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Análise Crítica de “Robocop Gay” (Mamonas Assassinas, 1995).
No primeiro e único álbum do grupo, que é conhecido por suas faixas famosas, como por exemplo: “Pelados em Santos”, “Vira-vira”, “Sabão Crá-Crá”, entre outras, Robocop Gay ganhou muita notoriedade na época em que foi lançada e se tornou parte dos grandes hits da banda, sendo a segunda música mais tocada do álbum.
Comecei a rever alguns conteúdos da banda nacional de rock cômico, a célebre e querida Mamonas Assassinas (1995-1996), após assistir “Mamonas Assassinas — O Filme”, e em seguida o documentário “Mamonas Pra Sempre” (2009) e “Por Toda Minha Vida — Mamonas Assassinas” (2008), sendo este último um episódio especial do programa Por Toda Minha Vida (2006–2011), exibido pela rede Globo.
Vi também outros conteúdos relacionados a eles no YouTube, e os comentários dos vídeos chamaram a minha atenção. Muitos deles falavam sobre a saudade que os garotos fazem até hoje — quase 30 anos depois da tragédia que ceifou a vida dos artistas — ou em como jamais existirá outra banda como eles. Até aí, tudo normal. Mas o que me chamou a atenção, de verdade, foram os comentários de pessoas dizendo que se os integrantes ainda fossem vivos e tivessem continuado com a banda, seriam “cancelados” pela geração atual — a geração Z, que agrupa os nascidos entre os meados dos anos 1990 e o ano de 2010.
Não é novidade que as gerações anteriores falem mal das seguintes, acusando-as de serem mais fracas, menos trabalhadoras ou menos resilientes que as gerações antecessoras. É, na verdade, comum e até esperado.
“A tendência dos adultos a depreciar o caráter dos jovens vem acontecendo há séculos.”
É algo que, às vezes, me estressa. Principalmente, quando usam de exemplo a música Robocop Gay para “ilustrar” o porquê a banda seria alvo de duras críticas e repúdio por parte do público jovem atual.
Na minha humilde opinião, quem fala esse tipo de coisa, não soube verdadeiramente interpretar a letra da música. Por esse motivo, resolvi elaborar uma análise crítica de Robocop Gay.
Para começar, os Mamonas nunca tiveram a intenção de ofender ninguém. Isso é dito em diversas entrevistas e programas de televisão. Inclusive, a canção faz uso de metáforas para falar sobre a aceitação da homossexualidade e da liberdade de expressão, que na época era um tabu muito maior. Por exemplo, no trecho:
“Você pode ser gótico Ser punk ou skinhead Tem gay que é Muhamed Tentando camuflar (Allah meu bom Allah)”
Vemos explicitamente que eles desafiam estereótipos e preconceitos, ao mostrar que a diversidade é algo natural e que cada grupo tem suas particularidades. Independentemente das diferenças, defendem que todos têm o direito de ser quem são — sem medo de julgamentos ou discriminação.
Além disso, a letra aborda diversidade cultural e religiosa, mencionando diferentes estilos de vida e crenças, deixando claro que eles podem coexistir com a homossexualidade. Como por exemplo, em relação à diversidade religiosa: “tem gay que é Muhamed tentando camuflar” e “ontem eu era católico, aí hoje eu sou um gay”. No caso de diversidade cultural, podemos citar os trechos: “gaúcho também pode, não tem que disfarçar” e “abra sua mente, gay também é gente. Baiano fala 'oxente' e come vatapá”.
Entretanto, apesar de promover inclusão e diversidade (de forma considerada cômica), devemos compreender que a banda operava sob uma licença poética do humor que, hoje em dia, é amplamente debatida e vista como problemática por parte da sociedade — o que era interpretado como humor “sem maldade” na época, hoje é analisado sob uma ótica mais crítica, que questiona o impacto dessas representações na perpetuação de preconceitos.
Ademais, é fundamental considerar o contexto cultural dos anos 90 (quando a homossexualidade era um tema menos discutido abertamente na mídia). Os Mamonas Assassinas, de certa forma, “quebraram o gelo” ao trazer o assunto para o mainstream. Embora a letra seja carregada de piadas e por vezes utilize estereótipos, para algumas pessoas, essa abordagem ajudou a desmistificar o tópico pouco comentado naquele período.
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NOTICE: As more and more fanfic writers are using generative AI for their works (you uncreative dweebs), I hereby swear on everything I hold dear that I have not and will NEVER use generative AI in ANY of my written work. Everything I post will be organically and creatively my own.
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I am not a "content creator" I am a writer and artist. I do not make the works that an audience demands, or that I think will be popular. I make the works that I'm passionate about, when I'm passionate about them.
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i have so many fic ideas but i just need to actually write them
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writing is so funny because i could write nonstop for 9hrs and then hit a block where im like "how do i transition between this moment and the next?" and then i just dont touch it for 6 months
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dear lord, please take all life problems and responsibilities away from fanfic writers but also make them financially stable and happy with nothing to worry about so they can happily focus on writing and posting fanfiction. amen
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