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# | scars of time.
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scarzoftime · 2 months ago
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É uma honra lecionar em Hexwood e 𝐕𝐎𝐋𝐊𝐀𝐍 𝐙𝐄𝐘𝐁𝐄𝐊 𝐆𝐔̈𝐋𝐋𝐄𝐑 sabe bem disso! Aos 35 ANOS, é PROFESSOR DE PRESSÁGIOS & PROFECIAS e hospedeiro de LETO, a deusa romana de personificação da morte. Falam pelos corredores que ele é COMPASSIVO, mas também IMPULSIVO.
��� 𝐏𝐈𝐍𝐓𝐄𝐑𝐄𝐒𝐓 ﹚    ✶🔮✶   ﹙ 𝐏𝐋𝐀𝐘𝐋𝐈𝐒𝐓 ﹚
،   ≀ ⠀╱⠀ BIOGRAFIA:
— Tal qual a força de seu nome carregaria, fora regrado em seus primórdios de idade para: obedecer, agir, fidelizar-se aos princípios de sua base e liderar a família. Seria loucura dizer que um menino tão jovem devesse aprender esses pilares logo cedo, do contrário não se tornaria um bom herdeiro? Pois, sim. O patriarca dos Güller não duvidava da capacidade do filho, talvez por isso o ensinava diretamente e apropriadamente para ser um homem cujas prioridades não poderiam passar das que a tradição mandava.
— As coisas só começaram a mudar quando aquela regração desenfreada teve sua pausa ao nascer da segunda filha. Ele nunca sonhou em tornar-se irmão de alguém para dividir um fardo, mas para entender como o amor funcionava e porque existia. Até então, sua vida fora recheada de lições e aprendizados políticos, nada tão humanizado, mas também nada simplório, somente com a chegada da caçula que as coisas passaram a mudar. Ainda era muito novo para entender como era dividir atenção entre os pais e depois que a irmã passou a ter uma noção mais explorada de vida que ele também teve, quis tentar compartilhar algo com a mesma. Volkan nunca teve tempo para brincar com amigos de infância, tampouco aproveitou sua adolescência exceto pelas margens de soltura que a própria mãe beneficiava o primogênito, mas óbvio que nada disso foi aproveitado, uma vez que os ideais de sua irmã se tornaram diferentes dos seus, automaticamente levando-o a seguir por um outro rumo: o qual seu pai pretendia para si. Então sua vida passou a mudar e nem um pouco para melhor.
— Foi um estudante aplicado das artes mágicas, especialmente em cronomancia, mas tudo era sempre muito nublado em sua mente com relação à magia da adivinhação. Tinha repreendas constantemente por parte do pai, com quem escolhia passar majoritariamente do tempo junto, ao mesmo tempo que sua mãe aliviava sua tensão ao orientá-lo conforme suas decisões eram tomadas. Ela nunca influenciou ele de outra forma, muito embora nem mesmo Volkan soubesse seu alinhamento com relação à regra do patriarca, e nunca perguntou também, mas engolia toda pressão que sentia sob seus ombros para que pudesse fazer o que achava que era certo — seguindo os ideais de seu pai, é claro.
— Em meio a tudo, ainda por cima, Volkan possuía uma conexão até que problemática com seu deus, Leto, e frequentemente era arrastado contra sua vontade para casa de conhecidos a fim de fazer um ritual de passagem da boa morte para os que estavam de partida, mas a energia que absorvia o destruía enquanto alimentava muito bem seu deus. Durante seus últimos anos em Hexwood como aluno, rebelou-se ao negar os primeiros pedidos de rituais até que, enfim, se formou e seguiu caminho como professor de Profecia e Presságios. Agora, distante dessa rotina, sente Leto inquieto e irritado, sem saber se quer ou não voltar às práticas antigas, mas atormentando-o como um espírito obsessor. 
— O patriarca Güller decidiu por cima das próprias conclusões do herdeiro que ele deveria, então, casar para dar continuidade a família, e poucos meses depois de iniciar a profissão, fora informado de seu noivado com uma mulher que mal havia visto na vida. A esposa de Volkan era nada mais do que uma conhecida de sua temporada acadêmica e estaria mentindo se dissesse que não sabia dos planos do pai de juntá-los. Era pauta frequente na mesa o destino do primeiro filho, especialmente sendo o casamento uma união sagrada na cultura de todos, mas ele sequer ligava para isso em sua vida, o que o frustrava ainda mais de pensar que deveria seguir as regras de seu pai simplesmente por não ser independente. Então, o evento aconteceu e eles se uniram contra sua vontade, é claro, mas simpatizaram nas primeiras semanas do casamento antes de começar a virar um verdadeiro tédio.
— Não era possível nem dizer que sequer tentaram fazer o casamento dar certo, pois nem a gravidez, um anos depois, uniu as duas almas. Não era por amor; não desenvolveram um mínimo carinho e tudo entre eles mais se baseava no carnal do que no emocional, o que, até certo ponto, acabou sendo também inútil, principalmente quando Volkan descobriu prazer em um outro corpo, pela primeira vez, que não era o de sua esposa. E com isso passaram anos até sentarem e conversarem sobre a situação, apenas para o Güller descobrir que também estava sendo traído. Como chifre trocado não dói, o ponto final do casamento veio sem qualquer justificativa aos de fora, quebrando um paradigma muito forte dentro da sociedade e, especialmente, nas famílias de cada um.
— Foi criada uma inconformidade dentro do círculo de ambos, até por não saberem do que se tratava a separação, que afetou muito a reputação dos Güller ao ponto de que Volkan já não era mais um partido interessante às demais jovens solteiras. Nem mesmo a riqueza da família valia de algo, pois a mínima possibilidade de quebrar novamente um contrato não era excluída do papel quando ponderavam. Não que para o homem fosse algo ruim, afinal, era como se estivesse declarando sua alforria com a própria atitude, e a forma como lidou com tudo aquilo foi o que mais irritou seu pai. A relação extraconjugal também teve seu fim pouco depois da situação estourar, já que o patriarca tratou desse assunto, afastando-os, bem como suas responsabilidades o impediam de ser presente na vida de outra pessoa que não fosse a filha, que passou a morar com seus avós paternos na capital, tornando Volkan o detentor da guarda desta. Além disso, sua profissão também exigia uma entrega que, à medida que o tempo passava, nada ficava mais seguro e ele precisava exercer sua função com mais compromisso, pois ainda tinha muita dúvida do por quê suas habilidades e magia estavam instáveis.
،   ≀ ⠀╱⠀ SEON:
A circunferência mágica ligada à Volkan, de alcunha Syndra, é tão temperamental quanto si mesmo. Tem consigo uma vasta demanda de reclamações que fica escutando mentalmente, sendo frequentemente visto estalando a língua no céu da boca devido a irritação de seu seon. São estáveis, mas, devido aos pensamentos conflitantes que assombram a cabeça de Volkan, Syndra fica extremamente irritada também por ele não seguir seus próprios ideais.
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scarzoftime · 2 months ago
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"Cada mulher deve receber um elogio apropriado e, porventura, este cabe em ser o seu." Era lógico que havia elogiado outras, por educação ou não, mas jamais se reduziria a um homem tão incompetente ao ponto de não saber discernir as belezas em volta de si. A de Joahnna, em específico, tinha a aura diferente, seja por sua alegria ou por sua aparência. Volkan não estava no ponto de julgar quaisquer feições, mas o comentário dela o fez rir na mesma proporção que a mesma. "Sim, uma linda senhorita, inclusive." Moldou seu semblante com uma expressão deveras misteriosa, se não fosse pelas olhadelas ao redor como se estivesse procurando pessoas perto para que pudesse, em seguida, confidenciar �� Joahnna ao aproximar-se brevemente do rosto dela, cobrindo com as costas de uma das mãos a própria boca antes de falar: "Althea." Lhe disse o nome, já ciente de que muitas pessoas sabiam de sua filha e a conheciam bem. Ora, alguém tão mal falado quanto Volkan em outra época, agora deveria passear pelos ouvidos de outrem como singelas palavras. "Bem arrumada, de baixa estatura, uma energia sobressalente... Você deve a conhecer, certamente." Até já procurou a filha ao redor, mas não a encontrou. Provavelmente inerte nas diversões da tenda principal. Esticou para Joahnna o prato que seguravana intenção de dividir com a mesma, então o próprio Volkan também pegou um dos salgados para se deliciar. "Gosto quando juntam as ilhas. Parece até que vivemos em eterna harmonia." Brincou, após engolir para não falar de boca cheia. "A única coisa que me deixaria um pouco retraído seria a presença de dragões. Não é que eu tenha medo deles, apesar de já ter visto alguns de perto. O problema é que em um local como esse, acidentes podem acontecer, e, não me leve a mal, só queria terminar essa noite na mais perfeita calmaria."
"Boa noite Lorde Güller." Joahnna sorriu recatada, ainda com o leque frente ao rosto, tampando um pouco de suas feições. Ela se curvou levemente para o professor. "Agradeço, embora suspeite que deva ter repetido estas mesmas palavras a todas as outras Senhoritas que encontrou." Não havia tom de acusação na fala da menina, apenas um divertimento, quase uma brincadeira. O professor de adivinhação era um homem charmoso e falava bem, ao menos na opinião de Joahnn, os elogios eram apenas lógicos, embora ela ainda ficasse feliz de os receber. "O senhor também se encontra em boa aparência, devo presumir que se arrumou para alguma Senhorita em especial?" Brincou, escondendo o riso com o leque frente aos lábios, mesmo mantendo a postura de uma dama poderia ter seus momentos de diversão. Ela olhou para o prato, estava com fome, mas não era muito adequado que comece... Mas aceitar o convite de um cavaleiro era. "Ficaria feliz pela companhia." Respondeu ao se juntar a ele fechando o leque e o deixando pendurado em seu pulso. Haviam alguns estigmas relacionados a ele, um homem divorciado era sempre um escândalo, mas seria ainda pior que uma dama desacompanhada. Caso algo algum rumor aparecesse Joahnna saberia contornar. "Fico feliz de o ver aqui, quase toda Hexwood veio e o instituto militar também..."
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scarzoftime · 2 months ago
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Enquanto a princesa falava, Volkan apenas podia fazer o máximo para não rir na frente dela, apesar dos lábios comprimidos e que delineavam um sutil sorriso já lhe colocarem como culpado. "Talvez não vergonhoso, mas digno de honra." Começou, se posicionando agora com o corpo virado à mesma enquanto gesticulava. "Ora, pense comigo. Você é, de fato, parte da nossa história. Grandes realizações virão através de você, disso eu já vi." Não chegava a ser mentira, visto que Volkan tivera um vislumbre do futuro de alguns monarcas, embora não pudesse afirmar com tanta certeza se aquelas consequências seria, de fato, reais, uma vez que suas profecias estavam nubladas e não sabia porquê. "Imagino que vossa alteza não goste de ser o centro das atenções, mas assim como seus irmãos não terá muita opção de se esconder, por mais que queira. Ainda assim, creio que é algo muito interessante de saber. Bom, eu pelo menos adoro ver o cachinho dourado exposto, embora seja ligeiramente bizarro..." Pontuou com uma careta, ainda que estivesse apenas brincando com seu tom bem humorado.
com: @scarzoftime onde: museu de curiosidades "let's calm down. it's not all that bad. it's just a little embarrassing"
"É muito embaraçoso." O rosto da princesa estava encarnado de vergonha. Não pensava que o museu de curiosidades chegava ao ponto da sua familia.... Mais precisamente, a si. Há sua frente, lá estava uma secção dirigida apenas para a princesa. A princesa da lua como estava escrito, aquela que foi salva e agora tinha um dos seus cachos platinados de quando era neném, os seus dentes de leite e um par de sapatos. Afinal, era ali que estava tudo que um dia questionou..... "Porque tinham que colocar sobre mim?"
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scarzoftime · 2 months ago
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Ao falar aquilo, nem por um momento teve consciência de cogitar que seria pouco promissor alguém como ele falar sobre tal assunto, muito menos pertinente. Então, quando Melike foi sucinta ao dizer o que ele tinha de fazer, rapidamente se tocou que estava passando um bocadinho da linha. "Talvez tenha razão." E a entregou o próprio copo, como se estivesse dando a entender que seria mais comedido. Apesar disso, acompanhou outrem com o riso frouxo. "Uma tortinha não ajudará na minha melancolia. Na realidade, não tem a ver com coração partido. O meu, pelo menos, não está. Talvez só um pouco dolorido, nada demais..." Massageou a região como se interpretasse à ela a forma que se sentia. Não ironicamente, Volkan parou de sentir os arrepios recorrentes na espinha depois que Althea nasceu. Talvez, só talvez, a existência da menina tivesse mudado completamente a mentalidade dele, mas não era uma certeza. Poderia ser também pelo fato de que não estava ficando mais novo à medida que o tempo passava e coisas muito supérfluas, passageiras, já não o agradavam mais.
"Você parece falar como alguém que sabe como juntar os cacos." Pontuou, agora curioso. Após refletir aquilo em voz alta, o homem posturou-se novamente para respirar fundo, olhando ao redor a fim de determinar se havia alguém conhecido próximo - não por medo ou receio, mas por curiosidade. "Há alguém que tem meu coração." Ele voltou a olhá-la com um sorriso. "Ela carrega meu nome e tem meu sangue. As pessoas ficaram desinteressantes, arrisco dizer até que inapropriadas do meu afeto, depois de Althea." Quando lembrou do rosto ingênuo e da estatura que batia na altura dos próprios joelhos, Volkan vislumbrou à sua frente a filha, apenas no imaginativo. Voltou a falar com Melike no instante em que precisou ponderar mais um pouco sobre a pergunta dela, apesar de já a ter respondido. "Não desisti, só... não sinto que agora quero isso. Talvez tenha sido assolado com um pouco de desesperança, mas não consigo enxergar algo diante disso. Não depois de..." Para um bom entendedor, meia palavra bastava. Ele não queria assumir que Melike saberia deduzir sua pausa momentânea e o súbito assolo de vergonha. No entanto, evitava comentar, pois, sabia o quanto aquilo poderia também manchar a reputação dela. Só por estar perto de si, era provável que algum burburinho começasse, do contrário apenas assumiriam algo. Foi com a pergunta seguinte que desvencilhou a questão que pairava sobre si, para ela. "O seu bate por alguém?"
starter para @scarzoftime: comidas + ❛  who needs a heart when a heart can be broken?  ❜
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"Acho que está na hora de tirar esse copo da sua mão e trocar por um doce, Volkan. Que tal a tortinha de amora?" A sugestão veio em tom leve, sendo apenas uma provocação bem humorada. Ela não chegou a fazer nada com a bebida dele, mas deixou-se levar pelas palavras que ouviu, pensando sobre o assunto antes de responder. Apesar de ter uma família que certamente iria querer com que se afastasse dele devido as fama dele após o divórcio, Melike gostava de Volkan. Aquela seria apenas mais uma das brigas que compraria. "Um coração pode ser quebrado, mas ele também pode se reconstruir. As vezes demora para juntar os cacos, as vezes não, mas eu acredito em recomeços." Ou nunca teria se recuperado da morte do irmão, ou da maneira como fora decepcionada por sua família... Ou ainda de todos os corações partidos que colecionava em sua vida amorosa. Muitos se aproximaram apenas pela sua posição, outros agiam como se Melike não devesse ter independência dentro de uma relação e se mantivesse a sombra. Quase todos eram pretendentes escolhidos por sua família. E nos poucos em quem confiou de verdade, também acabou se decepcionando. "É difícil encontrar alguém que seja merecedor de amor, mas deve valer a pena quando acontece." Sorriu, assentindo com a cabeça, como se tivesse terminado de concluir para si mesma que ainda era importante acreditar no coração. "Você desistiu de vez do seu coração?"
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scarzoftime · 2 months ago
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"Então já podemos considerar que pelo menos uma coisa temos em comum." Complementou à outra, delineando um sorriso que não exibia os dentes, mas demonstrava estar plenamente contente de compartilhar aquilo. Já viu Josephine nos corredores vez ou outra em Hexwood, o que não significava propriamente que tinham pautas e mais pautas de diálogos para a conta. No entanto, sabia que as meninas Essaex passaram por um tremendo baque há alguns meses, e fora justamente ele quem havia feito a passagem de sua mãe. Sentia-se, de certa forma, responsável para com a saúde emocional destas, embora não estivesse nem de perto à altura para tal. Talvez, aquela fosse uma forma que Volkan coube a si mesmo para ocupar sua mente de devaneios desnecessários, já que comprometer-se com o bem-estar das mais jovens parecia ser o certo e nada trabalhoso. Quando Josephine indicou seu seon, Volkan surpreendeu-se. Não era diferente dele e Syndra, e então aquilo lhe fez rir, finalmente. "Ora, que divino!" Sua filha no lugar dele teria pulado e gritado pela animação, mas o Güller simplesmente voltou a olhá-la para conferir-lhe um aceno com a cabeça, assentindo. "Diria que, na verdade, só estamos lidando com dois melancólicos. Talvez, Syndra seja um tanto intensa demais, diferente do seu, mas igualmente sintonizados." Passeou com os dedos pela circunferência próximo a si, evitando tocá-la diretamente. O seon odiava toques involuntários como aqueles. "Se me permite, espero que a melancolia não a tenha atingido também." Por fim confessou, sem diretamente perguntar se ela estava bem ainda que indicasse isso, respirando profundamente antes de ajeitar os pés na direção do artista próximo deles fazendo peças caricatas dos demais.
Sutil e quase imperceptivelmente inclinou o corpo para frente, fazendo um gesto com a mão para que a própria Josephine o seguisse a passos curtos até o homem. Volkan apenas acenou com a cabeça, sorriu e aguardou que o mesmo começasse uma pintura dela, colocando-se um pé de distância da princesa a fim de não atrapalhar a visão do outro. "Pode-se dizer que sim. Não tive tanto contato além da natureza até minha adolescência quando vim para a capital. E cá estou, em Ânglia desde então. Mas, não, a moda nunca teve nada a ver, os costumes que sim! Na verdade, foi muito mais fácil me adaptar às aparências do que ao que deveria saber enraizado. E mesmo assim ainda estou aprendendo dia pós dia." Esperava que o fato de seu título não a incomodasse, tampouco assustasse, pois, por mais que fosse um homem (agora) honrado, ainda carregava consigo o peso de seus erros e decisões, fossem estas corretas ou não. Na visão do povo, no entanto, de nada importava o que sentia e pensava, e sim os fatos. Fatos estes que, indiretamente, tentava ocultar de Josephine pura e inteiramente por vergonha de si. "A senhorita já viu as fazendas pessoalmente?"
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Muitos dos nobres a tinham cumprimentado ao longo da noite, a oferecendo as condolências pela perda da mãe e a colocando no incômodo papel de parecer devastada. Já tinha chorado todas as lágrimas e, ainda assim, conforme os meses se passavam, parecia haver certa expectativa de que nunca voltasse a ser feliz. Josephine buscou refúgio onde as pessoas estariam distraídas demais para notá-la, e se viu de pé em meio a tenda das palhaçadas, passando despercebida enquanto os demais se engajavam nos jogos. Assistia as brincadeiras de longe, sabendo ser impróprio para alguém de sua estação participar na maioria. A que mais a tentava era a caricatura: gostaria de não precisar se levar tão a sério para variar. Enquanto sua personalidade era contida, a de Lilac era o extremo oposto, e o seon agora flutuava ao lado do artista a quem assistia como se fosse seu aprendiz. Eram ambos criaturas curiosas, mas só um dos dois tinha a coragem de o externalizar. Estava satisfeita com a sensação de ser parte da decoração até alguém a elogiar. Ao girar o rosto para encarar a origem da voz, encontrou o rosto familiar do professor de Profecias & Presságios a lhe sorrir. Borboletas flutuaram eu seu estômago ao vê-lo – o que, segundo sua cultura, deveria ser um sinal ruim. Ofereceu a melhor expressão modesta em resposta, inclinando a cabeça gentilmente em apreciação. ── Fico feliz que tenha gostado, Lorde Güller. É minha cor favorita. ── Envergonhada, quase desviou os olhos conforme ele beijava as costas de sua mão, o momento breve demais.
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Não estava acostumada a ser vista fora dos palcos. Ao fitá-lo com mais atenção, percebeu que seus trajes e seons pareciam perfeitamente complementares: os dele em um roxo intenso, e os seus em um lilás mais pálido. ── Estamos todos em sintonia, então. ── Indicou a figura do próprio seon junto ao artista para ilustrar o argumento, seu brilho tendo o mesmo tom que o tecido diáfano do vestido que usava sob a luz. ── Em sua experiência profissional, diria que é um sinal de algo? ── A pergunta foi feita na mais completa inocência, tentando demonstrar interesse na disciplina por ele lecionada, inclinando a cabeça em sua direção para ouvi-lo em meio à cacofonia de sons ao fundo. ── Assumo que tenha crescido no interior. A moda foi a maior das mudanças?
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scarzoftime · 2 months ago
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Quando começou a escutá-lo, rapidamente trouxe à tona memórias na cabeça. Há alguns anos não escutava sua voz, sendo, portanto, uma ideia que estava somente na sua imaginação por um longo tempo. Precisou piscar algumas vezes para nortear-se outra vez. "Muitas coisas." Espero..., pensava consigo mesmo. Jamais seria capaz de desejar qualquer coisa ruim para Cassian, que dirá sua morte. "Mas, caso se refira ao destino da sua vida, essa é uma certeza imutável." E, se fosse para desejar, que fosse algo pacífico para outrem. A vida de ambos já fora uma eterna agonia para que passassem por mais. Fez menção de virar o rosto brevemente para analisar o próprio reflexo em outras superfícies, porém, o semblante de Cassian vez ou outra aparecia para assombrá-lo, seja em vislumbre do passado ou em carne e osso. Lembrar-se do antigo monitor, de acordo com suas lembranças agora amargas na ponta da língua, ainda eram um tópico sensível para si, ainda mais devido ao que tivera após aqueles anos. Casou-se, apesar do divórcio posterior, e teve Althea, não podia reclamar de nada que lhe fora concedido, mas... O 'e se' lhe permitia manter-se inerte bem à frente de Cassian, enquanto o ouvia falar e tentava processar da melhor forma suas palavras, sem que indicasse qualquer temor na própria voz ou em seus trejeitos diante deste.
E então, o baque.
Se pudessem ouvir como Volkan ouvia a si mesmo, era possível escutar o eco que se fez quando o peito murchou devido o coração que caiu. Um sonoro baque dentro de si, foi como sentiu após ouvir tais palavras da boca de outrem. Em outro momento, talvez, a postura não tivesse caído como agora, o que fê-lo rapidamente recobrar consciência para evitar, mais uma vez, de falar o inapropriado. Volkan sabia bem que se entrasse naquela discussão de uma forma ou de outra traria consequências com as quais não estava, no momento, disposto a lidar. Após um silêncio arrebatador por longos minutos, que pareceram horas, o Güller por fim tentou falar algo que os tirasse daquele incômodo repentino. "É, é engraçado." Repetiu, um tanto quanto irônico em seu tom de voz. "Quando somos muito jovens, embora você não tanto quanto me lembro", tentou zombar para amenizar o clima, insinuando a diferença de idade. "somos tendenciosos a nos permitirmos mais. Não que nem adultos, não. Mais livres." Esperou que aquela fala também acalmasse um pouco da agonia dentro de si, ainda que estivesse fumegando com as incertezas. Já era suficientemente inconcebível que não pudesse distinguir com clareza suas visões, agora tinha que ter parcimônia com relação à época de ouro com Cassian. "Isso se torna obsoleto agora, não acha? Eu, pelo menos, não sei se posso afirmar com exatidão que tudo o que soube sobre mim, ainda é real. Nossas experiências calejaram os tempos de estudo. Mas, me diga, Cassian, você tem alguém? Se quer saber, da minha parte os boatos correm e saiba que são verídicos. Sou a párea da sociedade por onde murmuram nos cantos, um divorciado." Brincava com a própria situação, não somente para criar assunto como para mostrá-lo a mudança efetiva que outrora este não veria. "Divorciado e com uma filha. Ela ainda é pequena. Se chama Althea. Althea Güller. Nunca pensei que fosse ter alguém menor e mais frágil que eu, dependente de mim, que dividisse meu nome. Estranho, não é?" Olhou para o outro em busca de alguma conformidade.
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Involuntariamente, de forma quase magnética, seus passos o levaram até a sala de espelhos. Sabia da proposta do lugar por comentários dispersos entre os alunos; ilusões, desejos, memórias, revelações. Mas não esperava que os reflexos fossem tão... cruéis. Não mostravam nada que ele já não soubesse, e talvez fosse exatamente isso que doía mais. Cassian havia visto ecos do passado e possibilidades do presente —coisas que não viveu, caminhos que não pôde escolher. Inclusive aquele que lhe foi negado quando convocaram seu nome como Mestre do Tesouro Imperial.
Estava prestes a desistir daquilo, caminhando lentamente com os dedos deslizando pelas molduras dos espelhos, em busca de uma saída ou de algo que o tirasse daquele limbo de possibilidades que não se tornaram realidade, quando viu Güller. Primeiro num espelho. Depois em outro. Por um momento, achou que era apenas mais uma ilusão criada pela sala, como tantas outras. Mas a aproximação desajeitada, o som dos passos e o impacto leve contra os espelhos confirmaram que era mesmo ele. Em carne e osso.
Cassian não sorriu, mas também não se afastou. Permaneceu onde estava, voltando o olhar para ele apenas ao ouvir a voz. "Eu não diria sonhador," respondeu, num tom neutro, mas não hostil. "Talvez... Curioso. Além da morte, o que mais me aguarda no futuro?" a pergunta foi lançada ao ar como uma reflexão. Uma pergunta que ele já havia feito a si mesmo várias vezes.
Voltou os olhos aos espelhos, onde, agora, se formava a imagem de um passado não tão distante: um jovem Cassian, de postura altiva e semblante menos carregado, encarando um Volkan recém-chegado, de olhos curiosos e passos incertos. Um monitor e seu calouro. Um elo que se formaria ali, silenciosamente, e que marcaria os dois por anos.
O comentário seguinte de Volkan foi como um toque seco no nervo. Cassian desviou o olhar da ilusão apenas quando viu o gesto —o dedo apontado em direção à sua testa. A acusação era sutil, mas não passava despercebida.
Olhar do espelho para o homem à sua frente era um tanto desconcertante, sentia que ainda conhecia Vulkan ao mesmo tempo que não sabia mais quem era ele. E haviam tantas coisas que gostaria de dizer. Que ainda reconhecia Volkan, mesmo agora. Que tinha orgulho dele por ter, finalmente, seguido um caminho próprio; mesmo que tenha demorado os dois anos que se conheceram e mais os outros que passaram afastados. Que pensava com frequência no que teriam sido, se o tempo tivesse sido mais generoso. Mas nada disso cabia naquele momento.
Ainda assim, sua voz saiu baixa, mas firme. "Engraçado..." murmurou, com um breve erguer de sobrancelha, antes de repetir o gesto e apontar para a própria testa. "Eu me lembro de segurar sua mão e te guiar por aqui sempre que você dizia algo assim." fez uma pausa, o olhar fixo no de Volkan. "Você foi uma das poucas pessoas a quem eu dei acesso."
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scarzoftime · 2 months ago
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@scarzoftime
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scarzoftime · 2 months ago
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@deaths-treasurer
sala dos espelhos 📍
prompt: na sua estante da pitty. "te vejo sonhando e isso dá medo, perdido num mundo que não dá pra entrar."
Uma coisa que o próprio Volkan não sabia sobre si era o quanto podia ser tão amargo em seu âmago. O motivo para tal sentimento? Cassian Duskthorn, um antigo conhecido. Bom, parecia ser na época bem mais do que simples conhecido. Entretanto, agora aparentava mais um qualquer que havia visto. Não sabia até quanto tempo poderia afugentar de confrontar a situação, mas o tanto que pudesse, o faria. Estava tão saturado de certos caminhos que sua vida tomava que aquele parecia ser um a lhe dar mais dor de cabeça que paz, por isso, tendo em vista sua própria paz de espírito, fingiria que estava tudo bem... até tudo não estar mais.
Estava na sala de espelhos, um pouco perdido conquanto à localização, mas parecia muito curioso para saber dos vislumbres alheios. Em especial, de Cassian. Aproximou-se dele com esta intenção, cuidadosamente se batendo contra um espelho e outro após denotar que não, ele não era apenas um reflexo, era o verdadeiro em carne e osso. "Você não é o único rosto conhecido que vi por aqui tão sonhador ao ver as premissas de seu futuro, suponho." Começou, aparentando muito mais solícito do que imaginou que seria. "Ou talvez esteja apenas cogitando quais desejos são mais úteis ou de fácil posse em curto prazo." A suposição fez o próprio Volkan torcer o nariz e franzir o lábio inferior, curiosamente também lembrando de suas possibilidades. Sua visão foi conquistada em outra direção, imergindo mesmo que por poucos momentos até retornar a atenção para Cassian, como se fosse apenas uma pessoa a quem normalmente conheceu sem que tivesse necessariamente devolvido o afeto. Bom, o que quer que pensasse agora, já estavam 'velhos' o suficiente para deixarem para lá... "Sabe, você sempre pareceu perdido em um mundo que não dá pra entrar. Bem aí." E apontou para a testa dele, intencionalmente referindo-se à sua mente.
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scarzoftime · 2 months ago
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@josephineessaex
tenda das palhaçadas 📍
prompt: vou te levar daqui do charlie brown jr. "mas eu ainda fico impressionado com as coisas da cidade."
Por mais que fosse tão requintado quanto um nobre poderia estar, o professor jazia inerte na interação à sua frente com alguns conhecidos sendo desenhados em um quadro de grande proporção. Fê-lo pensar que, curiosamente, nunca havia feito um quadro de si para pendurar em casa, contrastante com o de seus pais que adornava a sala de estar. Apesar de ser o dia em que sua filha passava um tempo com a mãe, Volkan ainda sentia necessidade de ter pelo menos uma recordação tingida com a menina, preservando as feições joviais de ambos até que ele mesmo pudesse se lembrar nos anos seguintes, mas a possibilidade podia esperar um pouco. Enquanto isso, continuava nos emaranhados de seu pensamento até denotar a presença próximo à si que era claramente impossível de não ver, até porque as cores que compartilhavam em seus trajes era cabível de comentário. "Seu gosto é realmente impecável, vossa alteza. Diria que a cor lhe cai muito bem. Contrasta com os olhos." E um sorriso nascera nos lábios conforme analisava a princesa, lhe pegando a mão sutilmente para selar um beijo em sua pele e logo em seguida cortando o contato ao afastar-se o suficiente para não incomodar, mas continuar interagindo.
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"E de antemão peço desculpas pela afronta de copiá-la. Eu e Syndra estamos em sintonia." Indicou com a cabeça para o seon flutuante de idêntica cor a seu uniforme. Posteriormente, tentou puxar assunto para não parecer um completo estranho. "Não posso deixar de ficar impressionado com as coisas da cidade, mesmo já sabendo que não é impossível e tampouco incomum."
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scarzoftime · 2 months ago
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@johannaflorent
tenda das comidas 📍
Desde que se entende por gente, Volkan é fanático por circos. Bobos da corte, palhaços, malabaristas... Tudo aquilo era extremamente interessante ao mesmo. Era como se estivesse voltando a ser uma criança depois de anos e revivendo isso com Althea igualmente, o que a divertia ainda mais pela disposição do pai ao compartilhar com ela da mesma animação. No entanto, ao dividir também de seu tempo com a mãe da menina, Volkan ficava livre para fazer o que quisesse enquanto a pequena era cuidada, e lá estava vistoriando algumas comidas para sustentar a noite. Até que se deparou com a menina dos Florent e sorriu, cumprimentando-a com uma sutil reverência. "Boa noite, senhorita. Está divina hoje, assim como em qualquer dia." Embora fosse um elogio que desse a todas as moçoilas do recinto, já que em eventos era quando as mulheres mais adoravam ser exaltadas por justa causa, o Güller não mentia ao dizer-lhe. Joahnna, no entanto, dava um certo calafrio em si pelo simples fato de se lembrar das visões com relação à família da mesma. Era estranheza o que sentia, mas nada havia confidenciado. "Faminta? Podemos dividir um prato para não parecer que estou com necessidade estupenda de acabar com todos esses salgados."
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scarzoftime · 2 months ago
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Adornado com a cor padrão de Syndra logo ao seu lado, o roxo escuro-cintilante jazia no traje do Güller juntamente com os detalhes dourados e alguns babados. Em eventos, o feiticeiro gostava de se vestir de acordo com as normas de extravagância, é claro, respeitando seus semelhantes em comum. Então, apenas ali poderiam-no ver em cores diferentes das que geralmente usava, com muito mais vida e menos simploriedade.
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scarzoftime · 3 months ago
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Boran Kuzum (pour @ultra-violences <3)
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scarzoftime · 3 months ago
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Ouvir da loira tal afirmação fez uma parte de seu coração que esfriava lentamente, pouco a pouco nos dias que se seguiam, se aquiescer. Mais deprimente do que ter uma parcela de sua humanidade afetada pelo efeito de sua deusa hospedeira, era não ter ninguém para compartilhar aquilo, mas Volkan sabia que precisava ser bem prudente com o que despejava nos outros. Sabia que o peso de alguns problemas, especialmente para quem não tinha nada a ver com aquilo, era pesado demais para se carregar, e Elewen já tinha um peso suficientemente denso e amargo para levar nas costas. "Você sempre é muito gentil em se preocupar com os outros, que não consigo mesma em um momento como esse." Pontuou à mesma com um tom pouco preocupante, afinal, o professor ainda tinha consciência de que perder alguém amado era muito pior do que qualquer outra coisa. "Todas as vidas são importantes, Elewen, mas nenhuma delas tem sangue puro para governar nossa sociedade em um futuro. E você é uma dessas vidas, por isso sua segurança é importante. Não é só pelo seu título, mas também pela pessoa que se tornará." Tinha plena certeza de que se ela casasse ou, eventualmente, necessitasse se tornar imperatriz por quaisquer circunstâncias que fossem, seria uma boa governante. "E, bom... isso são consequências do que o reinado traz consigo. Várias pessoas o odeiam ou o amam, mas não é através dos filhos que a imagem dele será limpa. A visão do povo com seu governante se dará por como ele a manipula e, é claro, a educação e perfeição dos herdeiros é uma das razões mais lógicas e fáceis de lidar. O imperador só quer lhe proteger, no fim das contas. O que aconteceu com a senhora Meritaten foi trágico, seria mais trágico ainda se algo acometesse à você também..." Concluiu com um suspiro profundo. O simples ato de pensar naquilo mesmo que em voz alta, era ruim até de cogitar. Estavam já próximos do refeitório e geralmente Volkan tinha o costume de pegar a comida para levar a um espaço mais distante do público. Paz e silêncio era imprescindível para ele. Fez a gentileza de oferecer a ela um prato e depois pegou para si, verificando as opções dispostas sobre a longa bancada.
"Acho que te dei muito mais liberdade para saber de mim do que imaginava..." Comentou à princesa com uma ironia bem cabida, ao passo que rapidamente concluía o raciocínio a fim de não permitir que ela pensasse algo negativo disso. "Isso é bom, de certa forma. Você é a única que posso perder a máscara sem me sentir tão mal consigo mesmo." Confidenciou em um tom mais baixo. Em seguida, pegou as porções que queria e as colocou no prato, levando a bandeja abaixo após pegar uma garrafa de água no fim da longa mesa. Talheres em mãos e Volkan aguardou a loira para que pudessem se direcionar a algum canto - deixaria à mercê da escolha alheia. "Talvez seja nossa sina lidar com o vazio que tenta nos corromper, não é?" Indicava na fala que também percebia a forma como ela lutava para manter o brilho em si, tal qual ele, e igualmente pensava no quão difícil deveria ser para ambos. "Bom, nisso você tem razão. Não posso falar em voz alta, senão Leto pode exigir mais de mim do que já está fazendo, mas saiba que pelo menos a sensação é igual a sua. Não menospreze isso em você." Tinha uma entonação firme e forte para a mesma, já que Elewen parecia ter um costume comum de se renegar para acolher os outros, um dom e qualidade bastante altruístas, porém, era preciso um pouco de egoísmo para sobreviver na sociedade e ela deveria ter noção disso. "Para ser sincero, não, e isso me incomoda. Não sobre as visões não serem claras, isso já me acostumei apesar de não ter cedido ao descontentamento. Mas, digo com relação a Leto. Antigamente eu sentia um escuro dentro de mim muito maior do que o que sinto agora, mas não sei se quer dizer algo com relação ao amadurecimento. Ou, talvez, seja por já estar cedendo ao esquecimento e ao vazio que isso traz consigo, o que também não é nada bom." Para Volkan, ter aquele tipo de pensamento era no mínimo preocupante, afinal, a frequência com que mentalizava aquilo era capaz de no final das contas transformar-se em uma realidade. Ele não queria aquilo para si. "Sinto medo de chegar ao ponto de não sentir mais nada e ser só uma carcaça oca e vazia que anda por aí."
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Menosprezar e ocultar as próprias questões era um capricho que reservava apenas para si, pois detestava imaginar que seus amigos pudessem estar sofrendo em silêncio. ── Posso estar cansada dos meus problemas, mas nunca estarei indisposta para ouvir sobre os seus, muito menos para tentar te ajudar a lidar com eles. ── Salientaria sua disponibilidade como ouvinte quantas vezes fosse necessário, até que Volkan estivesse plenamente tranquilo para abordar qualquer assunto enquanto estivessem reunidos. Os olhos límpidos se reviraram com a comparação injusta feita pelo outro. ── E qual exatamente seria minha função? Ocupar uma guarda que deveria estar protegendo vidas realmente importantes? Ou assumir a posição como filha exemplar para manter a imagem de meu pai imaculada enquanto seu reino é destruído? ── O ressentimento transbordava de seu argumento, mas sem a intenção de se estender em queixas sobre aquilo. ── Sua métrica está falha. ── Não havia comparação entre a relevância dos dois. Além do trabalho como professor, ele ainda tinha a importante tarefa de criar uma garotinha.
Seu sorriso se acentuou quando ouviu sobre Althea, sentindo-se feliz em saber que estava segura e não absorvia nada de ruim que a rodeava. Torcia para que todas as crianças e outras criaturas inocentes continuassem preservadas daquele mau. Entretanto, não podia deixar de se preocupar com os fantasmas que assombravam o rapaz, lhe causando uma aflição que visivelmente se manifestava no semblante e comportamento dele. O estudou por breves instantes, lamentando o que enfrentava. ── Enquanto te vejo aqui, não posso acreditar que esse seja o caso. ── O brilho que Volkan ainda carregava no olhar, apesar de todas as dificuldades que enfrentava, era a evidência que precisava para saber que não era um corpo sem alma. ── Mas me perturba saber que ainda está lidando com este vazio. ── Reforçou, para que ele soubesse que não estava sozinho. Tendo o foco voltado para si, a princesa suspirou, achando inadequado que falasse dos próprios problemas para alguém que já lidava com os próprios. Ainda assim, em respeito ao professor, lhe concederia uma resposta honesta. ── Às vezes tenho a mesma sensação que você, de que sou apenas o que sobrou de mim perambulando por aí. Mas, são situações completamente diferentes. No meu caso, sou a única responsável pelo mal que me aflige. ── E desconfiava que o seu sentimento tinha denominação: solidão e melancolia. Sem se estender, buscou saber mais sobre a condição de outrem. ── Tem sentido algo diferente desde a última vez que conversamos?
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scarzoftime · 3 months ago
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O baixo império sempre foi seu refúgio em questões de preencher algum tipo de vazio e ultimamente precisou preencher vários. Alguns não o fazia bem, mas era necessário quando seu vínculo com Leto necessitava ser alimentado. A melancolia e trejeitos sombrios habitavam seu âmago e Volkan queria entender como lidar com isso da forma mais saudável possível, embora soubesse muito bem que não tinha outra saída. Entregar-se aos encantos da deusa era o mais sensato, por mais frio e vazio que fosse seguir aquele rumo. No entanto, o súbito susto pela proximidade a figura feminina lhe fez recuar brevemente da presença dela. "Achei que estava falando comigo." Simples e calmamente lhe falou, até com um certo medo da carranca alheia que o deixou desconsertado. Volkan se direcionou para alguns passos diante dela a fim de lhe mostrar o livro que carregava consigo. "Só vim para ler um pouco para preparar um seminário amanhã, mas pelo visto um lugar público, pacífico e quieto não é o melhor lugar para fazer isso." Ironizou com uma careta, agora denotando a frustração no semblante da outra. Rapidamente sua própria expressão mudou, agora mais preocupado com o que ela quis dizer. "Mas por que exatamente estava falando com uma espada? A última vez que vi alguém fazer isso foi um amigo do meu tio-avô após uma luta nas fronteiras. Ele voltou de lá bastante afetado mentalmente e agia que nem você, só que falava sozinho... não com uma espada."
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𝐎𝐏𝐄𝐍 𝐒𝐓𝐀𝐑𝐓𝐄𝐑.
Haviam muitas questões estranhas em aberto nos últimos tempos. Desde o assassinato, as prisões e o monstro até o fato de que tudo o que conheciam parecia estar se invertendo. Ela assistiu uma changeling se tornar hospedeira de um deus e um khajol receber a honra de voar com um dragão. Enquanto isso, a fracassada Aylara continuava... Fracassada. Não achava justo que até um khajol aprendesse a voar em um dragão e ela seguia sem saber controlar aquele maldito poder que tinha recebido meses antes. Por isso, interrompeu seu treino de combate ao ar livre e largou a espada no chão. Fitava o objeto com intensidade, tentando movê-lo de alguma forma. Em um momento, até estendeu a mão na direção da espada. O que precisava fazer para dar certo?! Precisava encontrar um jeito de tornar aquele poder útil em combate. "Se mexe logo, inferno!" Exclamou, perdendo a paciência e chutando o objeto para longe com força suficiente para quebrá-lo. Com o movimento, acabou percebendo que tinha companhia. "É melhor fazer um retrato meu, assim dura mais tempo." Bufou, rolando os olhos. "Gostando do show? Sim, eu estava falando com uma espada! E não, eu não estou bêbada. Infelizmente. Espero estar daqui a pouco." Afinal, não tinha como aguentar aquela frustração sóbria. Odiava estar tão vulnerável assim.
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scarzoftime · 3 months ago
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Não era natural ou comum que curiosamente o olhassem com estranheza por vê-lo com uma criança, afinal, a quantidade de casamentos que gerou frutos era abundante, quase que totalitário. No entanto, ver outrem tão atenta ao semblante de Althea chegava a ser um tanto quanto bizarro. Claro que pode ter sido apenas a surpresa de ver sua filha, pois sequer se conheciam, e Volkan tinha consciência disso. Portanto, permitiu-se rir com a reação da outra. "Ah!, é claro. São muito delicadas e importantes, é fato que demore tanto a florescer." Pontuou com um tom de voz ameno, pensativo. Talvez aprender a cultivar verbena desde sua raiz não fosse ser tão difícil, apesar de que exigiria muito mais de sua atenção. Era, bom... como cuidar de uma criança. "Não, não ajudaria." Novamente riu, dessa vez sem qualquer graça, apenas pela ironia do destino na qual estavam inseridos. "E não é nada prudente pensar essas idealizações quando as coisas já estão totalmente fora dos trilhos." Sim, não havia nada o que fazer além de vislumbrar um futuro que se encaixasse nos padrões de normalidade, mas até para Volkan estava sendo difícil ter presságios quando a própria realidade deles nublava seus pensamentos. Lhe restou apenas cogitar, supor e desdenhar do que vinha adiante. "A realidade é que só penso isso por causa dela." E então apontou sutilmente para Althea. Ao que ouviu a outra, prontamente, e sorridente, respondeu: "O mais básico do básico, sim, está. Ela ainda não sabe falar nem ler também, óbvio, mas é muito esperta pra idade. Começou a andar antes do esperado ainda que seja bastante desastrada igual a mãe dela." O comentário fê-lo ter um leve amargor na ponta da língua, pois lembrar-se da ex-mulher o deixava com certo sentimento de falha. E, bem, ele realmente tinha falhado mesmo em ser homem o suficiente para manter o casamento de ambos, ainda que dependesse das duas partes para dar certo. De toda forma, tentava não se focar tanto nas falhas para que isso não interferisse na criação de sua filha.
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Estivera tão distraída com as plantas e a revisão mental que fazia de seu conhecimento sobre elas, que levou alguns instantes para notar a pequena garota que se agarrava ao rapaz a quem se dirigia. A visão da figura diminuta lhe causou uma espécie de estranhamento, com vincos se formando em seu semblante enquanto pestanejava os olhos incrédulos. Era como estar diante de uma criatura desconhecida. Não se recordava da última vez em que estivera na companhia de uma criança, principalmente uma que tinha o privilégio de viver uma infância. Eram raros os changelings jovens que desfrutavam da liberdade de viver plenamente a tenra idade — e Nyxara não fora uma exceção a essa regra. Privada desse direito, jamais tivera a oportunidade de aprender a lidar com seres tão delicados e inocentes. Notando que havia encarado a menina por tempo demais, pigarreou e ergueu o olhar para o khajol, afastando aqueles pensamentos arbitrários. ── Hum…Se não estiver enganada, entre oito e doze semanas, a depender do clima e condições de cultivo. ── Compartilhou a informação que acreditava ser correta, colocando-se de pé. Seus olhos o estudaram da cabeça aos pés com a menção de Hexwood, em um impulso natural. ── Me chame de pessimista ou cética, mas acho que nem a verbena seria capaz de nos ajudar nesse caso. ── Enfrentavam ameaças tão inesperadas e desconhecidas, que tendia a crer que a magia seria insuficiente para derrotá-las sozinhas. Inevitavelmente, seu olhar retornou à garotinha, a observando se distrair com algumas plantas próximas a eles. ── Já está estudando? ── A indicou com um movimento de cabeça, claramente brincando sobre a presença dela.
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scarzoftime · 3 months ago
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Nem mesmo o egocentrismo de Volkan era capaz de fazê-lo se atentar a falta de empatia em determinados momentos. Bom, não podia conseguia se cobrar demais devido aos privilégios e tampouco se interessava em preocupar-se com outrem, apesar de estar muito mais curioso do que o que era possível admitir. "Na verdade, não." Ele pausou momentaneamente para denotar alguma expressão do homem à frente. Estava claramente bravo, isso era óbvio, por isso tentou manter a compostura e um semblante mais calmo. "Tenho plena consciência de que nenhum de nós saberá de fato o que aconteceu. Eu só... queria entender o que aconteceu lá fora no dia. Pelos seus olhos." Salientou. Claro, poderia estar sendo cruel que pedisse ao outro para reviver o acontecido e era possível que ele nem mesmo dissesse, mas valeria a opção de tentar. "Só preciso certificar de que o que sonhei era verdade ou não."
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Thorn revirou os olhos ao escutar as palavras do mais velho, a última coisa que precisava era uma lição de moral sobre educação e afins. “Sabe como é, faltei às aulas de etiqueta”, respondeu de forma claramente debochada. Com tanta coisa acontecendo naquele momento, Trinket não ligava se estava sendo educado ou não, se suas respostas agradavam os outros ou não. Havia coisas mais urgentes e importantes para lidar. O changeling ignorou o pequeno discurso sobre o poder das palavras, pois, considerando sua experiência de vida, aquela teoria apenas provava o contrário. Não passava de uma superstição. “Ela está bem”, disse de forma curta e grossa. Se algo mais grave tivesse acontecido com Azula… Bem, Trinket nem considerava a possibilidade e nem sequer poderia imaginar o que sentiria. “Se você veio até mim para encontrar respostas, sinto te decepcionar. Estou tão confuso quanto você”.
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scarzoftime · 3 months ago
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