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suburbanaco · 2 years
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Fagia Remains (2022), Uirá dos Reis
Pakapi Records (AR)
Um disco de música eletrônica instrumental feito a partir da mistura de samples de percussão de samba, funk-br e idm techno, com alguns pads e muito efeito. Un disco de música electrónica instrumental hecho a partir de una mezcla de samples de percusión de samba, funk-br y idm techno, con algunos pads y mucho efecto. An instrumental electronic music record made from a mix of samba, funk-br and idm techno percussion samples, with some pads and a lot of effect.
Samples, programações, synths, guitarras: Uirá dos Reis Mixagem: Uirá dos Reis, exceto ARACY DE ALMEIDA: mixagem adicional por Tuan Fernandes no Estúdio Pé Sujo (CE) Masterização: Klaus Sena no Estúdio Índigo Azul (SP) Capa: Diego Maia a partir de foto de Samuel Santos Gravado e mixado em Fortaleza, Ceará, entre Março e Agosto de 2022, no Estúdio de Mentira para SuburbanaCo. Todas as músicas compostas e arranjadas por Uirá dos Reis Samples, programación, sintetizadores, guitarras: Uirá dos Reis Mezcla: Uirá dos Reis, excepto ARACY DE ALMEIDA: mezcla adicional de Tuan Fernandes en Estúdio Pé Sujo (CE) Masterización: Klaus Sena en Estúdio Indigo Azul (SP) Portada: Diego Maia a partir de una foto de Samuel Santos Grabado y mezclado en Fortaleza, Ceará, entre marzo y agosto de 2022, en el Estúdio de Mentira para SuburbanaCo. Todas las canciones compuestas y arregladas por Uirá dos Reis Samples, programming, synths, guitars: Uirá dos Reis Mixing: Uirá dos Reis, except ARACY DE ALMEIDA: additional mixing by Tuan Fernandes at Estúdio Pé Sujo (CE) Mastering: Klaus Sena at Estúdio Indigo Azul (SP) Cover: Diego Maia from a photo by Samuel Santos Recorded and mixed in Fortaleza, Ceará, between March and August 2022, at Estúdio de Mentira for SuburbanaCo. All songs composed and arranged by Uirá dos Reis
Fortaleza / Buenos Aires
https://osc-uro.bandcamp.com/album/fagia-remains
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suburbanaco · 4 years
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Cemitério de Flores - Uma fita <<<<<
Diário impresso em ferro Take 01 / Take 02 / Take 03 / Take 04 / Take 05 / Take 06 / Take 07 / Take 08
Produzido por Rodrigo Brasil Gravado na Toca da Matraca em Sobral CE entre janeiro e novembro de 2020 Mixado em uma mesa Tascam portastudio 424 por Rodrigo Brasil Rodrigo Brasil - guitarras e performances Participações espaciais - Raul Xavier, Zeca Kalu Dzgn por o fantasma Le glitterfinger . "Uma fita gasta - um diário sonoro - debruçar sobre sonhos, sobre lágrimas - risos de alegria - desespero - medo - felicidade, estar pensante, pensar sobre o tempo, sobre chão, sob o chão! estar sobre a terra nunca foi tão preciso pra mim como agora. Tenho pensado sobre os elementos do universo, do quanto de mim tem na terra e nas estrelas. A fita magnética foi como uma mágica pra mim desde pequeno, gravava músicas da rádio no mini-system do Robinho por cima das fitas do meu Pai, e me dei conta hoje enquanto escrevia esse textinho, que já existia muito desse meu diário naquela época. Hoje sou eu quem organiza e desorganiza as moléculas ali dentro daquele cassete. O tempo lá dentro é outro, gravava uma ideia, voltava, gravava por cima, acelerava, mexia na afinação, deixava bem leeento, me aborrecia, deixava para outro dia, para a semana seguinte, pro mês seguinte, mas o botão de rebobinar me transportava para o lugar em que parei, mas não era o mesmo, eu não era o mesmo, a fita também não, Raul tinha passado por ali com cometas, Zeca lá por trás falando de corpos e cabeças, e assim eu compus 8 temas esquizofrênicos, um diário impresso em ferro, falando de mim, com uma guitarra, em 4 canais, por 10 meses, em 10 minutos. uma guitarra, uma tascam de 4 canais, numa fita TDK D-C60, uma máquina de reverb e um delay analógico. A imagem da capa foi retirada da performance ao vivo “um d-ente cain.do”, com direção e fotografia de Joelk Santos, assistência técnica e produção de Zeca Kalu. Agradeço pelo ar, SuburbanaCo e a Toca da Matraca."
@joelksantos, @zecakalu, @suburbanaco, @tocadamatraca, @cemiteriodeflores, @rodrigobrasil0
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suburbanaco · 4 years
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“Ontem recebi uma ligação de número restrito, atendi e do outro lado da linha tinha uma pessoa aos berros com muito efeito na voz”, disse Pórtico Silvestre, diretor da SuburbanaCo.. “Fiquei em silêncio tentando entender o que era dito, até que desligaram o telefone. A história se repetiu por mais três vezes. Depois decidi que não atenderia mais. Seguiram ligando. Já de noite recebi um sms dizendo apenas: ‘Meu disco está no e-mail da Suburbana, quero que você lance amanhã’. Olhei o e-mail e realmente estava lá. Baixei (a curiosidade matou a mim e ao gato por muito mais de uma vez) e o que ouvi era muito interessante, o que me deixou disposto. Então liguei para Aurora Boreal Costa, nossa produtora executiva, e pedi que ouvisse também. Ela ouviu e concordou em lançar. Contatei um amigo hacker para tentar rastrear a origem do e-mail, mensagens e ligações. Ele está trabalhando nisso agora mesmo”. O artista é Nicolas Vurmo e isso é tudo o que sabemos sobre ele. O disco, segundo ele numa das mensagens, é o seu décimo terceiro álbum, mas o único que sobreviverá, “como se fosse o primeiro, tacarei fogo nos outros e é por isso que vocês lançarão esse aí”. Acatamos. Nicolas Vurmo, espero que esteja lendo isto e saiba: Acatamos. Parabéns, aliás. Compartilhem para que ele tenha a certeza de que seu pedido foi realizado e, assim, talvez, apareça! Quem souber algo sobre ele ou tiver alguma pista favor entrar em contato pelo nosso DM no Instagram. Ouçam e baixem o disco no nosso Bandcamp.
https://suburbanaco.bandcamp.com/album/nunca-fomos-rom-nticos-queda-e-ascens-o-de-nicolas-vurmo
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suburbanaco · 4 years
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A casa do Jardineiro Louco é uma narrativa fotográfica desenvolvida a partir de uma residência artística em Fortaleza, Ceará, de setembro a novembro de 2016 e publicada digitalmente em abril de 2020, agora lançada pela SuburbanaCo. O Jardineiro Louco era o personagem de Alexandre Ruoso, quem afirmava que dar pousada a viajantes também era uma forma de viajar. Fui um destes que pousou por lá. Alexandre atuava com permacultura nas ruas do bairro onde vivia, Lagoa Redonda, também aplicando esses princípios no quintal de sua casa, dando continuidade ao plantio e preservação iniciados e também mantidos por sua mãe, Karin Narloch, moradora do mesmo quintal.
A casa do Jardineiro Louco traz meu olhar para a ambiência que vivenciei por dois meses, tendo o residir, morar, habitar, como questões presentes para mim, vivendo de forma errante.
Gracias a Alexandre pelo galho, a Karin e Sergio pelas raízes que sustentam essa árvore, a Lino, o pequeno broto e suas surpresas, a Nalu Rosa e Renan Teles pela atenção do olhar crítico e poético regando em mim novas percepções deste buquê que preparei sem arrancar as flores. Desejo que frutifique.
Emol
Baixe o PDF: https://docs.google.com/uc?export=download&id=1YjYYK8oVieq0VpU85eDRpJrm98fBlAlP
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Capa, fotos e projeto gráfico por Emol | 58 páginas | Textos citados na publicação extraídos de A poética do espaço de Gaston Bachelard. 
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suburbanaco · 4 years
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Em março de 2001, numa festa de bandas de rock, Uirá dos Reis subia ao palco para lançar o primeiro disco do URO que só agora ele disponibiliza para audição/download online. Na ocasião contou com a participação e apoio do músico Lindenberg Munroe no sintetizador. Misturando poesia e música eletrônica o projeto não foi bem aceito pelo público daquela noite e os dois foram recebidos com fervorosas vaias que, segundo o próprio Uirá, duraram metade da apresentação. “No final estavam todos sentados no chão e em silêncio. Gritaram muito ‘viado’, que pra eles era xingamento, e depois o bar fechou e agora é uma sauna gay ótima!”, conta às gargalhadas. Apenas três sons não são vozes manipuladas eletronicamente: samples de bateria para a faixa “O que sobrou (mentalmix II)” e um “mói” de chaves e uma buzina de fusca captada pelo microfone de mesa da sala dos pais quando gravava as vozes dele e do Marcelo Bittencourt para a faixa “Recital Ardiloso”. Todos os outros sons são feitos à partir de sua própria voz. “É um disco do que chamam hoje de ‘spoken word’ porque a vontade era de lançar um disco de poemas à minha maneira, assumindo minhas influências e do jeito que desse pra ser. Eu já tinha aprendido com Glauber Rocha a usar a precariedade a meu favor e essa foi a primeira vez que pus esses ensinamentos em prática. Valeu a pena, certamente”, diz. “O encarte do disco era um zine com dois rapazotes medindo suas picas, hahahaha, eu adorava a ideia de as pessoas lerem o zine no ônibus enquanto voltavam pra casa. Era tudo xerox, capa, encarte, tudo xerox em papel Chamequinho” se diverte lembrando. “ Eu tava começando a estudar os softwares de composição e vi neles a oportunidade pra gravar meu disco, sempre de madrugada enquanto todos dormiam (de dia eu editava com os fones). Na época não era comum alguém minimamente próximo lançando disco e o que me fez pensar “eita, eu posso fazer um também!” foi o Cidadão Instigado que em 99 lançou o EP do qual o CD eu tenho até hoje. Inspiração 4ever! No meio do processo sofri um acidente e quase morri, daí a tesoura na cabeça e a faixa “IJF”, um acidente brabo de carro. Morei no IJF por quase um mês e só não morei por mais tempo porque o meu amigo José Alcides Pinto, ainda vivo na época, interveio em meu favor. ‘Tem um poeta internado aí!! Vocês tem que cuidar bem dele!’, dizem que ele chegou na direção do hospital gritando assim, hahaha! Eu digo ‘morei’ porque morei mesmo. Escrevi um livro inteiro no hospital com uma agulha enfiada em meu pulso, então morei”. “Fazer um disco baseado na voz processada tem a ver com o interesse pela ousadia na música de artistas que sempre me interessaram, como Lou Reed, Sonic Youth e vários compositores de música moderna e contemporânea que eu já estudava naquela época e que ouço e estudo até hoje, como Stockhausen, Boulez, Joan La Barbara, John Cage, Schaeffer... E também tinha aquele disco clássico do Mike Patton de 1996 e que eu tinha escutado só uma vez na casa de um boy e que tinha me deixado enlouquecido, o Adult Themes for Voice. Eu já amava o Mike Patton, óbvio, mas não era fácil encontrar discos importados, então era comum você ir na casa de quem tivesse pra ouvir. Dormi lá e quando acordei vi o disco. Era de manhã ainda e eu tava pedindo pro cara botar pra tocar antes de eu volar pra Messejana, hahahaha! Enfim. Decidi misturar essas influências pra realizar meu sonho de ter um disco de poemas, como o Drummond, Patti Smith e Jim Morrison tinham”. Confiram o disco “O Fantástico Mundo do SrHiena e de suas Criaturas” aqui: 
https://osc-uro.bandcamp.com/album/o-fant-stico-mundo-do-srhiena-e-de-suas-criaturas
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suburbanaco · 4 years
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31 15’15.53 N 24 15’30.53 O
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Em 2017 Victor de Castro e Uirá dos Reis se reuniram no Salão das Ilusões em Fortaleza para o lançamento do zine 31 15’15.53 N 24 15’30.53 O – o título é, segundo alguns, as coordenadas que nos levariam até Atlântica, a mítica ilha submersa (ou continente) "para lá das Colunas de Hércules", como citada por Platão. Hoje, com a lua cheia arremessando nossos raios internos para o Universo em meio a um eclipse lunar penumbral, retornamos a ele, um zine misterioso de imagens feitas a partir de fotografias e textos. Junto dele o que trazemos é um fragmento da performance de lançamento e, para servir como trilha sonora para o zine e além, uma playlist no YouTube. Acessem aqui:
 Zine: https://issuu.com/atlantis_2017/docs/zine?fbclid=IwAR3D7OjxVWqfMrn8eLVjP4RIddcGUqdLLv-9tDb59eEv3K40ERfgH64ZBxI
Playlist: https://www.youtube.com/playlist?list=PLLPcubPcTVy9NF2usDZmvpGnSVsHj430E
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suburbanaco · 4 years
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31 15’15.53 N 24 15’30.53 O As coordenadas para que se chegue em Atlântida. É possível, dizem, alcançá-la através do Google Earth. Partindo dos mistérios que envolvem a Morte e a Vida dois artistas decidiram lançar um zine de imagens numa noite de festa, com performance, dancing e caos. Victor de Castro e Uirá dos Reis se reuniram no Salão das Ilusões em Fortaleza para criar, eles próprios, um caminho à cidade submersa. E agora de novo. Dia 05/7, de dentro da Lua Cheia e do Eclipse, com os Planetas todos alinhados ao Sol saltará para o mundo a versão online do zine que nós da SuburbanaCo. teremos o prazer de lançar. Junto virá um trecho inédito da performance, também uma playlist para a noite de festa e de sombras. Aguardem.
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suburbanaco · 4 years
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Ode ao Mar Atlântico / Ode ao Mar Atlântico (2020)
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VISITE AS PLATAFORMAS
YouTube: bit.ly/3e6yf3i Spotify/Deezer/Amazon/Itunes: spoti.fi/2LG9xuw bit.ly/36lpRKC apple.co/2WPN9VF Bandcamp/DOWNLOAD bit.ly/3dUOtwi bit.ly/3cTtsCb
Ode ao Mar Atlântico reúne como síntese criativa elementos de arte sonora, música de terreiro e experimentalismo - os conceitos de composição/estrutura foram criados tendo como ponto de pesquisa o "transe" e suas subdivisões corporais, contemplativas e introspectivas. . Neste percurso sonoro, as músicas e canções presentes no álbum apresentam os processos criativos desenvolvidos nas performances sonoras do grupo. . O projeto contou com a orientação artística do compositor, músico e produtor musical - Arto Lindsay - conhecido por produzir álbuns de artistas, como: Caetano Veloso, Ryuchie Sakamoto, Animal Collective, Marisa Monte, Ilê Aiê, Laurie Anderson, Gal Costa entre outros. Além das expressões artísticas, Ode ao Mar Atlântico cria uma mitologia simbólica própria  pensando a música como representação energética. . Ode ao Mar Atlântico é composto por: Eric Barbosa, Éden Barbosa, Rami Freitas, Eduardo Escarpinelli, Diego Maia, Marta Aurélia, Natália Parente e Wellington Gadelha.
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Produzido por Arto Lindsay e Ode ao Mar Atlântico. Gravado por Milton Warner, Júlio César Santana Pepeu e Yury Kalil no Totém Studio em 2018 - Fortaleza, Ceará - Brasil. Gravações Adicionais na Trincheira Studio por Eric Barbosa e Miragem Homestudio por Diego Maia - Fortaleza, Ceará - Brasil. Mixado e Masterizado por Klaus Sena em 2019 no Índigo Azul Estúdio (São Paulo, SP - Brasil ). Capa/Direção Arte por Natália Parente. Selo: Ode ao Mar Atlântico. Co-Lançamento: SuburbanaCo. / Tratore (Brasil) / KKBox (Ásia). 
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Eric Barbosa: Voz, Guitarra, Rumpi, CongaSom Ambiente, Violão Nylon, Synths e Efeitos; Eden Barbosa: Guitarra, Rum, Rumpi, Le, Caxixi, Conga, Djembê, Sampler e Efeitos; Diego Maia: Baixo, Synths, Conga, Texturas Sonoras e Efeitos (FX); Marta Aurélia: Voz, Caxixi, Electropiezo; Rami Freitas: Bateria, Conga, Djembê, Guitarra, Texturas e Efeitos; Eduardo Escarpinelli: Clarinete e Conga; Wellington Gadelha: Caxixi, Agogo e Conga
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Todas as músicas compostas por Eric Barbosa exceto Antesala, composta por Eric Barbosa, Éden Barbosa, Rami Freitas, Eduardo Scarpinelli, Diego Maia e Marta Aurélia e Esteira, composta por Eric Barbosa com texto adicional de Marta Aurélia
Fortaleza, Ceará - 2020.
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suburbanaco · 4 years
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AEZI (entrevista)
por Rodrigo Brasil
Estou muito feliz de entrevistar aqui na Suburbana, três pessoas na qual admiro e acompanho, e poder falar sobre o AEZI, que me despertou curiosidade dias antes de ouvi-lo, com números e letras embaralhadas sobre uma tela preta. Hoje, dia 13.05.20, abro meu e-mail e a Bandcamp me escreve “New release from SuburbanaCo”, era 00.01h, pensei comigo, “olha que massa ó”, deixei de lado mas como quem põem uma folha de papel com cuidado do lado da mesa, pois estava assistindo um workshop da Marta Salogni pela milésima vez, tentando desvendar coisas, lê-la, pois não falo, nem leio inglês, assisto como criança, sai, tomei um café, sorrir com os meninos na sala de casa - Zeca e Raul X, e então coloquei o AEZI para tocar as 02.30h, foram 25min, a primeira musica me transportou para outro lugar, grande-úmido, não sei se escuro, mas úmido, talvez por debaixo de algo, onde só se via raios e reflexos, é engraçado os números dessa noite, parecia que a Marta estava me preparando pro AEZI. Marta foi engenheira de mixagem do ultimo disco da Björk, Utopia. 
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Ouça aqui: https://suburbanaco.bandcamp.com/album/lonsdale-ta
Enquanto escutava o EP, fiquei olhando para capa, e parecia que ela queria me dizer algo, talvez me situar, me da coordenadas, a cada musica eu olhava as horas, ao mesmo tempo lembrava que estava indo dormir tarde outra vez, novamente olhava as horas, comecei a viajar que os números da capa seriam os horários em que cada sessão foi gravada, a primeira as 01:40h e a ultima as 04:10h, horários que se complementam, viajei né, mas foi bom, vocês podem me falar sobre isso? Sobre os números, as letras, o nome do EP, ou me dar pistas, rs!?
 AEZI - A gente conversou sobre muitas maneiras de trabalhar os simbolismos possíveis nesse projeto e acreditamos que, entre muitas ida e voltas, achamos um material dentro desse multiverso que se apresentou entre sons, números, letras, palavras e desenhos, como caminhos possíveis para além do nosso domínio e expectativa. Mais do que a representação desses elementos, nos importa os movimentos e a possibilidades de expansão que eles podem gerar. Os nomes/números das faixas foram pensados como um trajeto que estabelecesse uma desordem na própria ordem das faixas, elas foram acidentalmente embaralhadas antes de chegar nesse ponto que desenha um percurso sonoro dividido em momentos, mas, que também poderia ser ouvido sem pausa. Assim, fomos estabelecendo nossos próprios métodos de tradução, análises combinatórias, criando um labirinto próprio para desviar do que poderia nos parecer previsível. Tudo surgiu de uma vontade imensa de improvisar considerando os espaços e possíveis aberturas com dimensões transcendentais. Dentro de zonas que vão da performance aos rituais de ocultistas, que no final das contas são coisas muito parecidas, se você considerar o poder da arte de evocar e invocar. A Sincronicidade, ou acreditar na Sincronicidade, pode ser uma boa ferramenta para achar conexões “inesperadas”, ou invisíveis ao olho cotidiano. É como se não houvesse nada em que acreditar e justamente por isso pudéssemos acreditar em tudo, em qualquer coisa que se pusesse crível ao longo dos ensaios, conversas e encontros. Menos na terra plana, rs… No fundo, estamos interessados em práticas que observem e lidem com as poliformias das matérias, nos cristais desconhecidos e indestrutíveis, no resgate das lendas mitológicas, nos palíndromos, no que pode conectar Lonsdaleíta, Ijen, C. de Darvaza e Krakatoas, e no que pode provocar a dissolução do chão para a abertura de outros mundos possíveis. 
 Também fiquei curioso em saber o que vocês ouviram durante a gravação, o que um mostrou ao outre, de música, pintura, poesia, cinema, de dança, de coisas que nem sei, o que aproximou vocês para a criação do Lonsdaleíta? 
AEZI - Considerando essa curva radical no tempo entre aquelas noites de gravação em 2019 e os dias de produção em quarentena, muitos sons, imagens e palavras caminharam e caminham conosco. Até onde nossa consciência e memória podem dar conta, muita coisa é alimento, mas, não referência direta. Podemos listar aqui o passeio individual e coletivo pelos sons da Nico, Jocy de Oliveira, Eliane Radigue, Meredith Monk, Marta Aurélia, Diamanda Galás, Lucrécia Dalt, Holly Herndon, Brian Eno, Rakta, Tantão e os fitas, Neurosis & Jarboe, Earth, o lado b do Low-David Bowie; vídeos do Einsturzende Neubauten, Madir Eugster, Zambetos; O cinema de Tarkovski, Parajanov com A Cor da Romã, Zé do Caixão e Maya Deren; Os movimentos nas obras de Helena Almeida e Fluxo Marginal; Os escritos de Silvia Federici, Angélica Liddell, Virginia Woolf, Kopenawa, os textos e falas do Ailton Krenak, os diários de Eliane Brum para a Antártida, e outras leituras sobre mitologia, astronomia e Jung.
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O EP foi gravado a mais de um ano atrás, mas parece ter sido finalizado agora, vi bastante pedaço de Ableton live e mesa da Clau passando nos meus stories, queria saber como foi essa pós-produção de vocês em meio à quarentena. E pra você ai do futuro que está lendo essa entrevista, sim, ainda estávamos de quarentena e o desserviço do governo atual continuava a surfar de jet-skis nas ondas de corpos empilhados...
 AEZI - Essa gravação ficou sumida por uns meses e nem alimentávamos mais a ideia de recuperar quando achamos o cartão SD perdido. O Vitor lançou um sinal de fumaça para a possível retomada e fomos entendendo as viabilidades e a importância de lançar o trabalho diante das condições atuais. De fato, o mundo não é mais o mesmo desde aquela noite dia de gravação em 2019, mas, passado os 15 anos depois, rs, esse som ainda está muito vivo em nós. No fundo, a gente sempre soube que teria o seu tempo e por isso mesmo, ninguém nunca questionou a velocidade de cada processo. Digamos que ele parecia estar esperando um momento peculiar para vir ao mundo, quando vimos tudo isso que hoje nos assombra, mas que já se horizontava, como um prenúncio, um sonho de Cassandra, a sua hora de se revelar no presente fez sentido. Voltamos a conversar e compartilhar materiais que estávamos lendo e ouvindo na quarentena. Operacionalmente, a Clau trabalhou no material bruto da gravação, propôs uns cortes, a adição de outros sintetizadores e a Loreta propôs uns overdubs de voz, fomos ouvindo, analisando, montando e desmontando as faixas, estudando a ordem de um possível percurso de escuta até chegar num ponto que achamos ser justo com a criação.  
Por fim, hoje, me sinto preso, como um feixe de luz dentro de um diamante, me debato nas paredes de casa durante horas, preciso sair! O que podemos esperar do amanhã? Como é criar no agora? E no amanhã!? Eu acho que vou subir em um meteorito e voltar, ah não, lembrei, MATEUSFAZENOROCK já me disse que é só uns 2 ou 3 que vaza né…
 AEZI - O presente está fora de controle. Perdermos a noção do tempo e é preciso viver essa perda sem querer definir uma nova teoria para o normal. O dia de amanhã é tão utópico quanto conceito de amanhã, de futuro. Em meio a um mundo, um século, um milênio que morre e esperneia, junto com toda uma onda de pensamento retrógrado, conservador que teima em não morrer, que dá seus últimos e desesperados espasmos, sacrificando milhares, milhões de vidas, em nome de um totem-máscara-deus que sequestrou e subornou nossos próprios rituais. Acreditamos que criar agora, amanhã, ontem, foi e será sempre assumir um pacto entre nós com outras dimensões de existência para que possamos revelar coisas que ainda não sabemos sobre nós mesmos e o que nos rodeia. Nesse movimento interno em que muita coisa se confunde, o que podemos fazer é ampliar mais ainda nossos espaços de escuta dentro e fora de nós, deixando que o silêncio e o invisível possam também atuar junto. Há uma nova qualidade de presença surgindo, transição de mundos que precisam sumir para que outros possam surgir, é preciso estar sensível e atento a essa virada. MATEUSFAZENOROCK é fenomenal e fundamental! 
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suburbanaco · 4 years
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Mateusfazenorock (entrevista)
Por Uirá dos Reis
Dias depois do lançamento de seu disco “Rolê nas Ruínas” (e depois de infinitas audições em looping) decidi chegar junto do Mateus e conversar sobre seu disco, o que me levou a pensar em outras questões que estão presentes no álbum, que é um disco de rock incomum (o que é uma pena, obviamente), livre ao ponto de passear por quantas paisagens e culturas musicais se queira, com melodias por vezes dançantes, as vozes por vezes sacanas e tudo abertamente corpóreo, seja para o sexo, para a festa, para a luta ou para a morte. Rock and Roll. E funk e reggae e MPB: Rock de Favela. Suas letras trazem temas muito sérios que, não obstante me tocam diretamente, como o racismo ou questões de classe. Decidi me convidar para entrevista-lo por e-mail e assim fizemos por algumas semanas – que ele me impôs um hiato profundo até que voltou com a explicação já no título do email da manhã: “Demorei mas mandei. Foi mal a demora, andei introspectivo e com dificuldade em verbalizar as coisas”. Salve, Mateus Fazeno Rock!
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Foto da capa de Nay Oliveira e arte de Fluxo Marginal
Ouça “Rolê nas Ruínas”: https://www.youtube.com/playlist?list=PLLNpitdnzc837Er9ofKK2CXLsY3KRnvlf
Percebo que há em seu trabalho um interesse forte na letra. Em todas as suas canções o que é dito através da letra, que resvala na música, nos arranjos e por fim na performance, tem importância declarada. O que entrou primeiro em sua vida, a literatura ou a música?
Passei um tempão refletindo pra responder essa. Precisei ir lá na infância, mas na real com essa pergunta posso pensar em várias fases da minha vida. Se for na infância a música, com certeza a música. Tive várias formas de receber essa arte. Meu avô comprou um violão pra um amigo seu tocar aqui em casa aos domingos e esse violão foi o instrumento que usei pra fazer barulho bem cedo, antes disso teve a bateria de panela também. Mas se formos falar de um processo mais consciente a minha imersão nos saraus lá pra 2008 numa praça aqui perto de casa, me fez exercitar as duas linguagens de forma conjunta. Poesia e música. Se bem que a leitura também foi bem compartilhada na infância pq enquanto eu era criança minha mãe tentava retomar os estudos e passar no vestibular então liamos juntos. Não tenho um pai então muito do meu aprendizado tem a ver com momentos em casa com minha mãe, vó e vô.
O seu projeto tem um nome curioso que aponta pra um estilo musical específico, o rock, e que a partir deste nome seu disco poderia ter sido de muitas maneiras no que diz respeito ao som/sonoridades. Você evoca esse estilo musical – e ele está presente na energia de todas as faixas, certamente – mas não se prende a ele. É bonito isso, porque me parece que você está mais devotado à favela que ao rock, uma vez que existe o funk ali, o rap ali, por vezes a percussão tem mais importância que a guitarra... A atitude do seu álbum, digamos assim, é rock, funk ou rap? Quais elementos dentro dessas três culturas te interessam e influenciam?
O que me interessa nesses três caminhos de música, é que suas essências apontam prás festividades e histórias de um povo em seus territórios. Evocam libertação. Percorrem caminhos contrários aos apontados pelo mundo branco. Aos mesmo tempo é contraditório pq usei no disco como referência o Nirvana/Kurt Cobain, um representante bem branco do mundo do rock que marcou com certeza muito forte meu interesse pela música e pelo som. Mas quis e quero ir mais fundo e sei que fazer rock é muito sobre contar histórias e que existe um mundo imenso submerso por fontes limitadas de informação.
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Seu disco é claramente um disco extra-Regional II. Não  me parece que lá alguém faria um disco de rock que não fosse indie em alguma medida, e também acho que jamais olhariam para o funk com tanta intimidade ao ponto de colocar em seu rock elementos do próprio funk brasileiro. Bom, você é um rapaz da Regional VI, do bairro da Sapiranga na periferia de Fortaleza, vizinho da minha amada Messejana, que é de onde venho. Como ter sido criado num bairro da periferia de Fortaleza, com seus sons, morais e ritmos próprios (bem diferentes dos sons, morais e ritmos da classe média), tendo estudado em escola pública de bairro, te afeta como artista e como pessoa sobretudo quando em contato com esses novos círculos sócio-culturais aos quais, suponho, agora te são permitidos o acesso por conta da arte?
Ainda não são meus espaços. Só me sinto bem quando não estou sozinho nos pontos de arte tido como centrais. Agradeço por ter encontrado estima e poder pra pensar sobre meu passado presente futuro e fazer algo com isso. E também por ver hoje vaaarios pivete na Sapiranga fazendo coisas incríveis. Mas também um salve pras que crescero cmg e hoje fazem coisas incríveis por aí, roberta kaya, lelé, mario magno! Não espero estar em relação de dependência com os espaços centrais e espero encontrar meios de sobrevivência a parte desses pactos.
A arte salva?
Não sei. Acho que não. Pelo menos não sozinha ou não da forma que ela é utilizada hoje. Pra eu ficar pelo menos bem preciso de tanta coisa que a arte não dá conta. Um chão, memória, comida, paciência, família. Arte pode caminhar com tudo isso, mas sozinha ela não dá conta.
Gostaria que você me contasse um pouco da história do disco “Rolê nas Ruínas”, que é produzido por Rami (Freitas) e tem presença imensa do Caiô e do Nego Célio. Me conta como isso se foi desenhando, como se foi construindo esse grupo e esse trampo, também me conta como se deu a aproximação com cada pessoa envolvida no trabalho?
Acho que fui entendendo aos poucos o que eu tava fazendo. Em 2017 eu tava pensando em gravar um EP com 5 músicas, de músicas que eu escrevi entre 2016 e 2017. A ideia era um trabalho apenas com vozes e se surgisse algum instrumento, que fosse sutil. No final, a vida foi andando e não rolou. Em 2018 foi que eu comecei a reunir outras músicas que já vinha compondo nesse caminho e pensar o que fazer com elas. Tinha acabado de me conectar com o Caiô e com o Célio. Separadamente, cada um em um contexto. Sendo que, na real, o Caio eu conheço desde 2011 através da Viviane Brasil grande amiga que já trabalhamos juntos no projeto dela. Eu, ela e Roberta. Enfim. Comecei a mostrar as músicas pro Caio, na verdade, já estávamos nessa troca. Fizemos até uma música juntos e íamos gravar. Aí propus da gente criar esse projeto mais voltado pro rock, Não vou dizer o nome rsrs talvez isso seja algo mais à frente.  Enfim chegamos a gravar guia de slowmotion e de outra que acabou não entrando quando rolou a cisão. Que tipo, Caio precisava cuidar do outragalera e eu precisava muito fazer isso se não enlouquecia. Então decidi focar apenas em produzir o disco sem pensar em fazer show nem nada disso. Mas aí quando abri o processo na internet foram rolando convites e eu entendi esse movimento como uma parte importante para compreender e evoluir com o que eu tava fazendo, também foi fundamental pra eu conseguir alguma grana que apoiasse de alguma forma a produção, fiz algumas apresentações com cachê 100, 200 que me ajudaram bastante (embora eu tenha tido que trabalhar de mil outras formas pra conseguir custear os processos de produção). Quanto a participação do Caio e do Célio foi bem natural pq paralelo a isso, fizemos um som juntos chamado A guerra entre nós e esse som foi fundante de um espaço/conexão que é pra nós uma base de trabalho, a Espelho Negro. Temos algumas músicas lançadas juntos e outras na gaveta mas muitooo desse processo foi compartilhado com eles, então natural mais que natural eles estarem tão presentes. Porque são presentes na minha vida também. Quanto ao Rami já trabalhamos juntos a cinco anos em vááárias missões. Confio muito nele e o acho incrível e sensível demais e sabia que ele me compreenderia sonoramente, então partiu!
Complementando, não queria deixar de fora Nay nem Arara nem fluxo nem Gustavo Portela nem Eric. Porque todas essas pessoas são importantes pra mim e foram muito importantes para a construção do trabalho mas também fico naquela, de a resposta ser muito longa. Então só agradeço muito que essas pessoas estejam presente, pra além desse trabalho em outros e pra além do trabalho amo e admiro tods.
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Mateus com Eric Lennon e Rami Freitas
Como é você criando? Obcecado? Ou lida de boa com as ideias martelando na cabeça, e faz uma coisa, faz outra, volta, faz de novo, faz algo novo... Como funciona a criação pra você?
Depende muito da fase/etapa ou de como aquilo que tá surgindo mexe comigo. No geral eu to sempre tentando fazer música kkkkk as vezes fico fazendo várias coisas, apenas como exercício de compor, de testar melodias, palavras, ritmos. Acho que as músicas que foram a frente nesse disco, por exemplo; elas me vieram muito ao acaso, no sentido de que só depois que eu faço, eu percebo o quanto aquilo mexeu comigo e me instigou a ficar repetindo. Algumas vieram praticamente inteiras duma veizada só... Do Harlem a Cajazeiras, eu fiz na rua vindo da casa da roberta pra minha (ela mora na rua logo aqui ao lado). Trilha Sonora também foi de uma vezzz. Agora teve música como Missa Negra que eu fiz uns versos numa semana, mandei pra algumas pessoas pra ver se instigavam a terminar comigo ou só mesmo pra trocar ideia. E na repetição aqui em casa é que foram surgindo os outros versos. Acho que também quando faço um versinho que gosto muito de cantar e tocar e mexe comigo, eu fico repetindo mil vezes durante vários dias, mudando a forma, mexendo com ele e aí isso vai se desenhando e evoluindo e ganhando forma. Minha forma de compor mudou muito da adolescência pra cá, as músicas que fazia mais novo, vinham muito de imaginar possíveis situações ou me inspirar em narrativas de livros que lia e hoje acho que as palavras estão pregadas no meu corpo.
Sua presença no palco é muito marcante porque sempre coloca o público numa espécie de deleite afirmativo que é muito bonito. As pessoas costumam estar felizes em te ver, estão emocionadas, agitadas, se reconhecendo em algo que é vigoroso e bonito, e elas sabem disso. E você tem uma extensão vocal acima da média dentre os cantores e uma voz muito linda, mas também é impressionante o seu corpo em cena, porque toda sua expressão é poderosa. Você falou de ter feito CPBT ainda em  2012. Qual a importância da performance no seu trabalho como músico? A atuação te interessa? Já atuou? Se sim, pode falar dessa experiência?
Estudei teatro pelo CPBT 2012 e atualmente faço formação continuada em teatro na Vila das Artes. Me interesso pelo teatro desde 2011 mas as ações que fiz no teatro sempre foram muito pontuais e espaçadas. Não sei exatamente se o que faço no palco com a música tem a ver com o teatro. Porque refletindo aqui me vejo como um ator muito imaturo e destreinado. Acho que o que acontece no show tem muito mais a ver com a minha vontade de estar ali, e quando não consigo colocar minha energia ali por algum bloqueio que eu sinta, saio triste.
 A primeira vez que te vi, e já tem uns bons anos, foi na banda Casa de Velho. Eu já era amigo do Marcus e do Rami. Essa foi a primeira banda da qual você participou? Teve algo antes? Você falou dos saraus no seu bairro em 2008, conta um pouco também dessa experiência? 
Minha primeira banda foi com 14 anos, mas ficava só ensaiando kkkkk juntando os trocados e indo pra estúdio ruim tocar sem se ouvir kkkkkk ! Depois participei de um projeto chamado Arte no Beco, que surge no contexto desses saraus. Era muito ligado a um movimento político que era ativo no meu bairro na época e nós ensaiávamos na praça e tinha prática de ensinar pra pivetada tocar percussão. Nesse projeto eu passei por todas as funções, percussão, violão. Guitarra, baixo e voz. Depois entrei no CPBT 2012 (Curso Princípios Básicos de Teatro, que acontece no Theatro José de Alencar) e conheci a Viviane Brasil, aí nessa época eu e Roberta Kaya tocamos num projeto pensado pela Vivi. Eram músicas da Vivi, e a gente tinha muito forte nesse projeto o lance de construir arranjos com as 3 vozes. Foi muito importante essa experiência pra mim. Depois segui um tempo experimentando coisas eu e Roberta, chegamos a nos apresentar algumas vezes. Faziamos versões de diversas músicas. Eu gostava muito. Só depois veio a Casa de Vei.
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Foto Nay Oliveira 
FAIXA A FAIXA
As letras, por Mateus Fazeno Rock:
 1. AS VOZES DA CABEÇA
Sei que não parece uma ligação direta mas me inspirei de alguma forma nos Os Tincoãs pra fazer essa música e por isso também compartilhei com meus amigos. O nome inclusive veio antes de eles fazerem a parte deles, o Caio escreveu primeiro, o manda bala dele vinha logo depois que terminava minha parte e a gente mandou áudio pro Célio, depois fui pra casa do Célio e ele tinha feito a parte dele. É sobre dores e revolta, e fragilidades e nossa saúde física e mental. Aquilo que a gente sente na pele, diretamente na pele.
2.BEMLETINHA/SLOWMOTION
Sentimento de vulnerabilidade na volta pra casa. O que costumam ver sobre meu corpo é que causo medo quando volto a noite. Esteja eu lombrado ou não. Mas o medo é meu e é real, de morrer por tá passando num lugar que eu não devia tá passando, de alguém achar que vou roubar e decidir me espancar, ou de a polícia ficar com raiva por não achar nada nas minhas coisas e começar a me bater (como já aconteceu bem mais de uma vez.)
 3.LEGAL LEGAL
A gente costuma ter patrões brancos, contratantes brancos enfim, gente que tem poder e grana, brancos. E por conta disso ficar de alguma forma condicionado às escolhas dessas pessoas e que situações de trabalho ou de estrutura vamos ter.  É uma resposta a isso, a alguns desrespeitos que já passei ao longo da vida em trabalhos artísticos ou não. Teve uma situação mt especifica que aconteceu no dia que fiz essa, que inclusive veio de uma vez só (a música). Mas é isso, quem é vai entender.
 4.AQUELA ULTRAVIOLÊNCIA
A música é do Caiô, e me vejo nela pela semelhança dos processos de vida e de entendimento das próprias ações e também do que nos sujeitamos quando relacionamos nossa vida e nossas histórias de vida com os playboy. Não vai existir cuidado com nossa saúde e é isso. Desviar.
5. NÉVOA
Não sei muito o que dizer sobre essa. É sobre paixão, sobre momento, sobre encontrar alguém e os mistérios que tem nisso.
6. MELÔDODJAVAN
Essa acho que a letra não deixa dúvidas. Posso tá enganado, obviamente. Mas é muito um pensamento sobre mim, minha voz, meu corpo, as condições que tenho pra trabalhar, minhas inspirações, meus motivos pra continuar ou parar. E gosto do Djavan que surge como adjetivo nessa música.
7. MISSA NEGRA
Ai, poderia escrever muitas coisas sobre essa música. Mas vou resumir. É lazer da favela, da juventude afroindígena urbana favelada. O percurso, as contradições, os conflitos territoriais no encontro de muita gente, o lícito e o proibido. É sobre nosso lazer por si só ser criminalizado. Nossa reunião é criminalizada.
8. DO HARLEM A CAJAZEIRAS
Outra que também que não sei se precisa falar muito. O genocídio, a direção do genocídio, a atualização do genocídio. A precarização e a violência sobre gente preta, gente indígena e favelada. É recorrente mas tratada como casos isolados e não vinculados. Mas estão todas historicamente e estruturalmente ligadas.
 9. TRILHA SONORA PARA O FIM DO MUNDO
Essa eu sinceramente não sei explicar muito bem. Ela tem muito a ver com todas as outras. E na minha cabeça é como se fosse uma caminhada, mas não uma caminhada comum, uma caminhada do meu corpo no cosmos, eu penso sobre meu encontro com o mundo branco, os baques, os caminhos de vida e de morte, penso no passado no futuro, no que me acolhe e no que me mata. É isso. É trilha dos vários sentidos da palavra trilha.
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Foto Nay Oliveira
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suburbanaco · 4 years
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suburbanaco · 4 years
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Há certas noites em que tudo é mistério. 
Há dois anos, acima do nível do mar e tão perto das ondas, Loreta.Dialla, Clau Aniz​ e Vitor Colares se reuniram entre cabos, microfones, pedais, guitarras e sintetizadores para gravar o que agora finalmente vem a público, revelado pela não menos misteriosa alcunha de AEZI, com seu primeiro EP Lonsdaleíta. Improviso sobre sintetizadores, guitarras e vocalizações.
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suburbanaco · 4 years
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suburbanaco · 4 years
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Ouça AEZI - Lonsdaleíta (2020) aqui.
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suburbanaco · 4 years
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“Celebre: Diga ADEUS.”
Uirá dos Reis por Vitor Cozilos VIVOS (Entrevista)
O lançamento do EP STAXXTS.E me pegou de surpresa. Acho que pegou de surpresa todes que acompanham o trabalho do URO. Nove anos sem lançar material “inédito”... Entre aspas porque foi lançado um ou outro registro ao vivo junto com outras pessoas e teve também o álbum do ADSR... E agora, nesse momento, 2020, pandemia, todo esse contexto mundial, vem o STAXXTS.E. É um disco que pode ser considerado curto, mas que pra mim, ele diz o que tem pra dizer. Inclusive, é um disco que dilata o tempo... Aliás, dilata aquilo que sabemos sobre o tempo, ou aquilo que esperamos do tempo. Não foi um desastre nuclear, não foi um guerra entre poderosas nações, não foi o aquecimento global, ou nenhuma das teorias anunciadas... O mundo parou numa pandemia. Aquele tão fantasiado pós-apocalipse era brega, de certa forma, e a gente não sabia.
Tudo começa quando acaba... As maquinas param, e as ruas estão praticamente desertas... E aí o disco começa, é essa a sensação que eu tenho. Melancólico como eu acho que nunca ouvi o URO antes... Parece que tudo está acontecendo em câmera lenta. 
“STAXXTS.E = Permanecer em êxtase diante de Abismos e Furacões, interiores e exteriores. Recompor-se para além das Redomas de Vidro. Urge criar um novo mundo e urge criar um novo modo de se estar neste mundo.”
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suburbanaco · 4 years
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suburbanaco · 4 years
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Link para ouvir o STAXXTS.E: 
https://suburbanaco.bandcamp.com/album/staxxts-e
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