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Odeio isso. Odeio essa necessidade de escrever. Eu odeio o que escrevo, mas mesmo assim, estou aqui numa segunda-feira as 23:11 (ou 11:11h para os místicos) me forçando a escrever só, por alguns instantes, sentir que estou me conhecendo melhor e expressando melhor meus sentimentos, mesmo sem sentir uma mínima evolução.
Queria escrever algo original, algo só meu, mas sinceramente não acho que somos originais. Hoje mesmo, durante a aula de literatura, meu professor começou uma discussão onde surgiu o questionamento “O que escrevemos é original?”, e eu sinceramente acho que nada é original… pelo menos, eu sei que não sou original. Tudo que eu penso, escrevo e sinto é porque já vi em algum lugar, já ouvi alguém comentar, um outro alguém já sentiu primeiro. Durante a produção disso, me lembrei de uma frase do filme “Sidewalls”, onde a principal diz “Sinto angústia de saber que sou um personagem perdido no meio de milhões”.
Talvez a necessidade de escrever venha disso, da falta de originalidade e a vontade de ser única, mas falho miseravelmente, pois não penso em nada sem que outra pessoa me dê “o gatilho”.
Agora pouco vi uma menina no TikTok falando sobre como ela era na adolescência e como era no início da faculdade, e eu me identifiquei com ela, mesmo ainda residindo a adolescência. Ela falou que, durante a adolescência se sentia triste, e a tristeza a fazia se sentir profunda… Mas, no início da faculdade, ela falou que começou a viver “a felicidade” ou a superficialidade que a sociedade cria da felicidade, a menina diz que iria em todas as festas, virava noites, ficava bêbada quase 24h/7d e que amava o superficial. Me identifiquei porque sinto uma leve complexidade e profundidade em ser triste, mas eu também amaria viver o superficial da sociedade e viver em festas… Talvez, só talvez essa superficialidade seja o desespero, entende? O desespero de querer sair da tristeza, da complexidade, do vazio. Você já ouviu falar que, quando uma pessoa está muito doente, praticamente morta, ela melhora DO NADA e logo em seguida morre? Descobri que isso também acontece com depressivos… Se um depressivo fica feliz, do nada, sem motivo, sem tratamento, sem remédios, ele provavelmente vai se matar. Eu acho que podemos associar a superficialidade a essa “melhora do nada e a morte em seguida”. Se você é depressivo e procura desesperadamente a “sensação de estar viva” (como ir para festar, beijar várias pessoas em uma noite, beber todas as bebidas e usar todos os tipos de drogas), saiba que isso irá te matar, será praticamente um suicídio indireto. Mas não se sinta tão apavorado com o que eu digo, estou falando isso para mim mesma, eu gosto de fazer isso, sabe? Eu gosto de escrever e dizer coisas em voz alta como uma forma de aviso para mim mesma, é uma espécie de teste para ver se consigo me ouvir, mas se eu não consigo nem ouvir os outros, por que irei me ouvir?
-Nix
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