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nadademax-blog · 7 years ago
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Em um relacionamento sério com os livros (II)
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por Stephan Max
Deslizando os dedos pelas redes sociais, acabei descobrindo que nesta semana se comemora o Dia Internacional do Livro. Resolvi selecionar quatro entre os quarenta livros que li em 2017 e preparei uma breve apresentação de um cada um, com um breve trecho pra dar um gostinho, e o link de um sebo com preço acessível caso você queira um deles pra você. Aprecie sem moderação!
*Não estão em ordem de preferência.
1-      Os quatro amores – C.S. Lewis (195 pgs.)
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  A única coisa mais ousada que poderia fazer um homem como Lewis, que descreveu em livro um mundo como Nárnia (que existia apenas em sua cabeça!), seria examinar os desejos, sensibilidades, atrações e distrações que são tão familiares a todos nós, dividi-los em quatro diferentes “amores” e resumi-los em poucas divertidas e reflexivas páginas . É exatamente disso que se trata este livro. A Afeição, a Amizade, o Eros (amor carnal) e a Caridade, com suas combinações e distorções, são defendidos pelo autor como o combustível de tudo que somos e fazemos – seja para seu pet , para sua mãe, para seu crush, ou para você mesmo. Ninguém pode se declarar um especialista em matéria de Amor (nem mesmo Lewis!), mas a beleza desta obra está em reconhecer que qualquer um poderia ter escrito este livro a partir da própria experiência, pois todos os sentimentos que circundam o amor são nossos velhos familiares.
“O prazer, levado ao extremo, nos destrói tanto quanto o sofrimento. O desejo de união que somente a carne pode mediar ao mesmo tempo que nossos corpos são exclusivos uns dos outros a torna perpetuamente inatingível, e pode ter a grandeza de uma busca sobrenatural. O amor pode trazer tantas lágrimas quanto a dor”.
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2-      A Revolução dos Bichos – George Orwell (94 pgs.)
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  O que aconteceria se porcos agissem como homens e homens agissem como porcos? E se eu te dissesse que um livro (lançado no mesmo ano da queda do nazismo!) usa justamente esta analogia para satirizar políticos (de repente este livro ficou mais interessante, não é mesmo?!)? Eu sei, à primeira vista parece um livro infantil (há alguns anos se estivesse lendo este post eu mesmo já teria pulado para o livro debaixo apenas por causa do título), mas apenas quem o lê compreenderá porque esta fábula vez ou outra é citada entre clássicos com títulos e capas que passam mais credibilidade. Talvez seja justamente isso que torna o livro tão único – provar que menos de cem páginas de uma fábula com suínos e galinhas falantes (diretamente inspirados em personalidades verídicas da União Soviética) são mais que suficientes para que até uma criança enxergue a seriedade de quão nefasto um governo manipulador centrado apenas em seus próprios interesses pode se tornar.
“Garganta conseguiu convencê-los do contrário. Era absolutamente necessário que os porcos, disse ele, sendo os cérebros da granja, tivessem um lugar calmo onde trabalhar. Além disso, viver numa casa era mais adequado à dignidade do Líder (...) do que viver numa simples pocilga. Mesmo assim, alguns animais se aborreceram ao ouvir dizer que os porcos não só faziam as refeições na cozinha e utilizavam a sala como local de recreação, mas ainda dormiam nas camas. Sansão resolveu o assunto com sua frase ‘Napoleão tem sempre razão’.
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3-      As 95 teses sobre a justificação pela fé – Morris L. Venden (304 pgs.)
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  Dos pelo menos 810 milhões de protestantes no mundo, seria muito otimista afirmar que pelo menos 5% deles já tenha lido as 95 teses escritas por Lutero pelo menos uma vez. Este clássico é um convite a voltarmos a refletir sobre algo que temos gradualmente esquecido ao longo dos 500 anos de protestantismo: o cristianismo não se trata de um código frio de regulamentos impossíveis, mas de uma ligação pessoal com o Cristo que nos ajuda a refletir sua imagem de um modo autêntico e leve. O título pode até parecer pesado, mas garanto um livro de linguagem simples, histórias divertidas e um forte apelo lógico. Sim, é um livro com uma capa ultrapassada e de quase cem capítulos , mas ao terminá-lo a mesma capa estava surrada e desejei que houvesse mais cem capítulos para ler!
“A Bíblia diz que ‘a tristeza segundo Deus produz arrependimento para a salvação que a ninguém traz pesar; mas a tristeza do mundo produz morte.’ (2 Coríntios 7:10). Assim, existe a tristeza segundo Deus, e há tristeza segundo o mundo. A de um tipo é uma questão de relacionamento; a outra, é limitada a comportamento. A de um tipo transforma sua vida; a do outro tipo, transforma somente seus atos – e só temporariamente. Um tipo é essencial; o outro tipo, não vale um centavo.”
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4-      Terra dos Homens – Antoine de Saint-Exupéry (153 pgs.)
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  Comprei este livreto apenas para saber o que havia por detrás do autor de “O Pequeno Príncipe”, pensando que teria apenas valor histórico e biográfico (a capa e o título são tão genéricos!). Surpresa! Poucos livros me arrebataram de um modo tão violento (ou, como diria a Raposa criada pelo próprio Antoine, “cativaram” hehe). Borrei todo meu livreto de anotações e chorei feito uma bezerra no final. O escritor foi um dos primeiros pilotos dos (extremamente precários)  primeiros aviões do planeta nos inicio dos anos 1900, e sua obra procurava justamente convencer a humanidade de que o mundo tem outro tamanho e a vida outro significado para quem se arrisca a viajar. É como ele gritasse “largue meu livro de aventuras e vá viver a sua própria, ainda que te custe a vida!” (e de fato custou a dele, quando aos 44 anos sua aeronave se perdeu para sempre no mar no mar mediterrâneo). Contendo as histórias de superação e sobrevivência mais impressionantes que já li e uma das observações mais sensíveis sobre o propósito da vida, Terra dos Homens é muito mais do que um livro sobre aviação, é um livro sobre vocação.
“Aqui não se trata mais de aviação. O avião é um meio, não é um fim. Não é pelo avião que se arrisca a vida (...) mas com o avião deixamos as cidades e os escritórios e recuperamos uma vida camponesa. Fazemos um trabalho de homem e temos preocupações de homem. Estamos em contato com o vento, com as estrelas, com a noite, com a areia, com o mar. Lutamos com as forças naturais. Esperamos a aurora como um jardineiro espera a primavera. Esperamos a escala como uma Terra Prometida, e procuramos a nossa verdade nas estrelas.”
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BÔNUS:  Outros 5 títulos que li em 2017 e recomendo:
Macbeth -  William (milk)Shakespeare
Carta ao pai - Franz Kafka
100 dias na Terra - Rúbia Albuquerque
Zodíaco (serial killer) - Robert Graysmith
Espero alguém - Carpinejar
Clique aqui para ver meus 5 livros favoritos de 2016. Clique aqui para ver meus 5 livros favoritos de 2015.
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nadademax-blog · 9 years ago
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Em um relacionamento sério com os livros
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(Sim, a meia de cachorrinhos é minha. E não, eu não tenho chulé.)
  Você já se apaixonou por um livro? Se a resposta é não, aqui vão algumas indicações que farão seus olhos brilharem; e se a resposta é sim, então fique à vontade (e não repare a bagunça rsrs). Este post contém os 5 Melhores Livros que Li em 2016*. Assim como em um post anterior aqui vai um curto parágrafo dedicado a cada um dos cinco livros favoritos, uma breve citação dos mesmos, e quem sabe o link de um algum sebo ou livraria que ofereça o título em preço acessível.
*Não estão em ordem de preferência.
01 – Bonhoffer – pastor, mártir, profeta, espião
(Eric Metaxas – 2011)
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  Em meio ao regime imoral e doentio do nazismo, um grupo de rebeldes infiltrados no governo nazi se reuni para sua cartada final – uma emboscada para matar Hitler. Entre os espiões da intitulada Operação Valquíria (aliás, já assistiu o filme estrelado por Tom Cruise de mesmo título? Super recomendo), está um prodigioso jovem pastor de nome difícil de ler (“Bonrrófer”). Como enfatiza o autor, o protagonista não estava interessado somente no conhecimento sobre a Bíblia, como insistia que de nada valia seu conhecimento se ela não influencia todos os aspectos da vida. Tudo muda quando ele coloca sua vida em perigo formando um exército (de jovens estudantes da Bíblia) contra o plano do ditador alemão de transformar as igrejas europeias em verdadeiros templos nazistas. Guerra, espionagem, História, Teologia, romance, poesia e drama, tudo em uma só biografia. Eu sei, o livro é extenso. Mas foi escrito por um dos biógrafos mais respeitados do mundo que dignifica cada página.
“Bonhoeffer fingiria ser pastor – mas fingindo que fingia, pois realmente ele era um pastor. Fingiria ser membro da Inteligência Militar que trabalhava para Hitler, mas (...) estaria na verdade trabalhando contra Hitler. Bonhoeffer não estava contando mentiras inocentes. Na famosa frase de Lutero, ele estava ‘pecando com ousadia’. Envolveu-se num jogo de alto risco de enganação e, ainda assim, sabia que no meio de tudo aquilo se mantinha em obediência total a Deus.”
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02 – O Jesus que eu nunca conheci
(Phillip Yancey – 2012)
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Jesus acariciando uma ovelhinha; Jesus com uma aura redonda de luz ao redor da cabeça; Jesus (99% das vezes nas gravuras) trajado com uma manta branca e uma faixa vermelha por cima. É comum prenderem Jesus em um estereótipo, quando foi justamente seu caráter imprevisível que o tornou tão grande. Logo, alguma coisa entre o conceito comum sobre Jesus e quem Ele realmente foi deve estar errado. Com uma abordagem jornalística, o autor questiona algumas das incoerências entre o Jesus “popular” e o Jesus bíblico, apresentando um Jesus humano ainda mais humano, e um Jesus divino ainda mais Divino. Yancey abre nossos olhos para um Jesus dotado de uma natureza no mínimo... irresistível. “O Jesus que Nunca Conheci” é precisamente Aquele que o mundo todo precisa (desesperadamente) conhecer.
“Ainda acho estranhamente confortador saber que, quando Jesus enfrentou o sofrimento, reagiu como eu. Ele não orou no jardim: ‘Ah Senhor, sinto-me tão grato por me teres escolhido para sofrer por ti (...).’ Não, ele experimentou tristeza, medo, abandono, e algo parecido até mesmo com o desespero. Contudo, Ele suportou, pois sabia que no centro do universo vivia seu Pai, um Deus de amor no qual Ele podia confiar, apesar de como as coisas parecessem na ocasião.”
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Em PDF clicando aqui.
03 - A arte de escrever
(Arthur Schopenhauer - 1840)
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  Se você está detestando essa onda de livros vazios e fúteis de ultimamente, escritos unicamente para vender e lucrar, este é seu livro. Se Schopenhauer já ficava indignado com escritores gananciosos de sua época creio que ele deve estar se remexendo no caixão com os populares livros para o público adolescente de hoje em dia. A reflexão deste filósofo de escrita provocante e irônica é um convite ao despertamento para a construção de uma literatura que dignifique (e não insulte) a inteligência de seus leitores (como não rir da frase “leram leram, até ficar burros”?!). Embora tenha criticas específicas para a época do livro, a discussão segue atual e útil. Muito além do que ensinar a escrever, esta coleção de pensamentos é uma convocação à arte de pensar; muito mais do que ensinar a ler, é uma provocação a reagir ao que se lê. Enfim, leia este livro e ao final você obterá a proeza de amar uma obra e odiar seu autor. Não é preciso ver as fotos de Schopenhauer com o cabelo desgrenhado no Google para concluir que ele era um maluco; mas como o maluco que era, ele se levantou em defesa da excelência literária que ele assistia se esvair.
“Os eruditos são aqueles que leram coisas nos livros, mas os pensadores, os gênios, os fachos de luz e promotores da espécie humana são aqueles que as leram diretamente no livro do mundo.”
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04 - Antologia
(Rui Barbosa - 2005)
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(Tomei a liberdade de eu mesmo fazer o ensaio fotográfico deste)
  Rui Barbosa honrava o moustache que cultivava debaixo do nariz. Todos os brasileiros lhe devem um “obrigado” por representar o Brasil na Conferência da Paz de 1907 deixando todos ali boquiabertos com sua intelectualidade (e sua famosa frase like a boss “em que língua vocês querem que eu agradeça?”). Por que isso foi tão importante para nós? Porque o senador baiano fez o mundo mudar, talvez por primeira vez na história, o conceito de “o Brasil só tem índios e macaquinhos”. Rui estava muito à frente de seu tempo (e talvez até mesmo do nosso) e merece nossa leitura. Esta antologia (coleção de trabalhos literários) reúne uma seleção de 75 de seus mais conhecidos discursos e declarações filosóficas sobre os mais variados assuntos, como ética, justiça, nacionalismo, religião e liberdade. Cada capítulo transparece muito mais que um político com um intelecto e eloquência privilegiada, mas um homem dotado de qualidades em extinção no Brasil de hoje: honra, humildade e sensibilidade moral.
“Eloquência é o privilégio divino da palavra em sua expressão mais fina, mais natural, mais bela. É a evidência alada, a verdade em erupção, em cachoeira, ou em oceano, com as transparências da onda, as surpresas do vento, os reflexos do céu e os descortinos do horizonte. Como o Espírito de Deus que vibrava por sobre as águas.”
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05 - Cristianismo puro e simples
(C.S. Lewis - 1944)
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  Lewis fez muito mais do que inventar o mundo de Nárnia; ele se fez notável por defender o Reino de Deus numa época onde oprimidos eram tentados a crer que não existia D’us, enquanto os opressores criam serem eles o próprio D’us: a Segunda Guerra Mundial. Em meio a um caos moral, a BBC convidou o ex-ateu a fazer uma série de palestras as quais geraram este livro. Enquanto Churchill erguia sua voz através do rádio ousando trazer esperança a uma Europa que não encontrava saída em meio à ameaça nazista, Lewis ergueu sua voz ousando trazer fé a uma nação prestes a desistir de procurar D’us em meio à cortina de fumaça da guerra. Com linguagem coloquial, criativas analogias e um impressionante apelo lógico, o autor expõe “do zero” os fundamentos do cristianismo: o que é, pra que serve, no que crê e porquê vale a pena crer também. A lucidez dos pensamentos cativa céticos e deslumbra crentes. Mesmo tratando de uma fé milenar e ter sido escrita para um mundo de décadas passadas, as discussões tratadas por Lewis continuam mais atuais do que muitos jornais ainda não impressos.
“Se você quer se aquecer, tem que se aproximar do fogo; se quer se molhar, tem que entrar debaixo d’água. Se quer a alegria, o poder, a paz e a vida eterna, tem que se aproximar ou mesmo penetrar naquilo que as contém. (...) Quando o homem está unido a Deus, como poderia não viver para sempre? Quando está separado de Deus, o que pode fazer senão definhar e morrer?”
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BÔNUS: Outros 5 títulos que li em 2016 e recomendo.
A Pergunta que Não Quer Calar – Phillip Yancey
Otelo, O Mouro de Veneza – William (milk)Shakespeare
A Assinatura de Jesus – Brennan Manning
As 5 Linguagens do Amor Para Solteiros – Gary Chapman
Doze Homens Extraordinariamente Comuns – John MacArthur 
(Clique aqui para ver meus 5 livros favoritos do ano passado)
Críticas, comentários e sugestões nos comentários; leio e respondo tudo :)
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nadademax-blog · 9 years ago
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Deus Lê Nossos Garranchos
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  “Você chama isso de letra? Parece mais uma pichação!”, zombava meu colega de classe chacoalhando minha lição de casa em mãos procurando me envergonhar diante de minha turma. A professora de História do fundamental tomou-lhe a folha e soltei um suspiro de alívio. Ela deu três ou quatro passos em direção a sua mesa, parou, e depois de um movimento de olhos de cima a baixo sobre minha tarefa colocou a mão na cintura e fez uma careta:
- Não estamos no Egito rapaz, não adianta escrever seus hieróglifos que eu não vou conseguir lê-los - ironizou enquanto ajustava os óculos de armação roxa e as salas ao redor podiam escutar as gargalhadas às minhas custas (aliás, devo dizer que a zombaria vinda daquela professora em especial cortava meu coração de modo particular, uma vez que por certo tempo minha paixão por História de alguma maneira influenciou com que me apaixonasse pela professora também... Ou será que foi o contrário?). “Professora, isto torna nosso amor ainda mais impossível”, lamentei de um modo que apenas minha mente pudesse escutar. A fama de ter uma letra feia sempre me perseguiu, e eu era considerado por muitos um caso perdido.
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  Por vezes fui “condenado” por professores a refazer (entre lágrimas) exames e trabalhos inteiros (até hoje detenho uma pequena coleção de provas e monografias do colégio com inscrições em vermelho dos professores de “refazer”, “passar a limpo”, e até uma da faculdade vindo de minha professora de Línguas Bíblicas enquanto eu ainda estudava  Ciências Teológicas que recomendou em nota: “da próxima vez prefiro que você responda utilizando o alfabeto hebraico”).  Usei quase meia dúzia de diferentes tipos de cadernos de caligrafia, sem sucesso. Todo este investimento para dez anos depois escutar de meu professor da faculdade de Jornalismo logo na primeira semana de aula:
- Sr. Max, em sua ‘grafia’ (letra) não há nada de ‘cali’ (beleza).
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  Alguns diagnosticavam que meu conflito com as curvas do lápis se devia ao fato de eu ser canhoto. Não, ser canhoto não é em si “defeito de fábrica”, mas influenciou para meus problemas com minha letra quando cursava a segunda série (que você pimpolho chamaria de terceiro ano) e minha professora obrigou-me por um ano a escrever apenas com a mão direita. Por vezes borrava as páginas do caderno com minhas lágrimas ao procurar fazer as tarefas com a mão “certa”. Isto causou um dano drástico a minha escrita. Melhorei muito desde então e fui adaptando meu estilo com o tempo, mas ainda não o suficiente para evitar aquela piadinha do “já pensou em estudar Medicina?”.
   O mais curioso é que de algum modo as pessoas mais próximas de mim tendem a ser exceções e não apenas entendem minha letra, como até chegam a gostar dela (gerando assim uma classe seleta da humanidade). Isto ocorreu especialmente entre amigos mais próximos e relacionamentos amorosos (o que me convence de que as coisas poderiam ter sido bem diferentes caso minha professora de História tivesse aceitado meu coração).
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(Foto de um caderno meu. Sim, eu entendo tudinho que tá escrito)
  Devo admitir que sou bem relaxado quanto a minha letra, mas extremamente (e de certa forma, exageradamente) caprichoso e exigente quanto ao conteúdo de meus textos, acabando por diminuir minha frequência de produção textual, que é a razão do longo intervalo entre um texto e outro deste blog. Tenho recebido de leitores algumas cobranças para que continue escrevendo, mas não consegui publicar nada (ainda que eu tivesse quase duas dezenas de textos incompletos engavetados). Amo escrever, mas edito (e reedito) freneticamente tudo o que escrevo (inclusive este mesmo texto, mesmo depois de postado). E por mais que meus últimos textos tenham tido uma surpreendente repercussão, tive que reconhecer que por vezes tenho medo de escrever algo ruim.
  Aí você me pergunta, como consegui voltar a escrever?
  Por que D’us me deu um tapa de luva através de uma criança de 5 anos.
  Foi num sábado à noite há alguns meses atrás, depois de palestrar em um evento para jovens. Eu assistia o culto (de boas) quando logo chega uma garotinha de menos de um metro de altura que havia escutado meu sermão. Ela toca meu joelho, me chama de “tio” e pergunta se pode assistir a programação comigo. É, assim do nada. Desvendei um sorriso de surpresa e carinho (aliás, meu amigo Cleiton vai amar essa história. Ele repete há 10 anos que eu devo ser feito de doces, pois onde ando têm crianças atrás de mim). Foi quando acomodada sobre minha perna esquerda enquanto balançava suas perninhas que não alcançavam o chão, que ela levantou um pedaço de papel e disse com um tom pomposo:
- Escrevi uma carta pra você!
  Levantei as sobrancelhas enquanto em um relance pensava se alguém da idade dela já sabia escrever uma homenagem, afinal ela definitivamente não aparentava ter idade escolar. Toda orgulhosa, ela pousou sobre a palma de minha mão um pequeno papel de caderninho de anotações ainda com as rebarbas, onde entre as linhas azuis estavam desenhadas sete linhas de rabiscos infantis em espiral que imitavam grosseiramente um texto. Fiquei curioso em saber se ela tinha algo em mente quando “escreveu” os riscos (“as pessoas grandes não compreendem nada sozinhas, e é cansativo para as crianças estar toda hora explicando” ironizou certa vez o autor de O Pequeno Príncipe). Ela pegou de volta o bilhete por um momento e passou o (pequenino) dedo indicador sobre as linhas enquanto me traduzia o que só poderia ser decifrado pelo idioma da pureza de uma criança:
  - Aqui está escrito “eu te amo. Beijos, muitos beijos”.
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  Uau. Foi a carta mais linda que alguém já me escreveu.
  Ela não ligava para a “embalagem” da mensagem. Ela só queria que eu soubesse o quanto ela era grata em estar comigo.
  Foi aí que entendi que D’us quer exatamente isso de mim. Absolutamente NADA que eu Lhe ofereça O pode impressionar, nada que eu escreva, cante ou declame pode Lhe descrever. E na verdade, Ele não espera nada de muito extraordinário vindo de uma criança como eu. D’us me conhece melhor que eu mesmo, e não tem dificuldade de desvendar os garranchos de minha vida. Ele conhece nossas limitações e não se ofende com nossas imperfeições, mas se enternece delas. Foi mais ou menos o que o filósofo judeu Paulo registrou certa vez:
“Ele (Jesus) é capaz de se compadecer do ignorante e daquele que erra, uma vez que Ele mesmo está vestido com nossas fraquezas”  
Hebreus 5.2 (versão pessoal do texto)
  Jesus não está nem perto de ter nossas limitações, mas se revestiu de nossa humanidade e sabe como é difícil para alguém com uma natureza má fazer o bem. D’us vê muito além do que você faz, Ele sabe quem você é. Ele decifra beleza em nossas intenções, ainda que nossas ações infantis nem sempre o consigam expressar. Sim, Ele enxerga nossas limitações imaturas e nosso braço exausto (e exausto e exausto...) de tentar fazer melhor sem ter sucesso. Sabe nosso medo de desapontá-lo. Mas tenho compreendido que tudo o que preciso é da ousadia de uma criança. Necessito estender-Lhe a folha de minha vida, assim mesmo, amassada por meu passado e ainda com as rebarbas de meus (não poucos) defeitos. Sim, tudo que eu tenho a Lhe oferecer é este punhado de atitudes grosseiras registradas em rabisco infantil, mas que Ele, e somente Ele pode desvendar, e explodir de alegria ao entender que tudo o que quero desesperadamente expressar é exatamente isso:
  “Jesus, eu te amo. Beijos, muitos beijos”.
  Obrigado Senhor, por ler meus garranchos. Prometo fazer melhor da próxima vez. Ensina-me por favor.
  Stephan Max é formado em Ciências Religiosas e atualmente estuda Jornalismo no UNASP-EC, onde apresenta palestras e desenvolve ministérios voltados para os jovens. Ele se sente grato por terem inventado o teclado digital, pois do contrário ele teria de fazer este texto à mão e na primeira frase você já teria desistido de ler. Se puder, ore pra que ele viva o que esta escrevendo (foram 3 meses para terminar este post).
BÔNUS: Poesia cantada Grupo Projet’Art “Escreve em Mim”
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nadademax-blog · 9 years ago
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Pode Beijar a... Minha Irmã
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 Anos atrás compreendi que deveria romper um relacionamento de longa data após escutar um BibleCast sobre Dez Maneiras de Se Casar com a Pessoa Errada (dá uma olhadinha!). O material ajudou-me a entender que em nosso caso não apenas ela não era a garota certa para mim, como também descobri que eu de igual modo não era o cara certo para ela. Mal sabia eu que aquele pequeno documento de áudio não mudaria apenas minha vida.
  Na época havia acabado de transferir-me a fim de terminar meu Curso em Ciências Teológicas e morava em um bairro próximo a universidade, onde vez ou outra discorria o tempo com um de meus vizinhos que cursava pós-graduação também em Teologia. Quando ele comentou também passar a ter conflitos em seu namoro, apresentei-lhe o material que tanto me ajudara, o que também influenciou no fim da empreitada.
  Meses depois este meu vizinho, Tiago, trancou seu curso e mudou-se para Dublin – Irlanda, com a intenção de servir como missionário e aprender o inglês. Certa vez, uma jovem da mesma igreja pediu hospedagem com a intenção de ficar na cidade por apenas um final de semana no intuito de fazer um exame para sua pós-graduação. Ela se especializava em gastronomia vegan, que evita o consumo de glúten, lactose e pesquisava diferentes meios de preparação de refeições para pessoas que como ela possuem algum tipo de intolerância alimentar. Por um problema no voo de volta ela acabou ficando por mais algumas semanas, e ele se ofereceu para apresentá-la a cidade. E foi em algum instante enquanto ele cruzava à bordo de sua bicicleta as mais notáveis paisagens da Irlanda quando ofuscado pelos cabelos dourados da garota acomodada entre o assento e o guidão que perfumavam seu rosto, que apaixonaram-se.
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  Entre os muitos diálogos enquanto o par de luvas que o rapaz a presenteara protegia suas delicadas mãos do frio europeu, a jovem mencionou estar confusa sobre um relacionamento não resolvido com outro rapaz no Brasil. Ele lembrou-se do podcast sugerido por mim que tanto nos ajudara e incentivou-a que também o ouvisse. Como resultado ao voltar ao Brasil ela rompeu relações com o outro pretendente, mudou-se para Dublin e um ano depois aceitou o pedido em noivado deste meu amigo.
Ela é Thalita, a quem posso chamar de minha irmã.
Seria errado afirmar que sem a palestra compartilhada por mim eles não estariam juntos hoje, mas gosto de apreciar que tive alguma contribuição nisso.
  Neste 27 de março, contemplei Thalita que, por tantas vezes foi daminha de honra em casamentos, desta vez atravessando os corredores de uma cerimônia como a noiva. E meu amigo que trocou tantas prosas comigo em casa há anos atrás quando vestíamos apenas uma bermuda ou samba-canção, agora apertava o nó de sua gravata-borboleta enquanto esperava a mesma noiva para o esperado “sim”. O Pr Diego Barreto (o idealizador do BibleCast) oficializou a cerimônia e lhes conferiu a bênção, mas tive como maior privilégio de meu (precoce) ministério até então poder pregar nesta cerimônia de casamento, e segue aqui o texto do sermão na íntegra, tendo adicionado partes que improvisei na hora, assim como mantendo trechos que gostaria de haver dito, mas que foram engolidas por meu nervosismo.
“Nós cremos no amor. E é por isso que estamos aqui reunidos para testemunhar a união em amor da Thalita e do Tiago.
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(Thalita você está uma princesa, está linda! Tiago, também reconhecemos que você se esforçou bastante, parabéns.)
  Hoje tenho o privilégio (assim como meu segurança, o Pr Diego ali atrás) de falar em nome primeiramente do Criador, em nome dos pais, dos familiares e amigos, dos seus fãs da internet (que não são poucos), enfim, em nome te todos aqueles que amam vocês, os presentes e não presentes (em especial a Catharina, irmã do Tiago, assim como seu esposo).
  Quero antes de tudo (e antes de nada) agradecer o convite, o mais importante de minha vida até hoje e a maior honra que um irmão pode ter. Preciso também pegar uns segundos emprestados para reconhecer que gostaria de ser um pouco mais digno de falar com vocês, pois Thalita e eu não fomos tão bons irmãos quanto poderíamos ter sido um para o outro, a começar por mim.  E olho nos seus olhos Thalita quando peço perdão. Mas quando vejo como o Tiago e a Catharina são um com o outro eu agradeço a D’us.  Gosto de entender que D’us colocou os colocou para nos ensinar como é que se faz, não é mesmo? Então obrigado por terem confiado em mim, algo que nem eu mesmo o teria feito, e agora eu tenho 9 minutos e meio para provar-lhes que isso não foi um erro.
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  Eu realmente havia pensado numa mensagem que creio que não teria dado certo, onde dava alguns macetes para o Tiago de como relacionar-se com a Thalita (por exemplo, se fizer cócegas aqui no ladinho da barriga dela você vai conseguir o que QUISER dela! Fica aí a dica), mas fui impressionado a compartilhar esta mensagem na Palavra de D’us para vocês que se encontra em I Coríntios 11.11 em diante. Vocês sempre poderão lembrar-se desta passagem porque está no capítulo 11 e verso 11, um do ladinho do outro. Este é meu presente de casamento a vocês:
“Todavia, nem o homem é independente da mulher, nem a mulher é independente do homem, no Senhor. Porque assim como a mulher proveio do homem, assim também o homem nasce da mulher, mas tudo vem de D’us.” 1 Coríntios 11:11,12
  Simples assim. D’us criou no homem dependência da mulher, assim como também criou na mulher dependência do homem. Mas principalmente, criou no casal a necessidade de depender e convergir a D’us. E os que lhes conhecem podem ver claramente como nos últimos anos vocês aprenderam tanto a refugiarem-se um no outro, mas ao mesmo tempo buscarem força e sabedoria vinda de D’us. De modo que esta cerimônia é muito mais que um mero formalismo, senão um verdadeiro reflexo do reconhecimento de D’us nas suas vidas.
  E como você Tiago disse quando você se declarou a Thalita por primeira vez, ela tem o dom que te cativou. Ela foi a primeira garota enxergou o Tiago por trás do “Pr” de pastor que vem antes do seu nome. Ela foi a primeira que entendeu que pastor é muito além do que você faz. Ela entendeu que pastor é quem você é. E foi irresistível, não é mesmo?
  E vou te falar Tiago, não sei se você sabe, mas a Thalita sempre teve um perfil que atraía mas que ao mesmo tempo intimidava os outros rapazes. Ela foi educada a saber o valor que tem e com esta segurança ela deixou muitos pretendentes para trás. Mas, com detalhes, uma carona de bicicleta de cada vez, com um par de luvas pra aquecer as mãos dela dos ventos irlandeses, pequenas coisas, você Tiago encontrou a brecha na armadura da Thalita. E ela abaixou a guarda.
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  Tiago, você tem o dom da santa ousadia. Falar de Cristo sempre te foi um prazer e é algo que emana naturalmente de ti. E segundo a Catharina, quem te conheceu como uma lenda da colportagem neeem imaginava que você já tinha essa coragem de testemunhar a muito tempo, quando ainda criança entrava nos ônibus públicos e saía cantando hinos pra todo mundo ouvir. E hoje você é um pastor e D’us te entregou um rebanho. Mas você não pode jamais esquecer que essa branquelinha aí do seu lado é sua ovelhinha número 1. E ela tem que ser aquela ovelha que quando estiver em apuros você precisará deixar as 99 pra buscar exclusivamente a ela. E alguma destas testemunhas aqui pode até pensar “nossa, mas não seria errado um pastor que renuncia todas as outras 99 pra cuidar de uma única?”. E você sabe que este pensamento infelizmente tem sido popular inclusive entre outros pastores. Mas estes mesmos pastores são os quais perdem o respeito do próprio rebanho que vê e pensa “se ele não apascenta sequer aquela que divide a mesmo leito que ele, o que será de nós?”. Se você deseja ser o grande pastor que Jesus viu dentro de você Tiago, tem que guardar no coração que quando você deixa todas em prol de apenas uma, você as dá a segurança e a certeza de que você faria o mesmo por cada uma delas.
D’us vai cobrar isso de você.
E eu também!
(olhar fatal)
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   Thalita, lorinha, você é a artista da família. Você é um gênio do sabor, e a grande maioria daqui sabe do amor, o capricho com que você prepara seus pratos, E isso também não vem de hoje, pois desde quando morávamos lá nos fundos da casa do Seu Valter você já cozinhava com todo amor para as suas bonecas com aquelas panelinhas cor-de-rosa de plástico que a titia Roseli e o tio Ezequiel te presentearam. E agora Thalita, presta baaastante atenção, porque esta será a primeira e certamente a última vez que eu te dou conselhos culinários:
Se você acordar azeda você pode azedar a casa toda também. A outra opção é a cada manhã enfestar a casa de alegria como o cheiro bom daqueles pães integrais que a mãe preparava que nós amamos;
Coloquem a mão na massa sempre juntos;
Evitem também o fermento do orgulho, a farinha e a lactose do ciúme. Provem a todo mundo aqui que vocês não precisam do glúten da vaidade para saborear a vida!;
Vez ou outra sem dúvida as discussões vão queimar as bordas do casamento, mas se feitas sem faltar com amor isso apenas tornará a massa do relacionamento mais crocante e consistente;
Quando a mágoa por acaso quiser desmanchar o relacionamento, cubram tudo com o chantili da graça e do perdão;
E principalmente (levantando a Bíblia) - consultem o Livro de Receitas todos os dias.
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  Enfim Thalita e Tiago, como lido anteriormente é D’us Aquele quem vai torná-los mais que um casal bonito, mas um casal feliz e completo. Portanto:
Cuidado com as brechas. Não abram as brechas para o Inimigo;
Repugnem e aprendam com os erros de nossos pais, enquanto amam e imitam descaradamente suas qualidades;
Não confundam os meios com os fins; ou seja, Thalita, você deve amar o Tiago mais do que a segurança e o status que ele te oferece. Tiago, você precisa amar a Thalita mais do que o sexo;
Mais do que a Obra de Jesus, ensinem seus filhos a amarem o Jesus da Obra;
Nunca caiam na rotina;
Tomem as decisões importantes sempre juntos;
Abram todos os dias as Janelas do Céu na casa de vocês. Sim, mantenham as Janelas do Céu sempre abertas, e vocês nunca estarão sós;
(Me aproximo, estendo minha mão direita e entrelaçamos nossas três mãos umas nas outras com firmeza)
Olhem pra trás para estes que te amam tanto. Olhem para seus pais, seus amigos e parentes. Agora olhem para mim. Viram? Vocês não estão sozinhos. 
Nós amamos vocês. Sim, nós amamos vocês.”
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“Pode beijar a... Minha irmã”
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Fotos by Misa Gruber
Stephan Max é o irmão da noiva. Mas também é graduado em Ciências Teológicas pelo Centro Universitário Adventista de São Paulo Campus II, onde atualmente estuda Jornalismo, apresenta palestras e dirige ministérios voltados para os jovens. Legal né?
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nadademax-blog · 10 years ago
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Se Você Gosta de Ler...
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   Alguns inspiradinhos daquelas ‘frases de internet’ (aliás, alguém por favor me diga quem são eles!!!) relacionam a paixão pelos livros a uma viagem, outros com o prazer de comer, com voo e até mesmo com a necessidade de respirar (tsc tsc, mas que drama, em minha opinião associar qualquer coisa com comer já é um baaaita elogio). E quanto a este serelepe projeto de escritor? Gosto de comparar a leitura com uma bicicleta. Ainda criança você interessa por ela assistindo os mais velhos tirando onda e não vê a hora de aprender também – e na hora de aprender você acha que vai morrer. Inicialmente parece impossível, mas andar de bicicleta é como and... Calmaêeee, quase fui profundamente redundante. (...) . Sim, aprender a pedalar pode aparentar ser bem difícil a início, mas com persistência (e aquele empurrãozinho de uma mão amiga) você pega o jeito. Logo ela torna-se uma extensão de sua infância e um sinônimo de diversão. Mal sabe você que é muito mais que um entretenimento - é um presente para seu corpo, mente e espírito.
  Você só não pode crescer e acabar deixando de pedalar por aí.
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  Abandonando a bicicleta (tá me acompanhando né, a bicicleta é o livro cara, o livro!) você abandona também a adrenalina e as imprevisíveis paisagens para onde ela poderia te levar, as histórias que só você teria pra contar, a maneira única de ver o mundo que ela oferece. Mas fazendo dela uma parceira, de pedalada em pedalada você pode alcançar um horizonte... Transcendental. Resumo? Bicicletas de pneus vazios possuem donos empoeirados, estantes com livros empoeirados possuem donos vazios.
  Neste último ano tive a graça de ler (e pedalar!) bastante. Fui apresentado a livros que completei em uma única tarde como em uma caminhada no parque, quando outros me custaram até 3 meses de “maratona”. Teorias, sabedorias, biografias, poesias, histórias reais e fictícias... Todas transbordando borbulhantes dos tonéis de minha mente e agora escorrendo entre os dedos que redigem este texto ensopado de paixão por conhecimento. Presenteio você que também gosta de ler (ou que deseja se reapaixonar pela leitura) com um único parágrafo de comentário, uma breve citação e quem sabe um site de algum sebo que ofereça o título em preço acessível – sobre os 5 Melhores Livros que Li em 2015*:
*Não estão em ordem de preferência.
01 – A Metamorfose
(Franz Kafka – 1915. 142 pg.)
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  Imagine que um dia qualquer você desperte do sono e se dê conta que seu corpo repentinamente transformou-se numa espécie enorme de barata monstruosa (“dia qualquer”... ha-ha-ha).  É exatamente o que ocorre com o rapaz Gregor Samsa neste conto tcheco (assustadoramente) rico em detalhes, que se passa praticamente inteiramente dentro de um quarto sujo. O mais instigante é que sua maior preocupação não se deve a sua deformação, mas não poder mais sustentar sua casa ou ter o afeto da família. Vi neste curto livro muito além de um retrato do homem do século XX, uma curiosa e triste alegoria da natureza humana expressada no livro de Romanos. A leitura foi sugestão de meu amigo Andrei Smoler, vlogger do projeto Jalan e agora a estendo a você.
“Quando certa manhã Gregor Samsa acordou de sonhos intranquilos, encontrou-se em sua cama metamorfoseado num inseto monstruoso. Estava deitado sobre suas costas duras como couraça e, ao levantar um pouco a cabeça, viu seu ventre abaulado, marrom, dividido por nervuras arqueadas, no topo do qual a coberta, prestes a deslizar de vez, ainda mal se sustinha. Suas numerosas pernas, lastimavelmente finas em comparação com o volume do resto do corpo, tremulavam desamparadas diante dos seus olhos.”
Compre usado: http://www.estantevirtual.com.br/busca?q=franz+kafka+a+metamorfose
 02 – David Livingstone
(Abgail Liedke/ Neila Oliveira, 1993. 92 pg.)
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  David quem?? Não permita que as discretas nove dezenas de páginas deste livreto te subestimem – nelas foram tatuados os feitos de um herói. Meu pai (xêro pai!) recomendou-me esta curta biografia há mais de 10 anos até que finalmente cedi, e queeee leitura! Curto ler biografias e Mr. Livingstone foi uma daquelas pessoas que mudaram o mundo e não fizeram questão que ele por inteiro o soubesse. É digno de leitura o registro de alguém que foi médico, geólogo, explorador, missionário, escritor, zoologista, botânico, filantropo, pregador, diplomata e vendedor de churros (OK, aí já é demais pra ele). Tendo vivido no século XIX, foi arauto contra o tráfico de escravos na África, descobridor de rotas marítimas entre o Oceano Atlântico e Pacífico, e como se não bastasse foi atacado por um leão e não morreu... Mas talvez seu feito mais heroico foi ter morrido de joelhos. Um banquete de inspiração.
“Assim que a lancha começou a subir o rio, apareceu uma centena de africanos armados de flechas para impedir sua passagem. O grande explorador desembarcou sozinho, e desarmado foi falar com o chefe da aldeia Tingane.”
 03 – Teologia e Filosofia
(Carlos Flávio Teixeira – 2008. 362 pg.)
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  Teologia e Filosofia são ciências aliadas ou opostas? Ambas possuem pelo menos um objetivo em comum: responder as perguntas fundamentais impostas pela existência. A divergência (e é agora que o livro fica interessante!) ocorre quando as duas ciências procuram responder as mesmas perguntas com pressuposições diferentes, já que a Filosofia apenas aceita respostas fundamentadas na razão e no empírico enquanto a Teologia reconhece o transcendental e sua realidade muito além da limitada percepção humana. O autor (que foi meu professor de Filosofia) ajudou-me a entender até que ponto uma tem interferido na outra, as vantagens e desvantagens desta mescla e como isso afeta hoje o senso comum (sim, o seu também). Sim, o livro tem uma pegada mais acadêmica, mas o tema merece este tipo de tom mais refinado.
“A Bíblia não somente apresenta as verdades por Deus reveladas, como também estabelece as pressuposições, diretrizes e as perspectivas à luz das quais essas verdades reivindicam ser examinadas... Em seu conteúdo, a Palavra de Deus se apresenta como sendo as verdades proposicionais reveladas pela divindade.”
 04 – O Diário de Anne Frank
(Annelies Frank, 1947. 400 pg.)
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  Um dos livros mais lidos da história, talvez por harmonizar a inocência de uma garota de 13 anos e a brutalidade de uma guerra mundial. “O Diário” foi um presente de uma grande amiga* e recomendo meeesmo. Trata-se das verídicas memórias da pequena judia em meio ao Holocausto de Hitler escondida com sua família e outros judeus (num total de 8) em um “anexo secreto” por agonizantes anos sem sequer colocar a cabeça para fora da janela (mas é surpreendente como lendo o mais famoso livro sobre a Segunda Grande Guerra por vezes me encontrei às gargalhadas!). O mais arrebatador dos poréns é quando se compreende que não há esconderijo que possa proteger Anne da verdadeira guerra da trama – o conflito travado dentro de seu coração entre seus dilemas pré-adolescentes.
*Sei o que você está pensando sobre o “grande amiga” espertinho. Pois é, ficou por isso mesmo entre nós hehehe.
“Eu me pergunto várias vezes se não teria sido melhor não termos nos escondido, se estivéssemos mortos agora e não tivéssemos que passar por toda essa desgraça (...). Mas ainda amamos a vida, ainda não esquecemos a voz da natureza e continuamos com esperança apesar de... tudo. Que aconteça alguma coisa logo, até mesmo um ataque aéreo! Nada pode ser mais esmagador do que essa ansiedade. Que chegue o fim, mesmo sendo cruel; pelo menos saberemos se vamos ser vencedores ou vencidos.” (adaptado do Inglês)
Compre usado: http://www.estantevirtual.com.br/busca?q=anne+frank+o+diario+de+anne+frank
  05 – Os 7 Hábitos das Pessoas Altamente Eficazes
(Stephen R. Covey, 1989. 440 pg.)
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   Se você torceu o nariz para a capa simplista e o título com carinha de ‘autoajuda’, saiba que também foi minha primeira reação. Mas saiba também que deixei o melhor para o final. Esta obra mudou minha (saltitante) vida, e pelo jeito não só a minha já que este best-seller foi considerado pela Chief Executive como “O Livro Mais Influenciador do Século XX no Mundo dos Negócios”. Meu pai me o indicou em 2007, comprei-o em 2011, mas só cheguei a lê-lo em 2015 (foi mal Seu Davi!). O autor de nome quase perfeito (pegou a referência?) desestrutura as populares fórmulas para o êxito profissional e pessoal defendendo que os (impopulares) princípios não deixaram de ser a chave da verdadeira realização. Com uma admirável sensibilidade de “obvializar” o poder do caráter sobre a “lei do mais forte”, o autor sugere 7 simples atitudes para quem deseja ser mais eficiente profissionalmente e competente no lidar com as verdadeiras prioridades. É impressionante a naturalidade com que o escritor reconhece a influência positiva dos bons relacionamentos e da religião neste tipo de assunto.
“No íntimo todas as pessoas são frágeis e sensíveis. Não acredito que a idade ou a experiência façam muita diferença. Até as pessoas mais grosseiras carregam no seu interior sentimentos de ternura e emoções do coração.  É por isso que, nos relacionamentos, as pequenas coisas são as grandes coisas (...). Mas ninguém pode convencer ninguém a mudar. Os portões da mudança só podem ser abertos de dentro para fora.” (adaptado do Espanhol)
Compre usado: http://www.estantevirtual.com.br/b/stephen-r-covey/os-7-habitos-das-pessoas-altamente-eficazes/2540917857?q=stephen+r+covey+os+7+habitos+das+pessoas+altamente+eficazes
  P.S.: Alguns deles se tornarão base para futuros posts deste mesmo blog. Nem todos os livros se encontram disponíveis para venda na internet, mal aê. Críticas, comentários e sugestões em meu e-mail [email protected]
     Stephan Max é graduado em Ciências Religiosas pelo Centro Universitário Adventista de Ensino de São Paulo, e como se formou há menos de um mês você deve imaginar seu sorriso maroto ao escrever esta frase pela primeira vez na vida (!).
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nadademax-blog · 10 years ago
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Um Texto Sobre Tempo Perdido
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Hélio Miguel e eu somos parceiros de seminário, projetos, leitura, papos de madrugada com os dedos amarelados de salgadinho, e agora divido com ele também neste blog um espaço para esta empolgante reflexão desenvolvida por ele.
  Depois daquela aula fiquei entretido com esse tema e diversas vezes me pegava voltando a ele inconscientemente. Então resolvi que escrever sobre isso. Calma! Eu já explico porque você está aí todo perdido.
  Certa vez um professor meu falou algo muito interessante numa aula de escatologia (que é a parte da teologia que estuda os últimos acontecimentos da história, em outras palavras, o fim do mundo). Com aquilo comecei a pensar sobre outras coisas e resolvi tentar grudar esses recortes neurais no papel (ou na tela, que é o teu caso, não é mesmo?).
  Há pouco mais de 100 anos, em 1915 a primeira arma química da história foi utilizada na primeira guerra mundial, Albert Einstein publicou sua teoria da relatividade geral, o ator e cantor Frank Sinatra nasceu e o último dos membros pioneiros da igreja Adventista do Sétimo Dia morreu aos 87 anos de idade. Ellen Gould White foi a escritora mais prolífica da denominação, e provavelmente esteja entre os autores mais prolíficos da história.
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“Prazer, Ellen”
  Foram aproximadamente 100.000 páginas escritas (tadin de quem contou ein?) sobre os mais variados temas (entre eles escatologia e outros temas religiosos, além de educação e saúde), que em tantos casos continuam extremamente atuais (não se esqueça que o que ela escreveu é anterior à sua morte, portanto têm mais idade que sua bisavó). É impressionante!
  Direto ao ponto? O propósito do texto é conversar sobre o que Ellen G. White pensaria se ressuscitasse 100 anos depois. Já parou pra pensar?
  Primeiramente imagino que ela ficaria impressionada com o grande crescimento que a igreja sofreu. Quando ela faleceu o movimento adventista contava com seus primeiros milhares de membros. Hoje há quase 20 milhões de membros na denominação (da qual eu que vos fala faz parte). A mulher estaria boquiaberta com o crescimento minha gente: são 237 países com presença adventista.
  Segundamente creio que ela ficaria impressionada com o crescimento institucional: quase 8 mil escolas, mais de 100 universidades, 21 indústrias alimentícias, 63 casas publicadoras, dezenas de instituições médicas e vários centros de rádio e televisão (coisa que ela ia ter que aprender primeiro o que é, claro).
  Terceiramente imagino que ela ficaria impressionada em como as pessoas da igreja agem em relação ao que ela escreveu. Por um lado, escritos seus reconhecidos como claras ”mensagens do Senhor” hoje são considerados “apenas conselhos, não é?”; e  por outro lado outros a colocaram numa posição de autoridade na qual ela nunca quis estar. Ela mesma disse: “Não repitais o que eu declarei, afirmando: ‘A irmã White disse isto’ e ‘a irmã White disse aquilo’. Descobri o que o Senhor Deus de Israel diz (em Sua Palavra), e fazei então o que Ele ordena” (Manuscrito 43, 1901).
  Mas creio que o que vem por último a deixaria mais impressionada ainda. Ela com certeza ficaria impressionadíssima com o fato de que um século depois de sua morte, mesmo ela dando tanta ênfase sobre a urgência da volta de Jesus, a igreja ainda está aqui na terra. Impressionante? Pra mim sim.
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  Enquanto caminhava com a minha bolsa marrom pendendo num só ombro pelo corredor da faculdade só conseguia pensar: “qual o problema então? Por que Jesus ainda não voltou? Será que eu tenho alguma coisa a ver com isso?” Fico pensando em se eu morresse hoje e, miraculosamente ressuscitasse em 2115. Será que a igreja ainda estaria por aqui?
  Percebo que o último século se foi, entretanto quero me comprometer a não fazer com que Cristo espere mais um século. Não estou dizendo que a volta de Jesus depende de mim ou de você (longe disso), mas com certeza muita coisa seria diferente se nos me comprometessemos a trabalhar para que todos os que estão ao nosso redor estejam preparados para quando Ele voltar. Me comprometo a deixar de viver tempo perdido e começar a viver para ver o Reino. Você vem comigo?
Hélio Miguel, pós-graduando em Teologia Bíblica pelo Centro Universitário Adventista de São Paulo
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nadademax-blog · 10 years ago
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O “Esquenta!” e os Esquentadinhos
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   No último domingo 29 de novembro o cantor evangélico Leonardo Gonçalves foi recebido no “Esquenta!” - programa dominical da TV Globo. Mas esquentadinhos mesmo ficaram alguns que não gostaram nadinha nadinha da ideia. OK, vamos combinar que estamos traumatizados com incidentes anteriores de cantores cristãos que usaram o pouco espaço que tiveram em TV aberta a fim de cantar repertórios duvidosos, para escândalo de seus apreciadores do meio cristão. No entanto vale lembrar que não é a primeira vez que assistimos o barítono em rede nacional, e nestas ocasiões o que se escutou foram canções reflexivas como “Gêtsemani” (com a parte do “VEM VÊÊÊÊÊÊÊÊÊÊ...” e tudo mais). Ele já merecia nosso voto de confiança. O barítono de 36 anos apresentou-se no palco de Regina Casé entre personalidades da música brasileira como Marcelo D2 e o Grupo Raça Negra. Além de interpretar “Quando Deus Criou Você”, “Acredito”, “Sublime” e até um trecho de um hino sacro, contou sobre como sua relação com a cultura judaica não conspirou, mas colaborou com sua fé cristã, e defendeu a importância do diálogo inter-religioso.
   Nos sentimos inevitavelmente representados quando um cristão ganha espaço na mídia e é no mínimo admirável a insistência do cantor de 36 anos ignorando a pressão e as críticas aceitando apresentar-se neste tipo de ambiente tão inusitado para intérpretes religiosos. Porém o surpreendente mesmo é que as tais críticas e pressões não vem do público secular, mas justamente de uma parcela do público religioso (peraí, deixe-me ver se entendi: de um lado os “descrentes” estão dizendo “vem Leonardo, fale e cante pra nós suas músicas sobre Jesus!”, e do outro lado alguns devotos exclamam “vamos Leonardo, não se misture com essa gentalha!”. É isso mesmo??)...
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   Olha, não quero exibir aqui nenhum heroísmo e muito menos colocar o “lg7” (k k k) em um pedestal de inerrância, afinal creio que ele não precisa disso, mas assistindo toda essa polêmica não pude evitar de lembrar que Jesus também sofreu muitas críticas (sim irmão, o mimimi precede o Facebook e até mesmo, acredite, o Orkut!). Quando O acusavam de transgredir o sábado por ajudar e curar pessoas Ele discordava e reagia “heeei, quer dizer que se pode fazer bem em qualquer dia da semana, menos no sábado?! Vocês não entenderam! Ele foi feito exatamente pra isso! Não estou anulando a Lei de D’us (que estabelece a guarda do sábado), muito pelo contrário, estou cumprindo!” (Mateus 12.12/ Mateus 5.17. Bem adaptado). Depois também tentaram acusá-lo de promover rebelião contra os impostos de Roma e Ele igualmente se contrapôs argumentando algo como “de jeito nenhum, parem de complicar o que é tão simples! Dando ao governo o que lhe pertence e a D’us o que também Lhe pertence... está tudo certo” (Lucas 20.23, 25. Adaptado também). Viu? Jesus não levava desaforo (ou neste caso, heresia) pra casa (e nem se quisesse. Afinal, Ele nem tinha casa, né!). Até que um dia Jesus foi convidado a bater um papo enquanto comia um lanche e teve que escutar mais esta:
“Ele (Jesus) recebe pecadores e até senta-se à mesa com eles, como se fossem velhos amigos!”
Lucas 15.2 – Bíblia ‘A Mensagem’
   Esta foi a única crítica que Jesus aceitou sorrindo.
   Certa vez recebendo uma acusação parecida Sua resposta aos incomodados foi no mínimo curiosa:
“Mas quem será que precisa de médico: quem é saudável ou quem é doente?... Estou aqui para dar atenção aos de fora, não para mimar os da casa, que se acham justos.”
Mateus 9:12, 13 – Bíblia ‘A Mensagem’
   Pegou a ironia?
   É como se Ele tivesse dito “é que vocês já são tão santos, mas tãããão santinhos, que parece que vocês não precisam tanto assim de mim. Então fui procurar alguém que ao menos reconhece que precisa de ajuda”. (KKKKK esse Jesus viu... Depois vem gente me dizer que a Bíblia só tem diálogos monótonos, tsc tsc...).
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   Sabe, o triste é que lemos e relemos episódios como este na Bíblia, e seguimos com dificuldade de compreender que aceitar uma pessoa não significa consentir com o que ela faz, assim como no caso do episódio de domingo, apresentar-se num ambiente secular não pode ser compreendido como concordar com tudo o que lá acontece. Jesus estava procurando ensinar que não devemos esperar que as pessoas sejam transformadas para que as aceitemos e sejamos encontradas entre elas. Olha, às vezes me pergunto em como certas pessoas creem que cumpriremos a Missão de pregar o Evangelho a todos os tipos de “tribos” sentados no banco da igreja esperando que as pessoas venham nos perguntar sobre um Jesus a quem elas sequer imaginam o quanto precisam.
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   Emocionei-me neste domingo assistindo um embaixador - não de uma placa de igreja, mas da Palavra e do Reino de D’us - em rede nacional vestindo calça jeans e camiseta (“7”) repartindo a Mensagem como poucos teriam espaço para fazê-lo. A última ordem de Cristo foi “vão e ensinem o que Lhes ensinei” (Mateus 28.18), e não “convidem e esperem que os descrentes venham, e quando (e se) eles vierem, ensinem”. O mesmo Jesus certa vez declarou que seus seguidores devem ser como o sal da terra (Mateus 5.13). E o sal só é notado quando é misturado a qualquer outro tipo de alimento. Um cantor evangélico cantando e pregando em um de nossos canais evangélicos é algo maravilhoso e meios como este têm atraído muitas pessoas carentes da Mensagem; no entanto muitas vezes cremos que o único método de cumprir a Missão é salpicando o saleiro. Porém quando a mesma Palavra é divulgada a um público secular, sua potência em alcançar o carente de Graça é infindavelmente maior, pois encontramos o pecador onde ele está. Nos aproximarmos de (outros) pecadores ajuda-nos a lembrar de que estas pessoas não precisam menos de Jesus que nós. Afinal de contas, se Ele não se relacionasse com pecadores o que seria de nós? Somos convidados a deixar de julgar aquele que se aproxima, dialoga e canta com descrentes para nos perguntarmos por que ainda não o fizemos também.
   Como parafraseado no programa de ontem, tudo seria mais fácil se tão somente amássemos o próximo como a nós mesmos. E olha que quem citou a Bíblia foi a Regina Casé...
      Stephan Max atualmente cursa Ciências Teológicas no Centro Universitário Adventista de Ensino de São Paulo.
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nadademax-blog · 10 years ago
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Para Mendigos de Tempo
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Fui recentemente convidado por um de meus professores a escrever um pouco sobre algo relacionado a natureza de Deus. Pensei em rejeitar o convite, mas quando descobri que se não escrevesse o texto estaria reprovado em sua matéria e que a sugestão estava mais para uma intimação, de repente o escritor dentro de mim renasceu (impressionante, não é mesmo!?). Nada como um incentivo digno. Mas devo confessar que amei refletir sobre o assunto e preencher estas linhas. Fiz até bem mais do que ele me pediu! Aí vai um pouco do que divaguei sobre Deus e o homem com relação ao tempo.
   De quanto tempo você precisa? Pensa aqui comigo: se você tivesse que colocar no papel quanto tempo seria necessário para preparar e desfrutar as três refeições diárias, escovar os dentes, trabalhar, estudar, tomar banho, trocar de roupa, transportar-se de um ponto a outro, dedicar-se a família e amigos, tomar água, assistir o noticiário, ler um livro legal, praticar exercícios, estudar a Bíblia e orar, ir ao banheiro, dedicar-se a um hobbie, checar e responder e-mails, dar mensagens, redes sociais e ligações telefônicas, dar parabéns pra todos os aniversariantes do Facebook (aliás, se alguém não é tão seu amigo a ponto de não merecer seu ’parabéns’ no dia do aniversário, por que você a adicionou no Facebook?!), e a além do mais dormir com qualidade... Vinte e quatro horas lhe seriam suficientes? Será que o tempo de uma vida é suficiente para vivermos tudo o que precisamos?
   Por vezes nos encontramos mendigando tempo.
   Do outro lado da situação temos ninguém menos que Deus (peguei pesado, não é mesmo? Pois é). De quanto tempo será que Deus precisa? Não sei se você já parou pra pensar nisso, mas Deus tem muitos apelidos relacionados ao tempo. Ele se auto intitula o “Pai da Eternidade” (Isaías 9.6), diz que é “o Primeiro e o Último” (Apocalipse 22.13) e tudo mais. Alguém que é o mesmo “ontem, hoje, e eternamente” (Hebreus 13.8), que se declara como “Aquele que é, que era, e que há de vir” (Apocalipse 1.8), e que afirma que para Ele “um dia é como mil anos, e mil anos, como um dia” (2 Pedro 3.8) não parece estar muito preocupado com os efeitos do futuro. A descrição bíblica da soberania de Deus sobre o tempo é de arrepiar, como se os milênios O saldassem ao som de hosanas e Lhe estendessem as capas dos séculos para que Ele desfile triunfante entre a avenida das eras. Diferentemente de nós humanos, o tempo sempre foi um subalterno para “O Eterno”. Deus ostenta aquilo que nos assistimos mendigando.
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   Um conselho amigo: desista de compreender plenamente a Deus. Afinal, a única maneira de entender a Deus é sendo Deus (!) e um Deus que pode ser compreendido não passa de um deus humano. Logo, qualquer coisa que concluirmos sobre a natureza de Deus é uma gota no oceano de Sua natureza. E isso também se aplica ao refletirmos sobre como Deus age e reage quanto ao tempo. Confesso que às vezes me parece uma pegadinha Deus querendo que nos aproximemos dEle sendo que Ele se encontra muito distante de nossa realidade, como nuvens convidando pedras para que as alcancem.
   É aí que a Bíblia entra nessa história toda. Quando abro minha (amiga) Bíblia encontro um Deus insondável e tão distante de quem sou, tanto em tamanho, sabedoria e pureza, mas que tem um louco desejo que eu O conheça. Parece que de algum modo Ele quer que eu mergulhe na infinidade de quem Ele é (isso está ficando interessante). A Bíblia é a Palavra de Deus em linguagem humana.
   A primeira evidência que encontro na Bíblia sobre Deus dentro do entendimento de minha condição limitada de tempo encontra-se logo na primeira página. O primeiro elemento da criação da Terra a ser considerado santo foi justamente (adivinha...) um período de tempo, quando depois dos seis dias da formação do planeta o Criador estabelece o Sétimo Dia como período dedicado ao relacionamento entre Deus e homem (Gn 2:3). Ele reconhece que o tempo poderia nos sufocar e resolve nos presentear tempo. É super curioso refletir que Deus descansou por vinte e quatro horas literais a fim de dar-me o exemplo e me convidando a fazer o mesmo e passar um tempo agradável com Ele, longe de minhas preocupações egoístas (porém necessárias) dos outros seis dias da semana. Ele realmente arranjou um jeito de termos um tempo pra conversarmos. Aí eu penso: poxa vida, Ele não se importa apenas em ser meu Deus. Parece que ele quer ser meu amigo também! Olha, por essa eu não esperava. Olhando por esse novo ângulo esse papo de sábado, Aquele Deus outrora inatingível agora me parece no mínimo bem mais... Simpático.
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   Encontro na Bíblia muitas e muitas outras demonstrações de Deus identificando-se com meu ritmo de existência, porém nenhuma delas maior que a encarnação de Jesus. Em João 1.14 lemos que “Aquele que só se expressava pela Palavra se fez carne e habitou entre nós humanos”. Sabe, não é difícil querer falar sobre este assunto e deparar-se declamando um poema. É algo tão assustador, tão elevado, tão grandioso, que parece que não pode ser descrito por algo menos nobre que poesia. Deus sabe que seria extremamente complicado compreendermos o quanto Ele nos ama, já que ‘funcionamos’ em uma frequência diferente de tempo. Então Ele decide tornar-se divinamente... Humano. Ele sai dos bastidores da história e assume um personagem, tornando-se um de nós – Alguém dentro de nosso ritmo de tempo.
   Um Deus que faz aniversário.
   Um Deus que é (inexplicavelmente) gerado por nove meses e que cresce, aprende e anda em ritmo de um ser humano.
   Um Deus que passa pela puberdade.
   Um Deus que tem que dormir 8 horas por dia.
   Um Deus que morre aos 33.
   Um Deus que fala nossa língua, que passa pelas mesmas provas que você e eu, e que para QUALQUER situação angustiante pela qual já passamos Ele pode dizer “pois é, sei como é”.
   OK, desta vez Ele radicalizou. Parece que Ele quer chamar nossa atenção, não é mesmo?
   Na Cruz Jesus venceu a morte (o ultimato do tempo) e pagou de uma vez por todas nossa dívida com o tempo. Ele hoje vive e continua sendo “Deus Conosco” (Isaías 9.6). Este título é a doce lembrança de que Ele é um Pai SEMPRE presente. E adivinha só o que Ele oferece hoje a você mendigo do tempo? Vida eterna. Qualquer tempo vivido distante dos braços deste Jesus não passa de delírio.
    E pensar que tem alguém que pode ainda cometer a loucura de investir seu tempo de vida longe deste Jesus!
   E pensar que este alguém pode estar lendo este texto!
  Stephan Max atualmente cursa Ciências Teológicas no Centro Universitário Adventista de Ensino de São Paulo.
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nadademax-blog · 10 years ago
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“MaxFly” - De Volta Para o... Presente?
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   “De Volta Para o Futuro” é um daqueles filmes “inEjoáveis” que foram lançados décadas atrás mas que insistem em não sair de moda. Talvez você já saiba que no segundo filme da trilogia de ficção científica, para consertar o futuro um adolescente chamado Marty McFly, amigo de um doutor maluco inventor de um carro-máquina-do-tempo, viaja desde o ano de 1985 (ano do lançamento do primeiro filme) para o dia 21 de outubro de 2015, igualmente conhecido como ‘HOJE’ para você que lê no dia em que estreio este blog (tchanaaaaaaaaaan!) e não por acaso também o dia de meu aniversário de (tenros) 23 anos (parabéns pra mim. Iupi. Lista de sugestão de presentes disponível em http://carros.mercadolivre.com.br/ford/mustang/ ).
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   Ao atravessar o tempo o tal McFly encontra um mundo totalmente diferente onde os limites parecem não existir. Deve ter sido muito gostoso produzir este tipo de filme e poder não apenas sonhar acordado, mas reproduzir em tela de cinema sobre como se imaginava que seria o próximo milênio. O longa prometeu um 2015 com carros voadores movidos a lixo, skates que desafiavam a gravidade, tênis com cadarços que se ajustam sozinhos... Sim, tudo parecia distante e loucura pra época, mas eles devem ter pensado “não custa nada sonhar, pode ser que realmente aconteça, afinal falta tanto tempo pra 2015 chegar”.
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   E aqui estamos nós. Num mundo onde a invenção do momento é o pau-de-selfie.
   Agora se liga no dilema:
   Eu desconheço alguma fase de minha infância em que já não quisesse ser pastor. Desde que meus pais me levaram para assistir as pregações do saudoso Pr. Henry Feyerabend eu nunca mais fui o mesmo, e Deus já colocava em mim o desejo de pregar com aquele mesmo poder, bondade e sinceridade. Isso foi um forte incentivo para tornar-me um pregador desde a infância e sempre procurar ser útil na igreja (até que um belo sábado perguntei ao primeiro-ancião da igreja que frequentava se eles estavam precisando de alguém de 9 anos no ancionato e ele teve que explicar-me o pleno sentido da palavra “ancião”).
   Meu pai explicou-me que quando eu fosse maiorzinho e maduro (nem tudo é perfeito) faria um curso de uma tal “teologia”. Teria que ler e trabalhar muito enquanto ‘teologando’ (vamos combinar que o nominho não é lá dos mais atraentes) e só então, ao final dos quatro anos de estudo me tornaria um perito no conhecimento da Bíblia, da moral e de como resolver os mais complexos problemas espirituais de minha realidade, estando finalmente capacitado para ser um pastor. Depois daquele dia ser um fulano “teologando” tornou-se minha utopia favorita.
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(aos 12, abalando com as irmãzinhas da igreja) 
      Lembro-me de ainda criança ter deitado algumas vezes em minha cama olhando pra cima, pregando sozinho e sonhando acordado sobre como me tornaria ao ingressar ao seminário. Me imaginava um rapaz com uma “voz pastoral”, daquelas do estilo “Cid Moreira” que faria da mais leviana frase uma citação drummondiana, carregada é claro de um linguajar puramente pastoral. Também com um estilo pastoral, com aquela imponência revelando as credenciais pastorais quase que de modo natural (você deveria ter me assistido escolhendo a gravata de meu primeiro dia de aula). E por que não um rosto pastoral, expressando seriedade (pastoral), segurança (pastoral) e santidade (você já entendeu né). Sim, tornar-se assim seria  extremamente “pastorável”. Seria um desejado de todas as nações. Podia ser tudo muito distante e loucura para uma criança, mas eu pensava “não custa nada sonhar, pode ser que realmente aconteça, afinal falta tanto tempo pra 2015 chegar”.
   E cá estou eu. O teologando sardento de "voz de gás hélio” aos 23 anos que quando diz a desconhecidos que vai se formar eles respondem “nossa, já vai concluir o Ensino Médio?!”
   Pegou o dilema meu rei?
   Do primeiro dia de aula na universidade a gente nunca esquece. O meu foi terrível. Eu tinha 17 anos. Fui devidamente fantasiado de pastor, com camisa do lado de dentro da calça e gravata (mas sem paletó, afinal decidi ser um universitário descolado. Ousadia.). Quando adentrei a sala encontrei outros 104 alunos (com seus devidos paletós), em sua grande maioria casados e muitos deles já tinham experiência como evangelistas, obreiros ou anciãos versados (eu deveria ter argumentado na época ao primeiro ancião de minha igreja como isso seria relevante ao meu currículo). E eu? Bem, eu era um campeão em concursos bíblicos em minha igreja e colecionava adesivos por decorar versos bíblicos na classe das crianças. Isso deveria contar, não deveria?
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(Foto do primeiro ano de Teologia, em Cochabamba - Bolívia em 2010 com os teolo-trutas: Leandro, “O Mascote Universitário”, Danilo e Israel. E sim, a data no canto da foto está errada)
   Como foi a aula? Um verdadeiro massacre. Os alunos complementavam o professor, contavam experiências, citavam infindos autores que nunca ouvi falar (fora uma tal ‘White’). E eu mudo, perdido e totalmente alienado. Mas eu não passara a vida toda pensando que nascera pra isso? Quando voltei a meu quarto desde aquele meu primeiro dia de aula na faculdade desatei a gravata, joguei-me na cama e chorei como não já chorava há muito tempo (desde a primeira aula na pré-escola. Sério, foi idêntico só que sem minha mãe pra consolar). Sentia-me um completo inútil. Não era aquilo que previa. Mas a palavra de consolo que recebi foi “não se preocupe, você ainda tem quatro anos pra mudar”. “É verdade”, pensei, “até a época de formatura chegar muita coisa pode mudar, afinal falta tanto tempo pra formatura chegar”!
   Acontece que os anos se desdobraram, meu 21 de outubro chegou, faltam exatos 2 meses para a formatura e cingir a armadura de pastor e o que mudou em mim não foi nada de mais. Eu continuo um garoto que anda saltitando, usa roupas divertidas e faz graça com tudo. E não, não vejo mérito nisso nem vim para redesenhar o conceito de teologando ou pastor pós-moderno, isso é bobagem! O que quero dizer com tudo isso é que eu sempre quis encontrar um PASTOR em meu futuro, e agora que ele finalmente chegou eu olho pra dentro de mim e não encontro nada mais do que... Eu.
   Isso é desesperador.
“Pois dentro da armadura só um menino há”.
   Talvez algo parecido já aconteceu ou está acontecendo contigo. Você assiste o mundo ao seu redor crescendo, mudando, e te cobrando mudança. O telefone da responsabilidade tocando com aquele barulho arrepiante e você sabe que precisa atender. Só não sabe se está pronto pra isso.
   O que fazer quando as circunstâncias cobram que nos tornemos algo que não estamos prontos para ser? Responsáveis, sérios, maduros, consagrados, confiáveis, ou simplesmente melhores? Como reagir diante de um ‘eu’ futuro diferente do que nós e as pessoas ao nosso redor esperavam?
   Encontrei o consolo e a confiança que precisava em meu Melhor Amigo Jesus. Na verdade, tomar a Jesus como mais do que meu Criador, mais do que meu Salvador, mas como meu Melhor Amigo foi a melhor decisão que tomei em minha (nada longa) vida. Ele secou minhas lágrimas (masculinas) e acalmou meu coração ansioso. Sabe, fico impressionado como Alguém pode conhecer-me tão bem e ainda assim encontrar tantos motivos pra gostar de mim.
   Tenho um carinho especial por esta parte da Bíblia:
“E o Eterno disse:
Antes mesmo que eu te formasse no ventre de sua mãe, eu já sabia tudo a seu respeito.
Antes que você pudesse ver a luz do dia eu já tinha planos pra você...”
Jeremias 1.5 (adaptado)
   Sim, esta mensagem foi dita por Deus para Jeremias. Mas ela foi escrita e registrada pra você e para mim.
   Esta singela mensagem bíblica ajudou-me a entender algo que talvez você também precise. Compreendi que Deus não ficou olhando pra cima deitado em Sua cama de nuvens conjecturando quem eu poderia ser. Ele sabia e sabe exatamente como sou e serei, e ainda assim Ele me escolheu. Logo, Ele não se frustra ao ver quem sou hoje. Minhas limitações provocadas pelo pecado não O surpreenderam. Ele não quer que me torne alguém que não seja eu mesmo. Sim, eu tenho defeitos e Ele deseja polir-me de minhas pobrezas de caráter maculadas pelo mal e moldar-me à Sua imagem e semelhança, mas Ele não quer outro que não seja o Max, assim como não quer que você seja outro alguém que não você. Pois este Deus enxerga em meio ao plural a singularidade de cada um. Foi a você que Ele criou e é a você que Ele quer usar. Ele quer usar a versão transformada de você! Seu jeito, suas singularidades, em tudo isso Ele viu uma beleza que ninguém jamais enxergou e Ele tem uma Missão em que você é o primeiro e único nome da lista. Se você tão somente permitir Ele te capacitará no momento certo e na hora exata em meio a estas pálidas folhas em branco do futuro. E quando o monte pelo qual você tiver que trilhar for demasiado íngreme, Ele te tomará nos braços e vocês chegaram em segurança assim, juntos. Por que Ele não nos levanta apenas para ver-nos cair.
   Precisamos aprender que não há nada no futuro que possa surpreender ou decepcionar este Jesus. Ele está sempre no controle. E Ele é o Ajudador daqueles que não sabem mais como se ajudar.
   Confiar nos propósitos de Jesus para nós e seguir em frente e para cima. Só isso. A arte deste Deus brincalhão de apresentar soluções singelas para os mais desafiadores problemas.
   Não é nada de mais, mas faz toda a diferença.
  Stephan Max atualmente cursa Ciências Teológicas no Centro Universitário Adventista de Ensino de São Paulo.
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nadademax-blog · 10 years ago
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Sobre o Max
Olá eu sou o Max
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