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doctordoublez

— Não, você não cuidou de uma criança que tem necessidades e tratamentos especiais, por não ser eficiente no seu trabalho e se achar alguma coisa que não é. — Falou com um tom mais forte, sem elevar a voz para não assustar as crianças. — Você não tem o básico para ser uma médica, você espera o que? Que costurando todo mundo e dando remédios já bastam? Se quiser isso saia da cirurgia e vá para clinica, saia desse hospital! Pode perguntar pra qualquer um que trabalhe aqui, sem amor ao que faz você não dura nem 1 mês aqui. — Respirou fundo mordendo o lábio. Seu sotaque saia mais forte que o de costume. — Você acha que o trabalho de alguém aqui é fácil? Acha que todo mundo aqui adora 24/7 o que faz? Todos faziam algo que odiavam quando entraram, eu odiava essa ala, mas quando se tem paixão seu trabalho para de ser um fardo. — Deu uma ultima respirada profunda para se acalmar. — Você tem 2 horas pra achar esse urso, considere ele como um coração para aquela criança, você vai honrar sua vaga aqui e salvar ele ou vai ser mesquinha insubordinada e vai deixar ele morrer?

— Se está tão preocupada com a porcaria do urso pode procurar você mesma, é tão perfeita e maravilhosa, aposto que vai achar! — Disse colocando a prancheta que carregava e colocando em cima do balcão. — E pra sua informação, em nenhum mundo essa metáfora iria funcionar, se fosse um coração de verdade eu daria meu máximo, mas por um brinquedo, não! — Virou as costas para a médica sem pensar duas vezes e logo começou a caminhar para longe dela.

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emilsx

“Eu ainda tenho certeza de que minha teoria vai se comprovar e você vai mudar essa cabeça sobre as pestinhas.” usou o mesmo termo, achando graça. “Oh, right. Achei que você estava tendo outros tipos de problemas com contas, agora eu entendi melhor. O hospital pode ceder alguns serviços ou medicamentos pra quem reside e trabalha por aqui, é só ver direitinho o que tem no seu contrato, e isso tem mesmo se for estágio. Talvez você possa achar alguma solução por aí…” deu de ombros, explicando com a maior naturalidade possível.

— No dia de são nunca. — Debochou com um meio sorriso. — É complicado...Na realidade, eu entrei com um pedido de tratamento no RH, ver se consigo ligar ela a meu contrato, mas é muita burocracia. Estou ficando sem ideias, mas vou acabar dando um jeito. — Assentiu com um pequeno sorriso, levemente grata por ver a outra se importar. — Devíamos mudar de assunto... Como foi seu dia? Algum paciente especial?

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doctordoublez

— Novamente você perdeu alguma coisa de algum dos meus pacientes?! Tsc, já esperava isso de você. Mas não vi nenhum urso estupido por aqui.  —  Ela sabia quem era o paciente e o que aquele urso era, por isso o tom não era calmo ou tranquilo. — Te dou mais 1 hora antes daquela criança entrar em desespero sem o urso que ganhou da avó quando entrou aqui, como incentivo para melhorar e isso vai pesar pra você.

Foi até o banheiro e começou a conversar com a criança que estava em prantos e conseguiu tira-la de lá, com a desculpa que o urso estava brincando de esconde-esconde.

— Não, a criança que perdeu, eu não tive nada a ver com isso! Espere o que quiser, eu realmente não me importo. — Completou passando o olhar pelo ambiente, evitando não começar uma discussão com a mulher. — Em que mundo isso é medicina? Eu estou aqui pra evoluir como uma médica, não procurar a droga de um urso ou ficar morrendo de medo da hora que uma criança vá surtar.

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hcathdxn

Porque eu sou um atendente, e seu superior, é meu trabalho. – Colocou a mão nos bolsos, mexendo nos pirulitos e entrou no quarto, deparando-se com um pai sentado no sofá, aparentemente cansado e uma mãe na porta do banheiro, tentando convencer a criança à sair dali. Antes mesmo que ela pudesse falar alguma coisa ao atendente quando o viu, ele lhe deu um olhar compreensivo e deu leves batidinhas na porta do banheiro. – Princesinha, eu trouxe o pirulito do sabor que você me pediu da outra vez. Mas me deixa te examinar primeiro para eu saber como você está e depois eu te dou, pode ser?

— Hierarquia é algo antigo e completamente ultrapassado, e eu tendo a não obedecer ela. — Respondeu revirando os olhos de forma sutil, entrando no quarto da paciente de forma calma, ignorando os olhares dos pais que pareciam revoltados com toda a situação. Com cuidado observou o atendente atuar com a criança, levemente impressionada, pensando como jamais seria capaz disso.

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guyton-storm

Eu deveria ter adivinhado essa também. Há vários de vocês e, honestamente, não sei como, já que há poucas vagas, apesar da imensa procura. Aliás, muito bom e raro ouvir alguém da neuro atribuindo heroismo à outras pessoas, mesmo nesse caso

Um breve riso irrompeu os lábios da mulher, que assentiu a fala alheia. — Também não entendo muito bem, mas... — Deu de ombros. — Posso ser uma babaca por natureza, mas sei reconhecer o trabalho alheio, e as enfermeiras são heroínas.

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lyriahotch

Até logo, até mais ver, bon voyage, arrivederci, até mais, adeus, boa viagem, vá em paz, que a porta bata onde o sol não bate, não volte mais aqui, hasta la vista baby, escafeda-se, e saia logo daqui. – reproduziu as falas de um dos seus seriados favoritos durante a infância e riu, mas logo a sua expressão foi substituída para uma de pavor – Não! Nunca faça isso para uma criança! Ela vai ficar ainda mais incomodada se você aparecer com um urso falso no lugar do seu amiguinho, você tem que achar esse ursinho ou aprender a negociar. 

— É assim que você trata sua amiga, agora? — Perguntou fingindo estar ofendida, mas logo em seguida pode soltar um riso fraco, que parou assim que as palavras da amiga foram proferidas. Os olhos da residente se semicerraram, sem entender como a criança perceberia que era um urso novo. — Sem chance, nunca vou achar esse urso no hospital, e se eu for negociar com a criança vou acabar fundindo meu cérebro. Não tem uma ideia melhor?

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emilsx

“Ouch, essa doeu té em mim. Elas são difíceis, mas quando você pega o jeito, vai ser ótimo. Tenho certeza que só implicam com você porque te adoram.” riu baixo da reação dela, ouvindo então sobre a dificuldade que enfrentava. “Ainda não estão remunerando? É a parte mais difícil, acredite, mas se quiser ajuda com alguma coisa, eu posso oferecer um sofá às vezes e talvez até tente encontrar um estágio remunerado… Vai ser difícil porque o chefe da minha área é um pouco difícil de lidar, mas sempre há uma esperança.”

— Essa é aquela mesma história do “ele só te empurra porque gosta de você” e eu jamais cairei nessa. Crianças são pestinhas que eu quero bem longe de mim. — Semicerrou os olhos para a loira, com um leve sorriso nos lábios. — Mais ou menos, é que como minha mãe está aposentada, as contas ficam apertadas com o tratamento dela.... — Comentou sem querer entrar no assunto da doença da matriarca. — Por mais que eu fique feliz em ouvir isso, não posso ficar no seu sofá, já passo tempo demais longe de casa.

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lyriahotch

Um urso de pelúcia estúpido? Hum.. Eu não vi nada estúpido por aqui, sinto muito, Rey – negou com a cabeça sorrindo, achando graça da outra estar procurando um brinquedo, provavelmente estava designada para a pediatria. – O que está rolando? 

— Ah, eu não aguento isso, quero pedir demissão. — Disse suspirando pesado, obviamente o tom era de brincadeira visto que estava perto da melhor amiga. — Uma criança surtou porque perdeu o ursinho dela, e se recuso a receber o tratamento sem ele. Acho que vou comprar um novo na loja de presente.

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guyton-storm

Então vou chutar, e espero estar certa, que você não é da área pediátrica, certo? E não se preocupe, consegui tirar um chiclete. Quer dizer, uma enfermeira tirou para mim e me salvou de um long bob forçado.

— Nem pensar! Sou residente, neurologia é minha área. — Respondeu rapidamente, apesar de ser algo óbvio, ela jamais trabalharia com crianças. — Ainda bem, as enfermeiras são verdadeiras heroínas por aqui.

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beawxlsh

Fechou a última página de uma planilha, largando-a novamente sobre o balcão da recepção e pegou outra exatamente igual por fora, sem ao menos saber se não era uma das muitas outras que já havia lido. Respirou pesado, um tanto indignada com a organização de quem era responsável por toda aquela papelada. Em um movimento repetitivo e quase automático, passou os olhos azuis sobre as letras pequenas, dando graças à Deus que nada ali lhe era familiar, indicando que havia pego uma planilha que ainda não lera. Ouviu a voz da mulher e correndo contra o tempo, nem ao menos olhou para a mesma já que o tom não lhe era estranho.  ❛ — Se ele for liso, branco, todo escrito e parece uma planilha, sim, eu vi. ❜  Respondeu irônica, parecendo um tanto grosseira, completamente o contrário do que queria e então completou.  ❛ — Desculpa, essas planilhas foram as únicas coisas que vi nos últimos trinta minutos. ❜     

Não gostava de pedir ajuda aos outros, especialmente se tratando de algo tão banal, sabia que atrapalhar alguém no hospital não era o indicado, especialmente a mulher a sua frente, que parecia prestes a ser sugada por uma pilha de papéis. Infelizmente ela não via outras opções e resolveu tentar a sorte, não se surpreendendo com a resposta levemente ríspida. — Quem me dera fosse fácil achar um urso, tanto quanto é fácil achar uma planilha... — Retribuiu com um meio sorriso, se aproximando do balcão enquanto olhava para a bagunça ali instalada. — Agora me pergunto o que é pior, procurar um urso, ou organizar papéis.

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hcathdxn

Um dos requisitos para se tornar atendente é passar por todas as especializações, sweetheart. A senhorita passaria pela pediatria ora ou outra. Não adiante ficar com esse mau-humor todo. Agora, me poupe de estresse e vamos no quarto… – Pegou o tablet novamente para ver a próxima criança que estava precisando de ronda e entregou a ela. – 403.

— Por que eu deveria te poupar do estresse se você não me poupa? — Largou a pergunta quase de forma retórica, pegando o tablet enquanto já caminhava. — Essa é a peste do ursinho, e já que você é o mágico das crianças devia contar a ela que não achamos o urso.

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hcathdxn

Dê graças a Deus por ainda estar nesse programa.

— Você que me coloca nas rondas de pediatria, sabe muito bem que sempre acaba mal. — Acusou o homem enquanto o encarava. — E para sua informação sorte não é o motivo pelo qual estou aqui.

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guyton-storm

E aposto que ela deve ter achado bem engraçado, não é? Geralmente eu adoro crianças. Quando elas estão comportadas e sendo bondosas, até mesmo se estiverem um pouquinho mal humoradas, mas não quando estão prendendo chiclete no meu cabelo.

— Riu até não poder mais. — Explicou revirando os olhos. — Uh, não acredito que prenderam chiclete no seu cabelo, tomara que não precise cortar.... Não gosto delas mesmo quando estão sendo bondosas, não me dou bem.

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emilsx

“Uma parte de mim concorda e acha que é exatamente por esse motivo, são crianças.” ergueu uma sobrancelha para a morena, claramente irritada. “Eu até colocaria se isso fosse aliviar a picada que você tomou de algum bicho bem venenoso, acredite em mim. What’s going on, honeydew?”

— Crianças são idiotas e eu jamais vou ser capaz de compreende-las... — Completou ainda olhando para o livro. — Me desculpe, é que eu não sei como lidar com meu mau humor — Explicou, agora levantando o olhar para a loira. — Estou tentando aprender a gerenciar as finanças de uma casa, o que é bem complicado sem dinheiro.... Só estou com muita coisa na cabeça, nada demais.

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hcathdxn

Você está mesmo procurando ursinhos de pelúcia enquanto tinha um paciente em código azul? – entregou o tablet do hospital para um enfermeiro atrás do balcão e tirou as luvas em seguida. – Por que não pede para um dos seus internos fazerem isso? Eles estão no seu serviço para servirem de algo. Você é uma residente, pelo amor de Deus. Se em algum de seus turnos você perder uma criança por causa de distração, eu vou fazer o resto da sua residência um inferno na terra.

A residente respirou fundo, tentando se controlar para não surtar, mas parecia quase impossível. — Acha que estou procurando ursinhos de pelúcia porque quero dormir abraçada com um? — Aumentou o tom, cruzando os braços instantaneamente. — Um dos seus pirralhos perdeu o brinquedo e deu um escândalo, agora todo mundo está procurando essa droga pra que a criança possa se acalmar e não se tornar o próximo código azul do seu dia. — Bufou exasperada, sabendo que provavelmente aquilo terminaria muito mal. — E não se preocupe, se algum dia eu perder uma criança vou estar te fazendo um favor!

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— Quando eu falo que a ala de pediatria é o próprio portal pro submundo ninguém acredita... — Disse com um meio sorriso. — Uma jogou suco de laranja em mim semana passada.

Que Deus me ajude se mais uma criança me pregar mais alguma peça por eu negar doces que eu não tenho ou sou autorizada a dar para pacientes.

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— As crianças da pediatria não são parâmetro pra nada, adoram esse tipo de coisa boba... — Bufou enquanto virava as folhas de um livro, adorava Emma, a mulher tinha todo o seu respeito, mas nem por isso controlava seu mau humor perto dela. — Mas se serve de consolo até que você tá bonita assim, ainda que eu preferisse o sangue.

Halloween? É claro que eu gosto, mas eu não achei que fosse uma boa ideia passar sangue no rosto, especialmente porque é a única coisa que eu vejo todos os dias da semana, sem exceção. Mas, anyway, qual o problema? Você não gostou do glitter como substituto? É so um pouco, e ele ainda é quase transparente. As crianças da sala pediátrica adoraram.