Diferente da minha vontade
Diferente da minha vontade
Vedo os meus olhos à perdição
Acendo as velas da verdade e pureza
Rumo ao oásis da paz e felicidade
Transcendo meu medíocre pensamento
A sobrenatural acontecimentos do espírito
Fito a esperança nas nuvens
O alarido soará com grande júbilo e poder
Virá no seu trono na forma de Rei
És um alienígena vivendo como cobaia
Foste concebido para o extraordinário
O labirinto das paixões…
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Só letra são do prazer – três poemas de Telema
Só letra são do prazer – três poemas de Telema
Sílabas soltas
Na sílaba solta dos meus lábios
um travessão de beijos
tensos, soletram ausências
na aglutinação das minhas insónias
Na sílaba presa nos teus lábios
meus temores e receios
avenida sinuosa de mistérios
no peito dos teus arranha-céus
Divisão silábica da boca
curvas que entornam palavras loucas
não são falas das minhas íntimas comichões
A verdade: páginas húmidas entre abertas
que…
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Na esfera do estado de emergência: um olhar à obra “Quarenpoema”, de Zola Vida
Na esfera do estado de emergência: um olhar à obra “Quarenpoema”, de Zola Vida
É vocação dos textos literários tomar como objecto os assuntos sociais e ser capaz de influenciar atitudes e comportamentos, como também interferir nos mais variados meandros que fazem a sociedade. O planeta terra, em particular o cosmo angolano, vive uma crise sanitária sem precedentes, causada pelo vírus SARS-CoV-2 que, drasticamente, alterou o nosso modus vivendi. Uma das características…
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O discurso da angolanidade literária: entre a ciência da força e a força da ciência
O discurso da angolanidade literária: entre a ciência da força e a força da ciência
As tendências da pretensa construção de uma identidade literária fizeram corpo no romantismo a partir do século XVIII. O intuito patriótico e o tema da identificação nacional, e tudo que nele estava implicado, encontram no romantismo o seu assento. O encontro das aspirações de atender o propósito histórico da construção das diversas identidades nacionais concomitantemente com a formação das…
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Suspiros incoerentes & madrugada – Quatro poemas de Adriana Borboleta
Suspiros incoerentes & madrugada – Quatro poemas de Adriana Borboleta
Suspiros
Cavalgar em noites
luz lanterna de almas mortas.
psicologia não psicopatias
se na noite triste de riso
céu acalma‘dor de almas
não lama.
se mala que carrega
vidas em baú de abraços
com amor subtil.
poesia na posse de um
quadro surreal
o brilho que em mar não finda
horizonte que traz formas de explanação das gaivotas.
psicologia se amor interrogação ágil da vida
sou exclamação do ateu.
A fala…
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O dilema de Fina
O dilema de Fina
Não sabia como começar, não pensara nem no que dizer, estava ainda incerta do que ia fazer. Valeria mesmo a pena? O que iriam pensar dela? O que iria ela pensar de si mesma? Saberia lidar depois com a situação? E como ficaria a honra de Toya, sua mãe, falecida há seis anos? E ainda a educação que Lando, seu pai, lhe dava? Afundava-se um mar de dúvidas sem fim fazia muitos dias. Perturbada,…
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Um recado igual a outros tantos
Um recado igual a outros tantos
Lembro-me de um dia estar a passear com o meu pai, quando tinha eu apenas seis anos de idade. Nalgum ponto do caminho, ele virou-se para mim e perguntou o que eu queria ser quando fosse grande. Prontamente respondi que queria ser engenheiro. Hoje, porém, sou professor. Muitas das crianças com as quais tenho estado a trabalhar têm a idade que eu tinha quando conversei com o meu pai.
As escolas…
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O vácuo do limite – quatro poemas de Jorge Pedro
O vácuo do limite – quatro poemas de Jorge Pedro
Vestiram-te de trapos da tua inocência, o teu suspiro dançava na coreografia da incerteza. O poente do sol do teu ventre lançou-te no meio de vírus brancos mortais, neste soberbo chão te deitaste, inconformada. A tua doce vontade de trazer de volta a pátria enterrada no branco encobriu a cor mal tratada da tua pele sem par. Os teus lábios escreviam estes dizeres infinitos, oculto no teu trajo de…
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Solilóquios da madrugada
Madrugada é solilóquio junto ao mar parado. Digo, afirmo e reafirmo: não gosto de perder o sono pela alvorada. Quando fico sem sono, pela madrugada, sofro imenso. Normalmente, tento trabalhar. À madrugada, isso traduz-se em escrever, ler ou ambos. Algumas vezes, não tenho vontade de nada disso. Hoje, por exemplo, não me apetece fazer nada. Estou quieto na cama. Oiço o latido e o vrum-vrum dos…
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Estudo dos fenómenos paragoge, apócope e vocalização no Português angolano por influência das línguas nacionais bantu
Estudo dos fenómenos paragoge, apócope e vocalização no Português angolano por influência das línguas nacionais bantu
Nos últimos cinco anos, ou um pouco mais, tem-se intensificado as vozes, acompanhadas de alguns estudos, que defendem uma Língua Portuguesa angolana em detrimento da variante ou Português europeu (PE). O que trazemos nesta abordagem é mais uma contribuição para esta necessidade contínua de estudos à volta da variante angolana da Língua Portuguesa ou Português angolano (PA) para que haja um…
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Estudo morfológico dos prefixos “ka” e “ki” da língua Kimbundu no Português falado em Angola
Estudo morfológico dos prefixos “ka” e “ki” da língua Kimbundu no Português falado em Angola
O contacto entre povos e suas línguas é um processo inevitável na realidade humana. Assim, na realidade africana, o contacto entre os povos europeu e africano começou propriamente no século XV, com a chegada de Diogo Cão e a sua tripulação à foz do rio Zaire.
Considerar que, no caso do contacto existente entre o português e as línguas nacionais de Angola, o mesmo é permanente, tendo provocado…
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A orquestra do maestro João
A orquestra do maestro João
A batuta doirada que faz a orquestra do Estado angolano continua a produzir melodias que, mais do que agraciar os ouvidos, qual kuduro, apenas promove mais dança com as cadeiras e fornece um som ruidoso para quem há muito procura deliciar-se com melodias que possam ajudar a limpar as feridas que se nos têm instalado na alma, há décadas.
Ao olharmos para a trilha sonora da política angolana, a…
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De(u)s (h)umano – quatro poemas de Hondina Rodrigues
De(u)s (h)umano – quatro poemas de Hondina Rodrigues
Vida
Passou por mim
árvore incerta na rota do pré destino
abra sou lutas
doou-as
implacável
sem espera
suturando entre tanto
esperanças
enganos a mente
Eterna caverna
tal qual pintou Platão
Paixões exalam pães de deus
Sigo
(eu Homem)
desumanizado
perdi os olhos
em incógnita idade
?Será a morte
a única verdade
Vejo I
Do extremo…
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O inevitável som da trombeta do destino: tu podes ser o próximo!
O inevitável som da trombeta do destino: tu podes ser o próximo!
Após paparmos bué de natais e tantos anos novos, nossa mente mergulha paulatinamente sob um oceano onde as águas do pretérito se misturam com as do presente e, ambas, com as águas do porvir. Direccionamos o nosso olhar para onde saímos, observamos o que permanece a parcos palmos dos nossos pés e olhamos também para onde almejamos chegar. Em volta dessa tríade atrelada ao tempo, tendemos a digerir…
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19 de Julho, dia da Música Nacional
19 de Julho, dia da Música Nacional
Não assisti ao live solidário do último Domingo na TPA 1 que tinha como protagonistas Socorro, Baló Januário e Os Tunjila Tuajokota. Sabia, como soube do live 3G – Bonga, Paulo Flores e Yuri da Cunha –, mas, simplesmente, não troquei o canal da Super Sport na qual assistia à Fórmula 1 pelo canal da TPA na qual passava o dito live. Por isso, considero-me e podem considerar-me um marginal à cultura…
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Análise literária – um dispositivo para a crítica literária
Análise literária – um dispositivo para a crítica literária
Fora dos postulados universalmente conhecidos sobre o conceito de análise literária, entendemos ser o tecido interpretativo que antecede a crítica literária. Não se chega à crítica sem um entendimento/conhecimento ligado à análise literária. Portanto, não se está a marginalizar as demais variantes, por exemplo, os estudos literários, a historiografia, a teoria da literatura, a psicolinguística,…
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Os caminhos que se bifurcam
Os caminhos que se bifurcam
Agora, nesses tempos de Estado de Emergência e Situação de Calamidade, o saldo de dados virou deus. Quase não se faz muito sem o mesmo. Todos com medo do inimigo invisível precisam de saldo de dados para consultar o estado das contas bancárias, pagar impostos, trabalhar e até comprar comidas! Muitos dos mercados têm estado às moscas.
Como professor de literatura, graças ao Grande Arquitecto do…
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