio seja apenas uma lembrança distante.
— Maria Eduarda em Relicário dos poetas.
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moetrj · 4 months ago
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Nós paremos protagonistas de um clichê, mas aqueles clichês que o casal principal nunca fica junto.
— Um eterno impossível: Eu e você
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