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myownfictions · 9 years ago
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myownfictions · 9 years ago
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Traveling Soldier - Cap. 22
 Acordei no meu quarto, Annie e minha mãe estavam lá. Elas me abraçaram de uma forma quase desesperada ao notarem que estava acordada.
— Katherine...  — minha mãe sussurrou baixinho enquanto me abraçava.
Comecei a chorar, sem acreditar que aquele tinha sido mais um sonho ruim.
— Eu preciso do meu celular.  — falei, o que fez com que parecessem surpresas.
Pensei em procurar pelo pai de Joseph nas redes sociais, tentar saber mais sobre o que havia acontecido, tentar saber se haviam se enganado, eu torcia pra que sim. Mas ele me encontrou antes e havia me mandado uma mensagem.
“Olá, Katherine, eu sou o Carl, pai do Joseph, não sei se ainda sabe, mas infelizmente o meu filho foi morto na guerra. Imagino que esteja se perguntando como eu sei quem você é, como eu te encontrei. Apesar do Joseph já ter tentado me falar sobre você em alguns dos telefonemas que tivemos, eu não teria me lembrado o seu nome, ou de te procurar, mas quando vieram me entregar os seus pertences, haviam várias cartas com o seu nome e no bolso da calça que ele usava quando foi morto, havia uma foto sua e uma carta que ainda não havia sido aberta, a qual tomei a liberdade de ler e pude entender a razão dele querer tanto vê-la. Eu sinto muito por isso não poder acontecer.”
Entreguei o celular com a mensagem aberta para Annie e abracei a minha mãe muito apertado enquanto chorava ainda mais. Ali fiquei, no conforto do abraço das minhas duas melhores amigas, por muito muito tempo, até que eu dormisse.
Acordei de manhã bem cedo, o sol ainda estava nascendo. Na minha cabeceira estava o meu laço e uma carta. Era de Joseph. Estava fechada.
Então coloquei o laço em meu cabelo e comecei a ler, já com lágrimas nos olhos.
“Querida Katherine,
Fui escalado para ir a guerra e ainda não tive uma resposta sua, mas mesmo que pareça um pouco desesperado, eu não posso deixar de fazer isso, pois não sei se haverá outra chance de te dizer tudo o que eu sinto.
Bom... Eu amo você. Amo com toda a verdade que há em mim. Me desculpe por estar longe, eu daria tudo para estar com você.
Penso em você todos os dias e quando a lua está grande lá em cima eu penso em você várias vezes mais, o que mais poderia ser, se não amor?
Prometo tentar sobreviver e ir aí ver você, nem que eu tenha que te roubar pra mim, farei de tudo pra que seja minha pra sempre!
Totalmente seu,
Joseph”
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myownfictions · 9 years ago
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Traveling Soldier - Cap. 21
A semana passou muito rápido, eu ocupei o meu tempo com o máximo de coisas consegui, grande parte fugindo de Thomas, que não parava de me ligar, aparecer na minha casa, na minha escola, no meu trabalho... 
Sempre que dava eu tentava ver um pouco de Jornal, para ter notícias da guerra no Vietnã, na qual eu rezava pra que Joseph não estivesse.
O final de semana chegou depressa, logo, eu iria junto com a banda da escola tocar em um grande estádio de futebol, o que era muito legal, apesar de me deixar um pouco nervosa, mesmo eu sendo apenas uma das flautistas.
Na manhã de sábado, eu me sentia especialmente nervosa e enjoada, definitivamente nada bem, mas entendi aquilo apenas como nervosismo.
Annie foi para a minha casa ainda de manhã, para que almoçássemos juntas e depois iriamos todos para o jogo de futebol. Meu pai era o mais animado, pois torcia por um dos times que jogariam. Até Kassie iria estar lá. Eles todos estavam agindo como se eu fosse fazer uma apresentação solo e seria uma grande estrela, mas provavelmente ninguém nem iria me ver, ainda assim, ao me arrumar, senti a grande necessidade de por o laço no cabelo, queria sentir que Joseph estaria lá comigo, pois eu queria muito que ele estivesse.
Chegando lá, me separei da minha família e fui encontrar com os meus colegas da banda em baixo das arquibancadas para que pudéssemos nos posicionar, então começamos a ouvir as coisas que o locutor dizia, eu me sentia mais enjoada do que pela manhã, eu me sentia muito mal, estava ficando fraca. Então, fpi pedido para que todos fechássemos os olhos e fizéssemos uma oração e eu fiz, um dos meus maiores desejos era que Joseph voltasse logo. Depois disso, o locutor iria dizer o nome dos últimos mortos na guerra e o meu coração gelou, a boca ficou seca. Vários nomes desconhecidos foram sendo ditos e eu estava ali, com os olhos fechados, pedindo baixinho aos céus para que ele não dissesse...
— ... Joseph Louis...
Abri os olhos ao ouvir aquele nome e comecei a me sentir ainda mais enjoada, até que tudo escureceu.
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myownfictions · 9 years ago
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myownfictions · 9 years ago
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Traveling Soldier - Cap. 20
Quando cheguei em casa, eu não fiquei na cama chorando, não liguei pra Annie para contar e fazê-la me ouvir chorar. Eu troquei de roupa e fui ensaiar com a banda da escola.
Ao chegar lá, disseram que no fim de semana seguinte queriam que fizéssemos a abertura de um jogo de futebol e eu iria. O que eu tivesse para passar o tempo eu faria. 
Então fiquei ensaiando, tocando, repassando... Fiz isso por horas, mesmo quando todos haviam ido embora eu continuei lá tocando a minha flauta, quando me vi lá sozinha comecei a chorar, mas ainda assim não parava de tocar. Quando já estava a noite o meu pai chegou lá para me buscar, pois já havia passado muito desde a hora do final do ensaio. Então ele me viu aos prantos, sozinha, no meio do ginásio da escola, tocando uma melodia triste e sem sentido na flauta. 
Sem perguntar nada, o meu pai me abraçou bem apertado e o meu choro se intensificou, fiquei ali, com o rosto em seu ombro por não sei quanto tempo, apenas colocando todo o choro para fora. Depois o meu pai me levou para casa.
Fui para o meu quarto assim que cheguei, pouco tempo depois a minha mãe foi até lá ver como eu estava e eu lhe contei tudo.... Contei sobre Joseph, sobre Thomas, sobre o que eu vinha sentindo, tudo, tudinho mesmo. E ela me entendeu. Me senti tão mal por não ter contado nada antes.
—  Me desculpa por ter mentido, mãe, por não ter te dito o que estava acontecendo... Só parecia que... Eu estava fazendo algo errado...
—  Não há nada de errado em amar, em se apaixonar... As vezes as circunstâncias fazem com que parece que estamos fazendo algo horrível, mas não tem como não amar alguém. Não quando o nosso coração quer amar esse alguém. A decisão não é nossa.
Abracei minha mãe por um bom tempo e me senti bem melhor por me abrir com ela.
Ainda naquele dia, um pouco mais tarde, falei com Annie sobre o que havia acontecido, ela ficou muito irritada, xingou Thomas e a menina com quem eu o tinha visto e eu até ri um pouco ao conversar com ela.
Não é nenhuma surpresa que naquela noite eu tenha sonhado com Joseph.
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myownfictions · 9 years ago
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myownfictions · 9 years ago
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Traveling Soldier - Cap. 19
Acordei cedo no sábado e decidi passar a manhã com minha mãe e minha irmã, então assisti desenho, contei piadas, ri, ajudei a fazer o almoço, era a melhor sensação, eu as amava tanto, não podia ficar tanto tempo sem dedicar um pouco de mim a elas.
Depois de almoçar, liguei para Annie, contando-lhe sobre a carta que enviei para Joseph e também pra que ela me ajudasse a chegar em um acordo comigo mesma, resolver o que eu deveria fazer sobre Thomas. Sobre a minha vida.
— Katy, mas tá na cara que você não ama mais o Thomas como antes, ou melhor, como ele ama você... Me desculpa falar assim, mas é verdade, até cego vê.  — disse ela.
— É, eu sei, mas ele é uma pessoa especial pra mim, sabe? Não quero ter que machucá-lo.  
— Mas você esta se machucando, será que vale a pena?
— Eu não sei...
— Não é justo com você, sabe?
— Talvez...  — fiquei calada por alguns segundos  — você está certa.
— Eu sei que estou.  — ela riu
— Não se ache tanto!  — dei uma risada fraca.
— Mas falando sério, Katy, você sabe que eu concordo que o Thomas é uma pessoa incrível, mas você merece ser feliz e por mais esforçado que ele seja, não é dele que você precisa agora.
— É, eu vou conversar com ele.
Conversamos por mais alguns minutos e em seguida tentei ligar para Thomas, pra que ele fosse a minha casa, ou eu ir a casa dele, mas ele não me atendeu. Tentei mais algumas vezes e nada. Então decidi ir até lá, mesmo sem avisar, eu conhecia bem seus pais e não haveria problema. Eu não podia adiar isso, não podia correr o risco de mudar de ideia, pois aquela era a coisa certa a ser feita, então eu fui.
Liguei para ele algumas vezes no caminho, mas ele não atendia.
Ao chegar na esquina de sua casa, vi que seu carro estava parado  lá, então imaginei que ele tivesse em casa, minhas mãos já começaram a suar. Ao me aproximar mais, notei que havia alguém dentro do carro, provavelmente Thomas, chegando ou saindo. Mas ao dar mais alguns passos notei que ele não era o único lá dentro, havia mais alguém, então estreitei os olhos para ver melhor e vi um logo cabelo loiro e liso, eu não estava acreditando... então comecei a andar mais rápido e ao chegar do lado do carro eu fiquei totalmente paralisada. Thomas estava sem camisa e a garota (que por sinal, estudava na mesma escola que eu), sem blusa, usando apenas um sutiã preto. Ela sorria enquanto ele beijava o seu pescoço e ela ia tirando a sua calça, quando abriu os olhos e me viu ali, paralisada, olhando os dois. Ela arregalou os olhos e cutucou Thomas, que virou depressa.
Eu comecei a dar passos para trás, com os olhos começando a derramar lágrimas enquanto Thomas ia abrindo a porta do carro.
— Katherine, calma!
Eu virei de costas e saí andando pela mesma direção de onde eu vim. Então Thomas agarrou em meu braço, me fazendo virar. Então eu cheguei bem perto dele, com o rosto já tomado pelo choro e disse:
— Eu não esperava algo assim de você. Eu te odeio, Thomas.
— Não diga isso, Katy, eu te amo, eu...
— Cala a boca  —  Eu meio que gritei. Fui me afastando de novo e ele me puxou de volta. Então comecei a bater nele e chorar muito enquanto ele tentava me abraçar, até que ele me soltou.
— Me perdoa...
— Não... Eu perdi muito por sua causa, muito... Nunca mais quero ver você.
E então eu saí, fui até em casa chorando. Não por ter sido traída, mas por ter sofrido tanto por não conseguir mais amá-lo da mesma forma como eu pensei que ele me amava. Me senti tão culpada por ele e ele simplesmente fez algo assim comigo. Não havia explicações pro quão burra eu estava me sentindo naquele momento.
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myownfictions · 9 years ago
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myownfictions · 9 years ago
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Traveling Soldier - Cap. 18
Assim que o jornal acabou, dei um beijo no meu pai e subi correndo para o meu quarto. Se havia um momento para escrever a carta, o momento tinha que ser aquele, eu tinha que dizer tudo o que sentia por ele, algo dentro de mim gritava. Então, logo depois de recolocar o laço em meu cabelo, comecei...
“Querido Joseph,
Me desculpe não ter respondido logo as suas cartas, as duas ultimas chegaram ao mesmo tempo, por dois meses pensei que você tinha concordado em não me responder mais... Eu ando meio confusa com tudo e sem saber o que é melhor pra mim. Mas uma coisa é mais do que certa, eu quero muito ver você novamente. Na verdade eu quero te ver todos os dias, pelo resto da minha vida.
Eu estou totalmente, loucamente, perdidamente apaixonada por você, Joseph, cada átomo do meu corpo, cada gotinha de sangue, cada pelinho que arrepia sempre que meu coração dispara por sentir sua falta, tudo em mim te ama demais e grita pra que você volte. Então, por favor... Volta.
Eu vi algo na TV sobre uma guerra e espero que não levem você, eu ficaria louca, eu morreria só de pensar em alguém te machucando. Me manda notícias, quero saber como você está, quero que volte logo pra que eu possa cuidar de você e é nisso que eu penso todos os dias nos últimos meses, mesmo que eu não admita isso as vezes nem pra mim. 
Estou te esperando.
Com todo amor do mundo,
Katherine”
Respirei fundo ao terminar de escrever, era como se eu tivesse prendido a respiração durante todo o tempo que levei até finalizar a carta. Então eu deitei e em poucos minutos eu já estava sonhando com Joseph, mais um dos lindos sonhos.
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myownfictions · 9 years ago
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myownfictions · 9 years ago
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Traveling Soldier - Cap. 17
Alguns dias se passaram e eu não enviei nenhuma carta para Joseph. Não que eu não quisesse. Apenas não sabia o que dizer exatamente. Eu queria muito vê-lo, tinha certeza dos meus sentimentos por ele, mas Thomas me preocupava muito, pois eu não queria decepcioná-lo.
Em uma terça-feira, enquanto eu estava na aula, alguns dos músicos da banda da escola estavam passando nas salas para dizer que precisavam de mais pessoas e que quem soubesse tocar algum instrumento podia se inscrever. Eu já havia feito parte, quando mais nova, era uma das flautistas da banda e a Annie insistiu para que eu me inscrevesse, então o fiz. Isso podia me ajudar a pensar menos nas coisas e ficar bem pelo menos de vez em quando.
Na quinta disseram que fui aceita e nos sábados haveriam ensaios. No primeiro sábado eu estava lá, pensei que deveria ter feito isso antes, havia esquecido de como eu gostava daquilo e de como me fazia ficar relaxada e esquecer de tudo, pelo menos por algumas horas.
Naquele sábado, a noite, eu reli todas as cartas que Joseph havia me mandado, mas eu não chorei, eu me senti de certa forma feliz, ele era muito, muito especial, além de me fazer sentir especial também, eu queria tanto vê-lo, mas tanto, que eu achava que podia explodir sempre que imaginava estar em seus braços, poder tocá-lo, beijá-lo, eu queria tanto ser dele como eu nunca desejei ser de ninguém, queria ver aqueles olhos verdes se fechando ao dormir, sonolento ao acordar, adorava o jeito como ficavam apertando quando ele sorria e a forma engraçada que os arregalava ao dizer algo engraçado, eu queria tanto aquilo, mas tanto...
Desci para a sala depois de algum tempo e sentei com o meu pai, que assistia jornal, eu estava com saudades dele, eu quase não ficava com a minha família mais, não como antes, não queria que vissem que eu estava triste, então ficava sozinha. Fiquei abraçando o meu pai no sofá por um bom tempo e prestando atenção nas notícias. Até que a apresentadora falou algo sobre uma guerra no Vietnã e que os Estados Unidos enviariam mais soldados pra lá, meu coração apertou de imediato.
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myownfictions · 9 years ago
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myownfictions · 9 years ago
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Traveling Soldier - Cap. 16
Naquele dia eu fui trabalhar especialmente bem humorada, admito que pela ideia de rever Joseph, esse dia estava finalmente chegando, contei sobre as cartas para Annie que ficou animada por mim, enquanto conversávamos o meu telefone tocou.
Era Thomas.
— Oi, Thomas.  — falei, tentando soar natural.
— Oi, como você está?
— Bem e você?
— Bem... Posso buscá-la hoje? Estou com saudades.
Olhei para Annie, tentando buscar alguma ajuda e ela apenas deu de ombros.
— Ok, tudo bem.
Não podia fugir dele, ainda que estivesse feliz por talvez ver Joseph, Thomas ainda era o meu namorado e eu devia satisfações a ele, pois eu andava muito distante nos últimos tempos e talvez esse fosse o momento de conversar.
Quando Thomas chegou para me buscar, me deu um beijo no rosto antes de entrarmos no carro, em seguida fomos em silêncio até a minha casa. Ao parar o carro ele me olhou e disse:
— Acho que precisamos conversar, não é?  — balancei a cabeça positivamente.
— Sim, nós precisamos e muito...  —  houve uma pausa; mas quando pensei em começar a falar, Thomas disparou:
— Sabe, Katherine, eu realmente queria entender o que está havendo, eu te amo tanto, sabe? Não quero perder você, não consigo imaginar a ideia de continuar sem você do meu lado, seja qual for o problema, se eu fiz algo errado, me fala... Me perdoa, eu não quero te perder... De verdade...
Meus olhos estavam um pouco arregalados e marejados... Eu não sabia o que fazer, o que dizer, eu não era capaz de terminar com ele daquele jeito, não depois de ouvir o que ouvi, de vê-lo começar a ficar vermelho por prender o choro. Então eu peguei em sua mão e uma lágrima escorreu por meu rosto e então ele me abraçou. Ali ficamos por alguns minutos, chorando juntos.
Ao entrar em casa fui direto para o meu quarto, chorei por horas até pegar no sono.
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myownfictions · 9 years ago
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myownfictions · 9 years ago
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Traveling Soldier - Cap. 15
Mais um mês se passou, três depois de enviar a carta e até então, nenhuma resposta. Até então.
Era terça-feira, eu havia chegado da escola cansada, não da escola, mas de tudo. Não aguentava mais a minha rotina, não aguentava mais viver daquele jeito. Quando estava indo em direção ao meu quarto, ouvi minha mãe me chamar e fui até ela:
— Katy, chegaram duas correspondências pra você daquele seu amigo  — meus olhos se arregalaram e fui com mais pressa até minha mãe.
— Duas?  
— Sim, duas.  — disse a minha mãe, me observando.
— Ah... Ok mãe, obrigada.
— Você parece nervosa...  — Respirei fundo, tentando parecer normal.
— Ah não, só estou cansada.
— Entendo...  — Falou minha mãe, me entregando as cartas.
Fui para o meu quarto sem saber ao certo como me sentia. Só queria abrir as cartas e saber o que tinha nelas. Por que duas? E por que demorou tanto? Uma coisa era certa, ele lembrava de mim.
Coloquei o laço verde em meu cabelo, me sentindo meio idiota por isso, mas sentindo também que aquilo era necessário, como um ritual, sentei-me na cama e li o nome de Joseph no remetente das duas cartas, reparei também, que a data de uma delas era de três meses atrás e a outra de apenas uma semana, tal como o endereço também era diferente.
Comecei pela carta que havia sido escrita antes.
“Querida Katherine,
Eu não poderia simplesmente ignorar sua carta, tentei por um dia inteiro não responder, mas não consegui, acho que tenho que responder sim... Me desculpe. Não apenas por estar respondendo, mas por estar te fazendo mal de alguma forma, talvez se eu não tivesse te pedido pra trocar cartas comigo isso não tivesse acontecido desse jeito. Não que eu me arrependa, pois saber que você existe, saber que se importa comigo, me faz um bem enorme e esperar por uma carta sua tem me dado forças para continuar aqui, por que, sinceramente, eu odeio esse lugar.
Sentir isso tudo por você vem me fazendo bem, me faz contar os dias pra voltar, mas não posso ser egoísta a ponto de te pedir pra que continue, mas saiba que está doendo em mim ter que dizer adeus. Espero que não seja um adeus de verdade, espero que um dia eu possa vê-la, tocá-la.
Vou levar essa foto que me mandou junto comigo sempre e nunca irei esquecer você, nunca irei sentir o que estou sentindo por você por alguma outra pessoa, mesmo que eu possa amar, tocar, estar junto, você sempre vai ser você e sempre vai estar no meu coração.
Joseph.”
Meu coração estava totalmente apertado ao terminar de ler, eu não estava chorando, mas tinha aquela sensação de nó na garganta, como se a qualquer momento eu fosse explodir em choro, mas esse choro simplesmente não vinha. Respirei fundo e fui abrindo a segunda carta, sem esperar muito.
“Querida Katherine,
Confesso que tinha esperança de que você voltasse atrás e me escrevesse, mas não aconteceu... Confesso também que estou te escrevendo só pra que saiba que o endereço mudou e que você pode me escrever caso mude de ideia.
Não sei direito a razão de termos mudado de Cidade, tem outros soldados aqui de diversos outros lugares, alguns dizem que estão fazendo um recrutamento pro caso do País ser atacado e haver uma guerra, outros dizem que faz parte do treinamento, mas não sei ao certo.
Sei que quando essa fase do treinamento passar vamos poder ir pra casa, espero que fique feliz em me ver.
Sinto sua falta,
Joseph.”
Li e reli o final da carta várias vezes pra ter certeza de que o que eu li era real. Joseph viria me ver? 
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myownfictions · 9 years ago
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myownfictions · 9 years ago
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Traveling Soldier - Cap. 14
Lá estava eu, sozinha na areia da praia, observando as ondas quebrarem, haviam poucas pessoas por lá, algumas crianças felizes brincando, gostaria de trazer meus filhos algum dia, era o que eu pensava, meu corpo ardia por dentro, explodindo de tantas lágrimas contidas, respirei fundo enquanto fechava os olhos, tentando sentir algo bom e o que senti foram mãos quentes e macias tocando meus braços. — Eu estou aqui.  — Ouvi uma voz familiar dizer.  — Não se preocupe, vou estar aqui sempre.
Senti uma lágrima escorrer enquanto virava o rosto bem devagar, o que pude ver foram dois lindos olhos verdes e um sorriso tímido que eu tanto amava e sonhava em rever...
Abri os olhos e estava em minha cama, na escuridão do meu quarto, com aquela impotência familiar batendo forte dentro de mim. Dois meses se passaram desde que mandei a última carta para Joseph e ele não respondeu, assim como eu pedi. Admito que no fundo esperava que ele respondesse dizendo alguma coisa, meu coração queria ler que ele me amava e estava voltando pra ficar comigo, mas que inocência a minha, a vida real é bem mais dolorosa e eu tinha que aguentar o silêncio e tentar ficar bem.
Os tempos após a frustrada tentativa de “me livrar” do Joseph não foram fáceis, primeiro por que eu continuava sonhando com ele quase todas as noites, fora o fato de não ter notícias dele, não tinha como saber se estava bem, se estava vivo, e ainda por cima perceber que não trocar cartas com ele, muito pouco adiantou pra que eu pudesse esquecê-lo, ou pior, pra que eu voltasse a amar Thomas como antes.
A cada dia que passava eu evitava um pouco mais passar algum tempo com o meu namorado, comecei a inventar desculpas, voltar sozinha do trabalho, passar mais tempo com Annie, ler mais, ver mais filmes, tudo para não vê-lo, eu me sentia mal por isso, mas por outro lado, simplesmente não conseguia me dedicar ao relacionamento como eu fazia antes, tudo começou a soar como falso, o que doía em mim, pois ele sempre fazia tudo para me agradar.
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