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Sobre Palavras e Corpos #21

Da anatomia ao aparelho psíquico “[...] É muito engraçado, isso comporta uma coerência deveras estranha, que se diga o homem tem um corpo [...] É totalmente estranho estar localizado num corpo, e não se pode minimizar essa estranheza, apesar de a gente andar o tempo todo agitando as asas a se gabar de ter reinventado a unidade humana, que esse idiota do Descartes havia recortado. É totalmente inútil fazer grandes declarações sobre a volta da unidade do ser humano, à alma como forma do corpo, por meio de grandes reforços do totemismo e do aristotelismo. A divisão está feita de vez. E é por isso que os médicos de hoje em dia não são os médicos de sempre, salvo aqueles que passam o tempo a afigurar-se que haja temperamentos, constituições e outras coisas do gênero. O médico com relação ao corpo tem a atitude do homem que está desmontando uma máquina. Por mais que se façam declarações de princípio, esta atitude é radical. Foi disto que Freud partiu, e este era seu ideal – trabalhar em anatomia patológica, em fisiologia anatômica, descobrir para que serve este aparelhinho complicado que se acha aí encarnado no sistema nervoso.” O texto, na íntegra, encontra-se no O Seminário, livro 2: o eu na teoria de Freud e na técnica da Psicanálise, como a lição VI, do dia 12.01.55: Freud, Hegel e a Máquina. RD ___________________________ Lacan, J. O Seminário, livro 2: o eu na teoria de Freud e na técnica da Psicanálise. 2.ed. Rio de Janeiro: Zahar, 2010. p.104. #clinica #psicanálise #freud #lacan #sigmundfreud #jacqueslacan #psicanaliseressonancias #corpos #palavras

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Filme inspirado em livros de Betty Milan.

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Sobre Palavras e Corpos #20

Linguagem/Corpo:

“[...] A fala, com efeito, é um dom da linguagem, e a linguagem não é imaterial. É um corpo sutil, mas é corpo. As palavras são tiradas de todas as imagens corporais que cativam o sujeito; podem engravidar a histérica, identificar-se com o objeto do Penis-neid, representar a torrente de urina da ambição uretral, ou o excremento retido do gozo avarento [...]”

O texto, na íntegra, encontra-se nos Escritos, como Função e campo da fala e da linguagem em psicanálise.

RD

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Lacan, J. Função e campo da fala e da linguagem em psicanálise, in Escritos, Rio de Janeiro: Zahar, 1998. p.302.

#psicanálise #freud #lacan #sigmundfreud #jacqueslacan #psicanaliseressonancias #corpos #palavras

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Sobre Palavras e Corpos #19

Já em 1953, é assim que Lacan escreve o sintoma: “[...] O sintoma, aqui, é o significante de um significado recalcado da consciência do sujeito. Símbolo escrito na areia da carne e no véu de Maia, ele participa da linguagem pela ambiguidade semântica que já sublinhamos em sua constituição. Mas é uma fala em plena atividade, pois inclui o discurso do outro no segredo de seu código. [...]” O texto, na íntegra, encontra-se nos Escritos, como Função e campo da fala e da linguagem em psicanálise. RD ___________________________ Lacan, J. Função e campo da fala e da linguagem em psicanálise, in Escritos, Rio de Janeiro: Zahar, 1998. p.282. #psicanálise #freud #lacan #sigmundfreud #jacqueslacan #psicanaliseressonancias #corpos #palavras

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O fanatismo idiota

Do ponto de vista da Psicanálise, qualquer pensamento deveria declarar-se ficção. Mas, quem o faz?

Quando não sabemos quem somos, de onde viemos ou para onde vamos, inventamos ficção – uma religião, um estado, um time de futebol, um partido, um lado ou outro lado.

Uma ficção pode ser forjada em um discurso, sustentando uma narrativa, uma verdade e porque não, uma fantasia?

Mas, ficções não são inúteis, quando geram um encaminhamento social. Aristotelicamente, o paradoxo está em seu sustento: Se você não acreditar em A, então, acredita em B. Qual lado se declara ficção?

Talvez, seja uma utilidade pública que um dos lados declare-se, mas, quem vai querer perder o jogo, seja lá qual for?

RD

#psicanálise #freud #lacan #sigmundfreud #jacqueslacan #psicanaliseressonancias #corpos #palavras #fanatismo #ficção #idiota

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Sobre Palavras e Corpos #18

O corpo falante escreve da mesma forma quando sua escrita foi determinante em grandes reviradas e torções no seu tempo. Em 1953, no que se estabelece a Função e Campo da Fala e da Linguagem, de antes, o que estava na ordem do dia, era o sujeito e, enquanto tal, pode reconhecer que “seu inconsciente é sua história”.

Para a psicanálise, os estádios ou fases dessa história, entretanto, não funcionam como pontos de maturação:

 “[...] o estádio anal não é menos puramente histórico ao ser vivido do que ao ser repensado, nem menos puramente fundamentado na intersubjetividade. Ao contrário, sua homologação como etapa de uma pretensa maturação instintual leva as melhores cabeças a se perderem, a ponto de verem nele a reprodução, na ontogênese, de um estádio do filo animal que é preciso ir buscar nos áscaris ou nas medusas, especulação esta que, apesar de engenhosa na pena de um Balint, leva, em outros lugares, aos mais inconsistentes devaneios, ou mesmo à loucura, que vai buscar no protista o esquema imaginário do dilaceramento corporal cujo temor dominaria a sexualidade feminina. Por que, nesse caso, não procurar a imagem do eu no camarão, a pretexto de que ambos recuperam, após cada muda, sua carapaça? [...]”

O texto, na íntegra, encontra-se nos Escritos, como Função e campo da fala e da linguagem em psicanálise.

RD

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Lacan, J. Função e campo da fala e da linguagem em psicanálise, in Escritos, Rio de Janeiro: Zahar, 1998. p.263.

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Sobre Palavras e Corpos #17

Para fechar os excertos do Seminário 1 – os escritos técnicos de Freud, sobre palavras e corpos, onde Lacan escreve a alienação do desejo como um fenômeno especular, a estrutura imaginária deste fenômeno:

“[...] O homem sabe que ele é um corpo – ainda que não o perceba nunca de maneira completa, porque está dentro, mas ele o sabe. Essa imagem é o anel, o gargalo, pelo qual o feixe confuso do desejo e das necessidades deverá passar para ser ele, quer dizer, para asceder à sua estrutura imaginária. [...]”

O texto, na íntegra, encontra-se no O Seminário, livro 1: os escritos técnicos de Freud, como a lição XIV, do dia 12.05.54: As flutuações da libido.

RD

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Lacan, J. O Seminário, livro 1: os escritos técnicos de Freud. 2.ed. Rio de Janeiro: Zahar, 2009. p.233.

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Sobre Palavras e Corpos #16

“[...] É preciso isolar aqui a função que desempenha no homem a imagem do seu próprio corpo – sem deixar de notar que também no animal ela reveste extrema importância. [...]”

Lacan se refere à função bascular, onde o sujeito assume a imagem da forma do outro – nomeadamente, neste ponto do seu seminário, uma função especular, como o que nos diferencia de outros animais, quanto ao investimento no corpo.

“[...] O homem se sabe como corpo, quando não há afinal de contas nenhuma razão para que se saiba, porque ele está dentro. O animal também está dentro, mas não temos nenhuma razão para pensar que o representa para si. [...]”

O corpo do sujeito é uma representação de um significante para outro significante. 

“[...] É num movimento de báscula, de troca com o outro que o homem se apreende como corpo, forma vazia do corpo. [...]”

O texto, na íntegra, encontra-se no O Seminário, livro 1: os escritos técnicos de Freud, como a lição XIII, do dia 05.05.54: A báscula do desejo.

RD

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Lacan, J. O Seminário, livro 1: os escritos técnicos de Freud. 2.ed. Rio de Janeiro: Zahar, 2009. p.222-224.

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