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SOBRE LINGUAGEM
Uma coisa que venho pensando há meses é como tenho aprendido coisas com o processo do quadrinho novo. Eu sempre gostei de fazer quadrinhos, mas sinto que só lá por 2014, quando me dediquei a fazer uma história maior, com, mais significados, mais motivações (KLAUS) eu realmente entendi como funcionava a linguagem dos quadrinhos. Só quando me propôs a construir algo, uma linha de raciocínio mesmo, onde coisas operam em planos e meios diferentes simultaneamente (o tempo, o conceito, os ícones, o clima, a transiçao, os simbolos) senti que estava movendo peças pra potencializar uma ideia - que eu tive. uma ideia que nasceu do zero (ou da mistura de diversas coisas que admirei e almejei fazer/consumir durante a vida) e se concluiu, transmitiu o que queria, deu importância a coisas maiores do que imaginei (ou menores - isso, infelizmente sai do controle do "autor" quando o livro é impresso e deixa de ser só ideia - vira objeto, de contato em primeira pessoa, que interage com o leitor e permite que ele, ainda que inconscientemente, revire meu processo, mude a ordem de leitura que construi, gaste tempo em cenas que corri e se apresse em cenas que investi. Nesse momento, a maneira de contar passa a nao ser mais minha, mas de cada uma das pessoa que lê, das coisas que acendem os olhos de uma, que passam despercebidas por outras, pelas inumeras referências e experiências que acumulamos ate aquele momento. Com o CLEAN BREAK, as coisas mudaram. Eu me perco dentro da minha historia. Eu me perco no meu processo. Gastei meses pensando e formulando um universo, personagens, ideias que se repetem em escalas diferentes, significados mascarados, metáforas explicitas. Mais que isso, me sinto saindo das caixas que a gente aprende nas aulas de roteiro, nas paredes de livraria - frequentemente tomo decisões que me clicam um "ei, vai ficar meio estranho assim" e que sinto estar "saindo do gênero" ou "do tom da história" e sempre que revejo, isso é muito bom! É muito bom que depois de oito anos esteja fazendo tudo dentro do que consigo, me exigindo mais do que imaginei, mas fazendo algo. Como se antes estivesse rodando curtas de 15 minutos e agora, um longa de 220. Semana que vem entra no ar o projeto do CLEAN BREAK no Catarse e espero que leitores antigos se decepcionem, novos leitores apareçam, velhos se reciclem e os que estão chegando venham de caminhos diferentes - seja pelo abuso de açúcar, pelo controle social, pelo gosto por scifi, pela religião, pelo humor pós-irônico, pela obsessão furry. Não aguento mais guardar esse livro pra mim, precisa ir pro mundo
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claudio...
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CHORO
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enfim, logo entra no ar a campanha de financiamento do meu livro novo. duzentas paginas (ainda nao acabei de desenhar) de um livro policial que ainda não sei se é scifi, pulp, noir, emo ou tudo isso junto. remorso, açúcar & religião. se prepare para a purificação completa.
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Um podcast pra ouvir

Essa semana saiu um podcast que gravei com o queridíssimo Pedro PJ Brandão do HQ Sem roteiro sobre minha carreira, processos de criação das minhas histórias, percepções sobre o cenário de quadrinhos e outras galhofadas. Escutem! Tem bastante conteúdo aí. http://iradex.net/14041/os-caminhos-de-felipe-nunes-hq-sem-roteiro-podcast/
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an uncanny yet bitingly funny dystopian tale of anthropomorphic animals that combines Scientology, Blade Runner and classic Hardboiled literature soon // 2018
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Examinando
Desde que comecei o livro, desenhei muito menos do que gostaria. 2017 foi um ótimo ano (principalmente no pessoal) e aproveitei algumas arestas que os anos de produção acelerada não tinham me deixado aproveitar tanto. Me sinto agora, depois do Festival de Amadora em Portugal e da Comic Con Experience em Sao Paulo, como se tivesse voltado de um templo no Tibet sobrecarregado de energia. Tenho um cronograma apertadíssimo pro livro (pra terminar em Abril) e, avaliando as possibilidades editoriais, conversando com muitas pessoas e percebendo impressões que nunca passaram pelo meu radar, pretendo lançar um financiamento coletivo do livro. Acho que é uma história com um alcance bem diverso que pode ser mais interessante de estar em uma janela virtual, 100% independente, tocando tudo como se fosse um filho, cheio de funções e milhões de peças no quebra-cabeça da história. No DODO, ultimo que escrevi e desenhei, trabalhei mais auto contido, sempre reproduzindo cenas dentro de um ambiente fechado, limitando os movimentos dos personagens e das cameras. Agora, fazendo o CLEAN BREAK, me sinto jogando um jogo maior que eu, já pensando em movimentos e ações possiveis dentro de um universo completo e fundamentado. Sinto como se não tivesse mais controle desse mundo, e sim do universo que construi. 2018 vai ser um puta ano. Livros meus vão ser publicados em mais duas linguas novas, vou participar de outro projeto em outra posição e vou desenhar um álbum menor, antes/durante/depois do Clean Break, o maior de todos. Três eventos pelo menos pra ir (FIQ, Bienal de Curitiba e CCXP) e muita gente pra tentar alcançar, pra fazer gostar mais, pra reconquistar, pra ver se dessa vez vai. Pra decepcionar também, mas espero que de um jeito bom. Botando uma pilha. Vamo que vamo.
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Agente Tarsila Kopff, 22 anos, jóia da academia. Rebaixada de cargo por má conduta dentro da corporação. Sente falta da família e da água limpa.
Em 2018.
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Poster que fiz pra vender na Comic Con Experience! Estarei lá mais um ano e mnha mesa é a E32 Além dele, venderei gibis (Klaus, Dodo e Segredo), originais a preços acessíveis e outros posteres! Abraçao!
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O quadrinista Felipe Nunes assina a HQ presente no 10º número da Série Postal. O projeto é a primeira investida impressa do Vitralizado e foi produzido com apoio do programa Rumos do Itaú Cultural. A obra será lançado no próximo sábado (7/10), na loja da Ugra em São Paulo, com a presença do artista, na festa de 5 anos do blog Vitralizado.
A Série Postal consiste em uma coleção de 12 HQs em formato de cartões postais, cada uma das obras é de autoria de um artista distinto da cena brasileira de quadrinhos. Os trabalhos estão sendo distribuídos de graça e mensalmente ao longo de 2017 em lojas especializadas de diferentes cidades do país.
O primeiro número foi assinado por Pedro Franz, o segundo é de autoria de Pedro Cobiaco, o terceiro de Taís Koshino, o quarto de Bianca Pinheiro, o quinto de Bárbara Malagoli, o sexto de Felipe Portugal, o sétimo de Manzanna, o oitavo de Paula Puiupo e o nono de Daniel Lopes.
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à pedidos, comecei a fazer retratinhos coloridos em A5, por um preço módico de $80 reais (+frete) pra poder treinar esse tipo de finalização. A princípio queria um valor só pra me estimular a produzir fora da rotina, mas pensando do ponto de vista que pretendo desenvolver esse estilo pra (também) usar nos meus futuros quadrinhos (e tenho tido ideias mirabolantes pra fazer mas o preto e branco e as páginas do dia-a-dia me atrapalham), daria pra considerar quase como um Apoia-se. Qualquer um com interesse pode escrever pro [email protected] pra mais detalhes relacionados; - As requested, started to make some colored portraits, A5 size, for U$40 (+shippin), to practice. Asked a cheap price sort of way to stimulate me to make more different stuff use this style on my future comics. To order, write me on NUNESCARTUNS@GMAILCOM for more details.
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Um quadro do livro novo. Semana que vem vou escrever um texto maior sobre o tema da história e as dificuldades que tenho encontrado pra escrever sobre higienização, política de drogas e religião.
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Me purificando
Hoje é dez de Julho e assim como em 2015 tenho sentido necessidade de escrever sobre o processo do livro novo. Tem nome, capitulos definidos, thumbnails de 2/3 e personagens construidos. Trinta e uma paginas desenhadas e mais sete meses de prazo estipulado (pras 169 restantes). Ainda não me sinto cem por cento seguro com a trama e o desenvolvimento e penso o tempo todo, praticamente o tempo todo, em como solucionar problemas da história ou andar em lados opostos. Penso muito sobre tentar desenvolver a historia sempre pra frente, nunca resgatando ou reparando capitulos ja feitos como intenção do processo, pra sentir o desenvolvimento progressivo. Ter voltado pro pincel de pelo de marta salvou meu tesão em arte-finalizar. Durante o Segredo da Floresta troquei de materiais (pra um pincel zero, sem variação, pra sintetizar melhor meu desenho) e senti uma perda grande no impacto do contraste e o movimento, apesar do desenho ter melhorado. Por ter passado esse ano mais contido na ferramenta, senti que o retorno á personalidade molenga do pelo de marta (Raphael Kolinsky n.1) me fez assimilar a firmeza do anterior a velocidade e a ginga, digamos assim, do lapis (um problema que venho tentando solucionar tem uns tres anos e acho que ta encaminhando).
To assistindo algumas pregações de igrejas batistas pra entender as vias do discurso pregado por pastores de vertente passivo/agressiva. Pregações que funcionam com um tom de ameaça disfarçada, que limitam a articulação e a vontade própria do individuo por conceitos que não necessariamente envolvem isso. E isso aí que ces falam não é droga. Droga é açúcar. Ce já viu o tanto que vem num copo de Coca-Cola? Tá matando todo mundo.
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cara tem como vc postar algumas paginas rascunhadas???
Fala, cara! Tudo bem? Vou postar sim! Fique ligado esses dias que vou colocar. Abraço!
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Panel of my new comic, "Clean Break", a two-hundred pages criminal scifi with animals, sugar and corpses. to be released next year!
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Melody Prochet // 2017
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