Tumgik
renascelis · 3 years
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Renasce como flor
Como as palavras anônimas chegam em alguém? Como as palavras que descrevem um sentimento tão pessoal e solitário pode também ser sentidos por alguém que não eu? A impessoalidade da vida às vezes me assusta. Achamos que somos seres únicos, insubstituíveis, mas nunca estivemos tão enganos. Somos frágeis, somos descartáveis e somos facilmente esquecidos. Trago palavras duras e não são de alguém que foi ferida por outro alguém, mas alguém que como um susto de sanidade assustadoramente complexos, me fizeram enxergar o que eu mais temida: O fim. Nós não podemos lembrar de antes da nossa existência. Não lembramos da casa que habitamos antes de nascermos mesmo que saibamos que nosso lar foi nossa mãe. Não lembramos do nosso nascimento mesmo sabendo como uma vida é concebida. Não lembramos dos primeiros dias, meses e até anos. Então o que podemos esperar do futuro? O que podemos esperar quando tudo se ruir? Quando as luzes se apagarem e nossos corações finalmente descansarem? A resposta sempre foi óbvia, a fé sempre esteve presente. Mas às vezes a fé é abalada e nos perguntamos se realmente iremos para uma casa branca, feliz e com cantorias de aves sob nós. Não nego que a existência de nós ainda estará por aí, acredito que sempre estaremos vivos, sejam em memórias de alguém que nos amaram ou fisicamente presentes em adubos que se transformaram em arvores, flores e jardins. A vida é imprevisível e por isso eu tenho medo. Eu formulei planos que eu sei que não serão seguidos. Eu formulei viagens que eu sei que não serão vividas. Eu sonhei com amores que eu sei que não sentirei. É apavorante e doloroso ver a vida que tivemos o privilégio de presenciar passando sob nós sem podermos aproveitar de verdade.
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