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Olá, meu nome é João e você pode ler este texto enquanto ouve a canção Ah! Dor! do Jaloo (https://youtu.be/uexsd00ep40)
Eu ainda estou puta com ele. Há mais de um mês bati o pé e decidi não dirigir sequer uma palavra ou segundo da minha atenção. É uma coisa muito louca a mistura de sensações e sentimentos causados por ele em mim. Acho que nunca tivemos mais de trinta minutos de paz – exceto das vezes que dormimos agarrados por horas sem ligar para o que tínhamos que fazer no dia seguinte e naquelas conversas sobre o quanto eu sou perturbada. Fora isso, sempre textão atrás de textão. Somos dois cabeças-duras e não damos o braço a torcer por nada, mas no final eu acabo cedendo porque só de imaginar que posso deixá-lo chateado já me sinto péssima. Eu já estava cansada de ter que justificar o quanto essa relação me faz mal, mas o desgraçado sempre arruma um jeito de se manter por perto e me ganha com a sua lábia. Essa é a parte ruim de se envolver com homens inteligentes demais: usam disso de forma muito sutil e quando você se dá conta já está toda envolvida. Nos dias que eu estava a ponto de explodir com a cabeça cheia, ele parecia saber as palavras exatas para me acalmar e que me fizessem esquecer daquilo mesmo que por algumas horas. "Mas tá tudo errado isso daqui!", falo todas as vezes, porque mesmo contra à minha vontade, é a verdade que me custa aceitar. Numa dessas conversas, foi quando eu usei todo o meu estoque de coragem e falei o que há muito estava entalado. Saí de casa certa da decisão que havia tomado e nada poderia mudá-la. Mas foi só encontrá-lo que minhas pernas começaram a tremer, não de medo, isso ele nunca me causou, nem nunca quis. É sobre tremer, gaguejar, o coração acelerar, desviar o olhar e as mãos suarem. É isso que ele me causa. Eu não consigo disfarçar. Ainda assim, respirei fundo e consegui botar para fora quase tudo o que eu queria. Quase. Na hora da despedida eu quis voltar no tempo e anular toda a conversa: "Por que a gente é assim, hein?", essa poderia ser a frase que nos define, seguida de "eu não sei.." como resposta e uma certa tristeza no olhar. Mas o que importa é que já faz um mês que jurei de pé junto não ir atrás novamente. Nem eu mesma acredito em mim rs. Sei que não tem nada em ordem por aqui ainda, por mais que eu esteja me esforçando. Agora estou aqui deitada no tapete da sala, minha cabeça gira enquanto encaro a lâmpada vermelha pendurada no teto. Acho que bebi demais, mas tudo bem, eu tô precisando de algum motivo para me sentir viva novamente, nem que seja pela ressaca que terei amanhã para me provar isso.
Parte 2 (https://olameunomeejoao.tumblr.com/post/616594407616102400/ol%C3%A1-meu-nome-%C3%A9-jo%C3%A3o-e-esta-%C3%A9-a-parte-2-do-texto)

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Olá, meu nome é João e esta é a parte 2 do texto (https://olameunomeejoao.tumblr.com/post/616594472975908864/ol%C3%A1-meu-nome-%C3%A9-jo%C3%A3o-e-voc%C3%AA-pode-ler-este-texto)
Vale lembrar que você pode ler este texto enquanto ouve a canção Ah! Dor! do Jaloo (https://youtu.be/uexsd00ep40)
(...)
Já está tarde, é 1:20 da madrugada, a música já está bem baixinha por conta dos meus vizinhos. Eu só preciso de forças para levantar e ir até a cama, mas sempre que tento me mexer minha cabeça me aconselha a ficar por aqui mesmo. Pego o celular e começo a rolar a timeline, mas tudo o que consigo enxergar não passa de vários borrões na tela. "Realmente, estou muito bêbada", falo em voz alta e percebo minha boca esboçando um leve sorriso de satisfação. Entre imagens coloridas e borradas uma me aparece nítida até de mais. Puts, é a foto dele na barra de status! "Ok, grande coisa", digo para mim mesma e me pego rindo por ter pensando coisas demais em poucos segundos. Tento me distrair com os borrões que aparecem todas as vezes que passo o dedo na tela, mas a cada nova atualização lá está a carinha dele no topo da lista. Penso se devo clicar e me pergunto se o que vai aparecer após o clique me fará bem. Nesses dias longe, sem contato algum, me peguei inúmeras vezes querendo mandar um "oi" só pra saber como ele estava, mas poderia ser um "vá se foder", caso a resposta viesse camuflada de suas ironias e joguinhos psicológicos. Decido clicar "e seja o que deus quiser!". Dentre suas atualizações, uma selfie. Seguro o dedo na tela para visualizar por mais tempo: metade do rosto mostra um meio sorriso um tanto tímido, mas provocador. Não mudou nada. Foi com essa mesma cara, seguida de um "oi, como você está?" que ele me desmantelou todas as vezes que nos encontramos naquelas festas. Como uma ação costumeira, mando um emoji de coração como resposta no mesmo instante que largo o celular no chão e penso alto demais: "Acabei de fazer merda!". Porra! Agora eu estou rindo quando deveria ser o contrário. Eu sou uma trouxa mesmo, parabéns para mim! Alguém, por gentileza, pode me trazer o meu troféu de maior trouxa do mundo?! Pego o celular de volta para apagar a mensagem, já que é madrugada, ele não vai ver quando acordar. Assim que apanho o celular do chão ele vibra duas vezes. É ele! 1:28 da madrugada! Porra! Merda! Cacete! Agora estou constrangida e rindo de nervoso descontroladamente. Definitivamente, eu me declaro uma completa idiota! Pra quê que eu fui clicar nessa merda?! E tudo o que foi conversado? E as coisas que eu decidi que eram melhores para mim? Puta merda! E agora, respondo ou não?!

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Olá, meu nome é João e você pode ler este texto enquanto ouve a canção Cuidado Paixão de Letrux (https://youtu.be/4wwZs8UkAfs)
A rosa sem espinhos
Certa vez existia um homem sentado em meio a tantos outros homens parecidos com ele e ao mesmo tempo completamente diferentes dele. Aquele homem tinha um mundo à sua volta, assim como todos também tinham, mas ao contrário desses, aquele homem não deixava ninguém entrar no seu. Lá ele sentia o que quisesse, inclusive sensações que ele mesmo criava; ele era quem ele quisesse, nada vinha de fora. Em sua mente, ele era o único homem do seu mundo e nada poderia mudar aquilo. Foi assim que ele sempre se mostrou aos tantos outros mundos ao seu redor.
Ele sempre via bonitas e vistosas flores plantadas e florescendo em cada homem ali. Era reconfortante e massacrante ver tantas belezas nascendo em mundos diferentes e no seu apenas a terra infértil que ele iludia ser o seu próprio Éden. Era por essa razão que às vezes tudo dentro dele se fazia escuro, por não haver beleza – não a que ele esperava e idealizava ter.
Foi durante essa escuridão que uma rosa de outro mundo brilhou à sua vista como um relâmpago acompanhado de uma forte batida que movia o corpo daquele homem. Ele não conseguiu definir uma cor para ela, já que a luz que ela refletira continha inúmeras cores igualmente bonitas a ela. A rosa era perfeita, delicada e sem espinhos aparentemente.
Foi num impulso que ele se aproximou dela e a tomou numa dança. Era uma dança ansiosa mas que passava sensações tranquilas a cada passo executado. Foi belo e perigoso.
O homem se aventurava em um sentimento do qual nenhum outro que ele mesmo havia criado solitariamente poderia se igualar. Foi mágico sentir todas aquelas luzes inebriando sua visão e abrindo a porta do mundo tão solitário daquele homem.
O primeiro furo.
A rosa interrompeu a dança assim que entrou no mundo daquele homem e a substituiu por um silêncio mortal deixando aquele homem totalmente isolado. O sufocou.
O segundo furo.
A rosa se multiplicou à sua volta como uma erva daninha que envenenava os pensamentos do homem, transformando seus sentidos de forma letal. O envenenou.
O terceiro furo.
A rosa usou palavras belas e doces para contar belezas mentirosas sobre mundo do qual o homem tanto se protegeu para não entrar. Ele a seguiu por caminhos que ela dizia ser seguros. Era a trilha da escuridão. O enganou.
O quarto furo.
A rosa o sucumbiu no que ele não conhecia. Ela mascarou sua realidade e o fez não entender mais o que era ser o único homem do seu próprio mundo. Ele achava que ela tinha tomado o seu lugar. O afundou.
O quinto e último furo.
A rosa o deixou sozinho e partiu parar dançar e brilhar com outro homem. Ele a amava.
Foi no escuro que permaneceu, nu, ferido e desarmado, o único homem que amou em seu próprio mundo.
- Parceria com Matheus Melo, fotógrafo recifense

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Olá, meu nome é João e você pode ler este texto enquanto ouve a canção La Belle de Jour de Alceu Valença (https://youtu.be/UxvTdW9CLfI)
Invadia com aqueles olhos negros e pequenos. Puro. Com sua incansável paciência e imenso carinho. Chorei algumas vezes lendo como unicamente ele me vê e me descreve. E eu não sei o que sinto quando vejo aquilo. Amor. É tudo o que ele tem e tudo o que tem para dar. É a única coisa que consigo enxergar. É engraçado como uma pessoa pode acabar com você e depois te refazer inteirinha. Agora me sinto completa. O tempo vem me tirando coisas e eu seria muito grata se ele me devolvesse aquelas nossas manhãs, nada de estudo, só nós. E, hoje, nada de arrependimento, só saudade e a certeza de que cada acontecimento não foi em vão. Eu tinha a hipótese dele ser o melhor homem que eu conheço. E depois de tudo o que aconteceu e ainda acontece, vejo minha hipótese ganhar certeza. Da tua pior melhor menina. Te afeto.
- Lays, janeiro de 2015

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Olá, meu nome é João e você pode ler este texto enquanto ouve a canção 130 Anos do Agridoce (https://youtu.be/taysJhjoORA)
Anos atrás eu usava bastante esta plataforma para desabafar, me conhecer, externar sentimentos ruins ou conhecê-los melhor. Era bem fácil, pois eu não tinha ninguém para conversar, então se tornou um movimento um tanto mecânico pegar um papel e caneta e começar escrever, mas desde que entrei para a universidade isso foi mudando. Eu conheci uma galera massa nos cinco anos de graduação, vivi momento incríveis e compartilhei algumas inquietações com ela. Foram cinco anos em uma rotina muito intensa, o que resultou no esquecimento daquele tempinho que eu tirava para mim, sabe? Acabou que o meu gosto pela escrita foi se dissipando até ficar em algum lugar guardado do passado. Foi muito triste perceber isso, pois foi a partir da minha paixão pela literatura que decidi cursar Jornalismo – talvez devesse ter optado por Letras? Enfim, o que importa é que ultimamente venho sentindo o desejo de voltar a escrever novamente, talvez não da mesma forma, visto que não sou mais o mesmo de cinco anos atrás; mas estou percebendo que, mesmo depois de conhecer tanta gente, aquele velho sentimento de solidão permanece intacto. Seria esse o empurrão que eu precisava para voltar para cá? Sei lá, tá tudo muito confuso por aqui, mas vou tentar organizar aos poucos e prometo escrever sobre o processo. Assim como os nossos encontros do passado, isso aqui não tem intenção nenhuma de ser bonito, emocionante ou qualquer outra palavra parecida com essas, eu só preciso conversar com alguém! Acredito que eu venha a compartilhar textos antigos que por muito tempo ficaram guardados, vou ver aqui. Até qualquer hora!

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