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negraativa-blog · 6 years
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5 cantoras, negras e gaúchas que você precisa conhecer
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É preciso desmistificar a falta de representação negra na região sul do Brasil. Por incrível que possa parecer, muitas pessoas desconhecem a existências de negras e negros em terras sulistas. Por mais que, várias vozes potentes, conseguiram ultrapassar as barreiras do estado, e que se projetaram nacionalmente, pouquíssimos artistas negros são vinculados a esta territorialidade. Por Thaise Machado – Produtora Cultural arquiteta cenógrafa,  irá compartilhar conosco o que as pretas e pretos estão aprontando no sul Brasil. Insta @thaiise.machado O Rio Grande do Sul é berço de grandes gênios da música, como Lupicínio Rodrigues, Luís Vagner, Giba Giba, entre outros. Mas, apenas vozes masculinas conseguiram ganhar repercussão e chegar ao famoso eixo Rio – São Paulo. Hoje iremos mostrar cinco cantoras, que vem ganhando grande dimensão, por suas excelência musical e pela importante representatividade da mulher negra artista.
1. Pâmela Amaro
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Atriz, cantora, compositora, música e arte-educadora com mais de 18 anos de intensa produção artística em Porto Alegre. Vem de uma família musical que a inspirou seguir pelo caminho das artes. Sambista, tem se destacado como compositora com músicas gravadas por artistas do Rio Grande do Sul, Rio de Janeiro e Santa Catarina, como Glau Barros, Didi Assis e Marcelo Silva. Co-fundadora e organizadora do Sarau Sopapo Poético – Ponto Negro da Poesia. Poeta, publicou poesias na antologia Pretessência/2016. Atuou em performances, espetáculos teatrais e musicais como Lupi-O Musical, Ayê, Recital Batuque Tuque Tuque; participou como atriz e música nos grupos teatrais Caixa Preta/RS e Usina do Trabalho do Ator/RS. Integra o grupo musical Três Marias. O show Casa de Versos apresenta suas canções autorais com samba, partido alto, jongo e batuques.
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2. Glau Barros
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Cantora e atriz, desenvolve intensa e permanente carreira profissional desde 1990, tendo se apresentando em alguns dos principais palcos do Rio Grande do Sul e de outros Estados. Seu repertório é vasto e pode ser conferido em outros shows em cartaz em Porto Alegre e no Estado: “Samba – Eu Canto Assim!”, “De Amores e Sambas” e “Alô Alô Elis Regina”. Atualmente, finaliza seu primeiro CD, “Brasil Quilombo”, que tem produção musical e arranjos do maestro Marco Farias e direção musical de Gelson Oliveira. Como atriz, integrou o Grupo Caixa-Preta, onde atuou nos espetáculos “Hamlet Sincrético” (indicada ao Prêmio Açorianos de Melhor Atriz Coadjuvante), “Antígona BR” e “Ori Orestéia”, todos com o Grupo Caixa Preta. No cinema, protagonizou o curta-metragem Antes Que Chova, de Daniel Marvel, e o atuou no longa-metragem Anita, de Olindo Estevam.
Versátil, a cantora Camila Toledo passeia entre estilos de matriz negra. Suas principais influências vêm da black music norte-americana: do jazz, soul e funk. Entende, entretanto, que ancestralidades compartilhadas entre artistas africanos em diáspora compõe terreno fértil para misturas e experimentações. Traz isso em seu projeto “Camila e A Ponte” em que apresenta versões jazz de canções de cantoras negras norte-americanas. É, ainda, vocalista da banda de groove Motherfunky. Com seus projetos percorre o circuito de bares e casas noturnas da Capital gaúcha e Interior do RS, além de ter presença frequente em festivais de jazz e festivais colaborativos de artistas da cena local. Camila, que preconiza o discurso de empoderamento do negro, da mulher e do artista em seus trabalhos, tem formação em Jornalismo pela Ufrgs e é estudante de licenciatura em Música pelo IPA Metodista.
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Versátil, a cantora Camila Toledo passeia entre estilos de matriz negra. Suas principais influências vêm da black music norte-americana: do jazz, soul e funk. Entende, entretanto, que ancestralidades compartilhadas entre artistas africanos em diáspora compõe terreno fértil para misturas e experimentações. Traz isso em seu projeto “Camila e A Ponte” em que apresenta versões jazz de canções de cantoras negras norte-americanas. É, ainda, vocalista da banda de groove Motherfunky. Com seus projetos percorre o circuito de bares e casas noturnas da Capital gaúcha e Interior do RS, além de ter presença frequente em festivais de jazz e festivais colaborativos de artistas da cena local. Camila, que preconiza o discurso de empoderamento do negro, da mulher e do artista em seus trabalhos, tem formação em Jornalismo pela Ufrgs e é estudante de licenciatura em Música pelo IPA Metodista.
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4. Saskia
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Suas gravações lo-fi utilizam poucos recursos e intercalam linhas melancólicas de guitarra e teclado orgânicos com beats pegados eletrônicos e plásticos que transitam entre o trap, o indie e o folk.
No primeiro semestre sai o primeiro álbum oficial gravado de Saskia, uma parceria com o selo feminista Hérnia de Discos. Este álbum reúne o melhor da criação da artista desde os primórdios de sua criação, iniciada em 2010, até o momento atual de sua carreira e tem sua edição majoritariamente feminina. Todas as faixas foram regravadas e reeditadas incluindo novas versões de músicas já performadas no show da artista e/ou que já estão em seu soundcloud como a música Falta.
No segundo semestre ocorre o lançamento do álbum patrocinado pelo Natura Musical. Contendo músicas inéditas e participação de produção da dupla Negro Leo e Ava Rocha. Neste Saskia mergulha mais ainda em experimentações que misturam sonoridades de raiz brasileira com as batidas eletrônicas já presentes em seu trabalho. Chega o momento da multi-instrumentista profissionalizar a sua produção e aprofundar suas referências para atenuar a sua assinatura musical, não deixando de lado a irreverência característica.
5. MC Camilinha  
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negraativa-blog · 6 years
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A marginalização da produção intelectual e cultural da mulher negra
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Hoje eu vou escrever mais uma vez sobre coisas óbvias, ou que deveriam ser, já não sei mais também. Eu acho muito bonito ver as pessoas se articulando, produzindo cultura e tal. Mas, porém, todavia, contudo acho essencial dar referência, colocar o contexto de onde esses movimentos surgiram e/ou de onde surgiu a inspiração. Muita gente fortifica o discurso de se “afrocentrar” do “ubuntu”, mas na primeira piscadela, tá lá, sendo hipócrita.
Alguns vão me recriminar sobre estar colocando essa discussão em modo “aberto”, que algumas coisas temos que conversar entre nós. Na boa, tô cansada disso. Se as pessoas podem ser ardilosas na cara dura, por que eu não posso dar a real para geral?
Sempre quando possível gosto de afirmar, assim como o Festival Porongos surgiu inspirado no documentário Manifesto Porongos, do pessoal do RAFUAGI. Que se muniu, através da produção artística, para trazer uma discussão histórica sobre o Massacre dos Lanceiros Negros. Daniele Rodrigues e eu, também seguimos essa linha de raciocínio, por fazer um evento que fosse cultural e político.
A Segunda Negra também é reflexo de inspiração. Do nosso rolê local (Porto Alegre) Pretagô, do qual teve a chancela do Thiago Pirajira, que foi a pessoa que conectou a Aline Gonçalves, Daniele Rodrigues a mim. A Segunda, faz parte de uma rede nacional de eventos. Ao qual foi originado pela segunda PRETA em BH (que também fala abertamente que se inspirou no movimento de Salvador), tendo se expandido para SP na Segunda Crespa e no Rio na Segunda Black. Também podemos colocar nessa linha de referências a Terça Negra - Recife e Sopapo Poético aqui da capital.
Já aproveitando o textão/reclamação, aproveito para deixar uma dica sobre parcerias. Galera, parceria funciona assim: as duas partes tem que ser beneficiadas, caso contrário, é só exploração e mau-caratismo. Outro dia apareceu a “oferta” pra que Dani e eu, déssemos todos os nossos contatos, fizéssemos a curadoria de um evento (bem parecido com o nosso, por sinal), que colocássemos em contato com os movimentos sociais da cidade, o famoso Norral (know-hall), em troca de vários nadas.
Essa semana também fui convidada para colaborar como “co-criadora” de um planejamento criativo financeiro para um empresa, em troca de comidinhas e bebidinhas. Ou seja, o conhecimento, a pesquisa, o trabalho da mulher preta ainda permanece sendo desvalorizado e marginalizado. E o pior, é que está sendo feito pelos nossos semelhantes. Então é aquele velho ditado: me poupe, se poupe para não passar vergonha!
Obrigada a Três Tons Produtora por ter me dado todo o conhecimento de produção cultural. Logo menos, vai rolar novidades!
Escrito por Thaise Machado a.k.a NEGRA ATIVA
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