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Diário De Uma Estrela- Cap 3

Pov’s  Stephen Amell

Olá facebook, oh não, espere! É brincadeira, aqui não é o facebook, no facebook eu só preciso falar, seria mais fácil, pouparia tempo, mas o que vou dizer aqui não poderia jamais ser dito no facebook, aqui ainda tenho o benefício da dúvida, alguém acreditaria que sou mesmo eu que estou aqui escrevendo todas essas coisas que vou escrever agora? Bom, a decisão é sua se deve acreditar ou não, estou adorando isso de qualquer jeito.  

Ok. Todos devem saber que sempre fui um cara sossegado, de compromisso e família, pudera! Minha mãe me ensinou desde pequeno que devo honrar meus compromissos e a pessoa que está do meu lado e é exatamente por ser assim que estou nesse momento fazendo exatamente o que me foi ensinado, tentando mais uma vez, salvar meu casamento há muito tempo fracassado, mesmo que isso esteja custando a minha própria felicidade e a felicidade daquela que eu mais amo na vida. Ninguém pode imaginar o quanto tenho que ser forte todos dias quando a vejo tão débil e triste, o quanto luto comigo mesmo para não mandar tudo ao inferno e ir atrás dela, fazer-lhe promessas eternas, amá-la e permanecer ao lado dela até o fim de meus dias. Eu não sei até quando serei capaz de resistir a esses desejos, afinal, qual o preço da felicidade? Seria eu tão egoísta ao ponto de abandonar Cassandra no estado em que está só para me permitir ser feliz? E Emily? O quão filho da puta eu posso ser a ponto de vê-la sofrer e não fazer nada para mudar isso? Sabendo que elá está assim por minha culpa e somente minha. Estou tão perdido! Sou com certeza o homem mais infeliz e desgraçado do mundo, ninguém no mundo todo, poderia se sentir tão culpado e impotente como eu, estando de mãos atadas sem poder fazer absolutamente nada para impedir o sofrimento da mulher que amo.

Eu a conheci quando ela foi escalada para o elenco, aquele doce e divertido ser, chegou tomando todas as atenções e prendendo a todos com seu sorriso. Não existia uma só pessoa que não estivesse encantado por seu carisma, ela era o ser mais iluminado que já havia conhecido e estar perto dela era como respirar ar fresco pela primeira vez, todos queriam estar perto dela e ter a oportunidade de uma conversa com ela, não sei explicar como isso acontecia. Então acho que não foi só eu que me vi apelando para os diretores da série por mais alguns capítulos com a presença de ‘Felicity Smoak’, ‘O pública está realmente vidrado’, afirmei. Provavelmente não teria sido necessário que eu tivesse feito o apelo, pois tanto Marc quanto os outros diretores não tinham sido imune aquele sentimento que Emily causava e em pouco tempo ela já fazia parte do elenco fixo de Arrow e eu não poderia estar mais feliz.

Longe dali, em uma parte da cidade que eu era apenas Stephen Amell, Cassandra estava a mil preparando nosso casamento secreto que aconteceria em dezembro. Quando conheci Cassandra, pensei ter conhecido a mulher que eu passaria o resto da vida, ela era educada, inteligente e divertida, também era uma ótima amiga, era tudo o que sempre desejei em uma mulher para estar ao meu lado, estar com ela era fácil, ela passava tranquilidade, namoramos por algum tempo antes que pudéssemos tomar qualquer decisão de dar um passo à frente com nossa relação. Eu sabia que Cassandra era ciumenta, mas ela sabia disfarçar muito bem e não me cobrava nada, era compreensiva, pois sabia que eu era uma pessoa pública quando nos conhecemos. Mas tudo mudou quando fui escalado para Arrow e o sucesso da série era maior a cada dia, Cassandra não aceitava o fato de que eu tinha que atender ao chamado dos fãs, que eu tinha que ir a eventos e viajar constantemente com a equipe e que nem sempre ela podia estar presente. Depois que nos casamos a situação só piorou, vivíamos 24 horas juntos então o ciúmes dela ficava a cada dia pior e com isso vieram as brigas, brigávamos constantemente e por motivos irrelevantes, eu já estava acostumado a dormir sozinho no quarto de hospedes e Cassandra quase sempre se negava a cumprir seu papel de esposa. Fui paciente, não podia jogar um casamento na lama sem ao menos tentar fazer com que desse certo, mas a situação só piorava, Cassandra deixou de cumprir seus compromissos para estar quase que integralmente na minha cola, aparecia quase todos os dias no estúdio com alguma desculpa e ficava por lá até quando fossemos para casa e qualquer coisa que ela visse como incomum era motivos para discussão, eu estava vivendo um inferno!

Então não foi surpresa quando comecei a ver minha colega de trabalho com outros olhos. Eu sabia que era errado, errado por que era casado, mas eu não conseguia evitar e quanto mais eu tentava resistir mais me via envolvido e incapaz de me afastar daquela mulher, tentava manter a naturalidade que era nossa amizade mas quando percebia já a estava elogiando excessivamente, olhando para ela sem ao menos disfarçar e a cada dia me via mais e mais apaixonado. Ainda tentei negar o que sentia, mas então Marc me apareceu com a proposta do beijo entre Oliver e Fecility e eu vi uma oportunidade de tentar descobrir exatamente o que estava sentindo. Olhando o roteiro pude constatar que não seria um beijo de verdade, mas eu precisava  mais que isso e era a minha oportunidade perfeita, eu teria que radicalizar. Então me vi muito nervoso como nunca tinha ficado antes quando já estávamos prestes a dar inicio as gravações, me senti extremamente culpado por minha malícia quando a vi chegar em toda a sua inocência e esplendor, se juntando à mim e Marc em frente à mansão Queen, me mantive quieto enquanto Marc derramava sobre ela os elogios de sempre, me permitindo apenas corresponder ao sorriso que ela direcionou à mim como cumprimento, aquele sorriso que fez meu coração bater mais forte que o normal.

- Vocês dois são meus orgulhos mesmo! Estou tão empolgado por estarmos fazendo isso, se essa ideia vingar já fiquem sabendo que tenho muitas outras aguardando ansiosamente para serem usadas- o ouvir dizer e em seguida nos abraçar

- Você sempre tem ótimas ideias, meu amigo, serei seu fã eternamente.- não poderia ser mais agradecido por Marc me dar essa oportunidade.

- Tenho mesmo, não é Queen? – se referiu à mim como o personagem, ele sempre fazia isso - Então vamos lá, crianças, vamos fazer logo isso porque no fim de semana tem festa. Dois minutos- entrou em seguida.

E ficamos apenas eu, ela e minha ansiedade reprimida. Resolvi então dizer alguma coisa pra quebrar o silêncio.

-Nervosa?- ela me olhou e sorriu.

-Não, deveria?

- Não-  ri nervoso e emendei - Mas eu estou.

Me amaldiçoei mentalmente por dizer aquilo e agradeci aos céus por no segundo seguinte já termos que entrar em cena, então entramos e demos vida a Oliver e Felicity, até o momento do beijo.

- Eu te amo- disse Oliver.

Eu estava ansioso, mas naquele momento ela parecia estar ainda mais que eu, a vi paralisar quando deveria estar encerrando o espaço que havia entre nós e antes que Marc mandasse cortar a cena por falta de ação eu tomei a iniciativa, me aproximando e colocando a mão em seu rosto de porcelana, o acariciando e sentindo a textura macia. E como quem acorda de um transe, ela pareceu despertar do torpor em que estava e finalmente fechou a distância que exista apenas entre nossas bocas, pousando suavemente seus lábios. A senti repelir seu corpo um segundo depois que nossos lábios se tocaram, mas eu não estava pronto para desfazer aquele contato, eu queria mais e precisava de mais, então passei a mão que estava pousada em seu rosto para sua nuca e impedi qualquer movimento que ela pudesse fazer para sair de perto de mim. Ousei passar minha língua em seus lábios e pude constatar o quanto eram macios e convidativos, então pressionei meus lábios nos seus e como uma boa menina, ela cedeu passagem, recebendo minha língua com a sua, quente e doce como mel, meu corpo inteiro estremeceu com a sensação e nesse momento eu não tive dúvidas de que tudo era real dentro de mim. E então tive medo, me assustei com a possibilidade desse sentimento de tal modo que assim que se deu o fim da cena, eu saí o mais rápido que pude de lá, precisava tomar ar e clarear os pensamentos que estavam completamente confusos e embriagados com seu cheiro e gosto. Fui para meu trailer e me permiti pensar, eu a tinha deixado desnorteada, tinha certeza que não fui só eu que confundiu realidade e ficção e também tinha certeza que desse dia em diante eu estaria perdido, que ela estaria constantemente em meus pensamentos e eu não conseguiria mais ignorar o que estava sentindo. Perdido em pensamentos, eu não pude ouvir quando ela bateu em meu trailer, apenas percebi sua presença quando já estava saindo para gravar as próximas cenas, eu sabia por que ela estava ali, ela tinha vindo tirar satisfações, nós dois sabíamos que aquele beijo não estava no papel e nós dois sabíamos que eu tinha me aproveitado da situação, assim como nós dois sabíamos que eu não fui o único afetado por aquele beijo. Eu queria conversar, queria gritar naquele momento o que estava sentindo, mas infelizmente não era a hora e nem o lugar, então tive que deixa-la com a promessa de que eu a procuraria e eu iria mesmo! O resto daquela noite eu passei com dificuldade para me concentrar e como consequência tivemos que gravar várias vezes a mesma cena porque eu não conseguia entrar no clima do personagem, cheguei em casa já era madrugada e fui recebido por uma Cassandra furiosa que jogava palavras desconexas para mim enquanto eu só consegui cruzar os braços e observar, não conseguia entender nada do que ela dizia, apenas olhava enquanto ela gritava e gesticulava com os braços sem parar, minha mente estava distante dali, em uma pessoa que naquela hora deveria estar dormindo linda e tranquila em seu apartamento. Após incansáveis minutos de insultos e reclamações, resolvi que estava cansado demais para continuar ali, apenas dei as costas para Cassandra e fui para o quarto de hóspedes, o que na verdade já tinha se transformado em meu quarto, mas nada impediu Cassandra de continuar suas reclamações no outro dia, que agora insinuava que eu estaria a traindo, tentei ignorar. Cassandra parecia outra pessoa, mas ainda assim, não imaginava que ela seria capaz de fazer o que ela fez na festa de encerramento da emissora, o que para mim foi a gota d’água [...]

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Diário De Uma Estrela- Cap 2

Oi meus amores, como havia prometido, eu voltei! Mais rápido do que eu imaginava, inclusive. Acontece que hoje o dia não foi fácil, é o fim da pior semana da minha vida e resolvi vir aqui hoje para me abrir um pouco com vocês. Fanta passou aqui mais cedo me chamando para ir a alguma boate, ‘voltar para a pista’, como ela mesma disse. Sério? Confesso que não estou nem um pouco animada e muito menos no clima para essas coisas, então resolvi ficar em casa fazendo companhia para meus filhos peludos, ouvindo alguma coisa que não consigo identificar na playlist online e escrevendo para vocês, que é o que mais está me deixando feliz no momento. Vou lhes contar agora como toda essa história teve inicio, para que comecem a entender a problemática.

Quando recebi o convite para gravar em Arrow, o que inicialmente seria apenas dois episódios, não imaginava que me identificaria tanto com a personagem e os colegas de elenco, foi como se eu estivesse entre amigos de muitos anos, então para mim, foi natural fazer amizades logo na chegada e me sentir completamente à vontade para ser eu mesma,  a Emily que todos conhecem: espontânea, engraçada, brincalhona e carismática com todos. Eu sabia que sentiria falta desse papel quando as gravações chegassem ao fim, tamanha foi minha surpresa quando Marc , um dos diretores da série,  me chamou para uma reunião e disse que gostariam de tornar fixa a minha personagem, pois a aceitação do público tinha sido realmente muito grande, para mim foi a realização de um sonho, finalmente poderia decolar na minha carreira de atriz, claro que já tinha feito outros papéis, mas definitivamente trabalhar em Arrow seria a porta de entrada para o reconhecimento mundial.  Desde então, desenvolvi um vinculo de amizade com todos com que trabalhava, era mesmo uma família, a família Arqueiro.  

Eu não sei explicar exatamente quando tudo mudou em relação ao que Stephen sentia por mim, só sei que a certa altura, mais ou menos uns dois meses após o inicio das  gravações da segunda temporada, seu comportamento era completamente outro na minha presença, seus olhares, sempre muito intensos e penetrantes,que insistiam em me seguir sempre que eu estava em seu campo de visão, sua respiração acelerada quando estávamos perto demais, suas indiretas, sua necessidade excessiva de me abraçar, fazer carinho em meu rosto, em meu braço quando me abraçava de lado... Eu tentei ignorar isso, dizendo a mim mesma que eram coisas da minha cabeça, que eu estava vendo coisas onde não tinham, eu só podia estar ficando louca, ou estava indo por um caminho muito perigoso me permitindo imaginar essas coisas com um colega de trabalho, um homem casado! Consegui manter minha cabeça no lugar, nos meses que se seguiram, me dediquei inteiramente a ignorar qualquer atitude incomum de Stephen, fazendo cara de paisagem ou de desentendida quando me via sem reação diante de um comentário ou elogio vindo dele, era coisa da minha cabeça, não tinha outra explicação. Até que em um dia, no último dia de gravações, aconteceu algo que me fez ter certeza que eu não tinha imaginado nada do que vinha acontecendo.

Era uma terça feira, gravamos algumas cenas do episódio 23 até a hora do almoço, era o último da segunda temporada. Gravamos a cena que acontece no esconderijo secreto do time Arqueiro, no qual Sarah leva Nyssa e alguns dos integrantes da Liga dos Assassinos afirmando que estão dispostos a ajudar Oliver a enfrentar Slade, a cena seguinte decorre com Felicity convencendo Oliver que matar Slade não é a saída para o problema.  Terminada essa cena, fui almoçar com Fanta, minha próxima gravação seria apenas ás 18:30 da tarde. Porquê?  Capricho de Marc. Na semana anterior, ele havia me entregado um roteiro alterado, afirmou que foi uma ideia que surgiu de última hora e que queria deixar para uma das últimas cenas a serem gravadas, assim estaríamos mais relaxados já que não teria muita coisa a ser gravada depois. Assim que recebi o roteiro fiquei instantaneamente curiosa para saber o que de tão importante ele havia deixado para o ‘Grande final’, aparentemente nada havia mudado, exceto por um beijo que fora acrescentado. Sim! Haveria um beijo Olicity. Corei. Eu sei que já tinha feito várias cenas de beijo, não em Arrow, mas em outros trabalhos. E também não era lá grande coisa, era só um beijo rápido, talvez até um roçar de lábios, eu podia fazer isso, tinha entrosamento suficiente com Amell para fazer isso com a maior naturalidade do mundo. Respirei, estudei a pequena alteração e decidi não pensar mais nisso, até esse dia, quando já estava de volta ao estúdio, me preparando para gravar.

-  Começamos em dez minutos, Emily.- Lori anunciou assim que abriu a porta- Posso confirmar?

- Pode sim, estou terminando aqui e já estou indo.

-Ok- sorriu, saindo em seguida-.

Fui em direção a porta da mansão de gravação que pertencia aos Queen assim que fui liberada da maquiagem, Stephen já me aguardava na porta de entrada, Marc estava com ele.

- Minha estrela maior está linda como sempre, está preparada também?- sorri

- Claro, Marc, prontíssima, como sempre- Olhei para Stephen o cumprimentando com um sorriso, que foi prontamente retribuído.

- Vocês dois são meus orgulhos mesmo! Estou tão empolgado por estarmos fazendo isso, se essa ideia vingar já fiquem sabendo que tenho muitas outras aguardando ansiosamente para serem usadas- Marc  nos abraçou pela lateral,  balançando os braços levemente.

- Você sempre tem ótimas ideias, meu amigo, serei seu fã eternamente.

- Tenho mesmo, não é Queen? – ele ri orgulhoso- Então vamos lá, crianças, vamos fazer logo isso porque no fim de semana tem festa. Dois minutos- entrou em seguida.

-Nervosa?- ele se virou para mim, sorrindo.

-Não, deveria?

- Não- riu- Mas eu estou.

No momento seguinte, as luzes de dentro da mansão foram apagadas, ficando acesa uma luz fraca que constatei ser de velas e do abajur quando entramos. Só tive tempo de colocar no rosto a expressão confusa de Felicity, pois Stephen havia segurado minha mão e entrado na casa assim que o sinal foi dado, entrei imediatamente no personagem.

-Oliver, o que estamos fazendo aqui? A cidade inteira está desabando- Felicity se volta para Oliver assim que eles chegam ao centro da sala, olhando em seus olhos.

- Eu sei- suspira- Você tem que ficar aqui.

- O que!? Porquê!? Você não pode me impedir...- ele a interrompe.

- Eu não estou pedindo. Eu venho te buscar quando isso acabar.

-Não!

-Felicity- ele diz seu nome quase que em suplica.

-Não! Me diz pelo menos o porquê.

- Porque eu preciso que fique segura.

- Eu não quero ficar segura, eu quero ficar com você...- faz-se uma curta pausa e ela dá um passo para mais perto de Oliver- E com os outros, em perigo.

-Isso não pode acontecer.

- Oliver- ela procura respostas em seus olhos- Você não está fazendo sentido.

- O Slade levou Laurel porque ele quer matar a mulher que eu amo.

- Eu sei, e daí?

-Só que ele levou a mulher errada- Felicity paralisa e sua boca forma um O perfeito.

- Oh- os dois se olham intensamente.

- Eu te amo...

E Foi inevitável sentir meu coração se acelerar, eu sabia que a próxima ação teria que ser dos dois, que deveriam se aproximar até que não houvesse mais espaço e em seguida aconteceria o beijo, mas por algum motivo, eu não consegui sair do lugar, apenas olhava no escuro dos olhos azuis de Stephen, que transmitiam um brilho de ansiedade e expectativa. Stephen pareceu perceber que eu não me moveria e numa fração de segundo, que mais parecia ter se passado minutos, ele acabou com a distância que havia entre nossos corpos, pousando sua mão em meu rosto e acariciando em seguida. Finalmente consegui sair do transe em que me encontrava, fechando o espaço que ainda existia entre nossos rostos e colando meus lábios aos seus. Senti como se uma corrente elétrica estivesse atravessando meu corpo, indo desde minha cabeça até os meus pés e como se levasse um choque, meu corpo se contraiu pronto para recuar, assim que percebeu que eu iria me afastar, Stephen passou sua mão do meu rosto para minha nuca, impedindo qualquer movimento que eu quisesse fazer para desfazer o contato, senti sua língua pressionar ainda mais meus lábios e invadir minha boca em seguida, quente e sedenta por explorar cada pedacinho da minha. Eu estava perdida, porque não sabia como parar, não tinha forças e muito menos vontade para parar, também estava confusa porque não sabia se eu estava sendo Emily ou Felicity naquele momento, só sabia que queria mais e mais aquele beijo e seus lábios nos meus, provocando aquela sensação que eu gostaria de sentir para sempre e definitivamente, aquele beijo não fazia parte do roteiro. Não sei exatamente quanto tempo se passou, se foram minutos ou segundos, até que senti sua mão afrouxar em minha nuca e a intensidade do beijo diminuir até que ele se afastou completamente, em seus olhos eu via um escuro sombrio que refletia a mesma confusão e desejo dos meus.

- Agora você entendeu?- e nesse momento ele entrega uma seringa em minha mão, que para Felicity explicava todo o plano de Oliver.

- Sim.- me limitei a dizer, ainda estava sem fôlego, ele sai.

-Corta!- Ouvi Marc gritar vindo ao meu encontro, meus ouvidos ainda zumbiam, olhei em volta procurando por Stephen, precisava confrontá-lo e perguntar o que tinha sido aquilo, mas ele não tinha voltado para a sala.

- Minha Barbie Bett, o que foi aquilo? Arrepiei-me todinho, olha, olha- ele apontava para os cabelos do braço.

- Um pequeno improviso, acho- sorrio nervosa, nem mesmo eu sabia o que tinha sido aquilo.

- Foi muito melhor do que eu poderia imaginar, foi uma explosão de emoções,  de química, talento, eu não consigo explicar o que foi ver aquilo – ele se inclinou para falar em meu ouvido- Estou me declarando fã desse casal agora mesmo, quero eles juntos pra ontem! – estalou os dedos como quem estivesse dando ordens-.

-  Calma, Marc, você está tão eufórico que parece que vai ter um ataque a qualquer momento, desse jeito não vai viver pra ver o final feliz.

- Se eu morrer pode ter certeza que volto para aplaudir de pé esse final –rio de sua seriedade- Sério Ems, com essa química de vocês, tenho certeza que esse casal vai dar o que falar. Eu nunca erro nas minhas intuições e soube disso no momento em que coloquei os olhos em você!

- Eu acredito em você, Marc, você é demais!- dou um beijo estalado em sua bochecha- Mas agora eu preciso ir, tem uma coisa que eu preciso fazer que é muito urgente. – falei já me direcionando para a porta.

- Eu também já vou, preciso mostrar esse material para o pessoal antes mesmo de iniciar as próximas cenas, nos vemos na festa, beijinhos.- e sumiu por uma outra porta.

Saí apressada na esperança de encontrar Stephen do lado de fora, mas ele também não estava lá, só havia um lugar em que ele poderia estar e foi exatamente para lá que eu fui. Bati na porta de seu trailer, olhando para todos os lados como quem está prestes a cometer um crime, afinal, eu nunca tinha ido ali, não queria dar motivos para boatos maldosos caso alguém me visse entrando no trailer dele. Já estava prestes a desistir e ir embora quando o vi abrir a porta e sair vestido como arqueiro.

- Em, me desculpe, eu não te ouvi bater, estava trocando a roupa.

- Me desculpe, eu, eer... Não queria atrapalhar! Eu só, é

- Você ?- me encorajou.

- Você sabe, Stephen- bufei- Aquilo, aquele beijo, precisamos conversar!

-Eu sei  que precisamos e acredite, eu quero muito, mas não aqui- olhou em volta- não agora. Pode ser depois, quando acabarmos?

- Na verdade, eu já acabei, porque gravamos aquela ultima cena ontem, lembra? – mordo o lábio- Já estou indo para casa.

- Oh, droga- ele passa a mão entre os cabelos- eu já estou atrasado para gravar , realmente preciso ir, mas eu te procuro,Em, prometo!

- Tudo bem, isso pode esperar – me aproximo hesitante e o abraço- Vai lá, a gente se vê- me viro para ir embora.

- Em?

- Sim?

- Mal posso esperar para te ver de novo.

Passou por mim beijando meu rosto e saiu me deixando paralisada, processando suas últimas palavras.

“O que foi isso, Emily? O que está acontecendo? O que você está fazendo?” era o que me perguntava durante todo o trajeto até minha casa, cheguei ao estúdio confusa naquele dia e saí de lá mais perdida do que quando cheguei. Stephen tinha me confundido, intrigado e bagunçado meus pensamentos, literalmente me deixando a ver navios e tudo isso para quê? Apenas para me desestabilizar, porque o beijo, sequer foi ao ar! Quando Marc se reuniu com os outros, disseram que estava cedo demais para formar um casal, que não sabiam se o público poderia aceitar e não sei o que e acabaram cortando o bendito beijo. Depois desse dia Stephen e eu não voltamos a nos ver pelo resto da semana, muito menos nos falamos até o dia da festa de encerramento da emissora. E não teve um só momento naqueles próximos quatro dias que eu não tenha pensado nele.

É isso amores, depois volto para contar o que aconteceu naquela festa. Agora me despeço, pois já são mais de três da manhã, acreditam? Perdi completamente a noção do tempo e agora posso jurar que meu bumbum está dormente do tanto que fiquei aqui sentada  –risos-.

Com amor, Em Bett.

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Diário De Uma Estrela -Cap 1

Sabe quando você pensa que está tudo perdido? Que não há mais esperanças? Quando parece que um buraco negro se abriu no chão e todas as suas forças estão sendo sugadas para dentro dele? Eu ando assim, me sentindo o ser mais infeliz e sem vida do mundo. Em um minuto tudo era maravilha e parecia que se encaixaria na mais perfeita ordem. Estavámos felizes, finalmente tínhamos concordado que o que sentíamos não dava mais para ser ignorado, decidimos dar as mãos e enfrentar o mundo, juntos! No minuto seguinte,meu mundinho cor de rosa e feliz desmoronou, dando lugar à escuridão e sofrimento, não podíamos mais estar juntos, ele tinha uma responsabilidade, uma família à cuidar e eu simplesmente tive que aceitar e enfrentar o mundo, sozinha… Ai meus amores, perdão! Tenho certeza que não estão entendendo nadica de nada, não é mesmo!? Nem mesmo eu acho que estou fazendo sentido já que escrevo em meio a tantas lágrimas que caem descontroladamente. Estou tão desnorteada que estou buscando esse refúgio nos braços de vocês, sei que tenho pessoas comigo que me amam e compreendem, Fanta é uma dessas pessoas, ela é minha irmã de alma e eu confio minha vida à ela, porém tem coisas que ninguém melhor que vocês para entender, vocês também são as pessoas em quem eu mais confio no mundo todo, que me amam e sei que estarão comigo a todo momento, independente do que aconteça. Vou explicar muito rapidamente o que anda se passando para que eu esteja assim, tão perdida. .. Vocês devem saber que eu sou a pessoa mais ‘good vibes’ do mundo, e na maioria do tempo eu sou mesmo! até quando estou nos meus piores dias eu tento ser alto astral fazendo piadas e distribuindo sorrisos gratuitos. Porém, ultimamente só consigo viver um minuto após o outro, lembrando a mim mesma que devo ser forte e continuar respirando, mesmo que cada célula do meu corpo doa quando meus olhos caem nele, ou quando sua voz é doce e calorosa quando  Oliver Queen está contracenando com minha personagem, Felicity Smoak… ou quando tenho que passar quase que 24 horas por dia olhando para ele e fingindo que nada aconteceu, sorrindo como se tudo estivesse às mil maravilhas. Definitivamente não está sendo fácil, assim como sei que não está sendo fácil para vocês entenderem o que realmente está acontecendo, eu prometo que vou tentar ser mais clara explicando tudo do começo, mas não hoje, infelizmente tenho uma externa para gravar em dez minutos, prometo voltar assim que possível, temos muitas coisas para conversar! Amo vocês, com amor Em Bett.